APENDICITE Flashcards

1
Q

APENDICITE

A

INFLAMAÇÃO DO APENDICE VERMIFORME

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2
Q

APENDICITE É A CAUSA MAIS COMUM DE ABDOME…

A

ABDOME AGUDO NÃO TRAUMATICO

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3
Q

EPIDEMIOLOGIA

A

8% DA POPULAÇÃO.
> NOS JOVENS ENTRE 10 E 30 ANOS.
>MASCULINO
POUCOS CASOS EM CRIANÇAS E IDOSOS, MAS QUANDO OCORRE COSTUMA SER MAIS GRAVE.

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4
Q

ANATOMIA DO APENDICE VERMIFORME

A

LOCALIZAÇÃO DA PONTA DO APENDICE:

  • ORGÃO OCO DE FORMA TUBULAR
  • MEDE DE 2 A 20 CM COM MEDIA DE 9CM.
  • PRESENTA UM MESOAPENDICE QUE CONFERE MOBILIDADE E VASCULARIZAÇÃO PELA ART E VEIA APENDICULAR.
  • RETROCECAL >75%
  • PELVICO ~25%
  • PRE-ILEAL
  • RETROPERITONIO 7%
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5
Q

ETIOPATOGENIA

A

LUMINAL:

  • > FECALITOS
  • PARASITOS
  • BARIO ESPESSO
  • SEMENTES
  • CORPOS ESTRANHOS…

PARIETAL:

  • HIPERPLASIA LINFOIDE.
  • TUMOR
# EXTRAPARIETAL:
-COMPRESSÃO POR TUMOR.
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6
Q

FISIOPATOLOGIA DA APENDICITE

A

OBSTRUÇÃO LUMINAL DE ALÇA FECHADA QUE LEVA AO ACUMULO DE SECREÇÃO E ESTASE, TENDO COMO CONSEQUENCIA O CRESCIMENTO BACTERIANO PRINCIPALMENTE POR E.COLI E B.FRAGILIS.
O AUMENTO DA PRESSÃO INTRALUMINAL E A DISTENÇÃO DO ORGÃO COMPROMETE NÃO SÓ A DRENAGEM LINFATICA E VENOSA MAS TAMBÉM A IRRIGAÇÃO ARTERIAL, RESULTANDO EM ISQUEMIA, NECROSE E ATÉ A PERFURAÇÃO QUE OCORRE ~48HRS DO INICIO DOS SINTOMAS.

  • PARA BLOQUEAR A PERFURAÇÃO, O INTESTINO DELGADO E OMENTO PODEM BLOQUEAR A PERFURAÇÃO, FORMANDO UM PLASTRON APENDICULAR E UM ABCESSO LOCALIZADO PERIAPENDICULAR.
  • SE NÃO SE FORMA O PLASTRON APENDICULAR, A SECREÇÃO CAI DIRETAMENTE NA CAVIDADE PERITONEAL, LEVANDO A UMA PERITONITE GENERALIZADA COM MULTIPLOS ABCESSOS INTRAPERITONEAIS (PELVE, ALÇAS, SUB-HEPATICO, SUBDIAFRAGMATICO…) E CHOQUE SEPTICO.
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7
Q

COMO EXPLICAR A DOR DA APENDICITE?

A

A DOR QUE INICIALMENTE É MAL LOCALIZADA EM EPIGASTRIO E OU MESOGASTRIO SE DEVE A DISTENÇÃO DO APENDICE, COM ESTIMULAÇÃO DE FIBRAS AFERENTES VICERAIS (DOR VISCERAL), TIPICO DA FASE INICIAL DO DA APENDICITE.

ALGUMAS HORAS DEPOIS A DOR MIGRA PARA FOSSA ILIACA DIREITA, ISSO QUANDO O PROCESSO INFLAMATORIO CHEGA A CAPA SEROSA E AO ENCOSTAR DO PERITONIO PARIETAL, OCORRE ESTIMULAÇÃO AFERENTE PARIETAL, QUE AGORA GERA UMA DOR LOCALIZADA, INTENSA E AGRAVADA PELA COMPRESSÃO E DESCOMPRESSÃO DA FID.

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8
Q

QUADRO CLINICO TIPICO DA APENDICITE

A

CRONOLOGIA DE MURPHY:

INICIA COM DOR ABDOMINAL AGUDA INESPECIFICA EM EPIGASTRIO OU MESOGASTRIO, DE MODERADA INTENSIDADE, QUE LOGO É ACOMPANHADA DE ANOREXIA, NAUSEAS E ATÉ VOMITOS.
~12HRS DEPOIS A DOR MIGRA PARA FID, NO PONTO DE MC BURNEY.

PACIENTE TAMBÉM PODE APRESENTAR ALGUMA ALTERAÇÃO NO HABITO INTESTINAL COMO:

  • CONSTIPAÇÃO
  • DIARREIA
  • VOMITOS
  • FEBRE GERALMENTE <38,3°C, EXCETO EM COMPLICAÇÕES COMO O ABCESSO.
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9
Q

EM ALGUNS PACIENTES PODE APARECER MANIFESTAÇÕES ATIPICAS DEPENDENDO DA POSIÇÃO ANATOMICA DO APENDICE: QUE TIPOS?

A
  • NÃO TEM ANOREXIA E CONTINUA COMENDO.
  • PROXIMO A BEXIGA: MANIFESTAÇÕES URINARIAS E HEMATURIA MICROSCOPICA.
  • PELVICO: DOR AO TATO RETAL E GINECOLOGICO.
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10
Q

QUANDO OCORRE A PERFURAÇÃO DO APENDICE, PODE OCORRER DUAS SITUAÇÕES DISTINTAS E QUADRO CLINICO DISTINTOS

A

1) PERFURAÇÃO BLOQUEADA COM FORMAÇÃO DE PLASTRON E ATÉ ABECESSO PERIAPENDICULAR:
#CLINICA:
POUCO ASINTOMATICO, COM DOR EM FID E PLASTRÓN PALPAVEL.

2)PERFURAÇÃO LIVRE PARA O PERITONEO:
#CLINICA: PERITONITE GENERALIZADA COM SINAL DE GUENEAL DE MUSSY, DOR ABDOMINAL DIFUSA DE GRANDE INTENSIDADE, COM ABDOME EM TABUA E TEMPERATURA ELEVADA (39 A 40°C), COM O PACIENTE PODENDO EVOLUIR PARA SEPSE.
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11
Q

EXAME FISICO DA APENDICITE

A

SINAIS IMPORTANTES

  • PACIENTE IMOVEL NO LEITO.
  • FEBRIL >38°C
  • ABDOME SENSIVEL A PALPAÇÃO, PRINCIPALMENTE NO PONTO DE MC BURNEY, COM DEFESA ABDOMINAL.

-BLUMBERG:
-ROVINSK:
- DUNPHY:
-PSOAS: (DOR A ESTENSÃO DA PERNA DIREITA SEGUIDA DE ABDUÇÃO.)
-OBTURADOR: (DOR A ROTAÇÃO INTERNA DA PERNA DIREITA FLEXIONADA)
-LAPINKY: (DOR A COMPRESSÃO DA FID ENQUANTO O PACIENTE ELEVA O MID ESTICADO)
-LENANDER: (T° RETAL >1°C DA AXILAR)

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12
Q

APENDICITE NA CRIANÇA

A

GERALMENTE É UM QUADRO ATIPICO COM:

  • FEBRE ALTA
  • LETARGIA
  • VOMITOS INTENSOS
  • DIARREIAS FREQUENTES.
  • VARIAS VEZES O DX É TARDIO, PRINCIPALMENTE EM <2 ANOS (IDADE INCOMUM)
  • A PERFURAÇÃO É MUITO COMUM.
  • O OMENTO AINDA NÃO É CAPAZ DE CONTER A PERFURAÇÃO, SENDO ENTÃO COMUM A PERITONITE GENERALIZADA E MAIOR MORBIMORTALIDADE.
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13
Q

APENDICITE NO IDOSO

A

IGUAL QUE NA CRIANÇA, O QUADROS COSTUMAM SER MAIS GRAVES COM CLINICA ATIPICA E DX TARDIO.

  • T° NORMAL OU POUCO ELEVADA.
  • DOR ABDOMINAL É MAIS INSIDIOSA.
  • MAIOR TAXA DE PERFURAÇÃO, MAIS AINDA QUE NA CRIANÇA.
  • GRANDE MORTALIDADE.
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14
Q

APENDICITE NA GESTANTE

A

EMERGENCIA CIRURGICA EXTRAUTERINA MAIS COMUM.

  • MAIS COMUM NOS 2 PRIMEIROS TRIMESTRES.
  • O DX PRINCIPALMENTE DEPOIS DO 5° MES É UM POUCO DIFICULTOSO, DEVIDO AO DESLOCAMENTO DO APENDICE PELO UTERO, E PELOS SINTOMAS DA GESTAÇÃO COMO NAUSEAS, VOMITOS E DOR ABDOMINAL.
  • O LEUCOGRAMA TAMBÉM TEM POUCO VALOR POR SER COMUM A LEUCOCITOSE EM GRAVIDAS.
  • O VHS TAMBÉM AUMENTA EM GRAVIDAS.
  • POR ESSES MOTIVOS VARIAS VEZES O DX É TARDIO.

A APENDICECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA É MAIS INDICADA NO 2° TRIMESTRE, SENDO ANTES DISSO MAIS RECOMENDADA A LAPAROSCOPIA ABERTA.

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15
Q

APENDICITE NO PACIENTE COM HIV

A

FECALITO E HIPERPLASIA LINFOIDE AINDA É SÃO AS CAUSAS MAIS COMUNS.

  • PORÉM DEVIDO A IMUNUSUPRESSÃO OUTRAS CAUSAS PODEM SER ATRIBUIDAS:
  • LINFOMA NÃO HODGKIN
  • SARCOMA DE KAPOSI
  • CRYPTOSPORIDIUM
  • CITOMEGALOVIRUS

O PACIENTE COM HIV, PODE APRESENTAR ALTERAÇÕES ABDOMINAIS CRONICAS COMO ALTERAÇÃO DO TRANSITO INTESTINAL, PODENDO LEVAR A UM DX TARDIO E PERFURAÇÃO.
A INCIDENCIA DE COMPLICAÇÃO NESSE PACIENTE É INVERSAMENTE PROPORCIONAS A CONTAGEM DE CD4.

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16
Q

O PREÇO PAGO NO DX TARDIO DA APENDICITE

A

COMPLICAÇÕES, SENDO A PERFURAÇÃO A MAIS GRAVE.

17
Q

APENDICITE CRONICA OU RECORRENTE, EXISTE?

A

ALGUNS AUTORES DISCORDAM, MAS A LITERATURA DESCREVE QUE A APENDICITE CRONICA SE CARACTERIZA POR SURTOS INTERMITENTES DE DOR ABDOMINAL EM FID, SEM A PRESENÇA DE IRRITAÇÃO PERITONEAL.
-É MAIS COMUM EM CRIANÇAS.
-OCORRE POR OBSTRUÇÃO PARCIAL INTERMITENTE DA LUZ APENDICULAR.
#OS CRITERIOS DE DX SÃO:
-HISTORIA DE ATAQUES DE DOR RECORRENTE NA FID A MAIS DE 1 MES.
-SENSIBILIDADE A PALPAÇÃO NA FID SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL.
-ACHADOS RADIOLOGICOS NO ESTUDO BARITADO QUE VARIAM DE PREENCHIMENTO INCOMPLETO ATÉ A NÃO VISUALIZAÇÃO DO APENDICE APÓS 24 HORAS DE CONTRASTE E AINDA O NÃO ESVAZIAMENTO DO CONTRASTE DO APENDICE APÓS 72H.
-NESSE CASO A TC É MUITO UTIL POIS EVIDENCIA O APENDICE DISTENDIDO.

18
Q

FASES DA FISIOPATOLOGIA DA APENDICITE

A

1) FASE CONGESTIVA OU CATARRAL
2) FASE FLEGMONOSA OU SUPURATIVA
3) FASE GANGRENOSOSA OU NECROTICA
4) FASE PERFURADA

19
Q

DX DA APENDICITE

A

É clinico !!!!!!

1) ANAMNESE
(cronologia de murphy- dor adominal difusa, anorexia, nauseas, vomitos, migração da dor para FID, irritação peritoneal e >sexo masculino, também pode ter massa palpável em FID)

2) ECTOSCOPIA
(facie dolorosa, paciente imovel em leito…)

3) EX FISICO
(sinais tipicos)

4) EXAMES COMPLEMENTARIOS SOMENTESE NECESSARIO EM CASOS ATIPICOS E DUVIDOSOS.
- Hemograma (leucocitose baixa de 10000 a 15000 c/mm3 ou em casos mais graves neutrofilia com desvio a esquerda. >20000 sugere perfuração).
- VHS: >
- no apendice proximo ao ureter ou bexiga (hematuria ou piuria, mas sem bacterias)
- RX: pode ser útil no dx diferencial de litíase urinaria, obstrução intestinal ou ulcera perfurada.
- USG: pouco util em grande distenção abdominal e ou obesos. no caso do sinal da imagem em alvo, é bem sugestivo.
- TC: método mais sensível mas somente recomendada em casos duvidosos, e os achados sugestivos são: (inflamação periapendicular, abcesso, coleção de liquido, edema, fleimão, espessamento do apêndice, distensão com diamentro >7mm, borramento da gordura mesenterica, fecalitos…)
- Videolaparoscopia: ( pode ser usada somente quando o dx é inconclusivo mesmo depois do uso de usg e ou TC).

20
Q

Escala de Alvarado modificada

A
  • anorexia
  • dor a descompressão na FID
  • dor a compressão na FID
  • febre
  • leucocitose
21
Q

Dxs diferencias de apendicite

A

-linfadenite mesenterica.
-DIP
-ruptura de foliculo ovariano.
-cisto ovariano torcido
-gastroenterite aguda.
-intussuscepção intestinal.
-anexite
-salpingite
-gavidez tubarica rota
-diverticulo de Merckel
-apendajitis
-colico renal
-colecistite
-abcesso do m.psoas

22
Q

linfadenitis mesenterica

A
  • é a mais confundida com apendicite em crianças, principalmente em idade escolar.
  • ocorre após episodio de IVAS ou uma gastroenterite.
  • paciente apresenta dor abdominal em FID, com discreta defesa defesa voluntaria.
  • também náuseas, vômitos, porém menos intensos que na apendicite.
  • pode estar acompanhada de linfadenopatia generalizada.
  • a usg de abdome identifica linfonodos aumentados no mesentério do íleo, espessamento da parede ileal, e apêndice normal.
23
Q

principais dxs diferenciais em pré-escolares

suas clinicas tb

A
  • intussuscepção intestinal. (dor tipo cólico, intermitente com raros sinais de irritação abdominal, pode ter eliminação de fezes sanguinolentas e oclusão intestinal).
  • diverticulite de merckel. (anomalia congenita mais comum do intestino delgado, localizado no ileo, proximo da valvula ileocecal. o sangramento é a complicação mais comum e na inflamação aguda o quadro é muito semelhante a apendicite, sendo muitas vezes descoberta somente na laparatomia).
  • gastroenterite. (náuseas, vômitos são precoces e intensos. a dor abdominal é difusa e sem sinais de irritação peritoneal. a diarreia não descarta apendicite e se uma criança com suspeita de gastroenterite evoluir com piora da dor abdominal dentro de até 24 hrs, ela deve ser avaliada pelo cirurgião).
24
Q

doenças ginecológicas e obstétricas como dx diferencial de apendicite aguda.

suas clinicas tb

A

1) DIP ( é a mais comum, principalmente quando complicada por um abcesso tubo-ovariano e salpingite. Em mulheres jovens, o dx de certeza muitas vezes só é dado por videolaparoscopia. Na DIP a dor é geralmente bilateral e tem historia previa de relação sexual desprotegida ou em uso de DIU. Via de regra a dor tem >2dias de evolução e já se inicia difusamente no abdome inferior, sem aquela migração tipica de epigastrio para FID da apendicite. febre alta >38,3°C e nenhum vomito, excepto na complicação. no exame ginecologico apresenta dor a mibilização do colo uterino, porém também pode aparecer em algumas apendicites. o dx de certeza é dado pela presença de leucoreia e o esfregaço refevlando diplococos gram (-).
2) Rotura de foliculo ovariano de graff (a dor abdominal aparece na metade do ciclo menstrual, sem leucocitose e sem febre. o dx é dado pela HC e USG)
3) Torção de cisto ovariano ( provoca dor abdominal de baixa intensidade, com massa anexial e alterações observadas no USG).
4) Prenhez tubarica rota na tuba direita ( dor intensa em FID, acompanhada de distenção abdominal em quadro subagudo. paciente palida, anemica, lipotimia, sinais de choque hipovolemico. o Beta-HCH confirma o dx.