Aula 01 - II Flashcards
O que preconiza o art. 76 da Lei 9099/95?
O que é transação penal?
- acordo penal estabelecido entre o titular da ação penal e o autor do fato;
- autor do fato concorda em cumprir imediatamente uma pena não privativa de liberdade (multa ou pena restritiva de direitos);
- não deflagração da ação penal.
Quem deve acompanhar o autor do fato para que possa realizar-se a ação penal?
Um advogado ou defensor público.
Porque a transação penal é um exemplo de mitigação ao princípio da obrigatoriedade?
Na esfera dos Juizados Especiais Criminais, ainda que preenchidos os requisitos legais para o ajuizamento de uma ação penal (indícios de autoria e prova da materialidade delitiva), o Promotor de Justiça pode deixar de oferecer a denúncia e oferecer a proposta de transação penal.
Em que consiste o princípio da discricionariedade regrada?
Preenchidos os pressupostos legais, o representante do Ministério Público pode, movido por critérios de conveniência e oportunidade, deixar de oferecer a denúncia e propor um acordo penal com o autor do fato, ainda não acusado.
Tal discricionariedade, contudo, não é plena, ilimitada, absoluta, pois depende de estarem preenchidos os requisitos legais, daí ser chamada pela doutrina “discricionariedade regrada”.
Quais são os pressupostos para a transação penal?
- infração penal de menor potencial ofesivo;
- não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado;
- não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
- não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela transação penal;
- antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias do delito favoráveis ao agente;
- aceitação da proposta por parte do autor da infração de menor potencial ofensivo e de seu advogado (constituído ou dativo) ou defensor público.
Em que consiste a infração penal de menor potencial ofensivo?
Por que o não arquivamento do termo circunstanciado é um dos pressupostos para a transação penal?
Se o autor do fato tiver sido condenado à pena de prisão simples pela prática de contravenção penal?
Pode ser concedida a transação penal, porquanto o autor da infração não pode ter sido condenado pela prática de crime por sentença irrecorrível.
Pode fazer jus à transação penal alguém condenado à pena de multa/restritiva de direitos por sentença irrecorrível?
A resposta é positiva. Afinal de contas o art. 76, §2º, I, da Lei 9099/95 coloca como obstáculo aqueles condenados à pena privativa de liberdade.
O acordo de transação penal implica no reconhecimento de culpabilidade?
Não.
- não houve enfrentamento do mérito do fato;
- não existe/existiu processo criminal.
Quais os efeitos da transação penal?
- não constará da certidão de antecedentes criminais e não terá efeitos civis;
- impedimento de celebração de novo acordo nos próximos 5 anos.
É possível o confisco de bens numa transação penal?
Tendo havido transação penal e sendo extinta a punibilidade, ante o cumprimento das cláusulas nela estabelecidas, é ilegítimo o ato judicial que decreta o confisco do bem (motocicleta) que teria sido utilizado na prática delituosa. O confisco constituiria efeito penal muito mais gravoso ao aceitante do que os encargos que assumiu na transação penal celebrada (fornecimento de cinco cestas de alimentos).
Correto.
Por que antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias do delito favorais ao agente são pressupostos para a transação penal?
As circunstâncias judiciais devem ser favoráveis ao agente para que a proposta de transação penal seja ofertada pelo titular da ação penal, conforme art. 76, § 2º, III, da Lei 9099/95.
Por que aceitação da proposta por parte do autor da infração de menor potencial ofensivo e de seu advogado (constituído ou dativo) ou defensor público é pressuposto para a transação penal?
O autor da infração penal de menor potencial ofensivo pode recusar a transação penal e ter como objetivo a obtenção de uma sentença absolutória.
E se houver divergência entre autor do fato e advogado?
Deve prevalecer a vontade do autor do fato, aplicando-se subsidiariamente o quanto disposto na Lei dos Juizados em relação à suspensão condicional do processo, que prevê expressamente que se o acusado não aceitar a proposta, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Qual o pressuposto é exige à mais para o crimes ambientais de menor potencial ofensivo?
A prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de comprovada impossibilidade, conforme art. 27 da Lei 9605/98.
A transação penal tem cabimento para quais ações?
- ações penais públicas (incondicionadas e condicionadas);
- ações de penais de iniciativa privada.
Quem tem legitimidade para oferecer a transação penal nas ações penais públicas?
Ministério Público, titular da ação penal pública, consoante preconiza o art. 129, I, da Constituição Federal.
Quem tem legitimidade para oferecer a transação penal nas ações penais privadas?
É do querelante, ou seja, é do titular da ação penal de iniciativa privada. Essa é a posição do Superior Tribunal de Justiça.
A transação penal, assim como a suspensão condicional do processo, não se trata de direito público subjetivo do acusado, mas sim de poder-dever do Ministério Público (Precedentes desta e. Corte e do c. Supremo Tribunal Federal).
Correto.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a aplicação da transação penal às ações penais privadas. Nesse caso, a legitimidade para formular a proposta é do ofendido, e o silêncio do querelante não constitui óbice ao prosseguimento da ação penal.
Correto.
Qual é o procedimento a ser adotado se, embora preenchidos os requisitos legais, o titular da ação penal privada se recusar a apresentar proposta de transação penal ao autor da infração de menor potencial ofensivo?
Qual é o procedimento a ser adotado se, embora preenchidos os requisitos legais, o titular da ação penal pública se recusar a apresentar proposta de transação penal ao autor da infração de menor potencial ofensivo?
O juiz pode de ofício propor a transação penal?
Qual é o momento para propor a transação penal?
Em regra, é oferecida antes do início do processo.
Quais são as outras duas hipóteses para proposição da transação penal?
- desclassificação para um crime de menor potencial ofensivo;
- procedência parcial da pretensão punitiva.
O acordo de transição penal gera coisa julgada material?
Não, embora homologado, sendo uma decisão de natureza homologatória.
Qual o procedimento a ser tomado caso ocorra o descumprimento injustificado da transação penal?
- retorno ao status quo;
- titular da ação penal (MP ou ofendido) pode oferecer a pesa acusatória ou pode ser deflagrada a instauração de inquérito policial;
- a persecução penal pode retomar o seu curso normal.
O que preconiza a Súmula Vinculante de nº 35?
Qual recurso é cabível da decisão que homologa a transação penal?
Recurso de apelação, no prazo de 10 dias.
Pode-se oferecer transação penal quando há concurso de infrações penais de menor potencial ofensivo?
Sim, entretanto, o resultado desse concurso deve obedecer ao limite de dois anos para ser concedida a transação penal.
Bem como não será da competência do juizado especial criminal.
Qual a análise do cabimento da transação penal para o concurso formal?
Emprega-se a ½ - metade - (fração máxima).
Qual a análise do cabimento da transação penal para o crime continuado?
2/3.
A despeito dos delitos em apuração serem de menor potencial ofensivo, devese considerar a soma das penas máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, na hipótese de crime continuado ou concurso formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afastase a competência do Juizado Especial Criminal.
Correto.
Para a definição da competência do juizado especial criminal no concurso material de crimes, a soma das penas máximas cominadas para cada crime não pode exceder a dois anos.
A alternativa está correta. Como vimos, para analisar a competência do JECRIM e a análise da transação penal leva-se em consideração o resultado do concurso de crimes.
O que preconiza o art, 77, caput, da Lei 9099/95?
Se não houver necessidade de diligências imprescindíveis a serem feitas no rito sumaríssimo, como pode ser ofertada a peça acusatória (denúncia e queixa-crime)?
- de maneira verbal;
- arrolando-se até 5 testemunhas.
Por que a peça acusatória deve ser reduzida a termo?
Como forma de garantir ao acusado a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Em qual circusntância o MP deverá oferecer denúncia oral?
- autor não comparecer na audiência preliminar;
- autor não aceita proposta de transação penal.
Quando o oferecimento da denúncia prescindir-se-à do exame de corpo de delito?
Quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1º, da Lei 9099/95).
Qual procedimento deve ser tomado se a complexidade ou circunstâncias do caso não permititrem a formulação da denúncia?
O Ministério Público poderá requerer ao juiz o encaminhamento das peças existentes ao Juízo comum para adoção do rito sumário (art. 77, §2º, da Lei 9099/95).
Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo acima, ou seja, encaminhamento das peças ao Juízo comum, que seguirá o rito sumário.
Correto.
Em regra, como será feita a citação nos juizados especiais criminais?
De nodo pessoal.
Quais são as formas de citação no juizado?
Quando ocorrerá a citação pessoal por mandado?
Somente ocorrerá se o autor dos fatos não comparecer na sede do Juizado Especial Criminal, art. 66, caput, da Lei 9099/95.
Há citação por edital no juizado especial criminal?
Cabe citação por hora certa nos Juizados Especiais?
A citação por hora certa exige quais requisitos?
Iniciado o processo perante o Juizado Especial Criminal, com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, e justificada a ausência de proposta porque o réu estava foragido, não se apresenta adequado o uso da citação por hora certa, como meio idôneo para chamar o acusado para a audiência de instrução e julgamento.
Correto.
O que é defesa preliminar?
É uma peça apresentada pela defesa técnica do acusado entre o oferecimento da denúncia e o recebimento da peça exordial, com o escopo de reagir à acusação.
O que se isntaura com a defesa preliminar?
Um contraditório prévio ao juízo de admissibilidade da peça acusatória.
O que preconiza o art. 81, caput, da Lei 9099/95?
Apresentada a defesa preliminar, ainda assim será necessária a apresentação de resposta à acusação?
É possível a absolvição sumária no Juizado Especial Criminal?
É cabível a absolvição sumária no Juizado Especial Criminal, com fundamento no art. 394, §4º, do CPP.
Em sede de juizado especial criminal, quando o rol de testemunhas deve ser apresentado?
Deve ser apresentado pela defesa dentro do prazo de 5 dias antes da realização da audiência de instrução, sob pena de o Juizado ficar dispensado de intimá-las (art. 78, §1º, da Lei 9099/95).
Quem tem competência para apreciar os meios recursais em sede dos juizados especiais criminais?
Turmas Recursais, que é composta por juízes de primeiro grau de jurisdição.
O que é turma recursal?
É um órgão colegiado formado por juízes de primeiro grau que tem competência para julgar os recursos na esfera dos Juizados Especiais Criminais.
Turma recursal é tribunal?
Não.
O que será julgado pela turma recursal?
Apenas julgará os recursos em face de decisões proferidas em sede dos Juizados Especiais Criminais.
A turma recursal analisa recursos advindos dos juizados da violência doméstica e familiar contra a mulher?
Não, os recursos interpostos de decisões proferidas nas Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher serão analisados pelo Tribunal de Justiça.
No âmbito dos Juizados Especiais criminais, não se exige a intimação pessoal do defensor público, admitindo-se a intimação na sessão de julgamento ou pela imprensa oficial (precedentes do STF e do STJ).
Correto.
É possível a interposição de outros recursos?
O que preconiza o art. 82 da Lei 9099/95?
Quais são as hipóteses de cabimento de apelação nos Juizados Especiais Criminais?
- setença absolutória ou condenatória;
- da rejeição da peça acusatória;
- da decisão homologatória da transação penal.
Qual recurso é cabível contra sentença absolutória ou condenatória?
É cabível o recurso de apelação (art. 82 da Lei nº 9099/95).
Qual recurso é cabível contra decisão que rejeita peça acusatória?
É a apelação, sendo obrigatória a intimação da parte adversa para apresentar contrarrazões no prazo de 10 dias (art. 82, §2º, da Lei 9099/95).
O que preconiza a súmula 707 do STF?
Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
Qual recurso é cabível contra decisão homologatória da decisão penal?
Apelação, conforme art. 76, § 5º da Lei 9099/95.
Qual é o prazo para interposição de apelação no JECRIM?
O prazo é de 10 dias (art.82, §1º, da Lei nº 9099/95).
A apelação deve ser conhecida se a parte interpõe o recurso de apelação desacompanhado das razões recursais?
A não apresentação das razões recursais não impede o conhecimento do recurso de apelação interposto de modo tempestivo.
Sendo a apelação, também no rito da Lei nº 9.099/95, uma espécie de recurso, a ausência ou intempestividade das razões, não induzem ao não-conhecimento da apelação interposta.
Correto.
Diante da inércia da defesa na apresentação das devidas razões recursais, em homenagem ao princípio da ampla defesa e contraditório, é imprescindível a intimação do réu, oportunizando a constituição de novo defensor.
Correto.
Mediante recurso extraordinário, o que compete ao STF julgar?
As causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
- contrariar dispositivo desta Constituição;
- declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
- julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
- julgar válida lei local contestada em face de lei federal.