Apendicite Flashcards
Quais as principais etiologias da Apendicite? Relacione essas principais causas com suas respectivas prevalências em cada faixa etária.
Situações que evoluem com a obstrução da luz apendicular é a maior causa de apendicite aguda.
- Obstrução (fecatilo, semestes, ou por parasitas)
- Hiperplasia linfóide
- Infecções recorrentes
- Neoplasia
** Jovens = Hiperplasia linfóide (infecções recorrentes)
** Idoso = Fecalitos ou Neoplasias
Quais os principais microorganismos associados à apendicite?
- Bacterióides fragilis (80%)
- Escherichia coli (77%)
- Peptostreptococcus sp. (46%)
- Pseudomonas aeruginosa (18%)
“A apendicite ocorre quando há inflamação do apêndice cecal”
Fale um pouco da epidemiologia dessa patiopatia.
É a causa mais comum de abdome agudo não-traumático. Acomete indivíduos de qualquer idade, com pico de incidência entre 10 e 30 anos. Há discreta predominância no sexo masculino: 1,4 homem para cada mulher.
OBS: Em crianças é a causa mais comum de cirurgia de emergência, principalmente crianças maiores.
OBS: A apendicite representa, também, o principal motivo de intervenção cirúrgica nas gestantes.
Sobre a história da apendicite…
Em que ano foi descrito o primeiro caso de apendicite?
Em que ano se realizou a primeira apendicectomia precoce?
O primeiro caso de apendicite foi descrito em 1711, por Heister, ao passo que a apendicectomia precoce foi recomendada e realizada pela primeira vez em um paciente com apendicite não perfurada, em 1886, por Reginald Fitz.
A mortalidade enorme, de aproximadamente 30% na época em que Fitz descreveu a primeira apendicectomia, caiu hoje para menos de 1%, principalmente com o uso de antibióticos de amplo espectro, técnica cirúrgica apurada, anestesias mais seguras e melhora dos cuidados pós-operatórios.
Quais são as fases da apendicite? O que acontece em cada uma dessas fases?
Inicialmente ocorre a inflamação da parede do apêndice, seguida por isquemia localizada, perfuração e desenvolvimento de abscesso bloqueado ou peritonite difusa.
1 - Catarral: Encontra-se edema e hiperemia da parede, onde há poucos neutrófilos ainda. É nessa fase que o apêndice suspeito de inflamação deve ser retirado para prevenir o perigo de ruptura e da peritonite localizada, difusa ou generalizada.
2 - Supurativa: A apendicite supurativa caracteriza-se por edema e hiperemia da parede e há úlceras na mucosa com exsudato fibrinoso. Os neutrófilos são abundantes e, em alguns casos, observa-se a presença de pus.
3 - Gangrenosa: observam-se áreas extensas de necrose da parede do apêndice que se encontra aumentado de volume, distendido, de coloração acinzentada e freqüentemente com pus. Quando ocorre obstrução da luz do apêndice, há dilatação distal em razão da proliferação bacteriana, levando à inflamação da parede e ao risco de perfuração, o qual é maior que nas fases anteriores.
4 - Perfurativa: houve perfuração.
Quais são os exames complementares de imagem que podem auxiliar o diagnóstico da apendicite em quadros clínicos inespecíficos?
TC e USG
Localize, anatomicamente, o apêndice para cada tipo de paciente:
(A) - Maioria dos pacientes
(B) - Gestantes
(C) - Algumas crianças
(A) - Quadrante inferior direito do abdome, mais especificamente na fossa ilíaca direita.
(B) - O útero gravídico empurra o ceco e o apêndice para o quadrante superior direito.
(C) - Pode ficar no abdome superior ou no lado esquerdo em casos de anomalias congênitas de rotação intestinal.
Sobre a anatomia do apêndice:
(A) Localize, topograficamente, essa estrutura.
(B) Irrigação arterial.
** Localização: O apêndice encontra-se na fossa ilíaca direita. Uma estrutura intraperitoneal. Encontra-se apoiada na base do sobre o ponto de convergência das tênias do colo ascendente, local em que o apêndice cecal se comunica com o ceco por meio do óstio apendicular.
** Anatomia: O apêndice é irrigado pela artéria apendicular (ramo da íleo-ceco-apêndico-cólica), que atravessa todo o mesoapêndice e termina na ponta do órgão.
Quais sãos as medidas de um apêndice normal?
Comprimento = 8 a 10 cm
Largura = 0,5 a 1 cm
Discorra sobre a fisiopatologia da apendicite.
Uma vez obstruída, a luz do apêndice começa a ficar cheia de muco e distendida, aumentando a pressão intramural e luminal, resultando na trombose e oclusão de pequenos vasos, além de estase linfática. Assim que essas alterações progridem inicia-se um processo de isquemia e necrose da parede do apêndice. Durante a apendicite ocorre proliferação bacteriana, sendo no início por organismos aeróbicos, e mais tardiamente por uma flora mista.
Quando ocorre uma inflamação ou necrose significativa, se dá a perfuração do órgão, levando a formação de abscessos localizados ou de peritonite difusa. Durante as primeiras 24 horas dos sintomas, a maioria dos pacientes apresenta apenas inflamação e possivelmente necrose do órgão sem perfurações. Por sua vez, cerca de 65% dos pacientes que apresentaram perfurações tinham sintomas por mais de 48 horas.
Quais são as manifestações clínicas do paciente com apendicite aguda?
- Pródromo: indigestão, flatulência, alteração do hábito intestinal, ou simplesmente sensação de mal-estar, VÔMITOS (reflexos pela dor ou por íleo paralítico na fase de peritonite).
- Esses sintomas seguem-se de:
1 - Dor de baixa ou moderada intensidade e difusa em epigástro ou periumbilical.
2 - Dor irradiada para a fossa ilíaca direita. (quando a inflamação atinge o peritôneo).
3 - Febre e Leucocitose (proliferação bacteriana)
OBS: O diagnóstico de apendicite deve ser reconciderado em pctes que apresentem náuseas e vômitos como primeiros sintomas. O vômito na apendicite deve estar relacionado ao agravamento da dor ou da paralisia do íleo.
Quais são as possíveis posições relativas do apêndice em relação ao ceco?
** Anterior ou pélvica
** Retrocecal
**
Quais são os testes realizados no exame físico da apendicite?
- Sinal de Blumberg = Dor aguda em pontada de forte intensidade após liberação rápida da palpação profunda realizada no ponto de McBurney indicando irritação peritoneal bem localizada.
- Sinal de Rovising = Dor na FID com a palpação do quadrante abdominal inferior esquerdo que indica irritação peritoneal localizada à direita.
- Percução punho-calcano: Dor em FID ao percutir com o punho o calcano do direito do paciente.
- Sinal do Obturador = Dor com a rotação interna do quadril direitto associada com apendicite pélvica.
- Teste do íleo-psoas = Dor em FID com a extensão do quadril direito associada com apendicite retrocecal.
- Sinal de lenander: temperatura retal > 1ºC em relação à axilar.
- Sinal de Lapinsky: Dor à compressão da FID enquanto o paciente eleva o MMII esticado.
Quais são os principais diagnósticos diferenciais para a apendicite?
- Alterações ginecológicas: gravidez ectópica, cisto ovariano, salpingite, abortamento, DIP (Doença Inflamatória Pélvica).
- Alterações urinárias: pielonefrite, cálculo ureteral, abscesso perirrenal, pionefrose, hidronefrose.
- Alterações gastro-intestinais: colecistite, úlcera duodenal, úlcera pergurada, carcinoma de ceco ou íleo, uberculose ileocecal, pancreatite, gastroenterite, obstrução intestinal, trombose mesentérica., diverticulites no ceco (diverticulite de Meckel).
- Outros: adenite mesentérica, abscesso do psoas, ruptura do músculo reto do abdome, hepatite, malária, herpes zóster.
Qual o tratamento para apendicite?
A cirurgia é o único tratamento da apendicite aguda e, via de regra, deve ser realizada tão rapidamente quanto possível. A antibioticoterapia deve ser iniciada no momento da indicação cirúrgica.