Antibióticos que atuam na síntese proteica Flashcards
Aminoglicosídeos, macrolídeos e cetolídeos, tetraciclinas, cloranfenicol, glicosaminas, estreptograminas, oxazolidinonas, aminoclitois
Aminoglicosídeos
Estreptomicina
Gentamicina
Amicacina
Neomicina
Netilmicina
Canamicina
Espectro de ação dos aminoglicosídeos
BGN aeróbias
Podem ser usadas contra BGP (ação limitada)
Efeito sinérgico com penicilinas e vancomicina
Peculiaridades de cada aminoglicosídeo
- Gentamicina
- Mais usado
- Mais ativo contra Serratia sp.
- Escolha para associação com penicilina e vancomicina
- Sempre que sensível a gentamicina, deve ser o de escolha
- Estreptomicina
- Tto TB
- Infecções hospitalares p/ enterococos resistentes a gentamicina
- Tobramicina
- Mais antigo contra Pseudomonas aeruginosa
- Custo elevado
- Contra GN resistentes a outros aminoglicosídeos
- Amicacina
- Preferido para infecções hospitalares resistentes a gentamicina
- Mais resistente aminoglicosídeo às enzimas inativadores produzidas por GN
- Neomicina
- Em associações
- Ação inferior e toxicidade maior
- Tópico, geralmente
- Uso para infecções de pele menores
Farmacocinética dos aminoglicosídeos
- Adm por via parenteral
- Inalação: fibrose cística por infecção por pseudomonas
- Estreptomicina: apenas IM
- Rapidamente absorvidos
- NENHUM É ADM POR VO
- ↓ distribuição tecidual
- Altas concentrações encontradas
- Córtex renal → nefrotóxico
Endolinfa e perilinfa → ototóxico
Mecanismo de ação dos aminoglicosídeos
Subunidade 30s inibindo síntese proteica das BGN
Entram a partir de porinas
Pouca ação em abscessos (ambiente anaeróbio)
Efeitos adversos aminoglicosídeos
- Ototoxicidade
- Dinfunção vestibular e auditiva
- Início: perda de audição de alta frequência e hipofunção vestibular temporária
- Surdez permanece após 1 semana
- Reversível
- Nefrotoxicidade
- Quase sempre irreversível
- Consequência grave: necrose tubular aguda grave
- Neomicina: altamente nefrotóxica
- Estrepto: - nefrotóxico
- ↑ por alguns fármacos (anfotericina B, vancomicina, iECA, cisplatina, ciclosporina)
- Bloqueio neuromuscular
- Incomum
- Mais comum em portadores de miastenia gravis ou quem usa alguns fármacos
- Reações de hipersensibilidade
- Raro
Uso terapêutico dos aminoglicosídeos
- Infecções por BGN aeróbias
- Em combinação com fármacos que agem na parede bacteriana (β-lactâmico ou glicopeptídeos) para infecções bacterianas graves (pneumonia/sepse por GP)
- Efeito sinérgico para GP na endocardite
Macrolídeos
Eritromicina
Claritromicina
Azitromicina
Roxitromicina
Espiramicina
Espectro de ação dos macrolídeos
BGP
Algumas BGN
Alguns atípicos
Mecanismo de ação dos macrolídeos
Atuam na subunidade 50S dos ribossomos
(= clindamicina e cloranfenicol)
Farmacocinética dos macrolídeos
- VO ou endovenosa
- Não atravessa BHE
- Alimento: ações diferentes de acordo com fármaco
- Prejudica absorção (azitromicina, roxitromicina)
- Não interfere (claritromicina)
- Deve ser adm com alimento (eritromicina)
- Tempo-dependentes
- Não necessitam ajuste em pcte com ↓TFG
Uso terapêutico dos macrolídeos
- Trato respiratório: pneumonias (princ PAC), bronquite, otite, faringite,
- 1ª escolha tto pneumonia por bactéria atípica
- Infecçõess cutâneas e tecidos moles (sensíveis a meticilina)
- Clamídia
- Coqueluche
- Profilaxia endocardite
Efeitos adversos dos macrolídeos
- Intolerância GI (eritromicina, principalmente)
- Cardiotoxicidade: prolongamento onda QT e taquicardia ventricular (eritromicina, claritromicina e telitromicina)
- Hepatotoxicidade (10-20d após tto)
- Febre, eosinofilia, rash cutâneo
Interações medicamentosas dos macrolídeos
Clarotromicina e eritromicina inibem CYP3A4
Tetraciclinas
Tetraciclina
Doxaciclina
Espectro de ação das tetraciclinas
BNG, BGP, aeróbios, anaeróbios, atípicos
Mecanismo de ação das tetraciclinas
Ligação na subunidade 30S do ribossomo
(= aminoglicosídeos)
Farmacocinética das tetraciclinas
- Adm VO ou parenteral
- Cátions divalentes e trivalentes comprometem absorção
- Adm com coca-cola, leite, etc, ↓ absorção
- Não cruzam BHE
- Acumulam-se nos hepatócitos, céls baço e medula óssea, osso, dentina (acinzenta dentes se usado em crianças, bem como causa hiperplasia dentária)
Efeitos adversos das tetraciclinas
- Náuseas, vômitos, úlceras e pancreatite
- Descoloração esmalte do dente
- Retardo desenvolvimento ósseo
- Superinfecção por cândida
- Leuccitose, linfócitos atípicos, degranulações tóxicas e de púrpura trombocitopênica
- Hipersensibilidade
- Contraindicação: gestação (causa pancreatite, necrose gordurosa do fígado e …), lactantes e crianças abaixo de 8 anos
Espectro de ação clindamicina
BGP
BGN (exceto P. aeruginosa)
Anaeróbios
Atípicos (Mycoplasma e Rickettsia)
Mecanismo de ação clindamicina
Ligação à subunidade 50S
Usos terapêuticos clindamicina
Reservado para infecções potencialmente fatais
- Febre tifoide: não responsivo aos fármacos de 1ª linha (cefalosporina de 1ª g)
- Meningite bacteriana: alternativo para pctes com alergia aos β-lactâmicos
- Riquetsioses: fármaco de 1ª escolha
Farmacocinética clindamicina
- VO, IV, tópico
- Extremamente lipossolúvel → biodisponibilidade ↑ após VO e excelente penetração nos tecidos
Efeitos adversos clindamicina
- Toxicidade hematológica
- Reações de hipersensibilidade: exantemas cutâneos, angioedema
- Outros efeitos: náusea, vômito, gosto desagradável, diarreia, irritação perineal, visão embaraçada, parestesias
Glicosaminas
Clindamicina
Lincomicina
Espectro de ação das glicosaminas
BGP
Anaeróbias,
Toxoplasma gondii
(todas BGN são resistentes)
Mecanismo de ação das glicosaminas
Ligação à subunidade 50S
Farmacocinética das glicosaminas
- Clindamicina
- Boa disponibilidade oral
- Não atravessa BHE
- VO, IM, IV, tópico
- Absorção pelo TGI não é influenciada por alimentos
- Metabolização hepática e eliminação biliar (↓ dose se d. hepática)
- Lincomicina
- ↓ lipossolúvel
- ↓ biodisponibilidade oral
- VO, IV e IM
Usos terapêuticos das glicosaminas
- Suspeita de anaeróbio
- Alternativa a penicilina
- Infecções por estrepto e estáfilo sensíveis
- Infecções por germes anaeróbios (pélvicas ou respiratórias)
- Associação com pirimetamina para tto toxo
Efeitos adversos das glicosaminas
- Colite pseudomembranosa causada por clostridium difficile (resistentes à clindamicina)
- Diarreia
- Exantema cutâneo
- Esofagite e discrasia sanguíneas (raro)
- Dor local e flebite (parenteral)
Estreptograminas
Quinupristina + dalfopristina
Espectro de ação estreptograminas
BGP (geralmente resistentes)
Atípicos (Mycoplasma pneumoniae, Legionella sp., Chlamydophila pneumoniae)
Mecanismo de ação das estreptograminas
Ligação à subunidade 50S
(de diferentes formas)
Farmacocinética das estreptograminas
- IV
- Metabolização hepática: ajuste em hepatopatas
- Não atravessa BHE nem placentária
Usos terapêuticos das estreptograminas
Infecções por organimos multirresistentes
(incluindo MRSA e VISA)
Efeitos adversos das estreptograminas
- Artralgia e mialgia
- Intensa dor, inflamação flebites
- Náusea, vômito, diarreia
- Perda de força muscular, rash e prurido
Oxazolidinonas
Linezolida
Espectro de ação oxazolidinonas
BGP (MRSA, VRE)
Bastonetes GP
Mecanismo de ação das oxazolidinonas
Ligação à subunidade 50S
Farmacocinética das oxazolidinonas
- IV e VO
- Biodisponibilidade de 100% para VO
- Não necessário ajuste para hepatopatas e nefropatas
Efeitos adversos das oxazolidinonas
- Cefaleia, náusea, diarreia
- Leucopenia, trombocitopenia
- Neurotoxicidade
- Interação com iMAO
Aminociclitois
- Espectinomicina
- Semelhante aos aminoglicosídeos
- Tto infecções gonocócicas quando β-lactâmico ou quinolona não puder ser adm
- Liga-se à subunidade 30S