1. Apendicite Aguda Flashcards
Quais as características da apendicite aguda?
- É o abdome agudo cirúrgico mais comum em todos os sexos e faixas etárias.
- Mais comum em homens jovens até a 2º e 3ª década de vida.
Qual a fisiopatoligia da apendicite aguda?
- Obstrução do lúmem apendicular.
- Edema, hiperprodução de muco, proliferação bacteriana e estase venosa (dor inespecífica periumbilical pelo plexo nervoso de T10).
- Isquemia e ulceração, com irritação do peritoneo parietal (dor localizada).
- Necrose, perfuração e peritonite.
Obs.: a principal causa de obstrução do apêndice é hiperplasia linfoide em criânças, fecalito em adultos (e no geral) e tumores em idosos.
Qual o quadro clínico da apendicite aguda?
- Dor periumbilical progressiva que migra para a fossa ilíaca direita (principal).
- Anorexia.
- Febre.
- Vômitos.
Obs.: idosos, diabéticos e gestantes podem possuir quadros clínicos atípicos!
Quais os principais sinais semiológicos da apendicite aguda?
- Bloomberg: descompressão brusca dolorosa no ponto de McBurney.
- Rovising: dor na FID ao palpar a FIE.
- Dumphy: dor na FID ao tossir.
- Lenander: temperatura retal > temperatura axilar em 1ºC.
- Ten Horn: dor em FID ao tracionar o testículo direito.
- Aaron: dor epigástrica a palpação da FID.
- Obturador: dor à rotação interna da coxa flexionada.
- Lapinski: dor à palpação com MID estendido e elevado.
- Carnett: melhora da dor ao tensionar o abdome e elevar a cabeça.
Como é o diagnóstico de apendicite aguda?
- CLÍNICO!
- Se dúvida: exames de imagem (ex.: mulheres, crianças, evolução atípica, etc).
Obs.: homem jovem com historia típica, clinica compatível e leucocitose AUTORIZA o tratamento sem exames adicionais!
Quais os critérios de Alvarado para o diagnóstico de apendicite aguda?
- 3 dores: dor à palpção em FID (2 pontos), dor periumbilical que migra para FID e descompressão brusca dolorosa em FID.
- 3 sinais: febre, anorexia e náuseas/vômitos.
- 2 exames: leucocitose (2 pontos) e desvio a esquerda.
Obs.: valores > 7 fecham diagnóstico de apendicite aguda. Ja entre 4 e 6, prosseguir investigação.
Qual o primeiro exame de imagem solicitar na apendicite aguda?
USG
- Apêndice edemaciado e incompressível.
- Diâmetro > 7mm.
- Sinal do alvo.
- Bloomberg ultrassonográfico.
- Visualização do apendicolito.
Obs.: é o melhor exames para gestantes e crianças.
Qual o melhor exame para avaliar a apendicite aguda?
TOMOGRAFIA DE ABDOME COM CONTRASTE
Obs.: melhor para avaliar apendicite complicada ou dúvidas diagnósticas.
Obs.2: a melhor fase para estudar qualquer abdome agudo é a VENOSA PORTAL.
Qual a conduta na apendicite aguda não complicada?
Apendicectomia laparoscópica (padrão-ouro) ou convencional (McBurney ou Davis).
Obs.: mesmo com líquido e peritonite, NÃO precisa lavar a cavidade nem colocar dreno (apenas aspirar).
Quais os sinais de apendicite aguda complicada?
- Dor > 5 a 7 dias.
- Massa palpável ao exame físico.
- Abcesoss intracavitários.
- Apendicite perfurada.
- Sinais de sepse.
Qual a conduta na apendicite aguda complicada?
- Paciente instável: laparotomia + apendicectomia de urgência.
- Paciente estável: tomografia + drenagem + apendicectomia de intervalo.
Obs.: só são drenáveis coleções > 3cm (flegmões e plastrões NÃO são drenáveis).
Quais as condutas se optado pela apendicectomia de intervalo?
- Antibioticoterapia por 14 dias.
- Drenagem guiada das coleções.
- Colonoscopia após 3 a 4 semanas.
- Apendicectomia após 6 semanas.
Obs.: objetiva diminuir os índices de colectomia operados na urgência.
Quais as condições para se realizar a apendicectomia de intervalo?
- Paciente estável.
- Coleções < 4cm.
- Melhora clínica com o tratamento.
Obs.: se falha no tratamento clínico, apendicectomia de resgate.
Quais as fases da apendicite aguda?
- Fase I (edematosa): hiperemia e edema.
- Fase II (supurada/flegmosa): fibrina.
- Fase III (gangrenosa): necrose segmentar.
- Fase IV (perfurada): necrose de base ou perfuração.
Como é a antibioticoterapia na apendicite aguda?
- Fase I e II (não complicada): antibiotico profilatico (até o momento cirúrgico).
- Fase III e IV (complicada ou perfurada): antibiótico terapêutico.
Quais as indicações do tratamento conservador da apendicite aguda?
- Risco cirúrgico proibitivo.
- Dúvidas diagnóticas.
- Apendicite não complicada.
Obs.: a recidiva é de 30% em um ano.
Qual a conduta na apendicite aguda na gestante?
- Realizar apendicectomia (inclusive laparoscópica).
- O melhor momento para operar é no 2º semestre.
- O melhor exame diagnóstico é a RNM.
Qual a conduta no intraoperatório se não for identificada apêndice inflamado?
- Achou outra causa: não tirar o apêndice.
- Não achou outra causa: tirar o apendice.
Quais os principais diagnósticos diferencias da apendicite aguda?
- Apendagite aguda.
- Diverticulite de Meckel.
- Adenite mesentérica (criânças).
Quais as características do divertículo de Meckel?
- Malformação congênita mais comum do TGI.
- 2% da população.
- 2% são sintomáticos.
- 2 mucosas (gástrica e intestinal).
- 2cm de diâmetro e 2 pés (60cm) da válvula ileocecal.
Qual a conduta no diverticulo de Meckel?
- Assintomático: observação.
- Sintomático: enterectomia segmentar com anastomose primária.
Quais as principais complicações pós-operatórias da apendicectomia?
- Infecção de ferida operatória (principal).
- Abcesso pélvico residual.
Obs.: na cirurgia videolaparoscópica, a complicação mais frequente é o abcesso pelvico residual.
Quais as indicações de apendicectomia tática/de oportunidade?
- Identificação de apendice com fecalito.
- Pacientes com múltiplas abordagens prévias.
- Pacientes submetidos à hernioplastias incisionais gigantes.
Qual o posicionamento dos trocateres na apendicectomia videolaparoscópica?
- Umbilical.
- Hipogastrio.
- Flanco esquerdo.
Obs.: o paciente deve estar na posição de Trendelenburg e rotação lateral para a esquerda.
Quais as características dos tumores de apêndice?
- Correspondem a 1% das neoplasias intestinais.
- A grande maioria é descoberta no pós-operatório, em exame anatomopatológico (até 1% das apendicectomias).
Quais os principais tumores de apêndice?
- Adenocarcinoma: mais relacionado com apendicite aguda.
- Mucinoso: com pseudomixoma abdominal.
- Neuroendócrino (principal): síndrome carcinóide.
Obs.: os locais mais comuns de deposição de pseudomixomas são a cúpula diafragmática direita, omento maior e pelve (poupando delgado).
Qual a conduta dos tumores de apêndice descobertos no pré ou intra-operatório?
- Realizar apendicectomia.
- Biopsiar implantes e linfonodos sentinelas.
- Avaliação da cavidade abdominal.
- Estadiamento pós-operatório (TC de abdome, pelve e tórax).
Qual a conduta dos tumores de apêndice descobertos no pós-operatório (biópsia)?
- Base íntegra E ausência de metástases ou linfonodos: segmento.
- Base comprometida OU metástases ou linfonodos: colectomia direita oncológica.
Obs.: nos adenocarcinomas de apêndice, SEMPRE realizar a colectomia direita (exceto se in situ, < 1cm e na ponta do apêndice).
Quais as características do tumor neuroendócrino de apêndice?
- Tumores produtores de serotonina.
- O apêndice é o local mais comum de acometimento do TGI.
- Pode causar síndrome carcinóide (rubor, taquicardia, sibilos e diarreia).
- Diagnosticado com 5-HIAA urinário.
Obs.: a síndrome carcinoide é mais comum na presença de doença metastática hepática.
Qual a conduta dos tumores neuroendócrino de apêndice descoberto no pós-operatório?
- Tumor < 2cm: segmento.
- Tumor > 2cm, metástases ou base comprometida: colectomia direita oncológica.
Obs.: se presença de fatores de mal prognóstico (invasão da base, linfovascular ou de mesoapêndice) realizar colectomia direita oncológica.
Qual a anatomia do apêndice cecal?
- Encontrado na confluência das tênias, normalmente no ponto de McBurney.
- Apresenta posição geralmente retrocecal.
- Irrigado pela artéria apendicular (ramo da ileocecocólica, que por sua vez é ramo da mesentérica superior).