CARDIOPATIA HIPERTENSIVA, COR PULMONALE E CARDIOPATIA ISQUÊMICA Flashcards
Hipertrofia Cardíaca
geral e mecanismos
Vamos revisar o conceito e os mecanismos da Hipertrofia Cardíaca.
Conceito de Hipertrofia Cardíaca
1. Definição: • Hipertrofia cardíaca refere-se ao aumento do volume dos miócitos cardíacos em resposta ao aumento persistente do trabalho mecânico. • É um processo de adaptação do miocárdio a condições hemodinâmicas anormais, como sobrecarga de pressão ou volume. 2. Alterações celulares envolvidas: • Aumento do conteúdo de proteínas dos sarcômeros (estrutura responsável pela contração muscular). • Mitocôndrias aumentam em número e tamanho para suprir a demanda energética. • Volume nuclear maior, refletindo a ativação de genes associados à síntese de proteínas contráteis.
Mecanismos da Hipertrofia Cardíaca
1. Hipertrofia por Aumento Pressórico: • Causas: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), estenose aórtica. • Caracteriza-se por: • Hipertrofia concêntrica: Espessamento das paredes do ventrículo sem dilatação da cavidade. • Aumento do diâmetro transverso dos miócitos, o que eleva a força contrátil para superar a resistência aumentada. 2. Hipertrofia por Aumento Volêmico: • Causas: Insuficiência valvar, volume sanguíneo aumentado (por exemplo, na insuficiência cardíaca). • Caracteriza-se por: • Hipertrofia excêntrica: Aumento da cavidade ventricular acompanhado de aumento da espessura da parede. • Aumento do comprimento dos miócitos, adaptando o coração a lidar com volumes aumentados.
Aspectos Fisiopatológicos Importantes
• A hipertrofia é inicialmente compensatória, melhorando a função cardíaca frente ao aumento de demanda. • Entretanto, hipertrofia prolongada pode levar à disfunção miocárdica devido à: • Diminuição do suprimento sanguíneo relativo para os miócitos hipertrofiados. • Fibrose intersticial. • Perda progressiva da contratilidade.
Hipertrofia Cardíaca - Consequências
Cardiopatia Hipertensiva
A Cardiopatia Hipertensiva é uma condição patológica resultante do impacto da hipertensão arterial crônica sobre o coração. Ela é caracterizada por mudanças estruturais e funcionais adaptativas no miocárdio, que podem levar a insuficiência cardíaca. A seguir, explico de maneira detalhada os principais aspectos dessa condição:
Aspectos Gerais
1. Causa Primária: 2. Consequência Principal:
Subtipos de Cardiopatia Hipertensiva
- Cardiopatia Hipertensiva Sistêmica (Ventricular Esquerda):
- Cardiopatia Hipertensiva Pulmonar (Ventricular Direita ou Cor Pulmonale):
Fisiopatologia da Hipertrofia Cardíaca
Pontos Relevantes
A Cardiopatia Hipertensiva é uma condição patológica resultante do impacto da hipertensão arterial crônica sobre o coração. Ela é caracterizada por mudanças estruturais e funcionais adaptativas no miocárdio, que podem levar a insuficiência cardíaca. A seguir, explico de maneira detalhada os principais aspectos dessa condição:
Aspectos Gerais
1. Causa Primária: • Hipertensão arterial crônica, que impõe uma sobrecarga de pressão ao coração, especialmente no ventrículo esquerdo. 2. Consequência Principal: • Hipertrofia ventricular: Aumento da espessura das paredes ventriculares como forma de compensar o aumento da pressão de trabalho.
Subtipos de Cardiopatia Hipertensiva
- Cardiopatia Hipertensiva Sistêmica (Ventricular Esquerda):• Causa: Hipertensão arterial sistêmica.
• Características:
• Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, com aumento da massa cardíaca.
• Pode ser assintomática em fases iniciais.
• A progressão pode levar a insuficiência cardíaca, arritmias ou morte súbita.
• Complicações:
• Redução da complacência ventricular, resultando em disfunção diastólica.
• Isquemia miocárdica, devido ao maior consumo de oxigênio pela massa aumentada. - Cardiopatia Hipertensiva Pulmonar (Ventricular Direita ou Cor Pulmonale):• Causa: Sobrecarga de pressão na circulação pulmonar, geralmente secundária a doenças pulmonares crônicas como:
• Enfisema.
• Fibrose pulmonar.
• Tromboembolismo pulmonar.
• Características:
• Inicialmente, dilatação do ventrículo direito (fase aguda).
• Hipertrofia ventricular direita em estágios crônicos.
• Complicações:
• Insuficiência cardíaca direita, levando a sintomas como edema periférico, hepatomegalia e ascite.
Fisiopatologia da Hipertrofia Cardíaca
• Adaptação inicial: A hipertrofia ventricular ocorre para reduzir o estresse sobre a parede cardíaca e manter o débito cardíaco. • Descompensação: Com o tempo, as alterações estruturais (hipertrofia, fibrose) resultam em disfunção cardíaca: • Disfunção diastólica (dificuldade em relaxar). • Disfunção sistólica em estágios mais avançados.
Pontos Relevantes
• O controle rigoroso da hipertensão arterial é essencial para prevenir o desenvolvimento e a progressão da cardiopatia hipertensiva. • Diagnóstico precoce por exames como ecocardiograma é fundamental para identificar hipertrofia e orientar o manejo terapêutico.
Cardiopatia Hipertensiva Sistêmica
Resposta Adaptativa à Sobrecarga de Pressão
1. Alteração Compensatória:
Critérios Patológicos Mínimos
1. Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo: 2. Evidência de Hipertensão Sistêmica:
Morfologia
1. Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo Sem Dilatação:
Achados Microscópicos
1. Aumento do Diâmetro dos Miócitos: 2. Assintomático na Fase Compensada: 3. Fibrilação Atrial:
Consequências
1. Variação de Gravidade:
Resposta Adaptativa à Sobrecarga de Pressão
1. Alteração Compensatória: • A hipertensão causa uma sobrecarga de pressão que leva o coração a desenvolver alterações adaptativas, principalmente hipertrofia do ventrículo esquerdo, para compensar o esforço adicional necessário para ejetar o sangue. • Quando essa adaptação é mal adaptativa, surgem complicações como: • Disfunção miocárdica. • Dilatação cardíaca. • Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). • Morte súbita.
Critérios Patológicos Mínimos
1. Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo: • A hipertrofia é geralmente concêntrica (espessamento uniforme das paredes), ocorrendo na ausência de outras doenças cardiovasculares. • A hipertensão, mesmo em níveis moderados (ex.: 140/90 mmHg), se mantida prolongadamente, pode induzir essa hipertrofia. 2. Evidência de Hipertensão Sistêmica: • Além da hipertrofia ventricular, o diagnóstico requer uma história clínica ou achados patológicos de hipertensão, que podem incluir alterações em outros órgãos, como rins.
Morfologia
1. Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo Sem Dilatação: • A parede do ventrículo esquerdo aumenta de espessura, ultrapassando 2,0 cm em casos avançados. Esse aumento de massa ocorre sem dilatação inicial do ventrículo. • O coração pode atingir um peso superior a 500 gramas. • Com o tempo, a hipertrofia leva a fibrose e rigidez do miocárdio, comprometendo o enchimento diastólico e causando aumento compensatório do átrio esquerdo.
Achados Microscópicos
1. Aumento do Diâmetro dos Miócitos: • Inicialmente, observa-se um aumento do diâmetro transversal das células musculares cardíacas (miócitos). • Com o tempo, ocorrem alterações celulares e nucleares, acompanhadas de fibrose intersticial, que compromete a contratilidade e o relaxamento do coração. 2. Assintomático na Fase Compensada: • Muitos pacientes permanecem assintomáticos durante a fase compensada, e a hipertrofia é identificada por exames, como o ECG ou ecocardiograma. 3. Fibrilação Atrial: • O aumento do átrio esquerdo devido à hipertrofia do ventrículo esquerdo pode predispor à fibrilação atrial, especialmente em casos de insuficiência cardíaca progressiva.
Consequências
1. Variação de Gravidade: • Dependendo de fatores como gravidade e duração da hipertensão e a eficácia do controle terapêutico, a evolução pode variar: • Curso normal: alguns pacientes podem ter uma vida relativamente normal se a hipertensão for controlada. • Doença coronariana e isquemia: a hipertensão contribui para o desenvolvimento de aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardíacas isquêmicas. • Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Dano Renal: a hipertensão afeta outros órgãos, aumentando o risco de AVC e doença renal crônica. • Insuficiência Cardíaca Progressiva ou Morte Súbita: nos casos de hipertrofia extrema e descompensação, a insuficiência cardíaca pode se agravar, levando à morte súbita.
Cardiopatia Hipertensiva Direita - Cor pulmonal
Conceito de Cor Pulmonale
Causas
Tipos de Cor Pulmonale
1. Cor Pulmonale Agudo: 2. Cor Pulmonale Crônico:
Conceito de Cor Pulmonale
• O termo Cor Pulmonale se refere à hipertrofia e/ou dilatação do ventrículo direito (VD) devido à hipertensão pulmonar, que é a pressão elevada nos vasos pulmonares. Essa condição leva a uma sobrecarga de pressão no VD, que é adaptado para lidar com uma circulação de baixa pressão.
Causas
• Doenças Parenquimatosas Pulmonares Crônicas: Condições que afetam o parênquima pulmonar, como enfisema, fibrose cística e tromboembolismo pulmonar recorrente, são causas comuns de hipertensão pulmonar e, consequentemente, de cor pulmonale. • Outras Causas: Além das doenças crônicas, a hipertensão pulmonar pode ser causada por doenças vasculares pulmonares, doenças cardíacas congênitas e outras condições que aumentam a resistência no circuito pulmonar.
Tipos de Cor Pulmonale
1. Cor Pulmonale Agudo: • Ocorre subitamente, geralmente após uma embolia pulmonar maciça, que causa um aumento abrupto da pressão no VD. • Nesse caso, ocorre dilatação do VD sem hipertrofia, pois o coração não tem tempo de desenvolver hipertrofia em resposta à sobrecarga de pressão. 2. Cor Pulmonale Crônico: • Ocorre devido à hipertensão pulmonar crônica e progressiva, resultante de doenças pulmonares de longa duração. • Características: • Hipertrofia do VD: O VD se adapta à sobrecarga de pressão com aumento da espessura da parede. • Dilatação do VD: Em fases avançadas, o VD pode se dilatar devido à falência progressiva. • Causas Comuns: Incluem doenças pulmonares parenquimatosas crônicas, como enfisema, tromboembolismo pulmonar recorrente e fibrose cística.
Cardiopatia Isquêmica 1
Aspectos Gerais
1. Grupo de Síndromes Relacionadas à Isquemia Miocárdica: 2. Desequilíbrio entre Suprimento e Demanda de Oxigênio:
Causas
1. Aterosclerose das Artérias Coronárias: 2. Outras Causas:
Síndromes Clínicas
1. Angina Pectoris: 2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): 3. Cardiopatia Isquêmica Crônica (CI Crônica): 4. Morte Súbita Cardíaca (MSC):
Aspectos Gerais
1. Grupo de Síndromes Relacionadas à Isquemia Miocárdica: • A cardiopatia isquêmica engloba várias condições relacionadas à insuficiência de oxigenação do músculo cardíaco (miocárdio) devido à falta de fluxo sanguíneo adequado (isquemia). 2. Desequilíbrio entre Suprimento e Demanda de Oxigênio: • A cardiopatia isquêmica resulta do desequilíbrio entre o suprimento de sangue oxigenado e a demanda cardíaca. Isso leva a: • Limitação na oxigenação do tecido, prejudicando a produção de ATP. • Redução na disponibilidade de nutrientes essenciais. • Acúmulo de resíduos metabólicos devido à remoção ineficaz.
Causas
1. Aterosclerose das Artérias Coronárias: • É a principal causa, responsável por cerca de 90% dos casos. A aterosclerose leva à formação de placas que obstruem o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias. 2. Outras Causas: • Embolia: bloqueio causado por um êmbolo (coágulo ou outra substância que se desloca). • Hipotensão: pressão arterial baixa, que pode reduzir o fluxo para o miocárdio. • Vasoespasmo: contração súbita das artérias coronárias, restringindo o fluxo. • Vasculites: inflamação dos vasos sanguíneos, que pode comprometer a perfusão.
Síndromes Clínicas
1. Angina Pectoris: • Condição em que a isquemia não é suficiente para causar necrose (morte) do tecido cardíaco, mas causa dor no peito. A angina aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM). 2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): • Ocorre quando a isquemia é grave e prolongada o suficiente para provocar necrose do tecido miocárdico. 3. Cardiopatia Isquêmica Crônica (CI Crônica): • Caracteriza-se pela presença de insuficiência cardíaca devido a episódios repetidos de isquemia. Pode levar a hipertrofia do miocárdio e cicatrização de infartos prévios. 4. Morte Súbita Cardíaca (MSC): • A MSC pode ser uma consequência imediata de uma arritmia fatal, geralmente secundária a isquemia grave e súbita do miocárdio.
Cardiopatia Isquêmica 2
Causas
1. Doença Arterial Coronária: 2. Embolia Coronária: 3. Vasculite Miocárdica: 4. Espasmo Vascular: 5. Outros Fatores Agravantes:
Epidemiologia
Patogênese
1. Perfusão Insuficiente em Relação à Demanda: 2. Oclusão Vascular Crônica: 3. Alteração Aguda de uma Placa Aterosclerótica:
Consequências
1. Lesão Distal à Obstrução:
Causas
1. Doença Arterial Coronária: • A aterosclerose das artérias coronárias é a causa principal, levando à redução do fluxo sanguíneo ao miocárdio. 2. Embolia Coronária: • Pode ocorrer quando um êmbolo bloqueia uma artéria coronária. 3. Vasculite Miocárdica: • Inflamação dos vasos sanguíneos, que pode comprometer a perfusão do miocárdio. 4. Espasmo Vascular: • Contração súbita das artérias coronárias, restringindo o fluxo. 5. Outros Fatores Agravantes: • Aumento da demanda por oxigênio (como em hipertrofia miocárdica ou taquicardia) e condições que reduzem o oxigênio disponível, como hipotensão ou hipoxemia.
Epidemiologia
• Principal Causa de Morte: A cardiopatia isquêmica é uma das principais causas de morte, especialmente nos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, foi a principal causa até meados do século XX. • Redução dos Casos: Desde o pico em 1963, houve uma queda de 50% nas mortes, atribuída a melhoras na prevenção e controle de fatores de risco, como: • Tabagismo, colesterol, hipertensão arterial sistêmica (HAS), controle da glicemia, dieta e exercícios físicos.
Patogênese
1. Perfusão Insuficiente em Relação à Demanda: • A causa dominante é o suprimento inadequado de sangue em comparação à demanda do miocárdio. 2. Oclusão Vascular Crônica: • Aterosclerose causa oclusões nas artérias coronárias em mais de 90% dos casos. • Obstrução Significativa (> 75%): Limita o fluxo de sangue durante exercícios, provocando isquemia. • Obstrução Crítica (> 90%): Limita o fluxo mesmo em repouso; permite a formação de vasos colaterais se a oclusão for lenta. 3. Alteração Aguda de uma Placa Aterosclerótica: • Ruptura de uma placa pode formar um trombo, bloqueando subitamente o fluxo sanguíneo e levando a eventos isquêmicos agudos.
Consequências
1. Lesão Distal à Obstrução: • A área do miocárdio que recebe fluxo distalmente à obstrução sofre isquemia, resultando em diferentes síndromes clínicas: • Angina Estável: Aumento da demanda miocárdica por oxigênio durante esforço. • Angina Instável: Ruptura de placas, podendo causar microinfartos. • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): Necrose do miocárdio devido à isquemia severa e prolongada. • Morte Súbita Cardíaca: Isquemia grave pode levar a arritmias fatais.
Angina Pectoris
Angina Pectoris Estável (típica)
Angina variante Prinzmetal
A Angina Variante de Prinzmetal é uma forma específica e menos comum de angina pectoris, com características clínicas e fisiopatológicas peculiares. A seguir, detalho os principais pontos:
Definição e Fisiopatologia
• É causada por um espasmo arterial coronariano, que reduz transitoriamente o fluxo sanguíneo. • Pode ocorrer em artérias coronárias normais ou na presença de aterosclerose leve a moderada. • Não está diretamente relacionada a atividade física, frequência cardíaca ou hipertensão arterial sistêmica, diferentemente da angina estável.
Características Clínicas
• Episódica e geralmente ocorre em repouso. • Frequentemente apresenta ciclos diários ou horários, podendo ter relação com o ritmo circadiano. • Durante os episódios, é comum observar elevação transitória do segmento ST no eletrocardiograma, simulando um infarto agudo do miocárdio.
Diagnóstico
• O diagnóstico pode ser confirmado pelo ECG durante o episódio. • Testes provocativos, como o uso de ergonovina, podem induzir o espasmo em ambiente controlado.
Tratamento
• Responde bem a vasodilatadores, como nitratos e bloqueadores dos canais de cálcio (ex.: nifedipina, verapamil). • Evitar beta-bloqueadores pode ser necessário, pois eles podem agravar o vasoespasmo. • Controle de fatores de risco, como tabagismo, é essencial.
Angina Pectoris Instável
Infarto Agudo do Miocárdio 1
Definição
Patogênese do IAM
1. Oclusão Coronária: 2. Resposta Miocárdica: 3. Progressão da Oclusão:
Tempo e Gravidade da Lesão
Intervenção e Salvamento do Miocárdio
Definição
• O IAM é caracterizado pela necrose dos miócitos cardíacos causada pela isquemia, ou seja, pela falta de oxigenação no tecido miocárdico devido a uma interrupção ou redução significativa do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias.
Patogênese do IAM
1. Oclusão Coronária: • A oclusão das artérias coronárias geralmente ocorre devido a alterações em uma placa aterosclerótica: • Ruptura, fissura, erosão ou ulceração de uma placa pode desencadear a formação de um trombo (coágulo), bloqueando o fluxo sanguíneo. • A formação de trombos pode ser associada a vasoespasmo (contração dos vasos), que agrava ainda mais a oclusão. • Outras Causas: Vasoespasmo induzido por drogas (como a cocaína), embolia coronária (êmbolo que bloqueia a artéria), vasculites, dissecção vascular e hipotensão severa. 2. Resposta Miocárdica: • Quando ocorre a oclusão e o miocárdio é privado de oxigênio, uma sequência de eventos bioquímicos e celulares começa: • Segundos após a oclusão: Há queda nos níveis de ATP e acúmulo de ácidos (como o ácido lático), resultando em acidose intracelular. • Um minuto após: O miocárdio perde a capacidade de se contrair. • 20 a 30 minutos após: Inicia-se a morte celular irreversível, com necrose dos miócitos. 3. Progressão da Oclusão: • A imagem fornecida descreve a progressão típica de uma placa aterosclerótica: • Placas podem evoluir para uma obstrução fixa que causa angina. • Se houver ruptura da placa, um trombo oclusivo pode se formar, resultando em um IAM.
Tempo e Gravidade da Lesão
• O gráfico ilustra a progressão da isquemia para necrose: • Durante os primeiros 30 minutos, a lesão ainda é potencialmente reversível. • Após esse período, a necrose começa a se estabelecer, e quanto mais tempo passa sem intervenção, maior é a quantidade de miocárdio necrosado. • Em poucas horas, uma porção significativa do miocárdio afetado estará comprometida de forma irreversível.
Intervenção e Salvamento do Miocárdio
• Intervenção Precoce: Se uma intervenção (como trombólise ou angioplastia) for realizada precocemente, é possível restaurar o fluxo sanguíneo e limitar a extensão da necrose miocárdica.
Infarto Agudo do Miocárdio 2
Tipos de Infarto
1. Infarto Transmural: 2. Infarto Subendocárdico:
Distribuição da Necrose
Progressão da Necrose
Exemplo de IAM Transmural
Tipos de Infarto
1. Infarto Transmural: • A necrose abrange a espessura total ou quase total do miocárdio, afetando desde o endocárdio até o epicárdio. • Geralmente causado por uma oclusão trombótica completa em uma artéria coronária, tipicamente devido a uma placa aterosclerótica. • A distribuição é localizada no território de uma artéria específica, como a descendente anterior, a circunflexa esquerda ou a coronária direita. 2. Infarto Subendocárdico: • A necrose é limitada à metade interna da espessura do miocárdio, afetando apenas o subendocárdio. • Esse tipo de infarto ocorre com trombose parcial ou lisiada ou em casos de hipotensão sistêmica que reduz o fluxo coronariano globalmente. • Pode ter um padrão de necrose circunferencial, abrangendo as áreas mais internas do coração em vez de um único território arterial.
Distribuição da Necrose
• Infartos Transmurais: Relacionados à oclusão completa e permanente de uma artéria coronária específica. A restauração do fluxo (reperfusão) pode limitar a extensão do infarto, mas quando não ocorre, há necrose completa no território afetado. • Infartos Não Transmurais: Podem ocorrer por obstruções parciais transitórias, hipotensão global ou oclusão de pequenos vasos, resultando em necrose limitada a áreas subendocárdicas ou microinfartos intramurais.
Progressão da Necrose
• Após a oclusão de uma artéria coronária, a área em risco de necrose começa a sofrer isquemia: • 0 horas: A zona de perfusão está em risco, mas ainda não há necrose. • 2 horas: Início da necrose nas regiões mais próximas ao endocárdio. • 24 horas: A necrose pode se estender para envolver quase toda a área em risco se o fluxo sanguíneo não for restaurado.
Exemplo de IAM Transmural
• A última imagem mostra um IAM posterolateral do ventrículo esquerdo com necrose, hemorragia e cicatriz de um IAM antigo. A necrose extensa confirma um infarto transmural que compromete toda a espessura da parede ventricular.
Infarto Agudo do Miocárdio 3
Localizações do IAM
1. Artéria Descendente Anterior (40-50%): 2. Artéria Coronária Direita (30-40%): 3. Artéria Circunflexa (15-20%):
Tipos de Necrose no IAM
Progressão da Necrose
Evolução Temporal da Função Contrátil e Reperfusão
1. Perda da Função Contrátil: 2. Reperfusão e Recuperação:
Marcadores Diagnósticos
Localizações do IAM
1. Artéria Descendente Anterior (40-50%): • Afeta a parede anterior do ventrículo esquerdo (VE), a porção anterior do septo interventricular e o ápice do coração. 2. Artéria Coronária Direita (30-40%): • Compromete a parede posterior do ventrículo esquerdo, a parede posterior do ventrículo direito (VD) e a porção posterior do septo interventricular. 3. Artéria Circunflexa (15-20%): • Afeta a parede lateral do ventrículo esquerdo.
Tipos de Necrose no IAM
• Infartos Transmurais: • Envolvem a espessura completa do miocárdio, geralmente devido a uma oclusão permanente de uma artéria coronária principal. • Infartos Subendocárdicos: • A necrose é limitada à camada subendocárdica, frequentemente relacionada a obstruções parciais, episódios de hipotensão ou reperfusão.
Progressão da Necrose
• 0 a 4 horas: Início da lesão irreversível. • 4 a 24 horas: Necrose inicial de miócitos, com infiltração de neutrófilos. • 3 a 4 dias: Aumento da inflamação, com infiltração predominante de neutrófilos. • 7 a 10 dias: Remoção dos miócitos mortos por macrófagos. • 10 a 14 dias: Formação de tecido de granulação, com proliferação de fibroblastos e capilares. • 2 semanas a 2 meses: Formação de cicatriz fibrótica, completando o processo de cicatrização.
Evolução Temporal da Função Contrátil e Reperfusão
1. Perda da Função Contrátil: • A função contrátil do miocárdio começa a ser perdida em 2 minutos de isquemia. • Em cerca de 20 minutos, a viabilidade celular começa a se perder, tornando a intervenção precoce essencial. 2. Reperfusão e Recuperação: • A reperfusão precoce pode limitar a extensão da necrose e melhorar a recuperação funcional do miocárdio.
Marcadores Diagnósticos
• Proteínas liberadas pelos miócitos danificados, como a troponina, são usadas como marcadores diagnósticos para o IAM, refletindo o dano miocárdico.
Infarto Agudo do Miocárdio 4
Principais Complicações do IAM
1. Disfunção Contrátil: 2. Arritmias: 3. Ruptura Miocárdica: 4. Aneurisma Ventricular: 5. Pericardite: 6. Trombo Mural: 7. Expansão/Extensão do Infarto: 8. Disfunção do Músculo Papilar: 9. Insuficiência Cardíaca (IC):
Principais Complicações do IAM
1. Disfunção Contrátil: • A perda de mais de 40% dos miócitos do ventrículo esquerdo (VE) pode resultar em choque cardiogênico, devido à incapacidade do coração em manter o débito adequado. 2. Arritmias: • São comuns após o IAM devido à alteração da condução elétrica pelo tecido necrótico. 3. Ruptura Miocárdica: • Ocorre principalmente entre 3 a 7 dias após o infarto, quando o tecido necrosado está mais vulnerável. • Tipos de Ruptura: • Parede Livre do VE: Pode causar hemopericárdio e tamponamento cardíaco. • Septal (IV): Leva à formação de um shunt esquerda-direita (comunicação anômala entre os ventrículos). • Músculo Papilar: Compromete a válvula mitral, levando à insuficiência mitral aguda. 4. Aneurisma Ventricular: • Dilatação da parede ventricular enfraquecida, que pode aumentar o risco de formação de trombos murais. 5. Pericardite: • Inflamação do pericárdio, pode ocorrer após o IAM e evoluir para pericardite fibrosa, conforme mostrado na imagem. 6. Trombo Mural: • A presença de áreas de fluxo sanguíneo estagnado e a lesão do endocárdio promovem a formação de trombos no interior do coração, com risco de embolização. 7. Expansão/Extensão do Infarto: • O enfraquecimento da área infartada pode se estender, resultando em maior comprometimento funcional. 8. Disfunção do Músculo Papilar: • Pode levar à insuficiência mitral, pois o músculo papilar necrosado perde a capacidade de suportar a válvula. 9. Insuficiência Cardíaca (IC): • A disfunção contrátil e o dano estrutural contribuem para a progressão da IC, com comprometimento do débito cardíaco.
Imagens e Exemplos
• As imagens fornecidas ilustram complicações como: • Ruptura miocárdica (Imagem A e B). • Ruptura do músculo papilar (Imagem C). • Pericardite fibrosa (Imagem D). • Trombo mural (Imagem E). • Aneurisma ventricular esquerdo (Imagem F).