Trauma Torácico Flashcards

1
Q

Se o paciente não responde à administração de volume em quais diagnósticos devemos pensar, principalmente? (4)

A

Pneumotórax hipertensivo, lesão miocárdica, tamponamento cardíaco, embolia aérea em coronárias e outros.

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2
Q

Quais as indicações para toracotomia? (6)

A
  • Hemotórax maciço
  • Lesões penetrantes na parede torácica anterior com tamponamento cardíaco
  • Feridas na caixa torácica de grandes dimensões
  • Lesões a vasos nobres do tórax na presença de instabilidade hemodinâmica
  • Lesões traqueobrônquicas extensas
  • Evidência de perfuração esofagiana
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3
Q

Qual é o perfil do paciente indicado para a realização da toracotomia de reanimação?

A

Pacientes vítimas de trauma torácico penetrante que estão em parada cardíaca em atividade elétrica sem pulso (AESP), nos quais a massagem cardíaca não surge efeito, principalmente se houver hipovolemia.

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4
Q

Como é feita a toracotomia de reanimação? (4 etapas)

A

1 - Toracotomia anterolateral esquerda (4-5 EIE);
2 - Clampeamento de aorta torácica descendente (para reduzir perdas abaixo do diafragma e melhorar perfusão cerebral e cardíaca);
3 - Reparar lesões torácicas exsanguinantes;
4 - Realizar massagem cardíaca aberta;
OBS: Em casos de tamponamento, drenar o saco pericárdico.

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5
Q

Quais lesões ósseas no tórax estão associadas a trauma torácico grave? (3)

A

Fraturas do 1o ao 3o arco costal, escapula e clavícula.

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6
Q

Quais fraturas estão associadas a lesões hepáticas e esplênicas?

A

Fraturas dos arcos costais inferiores (10o ao 12o).

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7
Q

Quais lesões devem ser consideradas em caso de fratura do esterno, principalmente? (4)

A

Lesões de aorta toracica, contusão miocárdica, contusão pulmonar, perfuração esofagiana etc.

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8
Q

Quando ocorre o tórax instável? Qual a consequência imediata desse quadro?

A

Ocorre quando um segmento da parede torácica perde continuidade com o restante da caixa torácica. Geralmente decorre de fraturas de dois ou mais arcos costais contínuos, com cada arco costal fraturado em ao menos dois pontos.
A separação costocondral também pode levar a essa condição. Pode causar insuficiência respiratória.
Consequência imediata: respiração paradoxal.

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9
Q

O que é a respiração paradoxal?

A

É uma consequência imediata do tórax instável. O tórax encolhe na inspiração (pressão intrapleural negativa) e sofre abaulamento na expiração, que é ineficiente, levando a aumento do trabalho em respirar e a uma hipoventilação alveolar.

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10
Q

Como tratar um tórax instável?

Em quais situações está indicada a intubação seguida de ventilação mecânica com pressão positiva? (5)

A

Opiáceos (IV, por bloqueios intercostais ou epidural, em casos graves).
Se FR >40, hipoxemia, consciência rebaixada, doença pulmonar crônica ou lesões abdominais, intubar e realizar ventilação mecânica com pressão positiva.

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11
Q

Quais as causas e complicações (2) da contusão pulmonar?

A

Mais frequente após traumatismos fechados do torax (40% dos casos) e menos frequente nos casos de traumas penetrantes; geralmente associada a fraturas de arcos costais (exceto em crianças).
Sua mortalidade é de cerca de 10%.
Suas complicações são SDRA (“SARA”) e pneumonia.

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12
Q

Qual a fisiopatologia da contusão pulmonar? (3)

A

1 - Inundação de alvéolos, interstício e brônquios por líquido e sangue do interior dos vasos rotos
2 - Hipoxemia e consolidação em regiões de parênquima à RD de torax.
3 - Inflamação intensa -> Inflamação sistêmica.

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13
Q

Quais as condutas num paciente com contusão pulmonar com SO2 > 90% em aa? (5)

A

Administrar oxigênio; analgesia para fraturas; monitorizar (oximetria de pulso); ECG continuo; gasometria arterial.

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14
Q

Quais as condutas num paciente com contusão pulmonar com SO2 <90% ou PaO2 <65 mmHg?

A

Avaliar intubação e ventilação mecânica dentro da primeira hora após o trauma.

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15
Q

Quais são os tipos de pneumotórax?

A

Simples, hipertensivo e aberto.

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16
Q

O que é pneumotórax simples?

A

Quando não há desvio do mediastino. Decorre de trauma penetrante ou fechado.
É classificado de acordo com o volume de parênquima pulmonar perdido ou colapsado.

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17
Q

O que é pneumotórax pequeno?
Se taquipneia associada, qual a conduta?
Quando drenar com selo d’água?

A

A perda de parênquima é inferior a 1/3 do volume pulmonar.
Se progredir ou cursar com taquipneia, a drenagem torácica é indicada. Se o paciente for submetido a transporte aéreo ou a ventilação mecânica, drenar em selo d’água.

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18
Q

O que é pneumotórax grande? Qual o tratamento inicial?

A

Quando há colapso de todo ou quase todo o pulmão sem desvio do mediastino ou hipotensão.
Seu tratamento inicial é a drenagem intercostal em selo d’água.

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19
Q

Como é feita a drenagem no pneumotórax?

Quais os critérios para sua retirada? (2)

A

Inserir o dreno entre o 4o e 5o Espaço intercostal (ou 2o) anteriormente à linha axilar media.
Os critérios para sua retirada são um pulmão totalmente expandido e o não borbulhamento pelo frasco de drenagem por 48-72h.

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20
Q

O que leva a um pneumotórax hipertensivo?

Quais as alterações esperadas num paciente com esse problema? (2)

A

Decorre de trauma fechado (ruptura do parênquima pulmonar com escape de ar para o espaço pleural - “ruptura alveolar em saco de papel”) ou aberto.
É a entrada de ar unidirecional (mecanismo de válvula) sob pressão, levando a colapso do pulmão ipsilateral e desvio do mediastino.

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21
Q

Qual a causa mais comum de pneumotórax hipertensivo (ATLS)?

A

Ventilação com pressão positiva em pacientes com lesões pleuropulmonares previas despercebidas.

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22
Q

Qual a fisiopatologia e o quadro clinico do pneumotórax hipertensivo?

A

A angulação dos vasos da base leva a redução do retorno venoso, com redução do debito cardíaco, levando a hipotensão e/ou choque; e turgência de jugulares. Já o colapso pulmonar e a compressão pelo desvio do mediastino levam a insuficiência respiratória (dispneia, redução da expansibilidade, desvio da traqueia, redução/ausência do MV); enfisema subcutâneo.

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23
Q

Como se dá o diagnóstico do pneumotórax hipertensivo?

A

Por meio da clinica do paciente.

24
Q

Qual o tratamento imediato do pneumotórax hipertensivo? E o definitivo?

A

Imediato, com introdução de agulha no 2o EI na linha hemiclavicular (toracocentese). O tratamento definitivo é a drenagem toracica intercostal em selo d’água, com dreno tubular no 5o EI entre a linha axilar anterior e media no nível do mamilo.

Divulsionar o tecido com pinça de Kelly até acessar a cavidade pleural, introduzir dedo para checar o trajeto e só então inserir o dreno próximo à margem superior do arco costal (6o) para evitar feixes vasculonervosos.

25
Q

O que é pneumotórax aberto? O diâmetro da lesão é importante? Explique.

A

Ferida torácica que promove solução de continuidade entre o ar atmosférico e a cavidade pleural com tendencia a equilíbrio entre as pressões. Se for de diâmetro maior que 2/3 da traqueia o ar seguira preferencialmente pela abertura torácica, levando a insuficiência respiratória.

26
Q

Como tratar imediatamente o pneumotórax aberto?
Qual quadro pode ser decorrente do tratamento incorreto, nesse caso?
Qual o tratamento definitivo? (2)

A

Curativo quadrangular de três pontas imediatamente para impedir entrada de ar na inspiração e permitir saída durante a expiração. O fechamento das quatro arestas leva a pneumotórax hipertensivo. Após, drenagem intercostal em selo d’água (distante do sitio da lesão) e fechamento cirúrgico da ferida.

27
Q

O que é hemotórax?

A

Coleção de sangue na cavidade pleural.

28
Q

A partir de que volume coletado o hemotorax é identificado na RD?
(posição supina, perfil e incidência frontal)

A

Até 1000mL nao é percebido em posição supina; até 300mL é melhor visto em perfil; a partir de 300mL é percebido em incidência frontal.

29
Q

Qual o tratamento do hemotórax?

A

Toracotomia com drenagem torácica em selo d’água.
Em 85% dos casos é o que resolve.
Todo derrame pleural no paciente traumatizado deve ser drenado, pois é visto, ate segunda ordem, como hemotórax.

30
Q

O que é hemotórax maciço?

A

Acúmulo rápido de mais de 1500mL ou 1/3 ou mais do volume sanguíneo do paciente na cavidade torácica.

31
Q

Qual o quadro clínico do paciente com hemotórax maciço? (3)

A

Choque, murmúrio vesicular ausente e macicez à percussão do hemitórax acometido; jugulares colabadas pela hipovolemia.

32
Q

Como é o tratamento do hemotórax? (3)
Se volume maior que 1500 mL, qual a conduta?
Quais as condições para abordar cirurgicamente? (4)

A

Infusão imediata de cristaloide e sangue. Toracostomia com dreno no 5o EI anterior à linha axilar media na altura do mamilo. Se possível, realizar autotransfusão do sangue do paciente.
Se drenar ao menos 1500mL imediatamente ou 200mL/h por 2-4h (ATLS. Ou 300mL/h por 3h - Sabiston), fazer toracotomia. Menos de 1500mL mas manutenção do sangramento também são candidatos à cirurgia, assim como na presença de instabilidade hemodinâmica e hemotransfusões contínuas.

33
Q

O que é quilotorax? Como é feito o diagnóstico?

A

Presença de linfa na cavidade pleural. Seu diagnóstico ocorre apenas por análise do líquido.

34
Q

Como tratar o quilotorax?

A

Drenagem intercostal em selo d’água os re-expansão pulmonar. Dieta parenteral total ou com alto teor proteico suplementada com triglicerídeos de cadeia media (que nao aumentam a produção de linfa).

35
Q

Qual o quadro clínico de uma lesão traqueobrônquica? (3)

A

Enfisema subcutâneo, hemoptise ou pneumotórax hipertensivo.

36
Q

Como tratar uma lesão traqueobrônquica?

A

Ventilar e oxigenar com intubação seletiva do brônquio principal saudável. Se for difícil fazê-lo, intervenção cirúrgica imediata deve ser feita. Se o paciente responder e ficar estável, operar apenas após solução do edema e inflamação da lesão.

37
Q

Quando suspeitar de traumatismo cardíaco?

A

Lesões no espaço entre a LHD e linha axilar media esquerda, verticalmente; e entre a fúrcula esternal e as extremidades anteriores dos arcos costais até o 10o, horizontalmente. Possivelmente em lesões do abdome superior, escapulares, torácicas laterais e cervicais.

38
Q

Quando suspeitar de contusão miocárdica?

Qual câmara cardíaca é a mais acometida?

A

Traumas torácicos intensos (fratura de esterno ou arcos costais superiores). O VD é a câmara mais acometida, por sua proximidade com o esterno e posição anterior.

39
Q

Qual o quadro clinico de uma contusão miocárdica?

A

Hipotensão (geralmente com elevação inexplicado da PVC por disfunção sistólica do VD); alterações da motilidade da parede miocárdica ao eco; e alterações eletrocardiográficas (arritmias por VD eletricamente instável).

40
Q

Quais alterações possíveis da contusão miocárdica ao ECG? (4)

A

Extrassístole ventriculares múltiplas; taquicardia sinusial inexplicada; fibrilação atrial; bloqueio de ramo (em geral direito); alterações do ST. Monitorar por 24h na presença dessas alterações pelo risco de arritmias graves.

41
Q

A dosagem de troponinas deve ser feita na contusão miocárdica?
Qual a interpretação se estiver aumentada? (2)

A

Não é recomendada. Parece não ajudara e não acrescenta ao obtido pelo ECG. Se aumentada, sugere IAM como causa (infartou e bateu o carro) ou consequência (coronariopatia submetido a variação volêmica) do trauma.

42
Q

Como tratar a contusão miocárdica? Qual conduta se falência do VD?

A

Antiarrítmicos, se preciso;

Inotrópicos e/ou volume, se falência do VD.

43
Q

O que é o tamponamento cardíaco?

Qual o volume necessário?

A

Sangue na cavidade pericardica exercendo efeito compressivo sobre o coração. Bastam cerca de 100-150mL para ocorrer.

44
Q

Quais as causas de tamponamento cardíaco? (3)

A

Lesões penetrantes torácicas, traumas cardíacos fechados com ruptura miocárdica, dissecções da aorta ascendente, lesões intrapericardicas da VCI e VCS e lesões de segmentos de artéria/veia pulmonares envoltos pelo pericárdio.

45
Q

Qual a fisiopatologia do tamponamento cardíaco? (7)

A

Efeito compressivo do sangue na cavidade pericardica sobre as câmaras cardíacas, levando a restrição de enchimento diastólico causando redução do DC, hipotensão e choque. Há turgência jugular bilateral e congestão pulmonar (por restrição ao enchimento de câmaras esquerdas e elevação da pressão capilar pulmonar).

46
Q

Qual o quadro clinico do tamponamento cardíaco? (7)

A

Distensão de veias cervicais, cianose, hipotensão ou choque. Tríade de Beck (veias distendidas, bulhas abafadas e hipotensão) ocorre em apenas 30-40% dos casos. Outras manifestações possíveis são congestão pulmonar; pulso paradoxal (queda > 10mmHg da PAS ao término da inspiração); e sinal de Kussmaul (dilatação acentuada das jugulares à inspiração).

47
Q

Quais exames identificam o derrame pericárdico no tamponamento cardíaco? (2)

A

Eco transtorácico ou FAST (acurácia de até 90% para examinador experiente).

48
Q

Como tratar o tamponamento cardíaco?

A

Toracotomia em centro cirúrgico é o definitivo. Se inviável, pericardiocentese subxifoidiana com agulha de ponta romba é uma alternativa provisória. Drenagem de 15-20mL já melhora o quadro e alivia sintomas.

49
Q

Quais achados radiográficas no trauma aórtico?

A

Alargamento do mediastino (>8cm) é o principal. Além desse, perda do contorno aórtico; desvio da traqueia à direita; depressão do brônquio fonte esquerdo; desvio da SNG à direita; derrame extrapleural apical; densidade retrocardiaca; fratura de 1o-2o arco costais; obliteração do espaço entre artéria pulmonar e aorta; elevação e desvio à direita do brônquio principal direito.

50
Q

Qual o exame diagnostico para trauma aórtico?

A

TC helicoidal de torax contrastada. S e E de 100%. Se positiva para a lesão, fazer angiografia por TC ou realizar aortografia. Se negativa para hematoma de mediastino ou ruptura de aorta, descarta a lesão.

51
Q

Como tratar o trauma aórtico?

A

Reparo cirúrgico, stent ou tratamento com anti-hipertensivos para pacientes de alto risco (TCE grave, lesões em múltiplos órgãos e com hematoma mediastinal estável; que devem ser tratados antes de abordar a aorta).

52
Q

Quando suspeitar e como investigar possível lesão diafragmática?

A

Lesões penetrantes (6:1 em relação aos traumatismos fechados) abaixo dos mamilos e acima da margem costal. Investigar com lavado peritoneal (ferida penetrante no epigástrio); videotoracoscopia (se hemo ou pneumotórax); videolaparoscopia (lesão toracoabdominal e RD torax normal).

53
Q

Quais as outras causas menos comuns de lesão diafragmatica?

A

Traumatismos fechados (aumento súbito e importante da pressão intra-abdominal), desacelerações rápidas ou forças intensas de compressão.

54
Q

Quais as complicações da ruptura diafragmática? (3)

A

Herniações de vísceras para o tórax (imediata ou em anos); hipoxemia; insuficiência respiratória.

55
Q

RD de tórax revela câmara gástrica em hemitorax esquerdo. Qual a conduta?

A

Laparotomia com redução da hérnia e rafia do diafragma. Em alguns casos é possível fazer abordagem laparoscópica com sutura usando fio não absorvível. Nas hérnias por lesão diafragmatica antiga, abordagem transtoracica, abdominal ou por procedimento combinado.