VALVULOPATIAS Flashcards
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Q
LESÕES BÁSICAS
Tipos de Lesões
1. Estenose: 2. Insuficiência: 3. Lesões mistas: 4. Envolvimento de múltiplas válvulas: 5. Lesões secundárias a danos em ventrículos e artérias: 6. Lesões agudas: 7. Lesões crônicas: 8. Prolapso → Invaginação:
A
L
Tipos de Lesões
1. Estenose: • A estenose é um estreitamento do orifício valvular, o que ocorre durante a abertura da válvula. Esse estreitamento impede o fluxo sanguíneo normal através da válvula, resultando em uma maior resistência à passagem do sangue. Com isso, o coração precisa trabalhar mais para empurrar o sangue através da válvula estenosada, o que pode levar a sobrecarga e hipertrofia das câmaras cardíacas anteriores à válvula afetada. 2. Insuficiência: • A insuficiência valvular ocorre quando a válvula não se fecha adequadamente, permitindo o refluxo de sangue na direção oposta à desejada. Esse fechamento incompleto causa regurgitação do sangue, o que aumenta o volume de trabalho do coração, pois ele precisa bombear o sangue adicional que retorna. A insuficiência pode levar a dilatação das câmaras cardíacas como uma resposta compensatória. 3. Lesões mistas: • Lesões mistas são aquelas em que a válvula apresenta tanto estenose quanto insuficiência ao mesmo tempo. Isso significa que a válvula tem uma abertura reduzida (estenose) e também não se fecha completamente (insuficiência), o que pode complicar ainda mais o fluxo sanguíneo e aumentar a carga de trabalho do coração. 4. Envolvimento de múltiplas válvulas: • Em algumas condições, mais de uma válvula cardíaca pode ser afetada simultaneamente. Isso pode ocorrer devido a doenças sistêmicas que afetam várias partes do coração, como febre reumática ou endocardite infecciosa. O envolvimento de múltiplas válvulas aumenta a complexidade do manejo clínico e pode comprometer significativamente a função cardíaca. 5. Lesões secundárias a danos em ventrículos e artérias: • Lesões nas válvulas também podem ser causadas por danos nos ventrículos (como dilatação ou isquemia) e nas artérias (como dilatação da raiz da aorta, que pode afetar a válvula aórtica). Essas lesões secundárias surgem como consequência de alterações nas estruturas circundantes, impactando a função normal das válvulas. 6. Lesões agudas: • As lesões agudas ocorrem de forma rápida e súbita, geralmente devido a eventos como infecções, traumas ou dissecções. Esse tipo de lesão causa um impacto imediato na função cardíaca e pode exigir intervenção emergencial. 7. Lesões crônicas: • As lesões crônicas se desenvolvem ao longo do tempo, muitas vezes como resultado de processos degenerativos ou doenças de longa duração. Esse tipo de lesão leva a alterações estruturais progressivas nas válvulas, que podem ser compensadas pelo coração por um período, mas eventualmente levam à insuficiência cardíaca. 8. Prolapso → Invaginação: • O prolapso ocorre quando uma válvula (geralmente a mitral) se dobra ou “invagina” para dentro da câmara anterior durante a sístole. Isso pode permitir um pequeno refluxo de sangue, mas em casos mais graves, o prolapso pode causar insuficiência significativa e sintomas de insuficiência cardíaca.
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Q
ESTENOSE AÓRTICA
Características Gerais
1. Mais comum valvulopatia: 2. Lesão calcificada: 3. Compartilha elementos fisiopatológicos da aterosclerose:
Morfologia
1. Massas calcificadas nos folhetos: 2. Bordas comumente poupadas: 3. Estágio inicial: esclerose da válvula aórtica: 4. Hipertrofia miocárdica do ventrículo esquerdo (VE): 5. Ausência de fusão de comissuras:
Clínica
1. Hipertrofia → Angina: 2. Obstrução ao fluxo → Pulso Parvus et Tardus: 3. Sopro sistólico ejetivo:
A
Características Gerais
1. Mais comum valvulopatia: • A estenose aórtica é a valvulopatia mais frequente, principalmente em populações idosas, devido à calcificação progressiva das válvulas aórticas. 2. Lesão calcificada: • Ocorre calcificação dos folhetos da válvula aórtica, endurecendo-a e impedindo sua abertura adequada. • A estenose ocorre mais precocemente em indivíduos com válvula aórtica bicúspide, que está presente em cerca de 1% da população. Em idosos, é denominada estenose aórtica calcificante senil. 3. Compartilha elementos fisiopatológicos da aterosclerose: • Fatores de risco como hiperlipidemia (altos níveis de colesterol), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e inflamação contribuem para o desenvolvimento da calcificação, similar ao processo aterosclerótico nas artérias.
Morfologia
1. Massas calcificadas nos folhetos: • Observa-se a formação de massas calcificadas nos folhetos da válvula aórtica, geralmente começando na inserção dos folhetos. Essas calcificações dificultam a abertura da válvula. 2. Bordas comumente poupadas: • As bordas dos folhetos valvulares não são afetadas inicialmente, sendo as calcificações mais concentradas na base dos folhetos. 3. Estágio inicial: esclerose da válvula aórtica: • No início, ocorre a esclerose (endurecimento) dos folhetos da válvula, que com o tempo evolui para calcificação e estenose significativa. 4. Hipertrofia miocárdica do ventrículo esquerdo (VE): • Como consequência da resistência ao fluxo sanguíneo através da válvula aórtica estenosada, o ventrículo esquerdo sofre hipertrofia (aumento da espessura da parede). Esse espessamento é uma resposta ao esforço adicional necessário para bombear o sangue. 5. Ausência de fusão de comissuras: • Diferente de outras valvulopatias (como a estenose reumática), na estenose aórtica calcificada as comissuras (pontos de união entre os folhetos) geralmente não estão fundidas.
Clínica
1. Hipertrofia → Angina: • A hipertrofia do ventrículo esquerdo aumenta a demanda por oxigênio do miocárdio. Como a oferta de oxigênio pode não ser suficiente, ocorre isquemia, causando dor torácica (angina) em alguns pacientes. 2. Obstrução ao fluxo → Pulso Parvus et Tardus: • Esse termo descreve um pulso arterial fraco e com retardo, que é típico em pacientes com estenose aórtica. “Parvus” refere-se à amplitude reduzida do pulso, e “tardus” indica a demora na subida do pulso. 3. Sopro sistólico ejetivo: • Um sopro característico ocorre durante a sístole, devido ao fluxo turbulento de sangue através da válvula aórtica estreitada. Esse sopro é frequentemente descrito como um som “ejetivo” e pode ser auscultado na região aórtica (segundo espaço intercostal direito).
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Q
ESTENOSE MITRAL
Causas
1. Cardiopatia Reumática Crônica: 2. Calcificação Anular Mitral: 3. Dilatação atrial associada → Fibrilação Atrial:
Morfologia
Cardiopatia Reumática Crônica
1. Fusão dos folhetos: 2. Fusão das comissuras: 3. Fusão e encurtamento das cordas tendíneas: 4. Estenose em “boca de peixe” e em “botão de camisa”: 5. Microscopia: fibrose e neovascularização:
Calcificação Anular Mitral
1. Massas calcificadas na inserção dos folhetos:
Clínica
1. Fibrilação atrial: 2. Insuficiência Cardíaca (IC): 3. Tromboembolia: 4. Sopro cardíaco: 5. Endocardite infecciosa:
A
Causas
1. Cardiopatia Reumática Crônica: • A estenose mitral é frequentemente causada por febre reumática, que pode levar a um processo inflamatório crônico nas válvulas, resultando em cicatrização, fusão dos folhetos e disfunção valvular. 2. Calcificação Anular Mitral: • Outra causa comum, especialmente em idosos, é a calcificação do anel mitral, o que pode levar ao endurecimento da válvula, dificultando sua abertura. 3. Dilatação atrial associada → Fibrilação Atrial: • A dificuldade no fluxo sanguíneo através da válvula mitral leva a uma sobrecarga de pressão no átrio esquerdo, que se dilata e pode desenvolver fibrilação atrial, um tipo de arritmia.
Morfologia
Cardiopatia Reumática Crônica
1. Fusão dos folhetos: • Os folhetos da válvula mitral podem se fundir devido ao processo inflamatório, o que reduz o orifício valvular. 2. Fusão das comissuras: • As comissuras (junções entre os folhetos) também se fundem, aumentando a obstrução ao fluxo sanguíneo. 3. Fusão e encurtamento das cordas tendíneas: • As cordas tendíneas, que sustentam a válvula, podem se encurtar e fundir-se, prejudicando a mobilidade dos folhetos. 4. Estenose em “boca de peixe” e em “botão de camisa”: • A estenose mitral pode ter uma aparência característica descrita como “boca de peixe” (devido ao estreitamento da abertura) e “botão de camisa” (pela forma das bordas fusionadas). 5. Microscopia: fibrose e neovascularização: • Em nível microscópico, observa-se fibrose (cicatrização) e neovascularização (formação de novos vasos sanguíneos), indicativos de inflamação crônica.
Calcificação Anular Mitral
1. Massas calcificadas na inserção dos folhetos: • A calcificação ocorre na base dos folhetos da válvula, endurecendo-a e reduzindo sua mobilidade.
Clínica
1. Fibrilação atrial: • A dilatação do átrio esquerdo devido à sobrecarga de pressão predispõe o paciente a desenvolver fibrilação atrial, o que pode levar a sintomas como palpitações e aumento do risco de tromboembolismo. 2. Insuficiência Cardíaca (IC): • A estenose mitral provoca insuficiência cardíaca, pois o fluxo sanguíneo para o ventrículo esquerdo é reduzido, comprometendo o débito cardíaco e resultando em sintomas como fadiga e dispneia. 3. Tromboembolia: • A estase sanguínea no átrio esquerdo dilatado aumenta o risco de formação de trombos, que podem embolizar e causar eventos como acidente vascular cerebral (AVC). 4. Sopro cardíaco: • A estenose mitral gera um sopro característico, auscultado como um som diastólico “em ruflar” devido ao fluxo turbulento através da válvula estreitada. 5. Endocardite infecciosa: • O dano valvular torna a válvula mais suscetível a infecções, resultando em endocardite infecciosa, uma infecção grave que afeta as válvulas cardíacas.
4
Q
PROLAPSO DE VÁLVULA
MITRAL
Características Gerais
1. Invaginação dos folhetos: 2. Causa: 3. Associações:
Morfologia
Macroscopia
1. Balonização e espessamento dos folhetos: 2. Cordas tendíneas alongadas:
Microscopia
1. Deposição de material mucoide (mixomatoso): 2. Adelgaçamento da camada fibrosa: 3. Trombos: 4. Calcificação distrófica:
Clínica
1. Maioria Assintomática: 2. Clique mesosistólico: 3. Alguns casos sintomáticos: 4. Complicações (3% dos casos):
A
Características Gerais
1. Invaginação dos folhetos: • O prolapso ocorre quando um ou ambos os folhetos da válvula mitral se projetam para dentro do átrio esquerdo durante a sístole (contração do coração), resultando em um fechamento inadequado da válvula. 2. Causa: • O PVM é causado por uma perda na consistência dos folhetos valvulares, o que permite que eles se dobrem para trás. Isso geralmente se deve a alterações degenerativas nos componentes estruturais da válvula. 3. Associações: • O PVM é associado a condições genéticas como a Síndrome de Marfan e a outras síndromes com herança autossômica dominante. • É mais comum em cerca de 3% da população adulta, com uma prevalência ligeiramente maior em mulheres jovens.
Morfologia
Macroscopia
1. Balonização e espessamento dos folhetos: • Os folhetos da válvula mitral tornam-se balonizados (esticados) e espessados, dando uma aparência inflada. Esse espessamento ocorre devido a alterações na estrutura dos folhetos. 2. Cordas tendíneas alongadas: • As cordas tendíneas que seguram os folhetos da válvula tornam-se mais longas, o que contribui para o movimento anormal dos folhetos.
Microscopia
1. Deposição de material mucoide (mixomatoso): • Há um acúmulo de material mucoide na camada esponjosa dos folhetos, conhecida como mixomatose, que enfraquece a estrutura valvular. 2. Adelgaçamento da camada fibrosa: • A camada fibrosa dos folhetos, que normalmente proporciona suporte estrutural, torna-se mais fina, aumentando a probabilidade de prolapso. 3. Trombos: • Podem se formar pequenos trombos sobre a válvula devido ao fluxo sanguíneo anormal e à regurgitação (refluxo) através da válvula prolapsada. 4. Calcificação distrófica: • A calcificação pode ocorrer nas áreas de estresse dos folhetos, especialmente em casos mais avançados ou crônicos.
Clínica
1. Maioria Assintomática: • A maioria dos pacientes com PVM não apresenta sintomas e o diagnóstico é feito incidentalmente durante exames de rotina. 2. Clique mesosistólico: • Durante a ausculta, pode-se ouvir um clique característico durante a sístole, causado pelo fechamento abrupto dos folhetos prolapsados. 3. Alguns casos sintomáticos: • Em alguns pacientes, o PVM pode causar dor torácica, dispneia (falta de ar) e fadiga. 4. Complicações (3% dos casos): • Endocardite infecciosa: O PVM aumenta o risco de infecção da válvula. • Insuficiência mitral: O prolapso severo pode levar à regurgitação significativa. • Tromboembolia: Existe risco de formação de coágulos, que podem migrar e causar acidentes vasculares encefálicos (AVEs). • Arritmias: O PVM pode predispor o paciente a arritmias, como extrassístoles ventriculares.