Administração financeira Flashcards

1
Q

Administração financeira: objetivos econômicos e financeiros; funções do gestor financeiro; a
demonstração do resultado, fluxo de caixa e o balanço patrimonial

A

A função financeira dentro de uma empresa está diretamente relacionada com a decisão de se fazer um
investimento e a decisão de se fazer um financiamento, sem esquecer que estas duas funções principais
estão interligadas.

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2
Q

Além disso, a função financeira abrange numerosos outros aspectos, além do indicado até agora. Se
fossemos distinguir finanças das outras funções nas empresas, a característica escolhida para diferenciar
seria o tempo. Na realidade todas as outras funções dentro de uma empresa com fins lucrativos visam um
maior rendimento, maior aproveitamento, lucro, investimento, etc., tudo necessita de um certo cálculo
financeiro

A

n

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3
Q

A função de gestão financeira geralmente é associada a um alto executivo da empresa, denominado
frequentemente diretor financeiro ou vice-presidente de finanças. O vice-presidente de finanças coordena as
atividades do tesoureiro e do controlador. A controladoria preocupa-se com a contabilidade de custos e a
contabilidade financeira, com os pagamentos de impostos e com os sistemas de informação gerencial.

A

A
tesoureira responsabiliza-se pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu planejamento
financeiro, e pelos gastos de investimento.Numa empresa menor, o tesoureiro e o controlador talvez sejam a
mesma pessoa, não se encontrando dois departamentos distintos.

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4
Q

Decisões de Administração Financeira

A

Decisões de Administração Financeira
O administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões:

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5
Q

Orçamento de Capital:

A

: Processo de planejamento e gestão dos investimentos de uma empresa em longo
prazo. Nessa função o administrador financeiro procura identificar as oportunidades de investimento cujo valor para a empresa é superior a seu custo de aquisição. Em termos amplos, isto significa que o valor do
fluxo de caixa gerado por um ativo supera o custo desse ativo.

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6
Q

Estrutura de Capital:

A

Combinação de capital de terceiros e capital próprio existente na empresa. O
administrador financeiro tem duas preocupações, no que se refere a essa área. Primeiramente, quanto deve a
empresa tomar emprestado? Em segundo lugar, quais são as fontes menos dispendiosas de fundos para a
empresa? Além destas questões, o adm. financeiro precisa decidir exatamente como e onde os recursos
devem ser captados, e, também, cabe ao adm. financeiro a escolha da fonte e do tipo apropriado de recurso
que a empresa, por ventura, tomará emprestado.

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7
Q

Administração do Capital de Giro:

A

Capital de giro são os ativos e passivos circulantes de uma empresa. A
gestão do capital de giro de uma empresa é uma atividade diária que visa assegurar que a empresa tenha
recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras.

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8
Q

Estas três áreas de administração financeira – orçamento de capital, estrutura de capital e administração do
capital de giro – são muito amplas. Cada uma delas inclui uma variedade de tópicos. Todas elas serão
discutidas ao longo da disciplina.

A

v

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9
Q

Demonstração do resultado do exercício

A

A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao
conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
O artigo 187 da Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações) determina sobre a elaboração da
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE.

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10
Q

CONTEÚDO De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício
discriminar:

A
  • a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  • a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  • as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e
    administrativas, e outras despesas operacionais;
  • o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  • o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
  • as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de
    instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não
    se caracterizem como despesa;
  • o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social
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11
Q

Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da
competência:

A

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e
rendimentos.

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12
Q

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO _ RECEITA OPERACIONAL BRUTA

A

Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços

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13
Q

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

A

Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

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14
Q

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

A

(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados

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15
Q

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

A

(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas

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16
Q

(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS

A

Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

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17
Q

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS

A

Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL E SOBRE O LUCRO (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

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18
Q

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

A

(-) Participações de:
Debêntures
Empregados
Administradores
Partes Beneficiárias
Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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19
Q

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

A

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações realizadas pela empresa.
Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os
impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor
dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (parágrafo único do art. 31 da Lei 8.981/1995).
Os impostos não cumulativos citados correspondem ao IPI e ao ICMS quando cobrado como substituição
tributária.

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20
Q

Desta forma, para que se possa aplicar o conceito legal de Receita Operacional Bruta, é recomendável que a
empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o faça em conta de “Faturamento Bruto” e
não em “Receita de Venda de Produtos”, ficando assim o plano de contas da empresa:

A

Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

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21
Q

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

A

c

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22
Q

Devoluções de Vendas

A

Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas à anulação de valores
registrados como receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo, as devoluções não devem ser deduzidas
diretamente da conta de vendas, mas registradas nessa conta devedora.

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23
Q

Abatimentos

A

Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais concedidos aos clientes relativos às vendas e
serviços.

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24
Q

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

A

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes (exceto IPI
e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas devedoras. Desta forma, os valores dos
impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ISS, ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

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25
Q

Custos das Vendas

A

Estas contas registram os custos de bens ou serviços vendidos

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26
Q

Despesas de Vendas e Administrativas- As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da
empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:

A

a) despesas com folha de pagamento da área de vendas;
b) comissões sobre vendas;
c) propaganda e publicidade;
d) gastos com garantia de produtos;
e) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia elétrica, telefone, água

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27
Q

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa,
tais como:

A

a) despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência médica, transporte;
b) utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;
c) despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens, alimentação, jornais e revistas,
despesas legais e judiciais, serviços profissionais contratados, depreciação e manutenção de bens;
d) impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

28
Q

Receitas e Despesas Financeiras

A

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada, além de outros tipos
de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de aplicações financeiras.
As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas separadamente no grupo
variações monetárias.

29
Q

As Receitas Financeiras compreendem:

A
  • Descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de fornecedores ou outros
    títulos;
  • Juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, por atraso de pagamento e
    outras operações similares;
  • Receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de aplicações financeiras,
    correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o valor resgatado, do tipo Certificado de Depósito
    Bancário (CDB), etc.;
  • Outras receitas de investimentos temporários.
30
Q

As Despesas Financeiras compreendem:

A
  • Descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de duplicatas;
  • Juros de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos e outras operações;
  • Comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto, de concessão de
    crédito, etc.
  • Correção monetária prefixada de empréstimos.
31
Q

As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

A
  • Variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a serem pagos ou
    recebidos em moeda estrangeira;
  • Atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos sujeitos à cláusula de
    atualização monetária.
32
Q

Outras Receitas e Despesas - Abrange outras receitas e despesas, tais como:

A

1) o resultado da equivalência patrimonial;
2) ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;
3) ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo não circulante;
4) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência de bens
do ativo não circulante.

33
Q

Nota: em atendimento à normatização feita pela MP 449/2008 (convertida na Lei 11.941/2009) e confirmada
nos itens 136 e 137 do Ofício-Circular CVM 01/2009 não deverá mais ocorrer a segregação dos resultados
em operacionais e não operacionais. Assim, no âmbito do processo de convergência com as normas
internacionais, as entidades deverão apresentar as “outras receitas/despesas” no grupo operacional e não
após a linha do “resultado operacional”.

A

d

34
Q

Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

A

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o Lucro e do Imposto
de Renda devido sobre o resultado.

35
Q

Participações e Contribuições

A

Essas participações e contribuições devem ser contabilizadas na própria data do balanço, mediante débito
nas contas de participações no resultado e crédito nas contas de provisão no Passivo Circulante.
De acordo com o artigo 189 da lei das S/A, do resultado do exercício, serão deduzidos, antes de qualquer
participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda.
Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social, antes das
participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados, apurando-se assim a base inicial de
cálculo das participações.
Ressalte-se que o cálculo das participações não é feito sobre o mesmo valor. Deve ser calculado
extracontabilmente, primeiramente, a participação das debêntures. Do lucro remanescente se calcula a
participação dos empregados, do lucro remanescente desse cálculo, se calcula a participação dos
administradores, e do saldo, a participação das partes beneficiárias.

36
Q

Participações e Contribuições - Exemplo:

A

Considerando-se que determinada empresa tenha definido no seu estatuto, que as debêntures, empregados,
administradores e partes beneficiárias tenham direito à participação de 5% do lucro do exercício.

A empresa tem um saldo de prejuízos acumulados no valor de R$ 20.000,00, e o seu resultado do exercício
após o Imposto de Renda e Contribuição Social corresponde a R$ 100.000,00. Então teremos:

Lucro após Imposto de Renda e Contribuição Social 100.000,00
(-) Prejuízo acumulado 20.000,00
(=) Base de cálculo das participações de Debêntures 80.000,00
(-) Debêntures = 5% de R$ 80.000,00 4.000,00

(=) Base de cálculo da participação dos Empregados 76.000,00
(-) Empregados = 5% de 76.000,00 3.800,00
(=) Base de cálculo da participação dos Administradores: 72.200,00
(-) Administradores = 5% de R$ 72.200,00 3.610,00
(=) Base de cálculo da participação das Partes Beneficiárias 68.590,00
(-) Partes beneficiárias = 5% de R$ 68.590,00 3.429,50
(=) Lucro líquido após as participações 65.160,50

37
Q

Lucro Por Ação

A

O artigo 187 da Lei 6.404/1976 determina a indicação do montante do lucro ou prejuízo líquido por ação do
Capital Social, o que possibilita melhor avaliação pelos investidores dos resultados apurados pela companhia
em relação às ações que possui.
O lucro por ação é apurado pela divisão do lucro líquido de exercício pelo número de ações em circulação
do capital social.

38
Q

Balanço patrimonial: obrigatoriedade e apresentação

A

A primeira análise que se faz é quanto à exigibilidade dos informes contábeis, em especial, do Balanço
Patrimonial.
A lei exige que o Balanço seja levantado no fim de cada exercício financeiro que geralmente coincide com o
fim do ano civil, 31 de dezembro. No entanto, pode ser levantado mais de uma vez por determinação de
Estatuto Social, que é a forma jurídica das Sociedades Anônimas (S/A), mas isto também é pouco comum.

39
Q

Em janeiro os contadores recebem toda a documentação fiscal da empresa relativa a dezembro e com isso,
deverá realizar a escrituração dos fatos contábeis e fazer a conciliação bancária, para então realizar os
últimos ajustes e revisões para o encerramento das demonstrações contábeis.
A data limite de apresentação do BP de um exercício financeiro será sempre até 30 de abril do ano
subsequente aos fatos registrados; a partir daí, os informes anteriores perdem a sua validade. Exemplificado,
entendamos que o Balanço patrimonial de 2012, encerrado em 31/12/2012 precisa ser levantado até
30/04/2013 e terá validade até 30/04/2014 quando a partir desta será exigido o Balanço e as demonstrações
contábeis de 2013.

A

No entanto, ressalva-se que, após a criação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) para as
empresas sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real a validade do Balanço
patrimonial se estendeu até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte, conforme prevê o Art. 5º
da Instrução Normativa RFB nº 787/07.

40
Q

Temos assim, duas datas limites, uma para as entidades tributadas com base no lucro real e abrangidas pelo
SPED e outra para as demais empresas. Apesar do SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores) ter como data de validade o dia 30 de junho, fica o alerta da exigência legal.
É claro que para o Balanço Patrimonial ter validade ele precisa ser elaborado em conformidade com a
legislação comercial, societária e fiscal em vigência na data de seu encerramento.

A

Cabe salientar que o novo Código Civil (Lei 10.406/02) substituiu o Código Comercial que regia as empresas
e agora tratamos todas as questões relacionadas às empresas com o Código Civil a partir do art. 966 até o
art. 1.195 no Livro II - Do Direito de Empresa.

41
Q

Os ditames societários para o encerramento do balanço como a forma de classificação, avaliação e as
demonstrações obrigatórias são detalhados na Lei 6.404/1976, atualizada recentemente para obedecer ao
padrão internacionalmente aceito. Está é, portanto, a Lei das Sociedades por Ações; também aplicável às
demais entidades.

A

A legislação comercial alerta, em seu Art. 1.184 que o Balanço Patrimonial e o de Resultado Econômico
(Demonstração do Resultado do Exercício), devem ser lançados no Livro Diário da empresa estando ambos
assinados por técnico em Ciências Contábeis, legalmente habilitado e pelo empresário responsável.

42
Q

Assim, o Balanço Patrimonial autêntico e apresentado na forma da lei civil é o que consta no Livro Diário e
portanto, só existirá por meio de cópia autenticada. Isto não quer dizer que outros Balanços não possam ser
apresentados, no entanto, como a contabilidade é alterada constantemente em uma entidade, existe o risco
das informações apresentadas não serem as oficiais e válidas para a data de seu encerramento.
As sociedades de capital aberto tem ainda a obrigatoriedade de publicação de seus Balanços na imprensa
oficial o que sempre vai constituir uma condição de eficácia e veracidade das demonstrações contábeis,
atendendo amplamente os preceitos legais.

A

Portanto, dependendo da forma de constituição da empresa, e para ter-se uma maior segurança sobre os
dados apresentados, a administração poderá exigir a publicação oficial registrada (Sociedades Anônimas), ou
ainda o termo de abertura e encerramento do Livro Diário, devidamente autenticado pelo órgão
competente, do qual se extrai o Balanço Patrimonial em páginas sequencialmente numeradas e em
consonância com a lei comercial e societária (Sociedades em Geral).
A escrituração contábil e o levantamento do Balanço Patrimonial são obrigações que alcançam todas as
entidades empresárias, independentemente de porte ou forma de constituição. Assim, mesmo para as
empresas tributadas pelo regime simplificado de apuração (Simples Nacional) é possível exigir os informes
contábeis e patrimoniais, como das demais entidades.
A única segregação que se faz é que, para as empresas em geral, o conjunto completo de demonstrações
contábeis é muito mais abrangente que para as microempresas e empresas de pequeno porte; bastando
para estas a apresentação do Balanço Patrimonial, da Demonstração do Resultado do Exercício e das Notas
Explicativas, conforme regulamenta a Resolução CFC 1.418/2012.

43
Q

Demonstração dos fluxos de caixa

A

A DFC indica a origem de todo o dinheiro que entrou e saiu do caixa da em determinado período e, ainda, o
Resultado do Fluxo Financeiro.
Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e também
está contida no Balanço Patrimonial.
A DFC irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado
desse fluxo.

44
Q

ELABORAÇÃO OBRIGATÓRIA

A

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório pela contabilidade para
todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
reais).
Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um
importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.

45
Q

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

A

Para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a DFC também é de elaboração obrigatória, conforme
item 3.17 (e) da NBC TG 1000.

46
Q

NORMAS - CVM

A

A Deliberação CVM 641/2010 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2), que trata da Demonstração
dos Fluxos de Caixa

47
Q

AS PRINCIPAIS TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA
A seguir, relacionaremos em dois grupos as principais transações que afetam o caixa.

A

a) Transações que Aumentam o Caixa (Disponível)
*Integralização do Capital pelos proprietários em dinheiro;
*Empréstimos bancários e financiamentos oriundos das instituições financeiras;
*Vendas de Ativos Não Circulantes;
*Outras entradas (juros recebidos, indenizações de seguros, recebimentos de clientes, etc.).

48
Q

b) Transações que Diminuem o Caixa (Disponível)
*Pagamento de dividendos aos acionistas;
*Pagamento de juros, correção monetária de dívidas;
*Aquisição de itens do Ativo Não Circulante;
*Compra à vista e pagamento de fornecedores;
*Pagamentos de despesas/custo, contas a pagar e outros.

A

c) Transações que não Afetam o Caixa
Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há encaixe e nem
desencaixe de dinheiro, como por exemplo:
- Depreciação, amortização e exaustão;
- Provisão para devedores duvidosos;
- Acréscimo ou diminuições de investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, sem
significar que houve vendas ou novas aquisições.

49
Q

APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA
Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis
tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado
em três grandes áreas:

A

I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
III - Atividades de Financiamento.

50
Q

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da industrialização,
comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante
líquido da empresa.
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, no
Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos
subgrupos de contas.

A

As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido.
Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à
amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.

51
Q

MONTAGEM DOS FLUXOS DE CAIXA
Método Direto
De acordo com o método direto, as informações sobre as principais classes de entradas e saídas de caixa
podem ser obtidas:

A

1) dos registros contábeis da entidade; ou
2) ajustando as vendas, os custos das vendas e outros itens da demonstração do resultado referentes a:
a) mudanças ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar;
b) outros itens que não envolvem caixa; e
c) outros itens cujos efeitos no caixa sejam fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento e
de investimento

52
Q

EXEMPLO DE APRESENTAÇÃO DE DFC PELO MÉTODO DIRETO
(Conforme Pronunciamento CPC 03)

A
  1. Fluxos de caixa das atividades operacionais
    (+) Recebimentos de clientes
    (-) Pagamentos a fornecedores e empregados
    (+) Caixa gerado pelas operações
    (-) Juros pagos
    (-) Imposto de renda e contribuição social pagos
    (-) Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
    (=) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
53
Q
  1. Fluxos de caixa das atividades de investimento
    (-) Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
    (-) Compra de ativo imobilizado
    (+) Recebido pela venda de equipamento
    (+) Juros recebidos
    (+) Dividendos recebidos
    (=) Caixa líquido usado nas atividades de investimento
A
  1. Fluxos de caixa das atividades de financiamento
    (+) Recebido pela emissão de ações
    (+) Recebido por empréstimo a logo prazo
    (-) Pagamento de passivo por arrendamento
    (-) Dividendos pagos
    (=) Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
54
Q
  1. Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
    Caixa e equivalentes de caixa no início do período
    Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período
A

d

55
Q

EXEMPLO DE APRESENTAÇÃO DE DFC PELO MÉTODO DIRETO
(Conforme FAS 95)
A seguir mostraremos um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no modelo FAS 95, ou
seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades:

A
  1. Das Atividades Operacionais
    (+) Recebimentos de Clientes e outros
    (-) Pagamentos a Fornecedores
    (-) Pagamentos a Funcionários
    (-) Recolhimentos ao Governo
    (-) Pagamentos a Credores Diversos
56
Q
  1. Das Atividades de Investimentos
    (+) Recebimento de Venda de Imobilizado
    (-) Aquisição de Ativos Não Circulantes
    (+) Recebimento de Dividendos
A
  1. Das Atividades de Financiamentos
    (+) Novos Empréstimos
    (-) Amortização de Empréstimos
    (+) Emissão de Debêntures
    (+) Integralização de Capital
    (-) Pagamento de Dividendos
57
Q
  1. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades
A
58
Q

Método Indireto

A

O Método Indireto é aquele pelo qual os recursos provenientes das atividades operacionais são
demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados na contas de resultado, porém
sem afetar o caixa da empresa.

59
Q

O Método Indireto é feito com base nos ajustes do lucro líquido do exercício que se encontra na
Demonstração de Resultado.

A

Primeiro passo: Os itens operacionais que não usaram dinheiro, mas foram deduzidos como despesas devem
ser acrescentados de volta ao lucro do exercício, como é o caso da depreciação.
Segundo passo: As alterações ocorridas no Capital Circulante Líquido (AC e PC) também devem ser ajustadas,
porque estão relacionadas com as atividades operacionai

60
Q

EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
(Conforme Pronunciamento CPC 03)

A
  1. Fluxos de caixa das atividades operacionais
    (+) Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
    Ajustes por:
    (+) Depreciação
    (+) Perda cambial
    (-) Renda de investimentos
    (+) Despesas de juros
    (-) Aumento nas contas a receber de clientes e outros
    (+) Diminuição nos estoques
    (-) Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
    (+) Caixa proveniente das operações
    (-) Juros pagos
    (-) Imposto de renda e contribuição social pagos
    (-) Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
    (=) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
61
Q
  1. Fluxos de caixa das atividades de investimento
    (-) Aquisição da controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição
    (-) Compra de ativo imobilizado
    (+) Recebimento pela venda de equipamento
    (+) Juros recebidos
    (+) Dividendos recebido
A
  1. Fluxos de caixa das atividades de financiamento
    (+) Recebimento pela emissão de ações
    (+) Recebimento por empréstimos a longo prazo
    (-)Pagamento de obrigação por arrendamento
    (-) Dividendos pagos*
    (-) Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
62
Q
  1. Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
    Caixa e equivalente de caixa no início do período
    Caixa e equivalente de caixa no fim do período
A

*) – Esse valor também pode ser apresentado no fluxo de caixa das atividades operacionais.

63
Q

OUTRO EXEMPLO:

A
  1. Fluxo de Caixa Operacional Líquido
    Lucro Líquido
    (-) Aumento de Estoques
    (+) Depreciação
    (-) Aumento de Clientes
    (+) Pagamento a Funcionários
    (+) Contas a Pagar
    (+) Pagamentos de Impostos e Tributos
    (+) Aumentos de Fornecedores
64
Q
  1. Das Atividades de Financiamentos
    (+) Novos Empréstimos
    (-) Amortização de Empréstimos
    (+) Emissão de Debêntures
    (+) Integralização de Capital
    (-) Pagamento de Dividendos
A
  1. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades
65
Q

ACRÉSCIMOS NOS ATIVOS OU PASSIVOS

A

Quando há um aumento nos ativos circulantes (estoques, contas a receber), o raciocínio é que foi usado
dinheiro do caixa, para comprar estoques ou conceder crédito a clientes. De maneira inversa, se os estoques
ou clientes diminuírem é porque a empresa está tendo receita ou recebimento de clientes.
Nota: Os aumentos do Ativo Circulante usam caixa, as diminuições produzem caixa.

66
Q

Os aumentos do Passivo Circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando os fornecedores concedem
créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Quando a empresa diminui a conta de fornecedores, é
que ela está usando caixa para solver compromissos.
Nota: Os aumentos do Passivo Circulante produzem caixa, as diminuições usam caixa.

A

Todos estes ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades de investimento e de
financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do Método Direto, usando-se para tanto os dados do
Balanço Patrimonial