Afecções do Esôfago Flashcards
Comente sobre a anatomia do esôfago (tamanho, limites, esfíncteres).
Apresenta 25 cm em adultos, tem início na região da cartilagem cricoide (VC 6) e fim na junção gastroesofágica (VT 11). Apresenta 2 esfíncteres, o EES (próximo à cartilagem cricoide) e o EEI, na JGE.
Quais as camadas histológicas do esôfago?
Mucosa (epitélio estratificado pavimentoso - escamoso; lâmina própria - TC frouxo; e muscular da mucosa), Submucosa (vasos + plexo de Meissner), Muscular própria (Plexo de Auerbach - nervoso mioentérico) e Adventícia (não é uma serosa).
Qual a causa base das varizes de esôfago?
A hipertensão portal, que é causada por alguma afecção hepática que aumente a pressão no fígado e impeça o fluxo normal de sangue pelo fígado (cirrose alcoólica, esquistossomose). A hipertensão portal faz com que o sangue portal flua por circulações colaterais até o coração, sendo que uma delas é por veias esofágicas, dilatando os plexos venosos submucoso e subepitelial no esôfago distal.
Quais as complicações das varizes esofágicas?
Rompimento com posterior HDA.
Qual o tratamento das varizes esofagianas?
Agentes trombóticos, ligação elástica endoscópica.
Qual o prognóstico das varizes esofágicas?
50% dos pacientes com HDA por varizes esofágicas morrem no primeiro episódio e, dos que sobrevivem, 50% terá outro episódio em menos de 1 ano.
É responsável por mais da metade das mortes por cirrose avançada.
O que é a acalásia?
É o relaxamento parcial ou incompleto do EEI, impedindo a passagem de alimento para o estômago (contrações não peristálticas do esôfago).
Quais os tipos de acalásia?
Primária e secundária.
Explique a acalásia primária.
Apresenta etiologia desconhecida, relacionada com a destruição de células ganglionares do plexo de Auerbach. Não há relaxamento do EEI com a deglutição, promovendo disfagia progressiva, dor e regurgitação.
Aumenta o risco de carcinoma de esôfago em 33x.
Explique a acalásia secundária.
Causada pelo T. cruzi ou por tumores, havendo destruição do plexo de Auerbach.
Quais as consequências da acalásia?
Dilatação do esôfago (megaesôfago).
O que é a hérnia de hiato e qual sua epidemiologia?
É a passagem do conteúdo abdominal para a cavidade torácica por meio do hiato diafragmático.
Aumenta sua frequência com o passar da idade, sendo que 85% dos casos ocorrem após os 45 anos.
Quais as causas da hérnia de hiato?
Enfraquecimento dos músculos que compõem o EEI ou por aumento da pressão intra-abdominal (obesidade, tosse, vômitos, gravidez, ascite).
Qual o QC do paciente com hérnia de hiato?
DRGE, esofagite de refluxo, câncer.
Quais as causas de esofagites agudas?
Microrganismos (fungos, bactérias, vírus - Cândida, Herpes - ou traumatismos por fumo, alimentos quentes, produtos cáusticos), Malory-Weiss (vômitos intensos e persistentes - ex: intoxicação aguda por álcool), químicos (álcool, ácidos corrosivos, alimentos muito quentes, tabaco e comprimidos - dor autolimitada).
Quias as possíveis complicações da esofagite química?
Geralmente é um quadro de dor autolimitada, mas em casos graves por haver hemorragia, estenose e perfuração.
Quais as causas de DRGE?
Condições que aumentem a pressão intra-abdominal (gravidez, obesidade, tosse crônica - DPOC) ou condições que provoquem relaxamento do EEI (alterações do SNC, lesões, estenose).
Qual o QC da DRGE?
As principais manifestações são pirose, disfagia e regurgitação (sensação de amargo na boca).
Qual o tto da DRGE?
Uso de IBP para diminuir o conteúdo ácido do estômago.
Quais as possíveis complicações da DRGE?
Estenose do esôfago e EB.
O que é o EB?
É uma metaplasia intestinal (substituição do epitélio pavimentoso escamoso do esôfago - resistente aos alimentos mas não ao ácido - por um epitélio colunar simples do intestino) decorrente da DRGE crônica.
Quais as complicações do EB e as características endoscópicas?
A complicação é o adenocarcinoma de esôfago.
Endoscopicamente, o EB se manifesta como línguas de cor vermelho-salmão alternadas com mucosa normal.
O que é a esofagite eosinofílica?
É um tipo de esofagite que pode ter sintomas semelhantes à DRGE, mas as alterações se dão em localização distinta, sem refluxo ácido e não há melhora com uso de IBP. Ela ocorre mais comumente em atópicos (dermatite atópica, rinite alérgica e asma), sendo que o tto consiste em afastar os alimentos possivelmente alérgicos.
Quais os tipos de tumores do esôfago e quais são mais comuns?
Benignos (leiomiomas e papiloma escamoso) e Malignos (carcinoma escamo-celular e adenocarcinoma), sendo que os malignos são os mais comuns (benignos são raros).
Qual a epidemiologia do adenocarcinoma de esôfago?
Acomete principalmente homens (7:1) e brancos, estando localizado no terço distal do esôfago e acomete pessoas com mais de 60 anos mais frequentemente.
Apresenta incidência crescente na maioria dos países ocidentais.
Quais as causas do adenocarcinoma de esôfago?
É uma evolução maligna do esôfago de Barrett, sendo que 1% das pessoas com EB evoluem para adenocarcinoma em 1 ano. A obesidade e o tabaco parecem ser fatores que aumentam a chance de desenvolvimento de adenocarcinoma a partir de EB.
Qual a morfologia do adenocarcinoma de esôfago?
Macroscopicamente as lesões podem aparecer como placas planas ou salientes, mas mais comumente estão na forma de lesões vegetativas, ulceradas ou infiltrativas. Microscopicamente, o EB está presente adjacente ao tumor.
Qual o prognóstico do adenocarcinoma?
É ruim, pois, na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio, com o tumor já em fase avançada (25% em 5 anos).
Qual o QC do adenocarcinoma?
É de disfagia, odinofagia, obstrução, sendo que a presença desses sintomas indica um estágio avançado do tumor.
Como é a evolução do adenocarcinoma?
DRGE - EB - displasia de baixo grau - displasia de alto grau - adenocarcinoma.
Qual a epidemiologia do CEC?
Acomete principalmente homens (4:1) e negros (6:1), sendo o câncer de esôfago mais frequente (no entanto, o número de casos de adenocarcinoma de esôfago, sendo que nos EUA já contribui com 50% dos casos).
Quais os fatores de risco para desenvolvimento de CEC de esôfago?
Tabaco, estenose cáustica, acalásia, álcool, bebidas e alimentos quentes, radioterapia, síndrome de Plummer-Vinson, nitritos e nitratos.
Qual a morfologia do CEC?
Apresenta-se principalmente no terço médio do esôfago, sendo que as lesões iniciais aparecem como placas pequenas, crescendo em massas tumorais que podem ser vegetativas, ulceradas ou infiltrativas. É digno de nota que o tumor provoca espessamento, estreitamento e rigidez do esôfago.
Qual o curso e evolução do CEC?
Displasia leve - displasia de alto grau (carcinoma in situ) - CEC microinvasivo - CEC invasivo.
Qual o prognóstico do CEC?
Ruim, pois a maioria dos casos é diagnosticado quando há sintomas, o que ocorre em casos avançados da doença. Nisso já houve, na maioria das vezes, invasão de tecidos adjacentes, como linfonodos ou os próprios órgãos (pulmões, coração e fígado).
Como é a metástase do CEC?
Quando em terço superior, ocorre para linfonodos cervicais; quando em terço médio, ocorre para linfonodos do mediastino, paratraqueais e traqueobrônquicos; quando em terço inferior, ocorrem para linfonodos gástrico e celíacos. Vale ressaltar que o esôfago, por não possuir serosa (apenas possui adventícia), facilita a disseminação tumoral por contiguidade (pulmão, fígado e coração).
Como pode ser feito o diagnóstico do CEC?
Endoscopia + biópsia. Pode-se utilizar o teste do lugol, sendo que as células tumorais não são coradas por não armazenarem glicogênio.