5. Trauma de Pelve e Musculoesquelético Flashcards
Quais as características do trauma de pelve?
- A maioria decorre de trauma contuso de alta energia (ex.: queda de grandes alturas).
- Causam grandes sangramentos
- 90% dos sangramentos são de origem VENOSA (plexo ósseo).
- As principais artérias acometidas são a pudenda interna e a glútea superior.
Quando suspeitar de trauma de pelve?
- Membros encurtados e com deformidade em rotação.
- Creptação à mobilização.
- Instabilidade da sínfise púbica.
Obs.: se notar instabilidade à mobilização da pelve, interromper o exame físico.
Qual a classificação de Young e Burgees para fraturas pélvicas de acordo com o mecanismo?
- Tipo A: fratura lateral (mais comum).
- Tipo B: fratura anteroposterior (livro aberto).
- Tipo C: fratura vertical.
Obs.: as fraturas tipo C são as que mais sangram, e as tipo A, as que menos sangram, mas lesionam mais órgãos (fecham a pelve).
Qual a primeira conduta no trauma de pelve?
FECHAR A PELVE COM LENÇOL/CINTA!
Obs.: o lençol ou cinta deve ser colocado ao nível dos trocanteres do fêmur.
Qual a conduta no trauma de pelve estável?
Tomografia de abdome e pelve.
Qual a conduta no trauma de pelve instável?
SOLICITAR FAST
Obs.: avaliar também iniciar protocolo de transfusão maciça e oclusão ressucitativa por balão endovascular da aorta (REBOA).
Qual a conduta no trauma de pelve instável com FAST negativo?
- Tamponamento pelvico pré-peritoneal com compressas (48 a 72h).
- Fixação externa.
- Arteriografia e embolização (se necessário).
Obs.: como a maior parte do sangramento pélvico é RETROperitoneal e PRÉ-peritoneal, não adianta fazer laparotomia e tamponamento INTRA-peritoneal
Qual a conduta no trauma de pelve instável com FAST positivo?
- Laparotomia supra-umbilical.
- Seguir tratamento das lesões da pelve.
Qual a principal indicação da arteriografia no trauma de pelve?
Persistência do sangramento após fixação da pelve ou tamponamento.
Obs.: sinal de Destrot (hematoma superior ao ligamento inguinal) indica sangramento pélvico ativo.
O que é o trauma pelviperineal complexo?
Fratura de bacia associada a comunicação com o meio externo atravéz de lesão cutânea, urogenital ou anorretal.
Qual a conduta no trauma pelviperineal complexo?
- Limpeza e hemostasia.
- Suporte clinico.
- Derivar trato genitourinário e gasteointestinal (se acometidos).
Obs.: não realizar a exploração da lesão ou fechamento primário.
Qual a classificação de gravidade do trauma pelvico pelo WSES?
- WSES I: trauma anteroposteior e lateral leve
- WSES II: trama anteroposterior e lateral moderados.
- WSES III: trauma vertical.
- WSES IV: qualquer trauma com instabilidade hemodinamica.
Quais as características do trauma musculoesquelético?
- Associados a trauma de alta energia.
- Podem causar sangramento importante e rabdomiólise.
Quais lesões musculoesqueléticas representam risco de morte?
- Amputação traumática.
- Síndrome do esmagamento.
- Fratura bilateral de fêmur.
Quais as indicações do uso de torniquete no trauma musculoesquelético?
- Ferimentos com sangramento importantes e impossibilidade de compressão externa.
- Deve ser feito acima da lesão ou articulação acometida.
- Retirar o mais rapido possível.
Qual a conduta na amputação traumática?
- Repor perdas.
- Torniquete.
- Não explorar lesões arteriais na sala de urgência.
- Avaliar reimplante do membro.
Quais as características da síndrome do esmagamento?
- Manifestação sistêmica de lesão musculoesquelética.
- A compressão causa isquemia e rabdomiolise, levando a lesão renal aguda, acidose metabolica e disturbios hidroeletrolíticos ao descomprimir a estrutura afetada.
- Pode causar choque hipovolêmico.
Obs.: as alterações laboratoriais são CPK > 1000, mioglobinúria, hipercalemia e hipocalcemia.
Qual o tratamento da sindrome do esmagamento?
- Suporte intensivo.
- Hidratação.
- Bicarbonato.
- Diurese osmótica.
Quais as características da fratura bilateral de fêmur?
- Pode causar perda sanguínea de até 1,5L por fêmur.
- Repor as perdas, imobilizar as fraturas e operar.
Quais as lesões com risco de perda do membro (mas não da vida)?
- Síndrome compartimental.
- Fraturas de ossos longos.
Quais as características da síndrome compartimental?
- Aumento da pressão intracompartimental de um membro por edema ou sangramento.
- O aumento da pressão causa isquemia, necrose e rabdomiolise.
- Mais comum em traumas penetrantes na perna e no braço.
- Pode ocorrer por lesões por esmagamento, fraturas, acidentes por animais peçonhentos e exercírcios físicos intensos.
Obs.: os compartimentos mais afetados são os anteriores.
Qual o quadro clínico da síndrome compartimental?
- Dor intensa e progressiva, que piora com a extensão dos dedos.
- Edema duro do membro.
- Palidez.
- Parestesia.
- Paralisia (tardio).
- Ausência de pulsos (tardio).
- Cianose (tardio).
Qual a conduta na síndrome compartimental?
Fasciotomia!
Obs.: os tanto a perna quanto o antebraço apresentam 4 compartimentos, sendo necessário realizar 2 incisões (medial e lateral) para correta descompressão.
Qual a conduta nas fraturas fechadas?
- Tracionar o membro.
- Fixação da fratura.
Obs.: pode-se fixar a fratura até 24h sem aumentar o risco de infecção.
Qual a conduta nas fraturas expostas?
- Alinhar fratura SEM tracionar.
- Limpeza e lavagem do ferimento.
- Controle do sangramento.
- Antibioticoprofilaxia.
- Profilaxia antitetânica.
Obs.: são as fraturas com maior comprometimento vascular e nervoso.
Paciente 48h após fixação de fratura evolui com dispneia, rebaixamento do nível de consciência e petéquias em tronco. Qual o diagnóstico?
Embolia gordurosa.
Quais as características da embolia gordurosa?
- Embolização de fragmentos de gordura após fratura de ossos longos.
- Mais comum em pacientes politraumatizados com demora em fixar as fraturas.
- A maioria dos casos é assintomática.
Qual a clínica da embolia gordurosa?
- Alreração do nível do consciência.
- Insuficiência respiratória aguda.
- Petequias pelo corpo.
Qual a conduta na embolia gordurosa?
- Suporte clínico e ventilatório.
- Anticoagulação.
- Corticoides.
Quais os fatores de mal prognósticos para amputação do membro?
- Grande lesão de partes moles.
- Ausência de pulso e motricidade do membro > 6h.
- Instabilidade hemodinamica refrataria.
- Idade avançada.
Qual fratura indica lesão concomitande de outros órgãos?
Escápula (indica trauma de alta energia).
Quais os cuidados com um membro amputado para possível reimplante?
- Envolver o membro com compressas humidecidas com SF0,9%.
- Colocar o membro envolvido em um saco plastico, e esse em um recipiente com soro gelado.
- Realizar a cirurgia em até 6 a 12h do trauma.