Afecções do Esôfago Flashcards

1
Q

Comente sobre a anatomia do esôfago (tamanho, limites, esfíncteres).

A

Apresenta 25 cm em adultos, tem início na região da cartilagem cricoide (VC 6) e fim na junção gastroesofágica (VT 11). Apresenta 2 esfíncteres, o EES (próximo à cartilagem cricoide) e o EEI, na JGE.

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2
Q

Quais as camadas histológicas do esôfago?

A

Mucosa (epitélio estratificado pavimentoso - escamoso; lâmina própria - TC frouxo; e muscular da mucosa), Submucosa (vasos + plexo de Meissner), Muscular própria (Plexo de Auerbach - nervoso mioentérico) e Adventícia (não é uma serosa).

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3
Q

Qual a causa base das varizes de esôfago?

A

A hipertensão portal, que é causada por alguma afecção hepática que aumente a pressão no fígado e impeça o fluxo normal de sangue pelo fígado (cirrose alcoólica, esquistossomose). A hipertensão portal faz com que o sangue portal flua por circulações colaterais até o coração, sendo que uma delas é por veias esofágicas, dilatando os plexos venosos submucoso e subepitelial no esôfago distal.

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4
Q

Quais as complicações das varizes esofágicas?

A

Rompimento com posterior HDA.

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5
Q

Qual o tratamento das varizes esofagianas?

A

Agentes trombóticos, ligação elástica endoscópica.

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6
Q

Qual o prognóstico das varizes esofágicas?

A

50% dos pacientes com HDA por varizes esofágicas morrem no primeiro episódio e, dos que sobrevivem, 50% terá outro episódio em menos de 1 ano.
É responsável por mais da metade das mortes por cirrose avançada.

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7
Q

O que é a acalásia?

A

É o relaxamento parcial ou incompleto do EEI, impedindo a passagem de alimento para o estômago (contrações não peristálticas do esôfago).

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8
Q

Quais os tipos de acalásia?

A

Primária e secundária.

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9
Q

Explique a acalásia primária.

A

Apresenta etiologia desconhecida, relacionada com a destruição de células ganglionares do plexo de Auerbach. Não há relaxamento do EEI com a deglutição, promovendo disfagia progressiva, dor e regurgitação.
Aumenta o risco de carcinoma de esôfago em 33x.

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10
Q

Explique a acalásia secundária.

A

Causada pelo T. cruzi ou por tumores, havendo destruição do plexo de Auerbach.

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11
Q

Quais as consequências da acalásia?

A

Dilatação do esôfago (megaesôfago).

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12
Q

O que é a hérnia de hiato e qual sua epidemiologia?

A

É a passagem do conteúdo abdominal para a cavidade torácica por meio do hiato diafragmático.
Aumenta sua frequência com o passar da idade, sendo que 85% dos casos ocorrem após os 45 anos.

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13
Q

Quais as causas da hérnia de hiato?

A

Enfraquecimento dos músculos que compõem o EEI ou por aumento da pressão intra-abdominal (obesidade, tosse, vômitos, gravidez, ascite).

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14
Q

Qual o QC do paciente com hérnia de hiato?

A

DRGE, esofagite de refluxo, câncer.

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15
Q

Quais as causas de esofagites agudas?

A

Microrganismos (fungos, bactérias, vírus - Cândida, Herpes - ou traumatismos por fumo, alimentos quentes, produtos cáusticos), Malory-Weiss (vômitos intensos e persistentes - ex: intoxicação aguda por álcool), químicos (álcool, ácidos corrosivos, alimentos muito quentes, tabaco e comprimidos - dor autolimitada).

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16
Q

Quias as possíveis complicações da esofagite química?

A

Geralmente é um quadro de dor autolimitada, mas em casos graves por haver hemorragia, estenose e perfuração.

17
Q

Quais as causas de DRGE?

A

Condições que aumentem a pressão intra-abdominal (gravidez, obesidade, tosse crônica - DPOC) ou condições que provoquem relaxamento do EEI (alterações do SNC, lesões, estenose).

18
Q

Qual o QC da DRGE?

A

As principais manifestações são pirose, disfagia e regurgitação (sensação de amargo na boca).

19
Q

Qual o tto da DRGE?

A

Uso de IBP para diminuir o conteúdo ácido do estômago.

20
Q

Quais as possíveis complicações da DRGE?

A

Estenose do esôfago e EB.

21
Q

O que é o EB?

A

É uma metaplasia intestinal (substituição do epitélio pavimentoso escamoso do esôfago - resistente aos alimentos mas não ao ácido - por um epitélio colunar simples do intestino) decorrente da DRGE crônica.

22
Q

Quais as complicações do EB e as características endoscópicas?

A

A complicação é o adenocarcinoma de esôfago.

Endoscopicamente, o EB se manifesta como línguas de cor vermelho-salmão alternadas com mucosa normal.

23
Q

O que é a esofagite eosinofílica?

A

É um tipo de esofagite que pode ter sintomas semelhantes à DRGE, mas as alterações se dão em localização distinta, sem refluxo ácido e não há melhora com uso de IBP. Ela ocorre mais comumente em atópicos (dermatite atópica, rinite alérgica e asma), sendo que o tto consiste em afastar os alimentos possivelmente alérgicos.

24
Q

Quais os tipos de tumores do esôfago e quais são mais comuns?

A

Benignos (leiomiomas e papiloma escamoso) e Malignos (carcinoma escamo-celular e adenocarcinoma), sendo que os malignos são os mais comuns (benignos são raros).

25
Q

Qual a epidemiologia do adenocarcinoma de esôfago?

A

Acomete principalmente homens (7:1) e brancos, estando localizado no terço distal do esôfago e acomete pessoas com mais de 60 anos mais frequentemente.
Apresenta incidência crescente na maioria dos países ocidentais.

26
Q

Quais as causas do adenocarcinoma de esôfago?

A

É uma evolução maligna do esôfago de Barrett, sendo que 1% das pessoas com EB evoluem para adenocarcinoma em 1 ano. A obesidade e o tabaco parecem ser fatores que aumentam a chance de desenvolvimento de adenocarcinoma a partir de EB.

27
Q

Qual a morfologia do adenocarcinoma de esôfago?

A

Macroscopicamente as lesões podem aparecer como placas planas ou salientes, mas mais comumente estão na forma de lesões vegetativas, ulceradas ou infiltrativas. Microscopicamente, o EB está presente adjacente ao tumor.

28
Q

Qual o prognóstico do adenocarcinoma?

A

É ruim, pois, na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio, com o tumor já em fase avançada (25% em 5 anos).

29
Q

Qual o QC do adenocarcinoma?

A

É de disfagia, odinofagia, obstrução, sendo que a presença desses sintomas indica um estágio avançado do tumor.

30
Q

Como é a evolução do adenocarcinoma?

A

DRGE - EB - displasia de baixo grau - displasia de alto grau - adenocarcinoma.

31
Q

Qual a epidemiologia do CEC?

A

Acomete principalmente homens (4:1) e negros (6:1), sendo o câncer de esôfago mais frequente (no entanto, o número de casos de adenocarcinoma de esôfago, sendo que nos EUA já contribui com 50% dos casos).

32
Q

Quais os fatores de risco para desenvolvimento de CEC de esôfago?

A

Tabaco, estenose cáustica, acalásia, álcool, bebidas e alimentos quentes, radioterapia, síndrome de Plummer-Vinson, nitritos e nitratos.

33
Q

Qual a morfologia do CEC?

A

Apresenta-se principalmente no terço médio do esôfago, sendo que as lesões iniciais aparecem como placas pequenas, crescendo em massas tumorais que podem ser vegetativas, ulceradas ou infiltrativas. É digno de nota que o tumor provoca espessamento, estreitamento e rigidez do esôfago.

34
Q

Qual o curso e evolução do CEC?

A

Displasia leve - displasia de alto grau (carcinoma in situ) - CEC microinvasivo - CEC invasivo.

35
Q

Qual o prognóstico do CEC?

A

Ruim, pois a maioria dos casos é diagnosticado quando há sintomas, o que ocorre em casos avançados da doença. Nisso já houve, na maioria das vezes, invasão de tecidos adjacentes, como linfonodos ou os próprios órgãos (pulmões, coração e fígado).

36
Q

Como é a metástase do CEC?

A

Quando em terço superior, ocorre para linfonodos cervicais; quando em terço médio, ocorre para linfonodos do mediastino, paratraqueais e traqueobrônquicos; quando em terço inferior, ocorrem para linfonodos gástrico e celíacos. Vale ressaltar que o esôfago, por não possuir serosa (apenas possui adventícia), facilita a disseminação tumoral por contiguidade (pulmão, fígado e coração).

37
Q

Como pode ser feito o diagnóstico do CEC?

A

Endoscopia + biópsia. Pode-se utilizar o teste do lugol, sendo que as células tumorais não são coradas por não armazenarem glicogênio.