Câncer gástrico Flashcards

1
Q

Epidemiologia

Brasil?

A

3ª causa de câncer em homens

5ª causa de câncer em mulheres

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2
Q

Epidemiologia

Sexo?

A

2H:1M

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3
Q

Epidemiologia

Pico de incidência?

A

50-70 anos para ambos os sexos

Raro < 35 anos

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4
Q

Tipo histológico mais comum?

A

Adenocarcinoma gástrico (95%)

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5
Q

Fatores de risco?

A

Incluem principalmente o tipo de dieta, a gastrite atrófica pelo H. pylori e a anemia perniciosa (gastrite atrófica autoimune)

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6
Q

A infecção pelo H. pylori aumenta em quantas vezes o risco de câncer gástrico?

A

5-6x

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7
Q

A classificação de Lauren para o adenocarcinoma gástrico o diferencia histologicamente em quais dois subtipos?

A

Intestinal

Difuso

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8
Q

Adenocarcinoma gástrico

Subtipo intestinal?

A

Bem diferenciado, com formação de estruturas glandulares

Subtipo mais comum

2H:1M

Idade média: 55-60 anos

Lesões expansivas, polipoides e ulceradas na EDA

Evolução de lesão pré-maligna

Mais comumente encontrada no estômago distal (piloro/antro)

Disseminação hematogênica

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9
Q

Adenocarcinoma gástrico

Subtipo difuso?

A

Tumor indiferenciado, sem formações glandulares

Presença de células em anel de sinete (acúmulo de muco no citoplasma deslocando o núcleo para periferia)

Tumor “infiltrativo”, manifestando-se na EDA com úlceras infiltradas ou linite plástica (infiltração difusa do órgão)

Acometimento do estômago proximal (cárdia)

Pior prognóstico quando comparado com o subtipo intestinal devido a maior probabilidade de metástases precoces

Incide igualmente em ambos os sexos

Apresentação mais precoce: 40-48 anos

Disseminação por contiguidade (transmural) e pela via linfogênica (metástases nodais)

Relação com o tipo sanguíneo A

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10
Q

Classificação macroscópica mais utilizada para o adenocarcinoma gástrico invasivo?

A

Classificação de Borrmann

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11
Q

Classificação de Borrmann I?

A

Carcinoma polipoide. Está lesão é bem demarcada com áreas de tecido normal em toda a sua volta. Sobrevida média em cinco anos de 50%.

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12
Q

Classificação de Borrmann II?

A

Carcinoma ulcerado com margens bem demarcadas e nenhuma infiltração. Esta lesão é impossível de ser diferenciada, somente pelo aspecto endoscópico, da úlcera gástrica benigna. Sobrevida média em cinco anos de 35%.

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13
Q

Classificação de Borrmann III?

A

Carcinoma ulcerado e infiltrante com margens rasas e pouco definidas; geralmente há infiltração da submucosa, muscular própria e serosa. Esta é a apresentação mais comum do câncer gástrico. Sobrevida média em cinco anos de 20%.

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14
Q

Classificação de Borrmann IV?

A

Carcinoma infiltrativo difuso. Lesão difícil de ser definida. Ela se estende por todas as camadas do estômago e em todas as direções. Quando há infiltração de todo o estômago, este tipo é chamado de Linitis plastica

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15
Q

Classificação de Borrmann V?

A

CA gástrico, cujo definição não se encaixa em nenhuma das descritas acima

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16
Q

Defina a classificação histológica de Broders

A

Avalia o nível de indiferenciação

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17
Q

Classificação histológica de Broders grau I?

A

0 a 25% de células indiferenciadas

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18
Q

Classificação histológica de Broders grau II?

A

25% a 50% de células indiferenciadas

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19
Q

Classificação histológica de Broders grau III?

A

50% a 75% de células indiferenciadas

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20
Q

Classificação histológica de Broders grau IV?

A

75% a 100% de células indiferenciadas

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21
Q

CA gástrico

Manifestações clínicas?

A

Inicialmente (câncer gástrico precoce), o carcinoma é geralmente assintomático ou apresenta sintomas dispépticos inespecíficos.

Sintomas mais comuns:

Perda ponderal, dor epigástrica, náusea, anorexia, disfagia, melena, saciedade precoce, dor semelhante à úlcera péptica.

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22
Q

Manifestações clínicas

Características da dor?

A

Dor constante, sem irradiação e não aliviada com a ingestão de alimento. Em alguns pacientes o alívio temporário pode ser obtido com o uso de antissecretores.

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23
Q

Manifestações clínicas

Os vômitos recorrentes sugerem obstrução em qual região do estômago?

A

Antro-pilórica

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24
Q

Manifestações clínicas

A disfagia ocorre especialmente quando há invasão de qual região do estômago?

A

Cárdia

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25
Q

Por que a anemia ferropriva é comum no CA gástrico?

A

Devido a perda sanguínea crônica (40% casos)

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26
Q

Adenocarcinoma gástrico

Principais locais de metástases?

A

Fígado (icterícia), pulmão (tosse) e principalmente para o peritônio (ascite)

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27
Q

Alterações no exame físico que denotam doença avançada?

A

Massa abdominal palpável

Linfonodos de Virchow

Linfonodo irmã Maria José

Prateleira de Blumer

Tumor de Krukenberg

Nódulo de Irish

Hepatomegalia, ascite, icterícia, caquexia

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28
Q

Exame físico

Linfonodo de Virchow?

A

Linfonodo supraclavicular esquerdo palpável

29
Q

Exame físico

Linfonodo da irmã Maria José?

A

Linfonodo periumbilical palpável

30
Q

Exame físico

Prateleira de Blumer?

A

Metástase peritoneal palpável pelo toque retal

31
Q

Exame físico

Tumor de Krukenberg?

A

Massa ovariana palpável

32
Q

Exame físico

Nódulo de Irish?

A

Linfonodo palpável na região axilar esquerda

33
Q

Quais síndromes paraneoplásicas podem preceder a detecção de um tumor subjacente?

A

Tromboflebite migratória superficial (síndrome de Trouseau)

Ceratose seborrêica difusa (sinal de Leser-Trelat)

Acantose nigricans

Síndrome nefrótica (nefropatia membranosa)

34
Q

Síndromes paraneoplásicas

Tromboflebite migratória superficial (síndrome de Trouseau)?

A

Tumor com um estado de hipercoagulibilidade

35
Q

Síndromes paraneoplásicas

Sinal de Leser-trelat?

A

Queratina mais espessada

36
Q

Síndrome paraneoplásicas

Acantose nigricans?

A

Hiperpigmentação em regiões de flexura (axila, virilha, pescoço, região poplítea)

37
Q

Diagnóstico?

A

EDA + biópsia: precisão de 98%

Exame baritado

38
Q

Diagnóstico

Quando indicar EDA?

A

Paciente com dispepsia e idade > 45 anos

Presença de sinais de alarme (perda ponderal, anemia, sangramento, disfagia, vômitos recorrentes, massa abdominal palpável, gastrectomia prévia, história familiar CA gástrico)

39
Q

Diagnóstico

Qual a localização mais comum do CA gástrico?

A

Mucosa da transição do corpo com o antro na pequena curvatura (incisura angularis), o mesmo local mais comum de úlcera péptica gástrica

Diagnóstico confirmado pela biópsia

40
Q

Diagnóstico

Exame baritado (SEED)?

A

Permite distinguir lesões benignas de malignas e surgerir um diagnóstico histológico

41
Q

Diagnóstico

Sinais radiológicos que sugerem malignidade?

A
  1. Lesão em massa com ou sem obstrução luminal ou ulceração;
  2. Úlcera com pregas irregulares;
  3. Úlcera com fundo irregular;
  4. Irregularidade da mucosa com perda da distensibilidade;
  5. Pregas alargadas;
  6. Massa polipoide.
42
Q

O principal estadiamento do CA gástrico se dá por qual sistema?

A

TNM

N (linfonodos acometidos): após ressecção cirúrgica de > 16 linfonodos

43
Q

Quais métodos de imagem são utilizados para estadiamento?

A

TC de abdome/tórax/pelve

RM

44
Q

Estadiamento

TC de abdome?

A

Baixa sensibilidade para T, N e metástase peritoneal

Boa acurácia para linfonodos à distância e metástase

45
Q

Estadiamento

Exames laboratoriais?

A

Hemograma: anemia

Suspeita de metástase hepática: TGO, TGP, bilirrubina total e frações

Coagulograma

Proteína total e frações

Marcadores tumorais

46
Q

Estadiamento

Principais marcadores tumorais?

A

CA 19-9: CA pâncreas, colorretal e gástrico

CA 72-4: 50% dos pacientes

CEA: 10 a 30% dos pacientes

47
Q

Estadiamento

US endoscópico?

A

Método de maior acurácia para determinar a extensão locorregional do câncer gástrico

Permite a visualização da invasão tumoral na parede gástrica (T) e dos linfonodos regionais (N)

48
Q

Estadiamento

Laparoscopia?

A

Feito de rotina nos pacientes em que os demais exames de estadiamento não revelam metástase à distância

Avaliam implantes peritoneais, ascite e lesões hepáticas

49
Q

CA gástrico precoce

Conceito?

A

Permitem identificar tumores restritos à mucosa e submucosa, independente da presença ou ausência de linfonodos regionais acometidos

50
Q

CA gástrico precoce

Epidemiologia?

A

Em países ocidentais ⇒ diagnóstico nesta fase em 10-20% casos;

Japão ⇒ diagnóstico em 40-60% casos nesta fase inicial (screening endoscópico regular na população geral assintomática).

51
Q

CA gástrico precoce

Chance de cura?

A

Supera 85%

52
Q

CA gástrico precoce

Quais são os três subtipos?

A

Tipo I ⇒ polipoide;

Tipo II ⇒ tumores planos ou de superfície minimamente elevada ou deprimida;

Tipo III ⇒ tumores associados a uma úlcera.

53
Q

CA gástrico precoce

Tratamento?

A

Padrão-ouro: cirúrgico

Mas muitos pacientes podem ser curados apenas com a ressecção endoscópica

54
Q

CA gástrico precoce

Critérios para ressecção endoscópica?

A

Tumores diferenciados sem ulceração;

T1a;

Diâmetro < 2 cm;

Borda lateral livre de neoplasia;

Profundidade livre de neoplasia.

55
Q

Opções de tratamento?

A

Cirurgia curativa

Terapia adjuvante

Terapia paliativa

56
Q

Tratamento

Quando indicar cirurgia curativa?

A

Em fases em que há ausência de metástases à distância

57
Q

Cirurgia curativa

Margem de segurança?

A

> 5 cm devido a tendência de o tumor se disseminar de forma intramural

58
Q

Cirurgia curativa

Conduta em tumores de terço distal?

A

Gastrectomia subtotal e reconstrução em Y de Roux

59
Q

Cirurgia curativa

Conduta em tumores de terço médio, corpo, cárdia ou fundo?

A

Gastrectomia total e reconstrução com anastomose de esôfago e duodeno (término-terminal ou término lateral)

60
Q

Cirurgia curativa

Quais tumores necessitam de linfadenectomia profilática regional?

A

Todos!

61
Q

Cirurgia curativa

O que determina os níveis de ressecção na linfadenectomia?

A

A localização do tumor

62
Q

Linfadenectomia

D1 ou R1?

A

Linfonodos perigástricos até 3 cm de distância das margens do tumor

63
Q

Linfadenectomia

D2 ou R2?

A

Linfonodos D1 + os que acompanham as artérias mais próximas (gástrica esquerda, esplênica e tronco celíaco)

64
Q

Linfadenectomia

D3 ou R3?

A

Linfonodos D2 + linfonodos do ligamento hepatoduodenal, cabeça do pâncreas e raiz do mesentério do delgado

65
Q

Tratamento

Quimioterapia neoadjuvante exclusiva?

A

Sem benefício

66
Q

Tratamento

Quimioterapia neoadjuvante e adjuvante?

A

Epirrubicina + cisplatina + 5-fluoracil

Ciclos 3 +3

67
Q

Tratamento

Quimiorradioterapia?

A

Aumento de sobrevida (meses a anos)

68
Q

Tratamento

Paliativo?

A

Quimioterapia:

5-fluoracil + cisplatina

Terceira droga: sem benefício

Melhor que medidas de suporte exclusivas