Aula 5: Atendimento Pré-Hospitalar Flashcards
Quais são os principais serviços de atendimento pré-hospitalar e suas características?
Os principais serviços de atendimento pré-hospitalar são o SIATE (193) e o SAMU (192). O SIATE é direcionado especificamente para traumas e foi implantado no Brasil em 1989, enquanto o SAMU atende a todas as urgências, emergências e intercorrências clínicas, sendo implantado em 2004. Ambos os serviços possuem equipes treinadas e equipadas para prestar o suporte básico e avançado de vida no local do acidente antes do transporte para o hospital.
Quais são os principais modelos de atendimento pré-hospitalar e suas diferenças?
Os principais modelos de atendimento pré-hospitalar são o modelo francês e o modelo americano. No modelo francês, o médico é a figura central e se desloca até o paciente para realizar a primeira intervenção. Já no modelo americano, o paramédico desempenha um papel central e realiza a primeira intervenção, enquanto o médico aguarda no hospital para receber o paciente. Esses modelos diferem na abordagem inicial e na distribuição de responsabilidades entre médicos e paramédicos.
Quais são as prioridades no atendimento do trauma segundo o protocolo apresentado?
As prioridades no atendimento do trauma de acordo com o protocolo apresentado são as seguintes:
- Parada cardiorrespiratória
- Parada respiratória
- Obstrução respiratória
- Traumatismo cranioencefálico (TCE)
- Trauma de tórax
- Trauma de abdome
- Grandes hemorragias
Essas são as prioridades principais que devem ser atendidas de forma imediata para garantir a estabilização da vítima e prevenir complicações graves.
Como é realizada a análise da vítima no atendimento pré-hospitalar?
A análise da vítima no atendimento pré-hospitalar é feita de forma sistematizada e inclui uma análise subjetiva primária e objetiva primária, seguida por uma análise subjetiva secundária (SAMPUM). A análise subjetiva primária envolve verificar riscos no local, relacionar a vítima ao acidente, avaliar a queixa principal, obter informações médicas relevantes, e solicitar apoio técnico. A análise objetiva primária avalia o nível de consciência, respiração, circulação, hemorragias e exposição do corpo da vítima. A análise subjetiva secundária aborda sinais e sintomas, alergias, medicamentos, histórico médico, última alimentação e mecanismos de lesões.
Quais são as principais intervenções realizadas no atendimento pré-hospitalar básico?
No atendimento pré-hospitalar básico, as principais intervenções incluem desobstrução das vias aéreas, ventilação/respiração com oxigênio, controle de hemorragias, imobilização de fraturas, avaliação neurológica, e exposição e controle da cena. Isso envolve técnicas para garantir a respiração adequada, controle de sangramento, identificação de lesões graves e preparação para o transporte seguro da vítima.
Quais são as principais intervenções realizadas no atendimento pré-hospitalar avançado?
No atendimento pré-hospitalar avançado, as principais intervenções incluem:
- Estabelecimento de vias aéreas definitivas, como intubação endotraqueal, intubação em sequência rápida ou cricotireoidostomia, em casos de obstrução da via aérea ou comprometimento grave da ventilação.
- Avaliação e tratamento de problemas respiratórios, como pneumotórax, hemotórax, contusão pulmonar, tórax flácido e ferimentos penetrantes.
- Controle da circulação através de acesso venoso para infusão de fluidos e medicação, realização de pericardiocentese, massagem cardíaca e outras medidas para estabilizar a circulação sanguínea.
- Avaliação neurológica mais detalhada, incluindo a verificação das pupilas e o uso da Escala de Coma de Glasgow para determinar o estado neurológico da vítima.
- Preparação para transporte aéreo em casos de locais de difícil acesso, tempo de deslocamento elevado, e outras situações que demandem transporte rápido e especializado.
Como é realizada a análise do pulso durante o atendimento pré-hospitalar e o que cada resultado pode indicar?
Durante o atendimento pré-hospitalar, a análise do pulso é realizada para avaliar o estado circulatório da vítima. Os resultados podem indicar o seguinte:
- Pulso radial presente: pressão arterial sistólica (PAS) acima de 80 mmHg.
- Pulso femoral presente, radial ausente: PAS acima de 70 mmHg.
- Pulso carotídeo presente, radial e femoral ausentes: PAS acima de 60 mmHg.
- Pulso entre 100 e 120 bpm: indica possível estado de choque.
- Pulso maior que 120 bpm: sinal definitivo de choque.
- Pulso maior que 140 bpm: estado crítico.
- Enchimento capilar maior que 2 segundos indica um problema circulatório e possivelmente um estado de choque.
Quais são as características dos diferentes tipos de ambulâncias utilizadas no atendimento pré-hospitalar?
As características dos diferentes tipos de ambulâncias utilizadas no atendimento pré-hospitalar são as seguintes:
- Ambulância para atendimento avançado: possui equipe composta por médicos, enfermeiros, socorristas, auxiliares e técnicos de enfermagem. Possui equipamentos para intervenções avançadas, como via aérea definitiva e cirúrgica, toracotomias, acesso venoso, cardioversão, medicações e monitorização.
- Ambulância para atendimento básico: equipe formada por socorristas, auxiliares e técnicos de enfermagem. Equipada para intervenções básicas, como vias aéreas, aspiração, imobilização, ventilação, controle de hemorragias e monitorização.
Quais são os principais objetivos da regulação médica no atendimento pré-hospitalar?
Os principais objetivos da regulação médica no atendimento pré-hospitalar são:
- Triagem e avaliação do tipo de acidente, número de vítimas, estado de consciência, presença de vítimas presas, ejeção, óbitos, riscos ambientais e outras situações que podem impactar o atendimento.
- Garantir que os recursos necessários e suficientes sejam alocados para atender a demanda.
- Controlar o atendimento por rádio ou telefone, despachar recursos adicionais quando necessário e coordenar o plano de atendimento em casos de catástrofes.
- Identificar a necessidade de atendimento básico ou avançado, selecionar o hospital mais adequado e coordenar o transporte da vítima de forma eficiente e segura.
Quais são os principais tipos de atendimento pré-hospitalar disponíveis no Brasil e suas características?
Os principais tipos de atendimento pré-hospitalar disponíveis no Brasil são o SIATE (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) e o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Suas características incluem:
- SIATE (193): É um serviço voltado para o atendimento de traumas, implantado em 1989 a partir de estudos da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). É o terceiro serviço pré-hospitalar do Brasil e tem foco em traumas físicos.
- SAMU (192): Programa federal implantado pela portaria GM 1828 em 2004, destinado a todas as urgências e emergências, incluindo intercorrências clínicas e não apenas traumas. O SAMU atende uma gama mais ampla de situações médicas de emergência.
Quais são os modelos principais de atendimento pré-hospitalar e suas características?
Os modelos principais de atendimento pré-hospitalar são o modelo francês e o modelo americano. Suas características são:
- Modelo francês: Nesse modelo, o médico desempenha um papel central e se desloca até o paciente para realizar as intervenções necessárias. Esse é o modelo adotado no Brasil, onde equipes médicas, muitas vezes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, são enviadas para o local da ocorrência.
- Modelo americano: Nesse modelo, a figura central é o paramédico, que realiza as primeiras intervenções no local da ocorrência. O paciente é estabilizado pelo paramédico, e posteriormente, se necessário, é encaminhado para o médico no hospital. Esse modelo segue a filosofia de que a intervenção inicial deve ser rápida e realizada pelo paramédico para garantir a estabilização do paciente.
Quais são as prioridades no atendimento do trauma durante o atendimento pré-hospitalar?
As prioridades no atendimento do trauma durante o atendimento pré-hospitalar são:
1. Parada cardiorrespiratória.
2. Parada respiratória.
3. Obstrução respiratória.
4. Traumatismo cranioencefálico (TCE).
5. Trauma de tórax.
6. Trauma de abdome.
7. Grandes hemorragias.
Como é realizada a análise da vítima durante o atendimento pré-hospitalar?
A análise da vítima durante o atendimento pré-hospitalar é realizada em duas etapas principais: análise subjetiva primária e análise objetiva primária.
- Análise subjetiva primária: Nesta fase, os socorristas verificam se o local apresenta riscos para a equipe ou para a vítima, como vazamentos de substâncias perigosas. Eles também relacionam a vítima ao acidente ocorrido, avaliam a queixa principal da vítima, observam o relato de testemunhas para triagem, tentam obter informações sobre o histórico médico da vítima (medicamentos em uso, alergias, etc.) e solicitam o apoio técnico adequado.
Quais são as prioridades secundárias no atendimento pré-hospitalar?
As prioridades secundárias no atendimento pré-hospitalar são:
- Trauma de coluna: Lesões na coluna que podem levar a danos neurológicos graves se não forem tratadas adequadamente.
- Trauma de bacia: Lesões na região da bacia que podem causar hemorragias internas e danos a órgãos internos.
- Grandes queimados: Vítimas com queimaduras extensas que requerem cuidados especiais devido ao risco de infecções e choque térmico.
- Fratura de fêmur: Fraturas graves que podem levar a complicações circulatórias e necessitam de imobilização adequada.
Essas são situações que não representam uma ameaça imediata à vida, mas ainda assim necessitam de atenção e intervenção durante o atendimento pré-hospitalar.
Quais são as prioridades terciárias no atendimento pré-hospitalar?
As prioridades terciárias no atendimento pré-hospitalar são:
- Ferimentos: Avaliação e tratamento de ferimentos que não representam risco imediato à vida, mas que podem causar complicações se não forem tratados adequadamente.
- Fraturas de extremidades: Fraturas em membros que requerem imobilização e cuidados para evitar danos adicionais.
- Pequenos queimados: Queimaduras menores que necessitam de cuidados para prevenir infecções e acelerar a cicatrização.
O que é a Escala de Coma de Glasgow (ECG)?
A Escala de Coma de Glasgow é uma ferramenta amplamente utilizada na avaliação neurológica de pacientes que apresentam comprometimento do estado de consciência, especialmente após lesões cerebrais traumáticas ou em casos de acidente vascular cerebral (AVC). Ela é composta por três componentes principais: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
Quais são os três principais aspectos avaliados pela Escala de Glasgow?
Os três principais aspectos avaliados são:
- Abertura ocular: Esta parte da escala mede a capacidade do paciente de abrir os olhos de forma espontânea ou em resposta a estímulos externos.
- Resposta verbal: Avalia a capacidade do paciente de se comunicar verbalmente, respondendo perguntas ou seguindo comandos verbais.
- Resposta motora: Verifica a capacidade do paciente de realizar movimentos motores voluntários e a resposta a estímulos motores externos.
Quais são as pontuações possíveis para a abertura ocular na ECG?
A abertura ocular é pontuada de 1 a 4 pontos:
- 4 pontos: Abertura ocular espontânea.
- 3 pontos: Abertura ocular em resposta a estímulos verbais.
- 2 pontos: Abertura ocular em resposta a estímulos dolorosos.
- 1 ponto: Ausência de abertura ocular.
- Como é pontuada a resposta verbal na ECG?
A resposta verbal é classificada de 1 a 5 pontos:
- 5 pontos: Resposta verbal orientada e adequada.
- 4 pontos: Resposta confusa, porém compreensível.
- 3 pontos: Resposta verbal inapropriada.
- 2 pontos: Emissão de sons incompreensíveis.
- 1 ponto: Ausência de resposta verbal.
Explique as pontuações para a resposta motora na ECG.
A resposta motora é pontuada de 1 a 6 pontos:
- 6 pontos: Resposta motora normal, o paciente segue comandos.
- 5 pontos: Resposta localizadora à dor.
- 4 pontos: Flexão anormal em resposta à dor (decorticação).
- 3 pontos: Extensão anormal em resposta à dor (descerebração).
- 2 pontos: Resposta motora em flexão (decerebração extensora).
- 1 ponto: Ausência de resposta motora.
Essas pontuações são somadas para fornecer a pontuação total na Escala de Coma de Glasgow, que pode variar de 3 a 15 pontos. Quanto menor a pontuação, maior é a gravidade do comprometimento do estado de consciência do paciente.
Como interpretar a pontuação total na ECG?
Pontuação de 13 a 15: Indica um estado de consciência normal ou levemente comprometido. O paciente está alerta e responde adequadamente aos estímulos.
- Pontuação de 9 a 12: Sugere um estado de consciência moderadamente comprometido. O paciente pode estar confuso, desorientado ou apresentar dificuldades na resposta aos estímulos.
- Pontuação de 8 ou menos: Reflete um estado de consciência severamente comprometido. O paciente pode estar em coma ou apresentar respostas mínimas aos estímulos.
Qual é a importância clínica da ECG?
A ECG é uma ferramenta crucial para avaliar a gravidade das lesões cerebrais, orientar o manejo clínico e monitorar a evolução do estado de consciência ao longo do tempo. É amplamente utilizada em unidades de emergência, UTIs, centros de trauma e em ambientes hospitalares para guiar decisões terapêuticas.
Quais são os benefícios de utilizar a ECG na prática clínica?
- Padronização: Oferece uma maneira objetiva e padronizada de avaliar o estado de consciência, facilitando a comunicação entre os profissionais de saúde.
- Monitoramento: Permite monitorar a progressão ou regressão do estado de consciência ao longo do tratamento.
- Tomada de decisão: Auxilia na tomada de decisões clínicas, como a necessidade de intervenções urgentes, avaliação de lesões cerebrais e prognóstico do paciente.
Quais são as limitações da ECG?
- Não avalia todas as funções cerebrais: A ECG se concentra principalmente na resposta motora, verbal e ocular, mas não avalia aspectos mais complexos da função cerebral, como a cognição.
- Não substitui a avaliação clínica completa: É importante realizar uma avaliação clínica abrangente para entender completamente o estado do paciente.
- Interferências: Alguns fatores, como sedação, paralisia muscular ou lesões faciais, podem interferir na pontuação da ECG.
Como a ECG pode ser utilizada em diferentes contextos clínicos?
A ECG é utilizada em uma variedade de situações clínicas, incluindo:
- Traumatismo cranioencefálico (TCE): Avaliação inicial e monitoramento da resposta do paciente.
- Acidente vascular cerebral (AVC): Avaliação do comprometimento neurológico e monitoramento da evolução.
- Estado pós-operatório: Monitoramento da recuperação da consciência após procedimentos cirúrgicos.
- Paradas cardiorrespiratórias: Avaliação do estado neurológico após ressuscitação.
Essas aplicações demonstram a versatilidade e a importância clínica da Escala de Coma de Glasgow em diferentes cenários médicos.