1- Doenças das culturas Flashcards
Algodão
* Mancha-de-ramulária
(Ramularia areola):
provoca manchas de coloração esbranquiçada com formato irregular e bordas angulosas nas folhas.
O patógeno sobrevive nos restos de cultura.
A infestação é favorecida por condições de elevada umidade e plantios mais adensados.
Controle cultural pela eliminação dos restos culturais, rotação de culturas e pelo aumento do espaçamento entre plantas.
Controle químico com fungicidas.
Algodão
* Ramulose
(Colletotrichum gossypii):
provoca nanismo, superbrotamento e encurvamento das folhas com manchas que evoluem para necrose.
O patógeno sobrevive no sobrevive no solo e é disseminado por sementes, sendo favorecido por condições de alta umidade e solos de maior fertilidade.
Controle pelo emprego de cultivares resistentes, emprego de sementes sadias (inspeção periódica em campos de produção de sementes), tratamento de sementes e controle químico.
Algodão
* Murchas
(Fusarium, Verticillium):
a murcha-de-fusarium é uma das doenças mais importantes do algodão, sendo favorecida em solos ácidos e de baixa fertilidade, enquanto a murcha-de-verticillium é mais comum em baixadas úmidas.
Controle pelo emprego de cultivares resistentes, sementes isentas do patógeno
e tratamento de sementes.
Algodão
* Tombamento de plântulas:
diversos patógenos de solo e sementes descritos anteriormente. Ocorre nas primeiras semanas após a germinação.
Controle por tratamento de sementes e pela menor profundidade de semeadura, o que favorece a emergência mais rápida das plântulas.
Algodão
* Mancha-de-alternária
(Alternaria sp.):
manchas foliares escuras de formato arredondado e com anéis concêntricos característicos.
Controle cultural pelo emprego de cultivares resistentes, controle químico com fungicidas.
Arroz
* Brusone
(Pyricularia grisea):
principal doença da cultura, ocorrendo desde a fase de plântula até a maturação dos grãos e atingindo todas as partes da planta. Ataca também o trigo. Lesões foliares de formato elíptico alongado, com bordas amarronzadas mais escuras e centro acinzentado mais claro.
A coalescência das lesões leva à morte das folhas e até mesmo das plantas jovens, também provoca chochamento de grãos
(panículas com coloração esbranquiçada).
A doença é especialmente importante nas lavouras de terras altas ou de sequeiro, sendo favorecida por desequilíbrios nutricionais, plantio adensado, alta umidade (molhamento foliar) e temperaturas amenas.
Controle pelo emprego de cultivares resistentes, sementes sadias, tratamento de sementes, adubação equilibrada (evitar crescimento vegetativo exagerado) e controle químico com fungicidas, principalmente no início do desenvolvimento das panículas (emborrachamento e emissão das panículas).
Arroz
* Mancha de grãos:
complexo de patógenos (Bipolaris oryzae, Pyricularia oryzae, dentre outros).
que atacam os grãos de arroz, sendo uma importante doença na cultura por afetar a qualidade dos grãos e seu peso.
Os patógenos atacam as panículas desde sua emissão até o amadurecimento.
A doença é favorecida pela ocorrência de chuvas durante o desenvolvimento das panículas, acamamento de plantas e ataque de percevejos (chupão-do-arroz) que favorecem a entrada dos patógenos nos grãos.
Controle pelo tratamento
de sementes e emprego de fungicidas sistêmicos durante a formação das panículas.
Arroz
* Mancha-parda (Bipolaris oryzae):
o patógeno presente nos restos de cultura e nas sementes afeta a germinação e a emergência das plântulas.
As lesões nas folhas são ovaladas, com bordas avermelhadas e centro acinzentado.
A doença é favorecida por alta umidade, baixa fertilidade do solo e deficiência hídrica (qualquer condição desfavorável à planta).
Controle pelo emprego de sementes sadias, tratamento de sementes e aplicação de fungicidas sistêmicos durante a formação das panículas (prevenir a mancha de
grãos).
Arroz
* Escaldadura
(Monographella albescens):
o patógeno encontra-se presente nos restos culturais ou nas sementes.
A doença é favorecida por altas umidades, períodos prolongados de molhamento foliar, plantios adensados e adubação nitrogenada excessiva.
As lesões características aparecem na porção apical ou nas bordas das folhas e têm coloração amarronzada, com formação de faixas alternadas claras e escuras.
Controle principalmente pelo emprego de sementes sadias e tratamento de sementes.
Cafeeiro
* Ferrugem do cafeeiro
(Hemileia vastatrix):
principal doença que acomete o cafeeiro em todas as regiões produtoras.
No Brasil, foi constatada pela primeira vez em 1970 na Bahia, se espalhando rapidamente para todas as regiões produtoras.
As lesões nas folhas caracterizam-se por manchas cloróticas na face superior, correspondendo às áreas tomadas pelo patógeno na superfície inferior, onde se encontram as massas pulverulentas de esporos de coloração amarelada.
O patógeno é biotrófico e seus danos decorrem da redução da atividade fotossintética e da desfolha intensa que provoca.
Controle principalmente pela aplicação de fungicidas sistêmicos, porém fungicidas protetores cúpricos também podem ser utilizados, demandando maior número de aplicações.
A doença evolui mais lentamente no início do período chuvoso, mas aumenta rapidamente a partir de dezembro e janeiro.
Cafeeiro
* Cercosporiose
(Cercospora coffeicola):
lesões foliares na forma de manchas arredondadas de coloração pardacenta a amarronzada com cento mais claro acinzentado.
Provoca desfolha intensa, queda na produtividade e depreciação da qualidade do café, já que também ataca os frutos.
A doença é favorecida por alta umidade, temperaturas amenas e deficiência nutricional.
O controle químico deve ser bastante criterioso na fase de produção das mudas em viveiro.
Cafeeiro
* Antracnose
(Colletotrichum coffeanum):
a doença é especialmente importante pelos danos causados aos frutos.
O patógeno pode infectar flores, frutos verdes ou maduros, além de folhas e ramos.
As flores afetadas são rapidamente destruídas pela progressão da doença.
Os frutos verdes exibem manchas
necróticas e os grãos se tornam enegrecidos e totalmente destruídos, enquanto nos frutos maduros os grãos
tornam-se mumificados e enegrecidos.
As lesões nas folhas ocorrem como manchas necróticas acinzentadas de formato irregular com anéis concêntricos característicos. A doença é favorecida por maior umidade e temperaturas amenas, sendo sua incidência maior em regiões de maior altitude.
Cana-de-açúcar
* Ferrugem
(Puccinia melanocephala):
a doença chegou ao Brasil em 1986, mas a maioria das cultivares empregadas no país já era resistente.
As pústulas com esporos de coloração alaranjada na face inferior das folhas são sinais característicos do patógeno, que provoca necrose dos tecidos foliares e crescimento retardado em cultivares muito suscetíveis.
A doença é favorecida por umidade elevada e solos de baixa fertilidade. Controle principalmente pelo emprego de variedades resistentes.
Por volta de 2010 foi detectada no Brasil a ferrugem-alaranjada (Puccinia kuehnii) que ataca algumas cultivares suscetíveis, produzindo pústulas alaranjadas que não escurecem com o tempo.
Cana-de-açúcar
* Mancha ocular
(Bipolaris sacchari):
doença de importância secundária, sendo mais importante em locais com invernos chuvosos.
As lesões nas folhas têm formato elíptico e coloração marrom-avermelhada.
Pode atingir as folhas mais novas do ponteiro, levando à morte do meristema apical.
Controle pelo emprego de variedades resistentes.
Cana-de-açúcar
* Podridão-abacaxi
(Thielaviopsis paradoxa):
o patógeno ataca os toletes recém-plantados, penetrando pelos ferimentos abertos durante o corte dos mesmos.
Os toletes apodrecem (exalando cheiro característico de abacaxi), comprometendo a germinação das plantas.
A incidência da doença é pequena nos plantios realizados durante o verão e quando a germinação rápida das mudas é favorecida (bom preparo do solo, plantio raso).
Cana-de-açúcar
* Podridão-vermelha
(Colletotrichum falcatum):
importante doença da cana pelos prejuízos que gera decorrentes da inversão da sacarose (redução no rendimento de açúcar e álcool). As nervuras das folhas
infectadas exibem coloração avermelhada.
Os colmos afetados apresentam internamente podridão de
coloração avermelhada característica da doença. A incidência é favorecida pela ocorrência da broca-dacana,
que abre locais de infecção para o fungo.
O controle da broca é uma das formas de controle da doença, assim como o emprego de variedades resistentes.
Cana-de-açúcar
* Carvão
(Ustilago scitominea):
a doença provoca o sintoma muito característico de “chicote”, uma
deformação do meristema apical do colmo induzida pelo fungo que se torna estrito e recoberto por uma película prateada que reveste a massa de esporos pretos. As perdas podem ser severas em cultivares suscetíveis.
O controle do carvão se dá principalmente pelo emprego de variedades resistentes e de mudas
isentas do patógeno (controle químico nos viveiros, eliminação de mudas doentes e tratamento térmico das mudas).
Feijão
* Antracnose
(Colletotrichum lindemuthianum):
é a doença mais importante na cultura do feijoeiro, sendo favorecida por condições de elevada umidade tanto em clima tropical quanto subtropial.
Pode provocar morte de plântulas, lesões foliares enegrecidas e lesões escuras e deprimidas nas vagens
circundadas por anel avermelhado. Infecta as sementes e sobrevive em restos de cultura.
Controle pelo emprego de cultivares resistentes, sementes sadias, tratamento de sementes, rotação de culturas e
aplicação de fungicidas.
Feijão
* Mancha-angular
(Pseudocercospora griseola):
doença que ataca caule, folhas e vagens, sendo favorecida por condições de elevada umidade e temperaturas amenas associadas à presença de inóculo na área.
As lesões nas folhas têm formato angular (limitadas pelas nervuras), coloração amarronzada e podem apresentar clorose ao redor.
As manchas foliares coalescem e levam à necrose da folha.
As vagens apresentam lesões arredondadas e de coloração marrom (mas não são deprimidas como na antracnose).
Controle pelo emprego de cultivares resistentes, rotação de culturas e eliminação de restos culturais
infectados por queima ou aração profunda.
Feijão
* Ferrugem
(Uredo appendiculata):
os danos são mais intensos quando o ataque se inicia nas plantas ainda jovens, sendo a doença favorecida por temperaturas mais amenas.
As folhas apresentam pústulas de
coloração amarronzada com halo clorótico ao redor. Controle principalmente pelo emprego de cultivares
resistentes.
Milho
* Ferrugens
(branca, comum e polissora):
fungos biotróficos que provocam lesões nas folhas. A ferrugem polissora (Puccinia polysora) é a principal doença do milho nas regiões mais quentes, como no Brasil Central e locais de baixa altitude.
As pústulas, localizadas na parte superior das folhas, nas bainhas foliares e nas brácteas das espigas, são pequenas, arredondadas e de coloração amarelada que se torna marrom com o tempo.
Já a ferrugem comum (Puccinia sorghi) é favorecida também em condições de elevada umidade, mas com temperaturas amenas. As pústulas são maiores, de coloração marrom e formam
lesões ao longo das nervuras. O controle é feito principalmente com o uso de cultivares resistentes, o que é
especialmente importante em condições que favorecem o patógeno, como em altitudes mais baixas.
Já a ferrugem branca (Physopella zeae) é caracterizada pela presença de pústulas de coloração clara em ambas
as faces das folhas, que podem morrer quando as pústulas coalescem. A doença é favorecida em ambiente úmido e quente, podendo causar grandes prejuízos quando se instala antes do florescimento.
Controle principalmente pelo uso de cultivares resistentes, evitando semeaduras tardias principalmente em locais de baixas latitudes.
Milho
* Helmintosporiose
(Helminthosporium turcicum, H. maydis, H. carbonum):
doença importante, especialmente quando as condições são favoráveis (alta umidade, temperaturas amenas, plantio de
safrinha) e as plantas são suscetíveis, que é o caso principalmente das cultivares de milho pipoca.
As folhas afetadas apresentam grandes lesões necróticas alongadas, inicialmente nas folhas mais basais.
Controle principalmente pelo uso de cultivares resistentes. Para cultivares suscetíveis, podem ser empregadas
práticas culturais como escolha adequada da época de plantio (evitar épocas com possibilidade de baixas temperaturas), adubação nitrogenada equilibrada, rotação de culturas, além do controle químico com
fungicidas.