Urgências Em Oncologia Flashcards
Quais são as possíveis urgências oncológicas?
1) Síndromes Obstrutivas e Compressivas
a) Compressão Medular
b) Síndrome da Veia Cava Superior
2) Síndromes Restritivas por Derrames
a) pleural, pericárdico e peritoneal
3) Metabólicas
a) Hipercalcemia
b) Síndrome Lise Tumoral
4) Hematológicas
a) Citopenias: Neutropenia, Plaquetopenia e Anemia
Compressão medular
O grau de sequela depende do status neurológico ao diagnóstico
Tumores relacionados mais comuns: mama, próstata, pulmão, linfomas e mieloma múltiplo
Fisiopatologia da compressão medular
1) Metástase hematogênica
para corpo vertebral
2) Crescimento contínuo e
obliteração do canal
medular
3) Metástase causa
obstrução do plexo venoso
epidural
consequência:
edema vasogênico
OU
Acometimento do osso cortical -> Fratura com angulação anterior -> Deslocamento posterior do
fragmento ósseo
Manifestações clínicas da compressão medular
- A dor é o primeiro sintoma (83-95%) e antecede em semanas as
alterações neurológicas (média de 7 semanas) - Qualquer dor em topografia de esqueleto axial = origem
metastática até que se prove o contrário. Há piora da dor no
decúbito!! - Sintomas neurológicos, como fraqueza muscular, está presente
em 60-85% dos pacientes ao diagnóstico - Disfunção motora antecede as alterações de sensibilidade
(parestesias e/ou disestesias) - Tipicamente, quando há nível sensitivo, este está abaixo do nível
real da compressão medular
Diagnóstico para compressão medular
Ressonância Magnética de Coluna Total
Tratamento para compressão medular
Corticóide imediatamente: dexametasona 10mg bolus + 4mg 6/6h
1) Protocolos com altas doses de corticóide (bolus de 100 mg
seguidos de 24 mg 6/6h por 3 dias)
2) melhor controle de dor
3) sem benefício claro na preservação da função neurológica
4) maiores complicações (TGI, psiquiátricas)
Tratamento radioterápico para compressão medular
1) Radioterapia externa
2) Esquemas equivalentes
3) 3 a 4 Gy/dia x 5 a 10 aplicações
4) 8 Gy/dia
5) 40Gy/dia em 20 frações
70% dos pacientes apresentam
resolução da dor
1/3 dos pacientes voltam a andar
Tratamento cirúrgico para compressão medular
1) Descompressão cirúrgica é indicada em instabilidade da coluna, presença de fragmento ósseo e em
tumores radiorresistentes
2) Ressecção agressiva do tumor + estabilização da coluna + radioterapia aumenta a probabilidade do paciente recuperar a capacidade de andar
Quais neoplasias costumam causar síndrome da veia cava superior?
1) Câncer de pulmão (48 a 81%)
* Pequenas células (Oat cells)
* CEC
2) Linfoma (2 a 21%)
* LNH
3) Outras neoplasias primárias ou metastáticas (3 a 16%)
Obs: causas não neoplásicas (1 a 22%)
Sintomas de síndrome da veia cava superior
- Edema da cabeça e face
- Edema de braços
- Dispnéia
- Tosse
- Dor torácica
- Disfagia
Sinais da síndrome da veia cava superior
- Estase jugular
- Estase venosa em tórax
- Edema face
- Pletora
- Cianose
Recomendações para síndrome da veia cava superior
1) Prática Antiga Comum = Rxt imediata (Deve ser evitada !!!)
Primeiro = investigação diagnóstica
a) Diagnóstico histológico e Exames de imagem
b) Intervenções endovasculares percutâneas = alívio
rápido de sintomas, sem prejuízo ao diagnóstico
Qual é o tratamento para síndrome da veia cava superior?
1) SCLC, LNH, e tumores de células germinativas correspondem a aproximadamente a metade das
causas neoplásicas de SVCS
2) Estas entidades são potencialmente curáveis
3) Quimioterapia e/ou radioterapia
4) Glicocorticóides em linfomas e timomas
5) Anticoagulacão se houver trombose associada
6) Câncer de Pulmão de Pequenas Células
a) Quimioterapia +/- Radioterapia
7) Câncer de Pulmão de Células Não-Pequenas
a) Radioterapia (63%)
b) Quimioterapia (59%)
8) Linfoma Não-Hodgkin
a) Quimioterapia = Radioterapia = Qt + Rxt
9) Obstrução induzida por Cateter
a) Trombólise + anticoagulação
b) Retirada do cateter após anticoagulação (risco de embolia)
Derrame pleural
1) Exsudato:
* DHL pleural > 200 IU/L
* DHL pleural ÷ plasmático > 0,6
* Proteina pleural ÷ plasmática > 0,5
* Albumina plasmática – pleural < 1,2
* Colesterol > 45 a 60 mg/dL
2) Biópsia pleural raramente acrescenta
informações úteis
Tratamento para derrame pleural
1) Pleurodese : Tumores quimio-resistentes
ou refratários
2) Talco: efetivo, baixo custo e disponível
3) Derrames multi-septados = refratários
4) Estudos pequenos: fibrinolíticos (estreptoquinase e
uroquinase)
TRATAR A PATOLOGIA DE BASE!
Obs: Toracocentese exclusiva: 97% de recorrência em 30 dias
Hipercalcemia
1) Síndrome paraneoplásica mais comum (20% to 30% dos
pacientes com câncer avançado)
2) Mais frequente em: mieloma múltiplo, mama, rim, pulmão e cabeça e pescoço
Sintomas:
a) náusea/ vômitos
b) Polidipsia/ Poliúria
c) Constipação
d) Desidratação
e) Rebaixamento do nível de consciência
Tratamento para hipercalcemia
1) Hidratação com solução salina isotônica( ↓ 0.5 mmol/L ou 2
mg/dL): simples, rápido e efetivo!!!
2) Calcitonina: inibe a reabsorção óssea mediada por
osteoclastos enquanto promove excreção urinária de cálcio e
sódio
* Miacalcic® 4 a 8 IU/kg IM ou SC a cada 12 horas
* Vantagens: redução rápida da calcemia (2 a 6 horas)
* Limitações: taquifilaxia + administrações frequentes
3) Bisfosfonatos: inibem a reabsorção óssea através de ação sobre os osteoclastos
* Zoledronato 4 mg IV em 15 minutos
* Pamidronato 90 mg IV em 2 horas
Fisiopatologia da hipercalcemia
Metástase óssea: Secreção local de
citoquina (TNF, IL-1, IL-6,
etc)
Sd. Paraneoplásica: Proteína relacionada ao PTH
Qual é a tríade clássica da lise tumoral?
1) Hiperuricemia
2) Hiperfosfatemia
3) Hipercalemia
Obs: Também ocorre hipocalcemia secundária
Quando é mais comum ocorrer lise tumoral?
1) Mais frequente: neoplasias hematológicas após a quimioterapia de indução
2) Em horas até poucos dias após a
quimioterapia
Apresentação clínica da lise tumoral
Arritmias cardíacas : Hipercalemia, Hiperfosfatemia
Irritabilidade neuromuscular, tetania,
convulsões e rebaixamento do nível de consciência: Hipocalcemia
Insuficiência renal aguda: Hiperuricemia,
Hiperfosfatemia
Acidose metabólica: Acidose lática, IRA
Fatores de risco para síndrome de lise tumoral
1) Adenopatias volumosas, altas contagens de leucócitos, hepato esplenomegalia
2) DHL ↑ e hiperuricemia pré-tratamento
3) Comprometimento da função renal / uso de drogas nefrotóxicas
4) leucemias agudas, linfomas não-hodgkin de alto grau
(linfoma de Burkitt 42%)
5) Maior mortalidade em tumores sólidos : falta de cuidados preventivos
Como tratar lise tumoral?
1) Hidratação vigorosa (3000 ml/m2/dia)
2) Manter débito urinário elevado (> 100ml/h)
3) Alopurinol (300 a 600 mg/dia)/Rasburicase (0,2mg/kg)
4) Alcalinização da urina é controversa
(↓ precipitação de cristais de ácido úrico, ↑ precipitação de complexos cálcio/fosfato, ↑ manifestações neurológicas da
hipocalcemia)
Neutropenia febril
Emergência Oncológica → Evolução para
sepse e óbito em poucas horas
Normalmente Iatrogênica
Definições para febre e neutropenia
- Febre
>38,3°C (temperatura oral)
38°C sustentado > 1 hora
Ou Tax: > ou igual a 37,8 °C - Neutropenia
<1500 cél/microL
Se o paciente em tratamento oncológico apresentar febre ou qualquer sinal de infecção, como prosseguir?
HEMOGRAMA
1. Colher Hemoculturas (central e periférico)
2. Iniciar antibioticoterapia imediatamente:
a) Foco identificado = ATB apropriado
b) Foco não identificado = ATB de amplo espectro
Cefepime (Maxcef ®) 2 g IV 12/12 horas
Ou
Piperacilina/Tazobactam (Tazocin) 4,5g IV 8/8h
+/-
Vancomicina 1 g IV 12/12 horas
(instabilidade hemodinâmica, suspeita de infecção de cateter central,
infecção de pele e/ou mucosite)