Carcinomas Esofágicos Flashcards

1
Q

O câncer de esôfago está em qual posição das neoplasias malignas mais incidentes no Brasil?

A

Sexta posição

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2
Q

Quais os tipos histopatológicos mais comuns?

A

1) Carcinoma espinocelular (escamoso)

2) Adenocarcinoma

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3
Q

Qual o grupo mais acometido?

A

Homens >40 anos

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4
Q

Qual a proporção de incidência dos carcinomas em homens:mulheres?

A

Carcinoma espinocelular 3:1

Adenocarcinoma 15:1

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5
Q

Qual carcinoma é mais frequente em brancos?

A

Adenocarcinoma (raro em negros)

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6
Q

Qual carcinoma é mais frequente em negros?

A

Carcinoma espinocelular

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7
Q

O carcinoma espinocelular é derivado de qual epitélio?

A

Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado - escamoso (próprio do esôfago)

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8
Q

Qual a principal localização do carcinoma espinocelular?

A

Terço médio do esôfago (50%)

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9
Q

O adenocarcinoma é derivado de qual epitélio?

A

Epitélio de Barrett (metaplasia intestinal em pacientes com DRGE erosiva) - epitélio glandular

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10
Q

Quais os fatores de risco para o carcinoma espinocelular?

A

1) Tabagismo e etilismo (principais)
2) Bebidas quentes (65º)
3) Alimentos ricos em N-nitrosos (nitratos, nitrosaminas), contaminação por toxina fúngica, deficiência de selênio, zinco, molibdênio e vitaminas (vit A principalmente)
4) Acalásia, síndrome de Plummer-Vinson, estenose cáustica
5) Tilose palmar e plantar
6) Bulimia, radiação, HPV, história prévia de CA, divertículos de esôfago, doença celíaca

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11
Q

Quais os fatores de risco para o adenocarcinoma?

A

1) Presença de epitélio de Barrett (principal)
2) Tabagismo e obesidade
3) Bisfosfonados orais (alendronato) - contraindicados nos portadores de Barret

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12
Q

O etilismo é fator de risco para adenocarcinoma?

A

Não. Acredita-se que o vinho tinto possa reduzir a incidência de adenocarcinoma.

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13
Q

Quais os PRINCIPAIS fatores de risco para carcinoma espinocelular e adenocarcinoma?

A

1) CEC: tabagismo e etilismo

2) Adenocarcinoma: esofagite de refluxo com formação de epitélio de Barret

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14
Q

Quais os locais histolologicamente possíveis para formação do adenocarcinoma?

A

1) Glândulas submucosas do esôfago
2) Ilhas heterotópicas do epitélio colunar
3) Degeneração maligna do epitélio colunar metaplásico (Esôfago de Barret)

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15
Q

Carcinoma espinocelular pode ser classificado em diferentes graus de diferenciação. Quais os graus e qual o mais agressivo?

A

1) Diferenciado (75%)
2) Moderadamente diferenciado (25-75%)
3) Indiferenciado (<25%)
- O CEC indiferenciado é o mais agressivo.

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16
Q

Qual a classificação do carcinoma espinocelular quanto a localização?

A

1) Cervicais
2) Torácicos:
a. Superiores (acima da bifurcação da traqueia)
b. Médios (da carina até o ponto médio entre a carina e o hiato diafragmático)
c. Inferiores (do ponto médio ao hiato esofágico)

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17
Q

Qual a classificação utilizada para localização do adenocarcinoma?

A

Classificação de Siewert

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18
Q

Como é a classificação de Siewert?

A

1) Tumor do esôfago distal (1 cm acima da linha Z até 5 cm acima da linha Z)
2) Tumor da região da cárdia (1 cm acima da linha Z até 2 cm abaixo da linha Z)
3) Tumor subcárdico (2 cm abaixo da linha Z até 5 cm abaixo da linha Z)

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19
Q

Qual a classificação de acordo com a profundidade das lesões?

A

1) Tumores precoces: limitados à mucosa e submucosa

2) Tumores avançados: alcançam a camada muscular

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20
Q

Quais os principais sintomas nos carcinomas esofágicos?

A

1) Disfagia progressiva sólidos -> líquidos (quando obstrução >= 50%)
2) Perda ponderal importante
3) Hematêmese, melena, anemia (+ comum no AC)

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21
Q

Quais os sintomas nos estágios precoces?

A

Inespecíficos: assintomático ou sintomas de DRGE

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22
Q

Quais os sintomas nos estágios avançados?

A

1) Tosse com expectoração produtiva (fístula esôfago-brônquica e/ou aspiração)
2) Dor torácica e rouquidão (invasão dos Nn. laríngeos)

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23
Q

O que icterícia e dispneia indicam nesses pacientes?

A

Doença extremamente avançada!

1) Infiltração hepática metastática
2) Infiltração pulmonar metastática

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24
Q

Qual o exame de escolha para diagnóstico de carcinoma esofágico?

A

EDA com biópsia e escovados (citologia) da área afetada

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25
Q

Quais exames são úteis no diagnóstico de carcinomas esofágicos?

A

Esofagografia baritada em análise conjunta com EDA com biópsia e escovados (citologia)

26
Q

Pelo aspecto endoscópico, como o carcinoma esofágico pode ser classificado?

A

1) Polipoide exofítico (60% dos casos)
2) Escavado ou ulcerado (25% dos casos)
3) Plano ou infiltrativo (15% dos casos)

27
Q

Qual sinal é visto pela esofagografia baritada no carcinoma esofágico?

A

Sinal da maçã mordida ou sinal do degrau

28
Q

Qual a importância da ausência da serosa no esôfago nos carcinomas esofágicos?

A

A ausência de serosa facilita a disseminação para linfonodos regionais e para órgãos adjacentes

29
Q

Onde ocorre a invasão dos tumores dos dois terços superiores do esôfago?

A

Árvore traqueobrônquica, aorta e nervo laríngeo recorrente

30
Q

Onde ocorre a invasão dos tumores do terço inferior do esôfago?

A

Diafragma, pericárdio e estômago

31
Q

Quais as metástases à distancia mais importantes nos carcinomas esofágicos?

A

Fígado e pulmão

32
Q

Em qual escala se baseia o estadiamento dos tumores de esôfago?

A

TNM (AJCC)

33
Q

Quais os melhores exames para o estadiamento do tumor esofágico?

A

USG endoscópico (T e N), TC com contraste (T, N e M), PET-Scan (metástases à distância)

34
Q

Qual a utilidade da cromoscopia?

A

Avaliar se há infiltrações em lesões que aparentemente são “precoces”

35
Q

Qual a sequência de estadiamento?

A

1) Diagnóstico por EDA com biópsia (precedida ou não da esofagografia baritada)
2) TC toracoabdominal (avaliação de metástases a distância)
- PET-Scan pode ser realizado ou não
3) USG endoscópico (avaliação de linfonodo na ausência de metástases à distância)
4) Laparoscopia exploradora: opcional; indicado para pesquisa de carcinomatose (disseminação peritoneal)

36
Q

O que é a classificação TNM?

A

T: tumor primário (invasão tecidual)
N: linfonodos (número de linfonodos acometidos)
M: metástase a distância

37
Q

Quais são os parâmetros de T na classificação TNM?

A

TX: não pode ser avaliado
T0: não há evidência de tumor primário
Tis: displasia de alto grau
T1
T1a: invasão da lâmina própria ou muscular da mucosa
T1b: invasão da submucosa
T2: invasão da muscular própria
T3: invasão da adventícia (sem penetrar órgãos adjacentes)
T4
T4a: tumor ressecável com invasão de pleura, pericárdio ou diafragma
T4b: tumor irressecável com invasão de aorta, corpos vertebrais ou traqueia

38
Q

Quais os parâmetros de N na classificação TNM?

A
NX: não pode ser avaliado
N0: ausência de envolvimento linfonodal
N1: 1-2 linfonodos acometidos
N2: 3-6 linfonodos acometidos
N3: >= 7 linfonodos acometidos
39
Q

Quais os parâmetros de M na classificação TNM?

A

M0: ausência de metástases à distância
M1: presença de metástase à distância

40
Q

Qual a sobrevida em 5 anos de um paciente com carcinoma esofágico de acordo com o estadiamento final (clínico + cirúrgico)?

A

1) Estágio 1: 60%
2) Estágio 2: 30%
3) Estágio 3: 20%
4) Estágio 4: 4%

41
Q

Em qual pacientes pode ser tentada a cirurgia curativa?

A

Pacientes com razoável estado geral (nutridos, com albumina próxima do normal), sem comorbidades preocupantes (cardiopatia, pneumopatia, hepatopatia e nefropatia), com ausência de metástase a distância (incluindo linfonodos) e ausência de um T4 irressecável (T4b)

42
Q

Em qual pacientes pode ser tentada a ressecção endoscópica da lesão?

A

Pacientes no estágio T1 sem metástases (CA de esôfago precoce) com elevado risco cirúrgico

43
Q

Qual a principal estratégia cirúrgica curativa?

A

Esofagectomia + linfadenectomia regional com margens de segurança de pelo menos 8 cm

44
Q

Como deve ser feita a reconstrução do trânsito em um paciente com esofagectomia?

A

Sempre que possível com o estômago

45
Q

Qual a indicação para interposição do cólon?

A

Pacientes com gastrectomia total ou parcial prévia ou quando o tumor alcança o estômago

46
Q

Qual via para alimentação enteral deve ser utilizada no pós-operatório?

A

Jejunostomia

47
Q

No pré-operatório, o que deve ser feito com pacientes desnutridos por disfagia?

A

Dilatar a estenose com implantação endoscópica de um stent esofagiano e inserir um cateter de Dobb-hoff para garantir um aporte nutricional de pelo menos 2.000kcal/dia, postergando a cirurgia até a melhora nutricional

48
Q

Quais pacientes encontram-se em risco muito elevado de complicações pós-cirúrgicas e qual a principal complicação?

A

Indivíduos com perda ponderal >10% do peso habitual e pacientes com níveis séricos de albumina <3,4 g/dL. A principal complicação é deiscência de anastomoses.

49
Q

Quais as técnicas mais utilizadas para esofagectomia pelos cirurgiões torácicos?

A

1) Esofagectomia transtorácica

2) Esofagectomia trans-hiatal

50
Q

Quais as principais complicações da esofagectomia transtorácica?

A

1) Deiscência de anastomose intratorácica: mediastinite, sepse grave e óbito em 50% dos casos
2) Esofagite de refluxo (remanescente esofágico)

51
Q

Quais as principais desvantagens da esofagectomia trans-hiatal?

A

1) Risco de hemorragia mediastinal incontrolável no peroperatório
2) Incapacidade de realizar a ressecção completa dos linfonodos mediastínicos

52
Q

Quais as principais vantagens da esofagectomia trans-hiatal?

A

1) Evita-se toracotomia
2) Evita-se anastomose intratorácica
3) Reduz chance de refluxo gastroesofágico
4) Mortalidade peroperatória menor

53
Q

Qual a principal função da radioterapia?

A

Controle local do tumor

54
Q

Qual a principal função da quimioterapia?

A

Controle da disseminação linfática locorregional do tumor

55
Q

A radioterapia e quimioterapia isoladas aumentam a sobrevida do paciente?

A

Não.

56
Q

A radioquimioterapia neoadjuvante aumenta a sobrevida do paciente?

A

Sim

57
Q

Para quem está indicada a radioquimioterapia neoadjuvante?

A

Principalmente para estágios IIA, IIB e III (T3, T4, N+)

58
Q

Qual carcinoma responde melhor à radioquimioterapia?

A

Carcinoma espinocelular

59
Q

Para quem está indicada a terapia paliativa?

A

Pacientes com tumor irressecável

60
Q

Como pode ser feita a terapia paliativa?

A

1) Dilatadores esofágicos ou stents
2) Terapia fotodinâmica
3) Radioterapia

Nos casos mais difíceis ou refratários:
1) Gastrostomia ou jejunostomia podem ser necessárias

61
Q

Quais as principais contraindicações da radioterapia?

A

Fístula esôfago-traqueal ou esôfago-brônquica (deve-se colocar 2 stents: no esôfago e na árvore brônquica)

62
Q

Segundo a AJCC, qual a conduta deve ser tomada de acordo com os estágios do carcinoma?

A

Cirurgia: estágios I a III
Radioquimioterapia: estágios 4