Pâncreas Flashcards
Qual a anatomia pancreática e qual sua origem?
Órgão retroperitonial de origem do intestino anterior.
Quais as características da inflamação pancreática? E quais ferramentas são utilizada para analisá-la?
É uma inflamação cuja peritonite causada é mais branda e que as vezes passa despercebida até mesmo ao exame físico. Além disso, USG convencional não é boa o suficiente para analisar pâncreas haja visto que existe uma interposição gasosa, mas a USG endoscópica por sua vez é de alta relevância. Lembrando que a ferramenta padrão ouro é a tomografia de abdome.
Qual importância da cabeça do pâncreas nos processos inflamatórios?
A cabeça do pâncreas tem íntima relação com via biliar principal e duodeno, sendo assim, ao ocorrer uma inflamação da cabeça pancreática, pode ser que ocorra uma obstrução dessas vias de íntima relação.
Como é feita a irrigação pancreática?
Predominantemente originada do tronco celíaco, mas que pode ter vasos acessórios da artéria mesentérica superior, lembrando que, toda drenagem vai para veia porta.
Por qual motivo o pâncreas é denominado uma glândula mista? E quais enzimas possui?
Isso ocorre por ser um órgão endócrino (produtor de hormônios) e exócrino (atua nos processos digestivos). Vale lembrar que temos as enzimas produtoras e as estimulantes, sendo que, as produtoras são amilase, tripsina, lipase, etc, enquanto as estimulantes são ACH, gastrina, secretina e colecistocinina.
O que é pancreatite aguda?
É um processo inflamatório secundário à uma autodigestão do próprio órgão que ocorre devido uma ativação inadequada de mecanismos complexos que promovem o ataque do órgão, resultando assim em um processo inflamatório.
Qual a fisiopatologia da pancreatite aguda?
No caso da pancreatite aguda temos como as principais causas o cálculo biliar em primeira posição e o alcoolismo em segunda ordem, sendo algum desses dois denominados evento inicial.
O evento inicial será responsável por ativar ação da CATEPSINA B, a qual irá atuar transformando tripsinogênio em tripsina no pâncreas, sendo assim, essa tripsina pode atuar de duas formas: Ou ela irá atuar em uma liberação adicional de outras enzimas que também promoverá a autodigestão, ou irá atuar ativando fatores pró-inflamatórios/coagulação, provocando assim, lesões microcircualatórias, sendo que, dessa junção AUTODIGESTÃO + LESÕES MICROCIRCULATÓRIAS temos a PANCREATITE AGUDAS..
Como funciona o mecanismo de ação das etiologias principais da pancreatite aguda? Quais outras causas?
Litíase biliar: o cálculo por sua vez não precisa obstruir permanentemente, as vezes só de passar pelo canal biliar ele já causa um edema que será responsável por aumentar a pressão ductal, gerando assim, uma ativação da cascata de autodigestão.
Etilismo: Nesse caso temos que entender que além da ação tóxica local realizada pelo álcool, temos também um possível espasmos reflexos do esfíncter de ODDI causado pelo álcool, que será responsável por aumentar a pressão ductos.
(Esses dois acima representam aproximadamente 80% dos casos).
- Hipertrigliceridemia: acima de 500 ja causa inúmeros problemas, mas acima de 1000 causa muito mais do que o esperado.
- Infecções virais
- Traumas
- Fármacos
- Isquemias prolongadas
- CPRE
- Tumores periampulares
- Outros: idiopáticas
O que fazer se a pancreatite aguda for de causa biliar?
Trata o paciente e opera, retirando assim, a vesícula do mesmo.
O que é a classificação de Atlanta?
Nessa classificação a pancreatite foi dividida em edematosa/leve e necrosante.
Na primeira forma: temos edema, mas não temos áreas de necrose importante. Sua mortalidade é menor que 2% e é autodelimitada em torno de 5-7 dias.
Na segunda forma: além de edema temos uma área de necrose importante, com evolução progressiva e mortalidade aproximadamente de 40%. A forma necrosante pode ser moderada ou grave, dependendo se possuem falências orgânicas ou não.
Quando utiliza-se a tomografia nos casos de pancreatite?
Utiliza-se TM para realizar diagnóstico e/ou para analisar possível desenvolvimento de necrose (a qual só aparece após 2-3 dias).
Quais são as possíveis falências orgânicas e quando aparecem ?
Insuficiência respiratória, rebaixamento neurológico, insuficiência renal, choque hipovolêmico/séptico e/ou hemorragia digestiva alta.
Forma necrosante moderada: ou não tem falência orgânica, ou se tem é em menos de 24 horas.
Forma necrosante grave: possui falência orgânica.
Qual quadro clínico de um paciente que cursa com pancreatite aguda?
Dor abdominal em andar superior com indicativo de abdome agudo inflamatório (a mais de 6 horas doendo e menos de 7 dias), a dor é mais branda e pode se apresentar em faixas com irradiações, náuseas, vômitos (paciente vomita tudo e até mesmo secreção biliar), febre devido inflamação, adinamia, taquicardia, icterícia devido edema pancreático obstruir via e distensão abdominal por íleo paralítico.
Quais sinais podem sugerir pancreatite necrosante?
Sinal de grey turner: equimose em flancos que ocorre devido lesões microcirculatórias.
Sinal de culen: Equimose periumbilical
Retinopatia: sugere aumento da forma necrosante
Paniculite: lesões de base eritematosa mais comum em membros inferiores que ocorrem devido lesões microcirculatórias.
Qual procedimento para definir diagnóstico de uma pancreatite aguda?
Temos 3 critérios para definir uma pancreatite aguda, sendo o quadro clínico, amilase na rotina laboratorial e a TM na rotina radiológica. Lembrando que amilase elevada no caso da pancreatite aguda é marcadora de diagnóstico. Temos que lembrar que, se eu tiver quadro clinico e amilase alta eu ja fecho diagnóstico, pois eu só preciso de 2 dos 3 critérios.
Quais são os possíveis sinais vistos na radiografia de tórax e qual o mais característico da pancreatite aguda?
Sinal do cólon cut off: distensão gasosa do transverso
Calcificação: mais comum na pancreatite crônica
Alsa sentinela: íleo paralítico (mais comum+)
Derrame pleural/atelectasia: mais comum do lado esquerdo
Cálculo radiopaco: visto sobre análise da vesícula