Via Biliar Flashcards
Qual anatomia, origem embriológica e função da vesícula biliar?
Anatomia:Órgão piriforme que possui corpo, fundo e infundíbulo.
Origem Embriológica: Intestino anterior.
Função: Armazenar Bile produzida pelo fígado.
Quais estruturas compõem a via biliar principal?
Ducto hepático direito e esquerdo, hepático comum, ducto colédoco, ducto pancreático e essas estruturas caminham sentido à papila duodenal que é controlada pelo esfíncter de ODDI.
Ou seja, todas estruturas menos a vesícula biliar e o ducto cístico.
Qual a drenagem venosa da vesícula biliar?
A vesícula não possui drenagem venosa, ou seja, não existe veia cística. O sistema venoso é feito por difusão diretamente para o fígado.
Quais estruturas compõem o triângulo de calot e qual sua função?
Ducto hepático comum, ducto cístico e borda do fígado. O cirurgião tem por objetivo analisar como um todo o triângulo, pois no meio do mesmo que ocorre a passagem da artéria cística.
Quais componentes compõem a secreção biliar?
Sais biliares que transforma o que é insolúvel em água em solúvel, eletrólitos, bilirrubina direta e indireta sendo a direta predominante, água (85%), colesterol (insolúvel em água) e lecitina.
Do que são formados os principais tipos de cálculo?
Colesterol e bilirrubina indireta.
Qual quantidade de bile é produzida pela atividade hepática e como funciona o sistema de armazenamento na vesícula?
É produzido de 500ml a 800ml por dia, sendo que, para armazenar tamanha quantidade de bile é necessário que a bile seja concentrada e assim perder água. Logo, ao perder água para ser armazenada de forma mais concentrada tem-se maior chance de ocorrer formação de cálculos, pois o soluto está com menos solvente.
Como funciona o estímulo hormonal associado à vesícula e em qual fase ele é mais estimulado?
No período pré-prandial a bile é produzida, mas ao chegar na papila duodenal a mesma está fechada, sendo assim, retorna até a vesícula onde vai sendo armazenada. Já no período pós-prandial (fase gástrica e fase intestinal) temos a produção de CCK (colecistocinina), hormônio cuja função é contrair a vesícula e relaxar o esfíncter de ODDI.
Quais principais funções da bile?
- Eliminar eletrólitos e bilirrubina em excesso
- Emulsificar gorduras
- Secretar sais biliares
- Excretar excesso de colesterol
- Manutenção da homeostase
O que acontece ao longo do trajeto da bile?
Além de emulsificar as gorduras, quando passa para o intestino delgado, as bactérias à degradam e assim formam o que conhecemos por estercobilinogênio, o qual da coloração as fezes e outra parte da bile é reaproveitada no íleo terminal, sendo reaproveitada pelo circulação entero-hepática.
Sobre a colelitíase, explique a sua epidemiologia:
Doença mais comum do trato biliar, acomete 10-20% da população, mas 60% são assintomáticos.
Qual a fisiopatologia da colelitíase?
A formação de cálculo pode derivar devido 3 pilares, a formação de bile litogênica, nucleação e crescimento. A bile litogênica ocorre quando temos uma bile altamente concentrada, ou seja, seu coeficiente de saturação está saturado. Tal fato ocorre ou porque tem muito soluto ou pela diminuição dos sais biliares, transformando essa bile em uma secreção altamente espessa.
A nucleação ocorre devido a precipitação de micropartículas formando cristais.
O crescimento ocorre devido aposição desses cristais em grandes quantidades formando assim os cálculos.
Qua a etiopatogenia da colelitíase?
75% dos cálculos são formados por colesterol e 25% de bilirrubina indireta.
Vale lembrar que um cálculo é denominado puro quando 80% do seu conteúdo é colesterol ( sendo múltiplos, multifacetados, poliédricos e amarelados). Todavia temos os cálculos mistos, que são formados por aproximadamente 60% de colesterol e o resto de outro composto (lembrando que dentro dos cálculos de colesterol os mais comuns são os cálculos mistos)
Quais são os cálculos pigmentados formados?
PRETO: o cálculo preto é formado quando ocorre precipitação de cálcio em conjunto com outro soluto (bilirrubina), formando o que conhecemos como bilirrubinato de cálcio, único cálculo que é visto por radiografia.
AMARRONZADOS: Esses cálculos são comuns na via biliar principal, em casos de estase biliar ou infecções. ( lembrando que aumenta risco de colangite)
Quais são os fatores de risco da colelitíase?
5F: mulher, família, obesidade, a partir da terceira década e a partir da segunda gestação (multiparidade)
+
Anemia hemolítica (principal fator de risco para bilirrubinato de cálcio)
Doenças no íleo terminal (como não reabsorve faz fígado trabalhar mais)
Infecções biliares (cálculos amarronzados)
Qual quadro clínico de um paciente que cursa com colelitíase?
Dor visceral, imprecisa, dor à papalçãohipocôndrio direito e se intensifica com alimentação gordurosa, plenitude pós prandial, náuseas e vômitos. Pode se apresentar de maneira assintomático, uma síndrome dispéptica (dolorosa ou não) ou uma síndrome dolorosa em andar superior.
Lembrando que a vesícula contrai, logo, o cálculo que está obstruindo passagem da bile gera uma dor intermitente.
(Lembrando que 50-60% são assintomáticos e 40-50% são sintomáticos.
Quais possíveis complicações da colelitíase?
Colecistite aguda: Ocorre, pois cálculos impedem fluxo da bile, contribuindo assim, para uma estase biliar.
Coledocolitíase: Ocorre formação de cálculos na via biliar principal (amarronzados), comumente no colédoco, gerando assim, uma obstrução.
Colangite aguda: Inflamação da via biliar principal devido obstrução do ducto colédoco.
Pancreatite aguda: devido obstrução do ducto pancreático.
Como é feito o diagnóstico da colelitíase?
Leva-se em consideração o quadro clínico e utiliza-se do padrão ouro para vesícula que a ultrassom de abdome (em casos de complicações pede uma TC de abdômen, mas essa é menos sensível que a ultrassom).
Qual é o tratamento realizado na colelitíase?
Existem dois tipos de tratamento, sendo eles o clínico e o cirúrgico. No primeiro trata-se a condição dolorosa e a dispepsia, entretanto, no tratamento cirúrgico realiza-se a colecistectomia.
Na colecistectomia, primeiro realiza o encontro do ducto cístico através do ressecamento do peritônio até que seja encontrado o triângulo de calot. Após isso, clipa-se o ducto cístico e a artéria cística em cima e embaixo e retira a vesícula.
É necessário realizar colecistectomia em assintomáticos?
Tem-se algumas referências fortes para que seja indicado o tratamento cirúrgico dos assintomáticos, sendo essas: Vesícula em porcelana, cálculos maiores que 2cm, pólipos vesiculares maiores que 1cm, microcálculos, casos de pacientes diabéticos ou com hepatopatias.