Trauma do TGU e pélvico Flashcards

1
Q

Quando pensar em trauma uretral?

A

No caso de fratura pélvica ou em quedas “a cavaleiro”. Geralmente em homens (2:1 -7:1), nos quais é mais comprida e exposta.

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2
Q

Qual o quadro clínico de lesões na uretra?

A

Tríade: uretrorragia + retenção vesical + globo vesical palpável (bexigoma)
Próstata alta ao toque pode ser observada

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3
Q

Quando há sinais de lesão uretral o cateterismo vesical é permitido?

A

Formalmente contraindicado: a passagem da sonda de Folley pode agravar a lesão. Nesses casos a uretrografia retrógrada é mandatória. Cistostomia suprapúbica deve ser feita para drenar urina e monitorar o débito. Uretroplastia deve ser feita tardiamente.

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4
Q

Quais os mecanismos de trauma associados a lesões renais?

A

Acidentes automobilísticos, quedas, contusão direta e fraturas de arcos costais inferiores; acidente com bicicleta em crianças.

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5
Q

Como é o quadro clínico do trauma renal?

A

Hematúria, embora nem sempre presente e pouco específica, é o achado mais comum; e não prediz prognóstico (não é proporcional à gravidade). Aumenta suspeita se associada aos mecanismos de trauma associados a lesão renal (flancos, lombar).

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6
Q

Qual exame de escolha para avaliar trauma renal?

A

Em pacientes estáveis, TC com contraste em 3 fases (arterial, venosa e excretora). Pode mostrar extensão do hematoma em loja renal, extravasamento de contraste (urina ou sangue), parênquima sem contraste (lesão vascular). E a própria excreção do contraste pelo sistema coletor permite análise da função renal.
TC é usada no estadiamento da lesão.

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7
Q

Classifique o trauma renal em dois grandes grupos

A
  • Lesões menores (graus I, II e III): 85% dos casos; envolve hematomas subcapsulares e lacerações ou contusões corticais que não atingem vias excretoras.
  • Lesões maiores (graus IV e V): atingem vias excretoras com extravasamento de urina para o retroperitônio, explosão renal, trombose vascular e avulsão do pedículo.
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8
Q

Como tratar lesões renais menores?

A

Conservadoramente. Repouso por 7 dias e atb. Repetir exame de emagem em um mês.

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9
Q

Como tratar lesões renais maiores?

A

Grau IV: se estável após volume ou na ausência de hipotensão, evitar cirurgia.
Grau V: geralmente requerem nefrectomia (total se lesão extensa de parênquima ou do hilo; parcial se lesões laterais distantes do hilo ou lesões polares).
Atenção: dar preferência especial ao tratamento conservador em caso de rim único.

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10
Q

Quais as indicações para exploração cirúrgica imediata dos rins?

A

À inspeção da loja renal: hematoma pulsátilhematoma em expansão aguda ou sangramento ativo para a cavidade peritoneal.

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11
Q

Qual o exame de eleição para o diagnóstico de trauma ureteral?

A

TC. Alternativa é a urografia excretora ou a urografia retrógrada.

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12
Q

Como tratar lesão de ureter?

A

Desbridamento, anastomose (ureterureterostomia) e proteção da anastomose com cateter duplo J na luz ureteral (reduz incidência de fístulas).
Lesões distais: reimplante vesical.

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13
Q

Quando suspeitar de trauma de bexiga?

A

Traumatismo fechado com fratura de bacia (70%) ou contusão acometendo andar inferior do abdome.

Ruptura pode ser extra ou intraperitoneal. Extra resulta geralmente de perfuração por fragmentos ósseos da pelve lesada; intra quando a bexiga está repleta no trauma fechado.

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14
Q

Qual o principal sinal de lesão vesical?

A

Hematúria franca.

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15
Q

Como é feito o diagnóstico da lesão de bexiga?

A

Cistografia.

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16
Q

Como é o tratamento para lesões intraperitoneais da bexiga?

A

Sutura por planos através de acesso abdominal com colocação de cistostomia para derivação (se lesão extensa).

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17
Q

Como é o tratamento para lesões extraperitoneais da bexiga?

A

Conservador com cateter vesical de Foley. Espera-se cura espontânea em 10-14 dias.

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18
Q

Quais os componentes da pelve?

A

Sacro e dois ossos inominados (cada qual constituído pela fusão do ísquio, ilíaco e púbis).
Os ossos inominados se juntam ao sacro, posteriormente, pelas articulações sacroilíacas e, anteriormente, pela sínfise púbica.

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19
Q

Porque as fraturas de pelve são potencialmente tão graves?

A

Pela proximidade das estruturas osteoligamentares com vasos, órgãos e nervos; e pelo fato de geralmente acompanhar outras fraturas.
A hemorragia é complicação imediata mais temida, com mortalidade de 50%.

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20
Q

O que é uma fratura pélvica estável?

A

Anel pélvico alinhado e abertura da sínfise púbica < 2,5cm.

21
Q

O que é uma fratura pélvica instável?

A

Anél pélvico deformado OU abertura da sínfise púbica > 2,5cm.

22
Q

Defina as fraturas do tipo A, B e C de Young-Burgess.

A

A: resultam de forças de direção lateral
B: resultam de forças de direção anteroposterior
C: resultam de forças de direção vertical

23
Q

Em complemento às classificações A,B e C, o que são fraturas de pelve tipo I, II e III?

A

I: fraturas estáveis

II e III: fraturas instáveis

24
Q

Quais fraturas de pelve são as mais graves?

A

As do tipo B, que resultam de força anteroposterior. Elas abrem o anel pélvico e forçam mais os ligamentos e vasos, podendo causar hemorragias para retroperitônio.

25
Q

Em que tipo de fratura de pelve ocorre hemorragia para retroperitônio?

A

Apenas nas instáveis.

26
Q

O que as fraturas de pelve do tipo A e C têm em comum?

A

Tipo A (forças laterais) e tipo C (forças verticais) têm menor risco de sangramento importante; e por “fechar” a pelve são mais associadas a lesões de vísceras pélvicas e intra-abdominais.

27
Q

Quando suspeitar de fratura pélvica?

A

Instabilidade hemodinâmica grave; contusão e equimoses em região pélvica; discrepância no tamanho de MMII; MI em rotação lateral; sinais de lesão de vísceras pélvicas (uretrorragia, metrorragia, sangramento retal).

28
Q

Como diagnosticar uma fratura pélvica com clareza?

A

RD simples em AP no momento do exame primário.

29
Q

Como definir a conduta terapêutica do paciente com fratura pélvica?

A

Se o paciente estiver estável, fazer TC para estudar a lesão e outras possivelmente associadas.

30
Q

Como tratar fraturas da pelve?

A

Tipo I: repouso no leito, apenas
Fraturas instáveis (tipos II e III): cirurgia com uso de fixador externo anterior, associado ou não à fixação interna (placas e barras).
Se choque hipovolêmico: reposição é prioridade.

31
Q

Paciente em choque hipovolêmico com fratura de pelve. Como proceder?

A

ABCDE + FAST. Se houver sangramento intra-abdominal, laparotomia seguida de colocação de fixador pélvico por ortopedista.
Achado de hematoma pélvico na cirurgia: não mexer! Pode causar grave hemorragia.

32
Q

Paciente já submetido a fixação externa continua em choque hipovolêmico. HD e CD.

A

Possível lesão arterial associada (90% são do plexo venoso retroperitoneal, controladas com fixador externo). Fazer angiografia com embolização dos vasos sangrantes, com ótimos resultados.

33
Q

Hematoma na zona I abdominal. Delimite a zona, seus principais vasos e a conduta

A

Zona I é a que engloba a linha média. Possível lesão de aorta ou seus ramos principais (tronco celíaco, mesentérica superior, renal).
São graves: cirurgia imediata ao DX.

34
Q

Hematoma na zona II abdominal. Delimite a zona, seus principais vasos e a conduta

A
Zonas laterais (E e D) à Zona I (linha média abdominal), em torno da loja renal.
Sempre explorar cirurgicamente esses hematomas se a lesão for penetrante. Se por contusão, laparotomia ou exame complementar.
35
Q

Hematoma na zona III abdominal. Delimite a zona, seus principais vasos e a conduta

A

Região pélvica. Pode ser decorrente de lesão dos vasos ilíacos (comum, interno ou externo) ou fraturas pélvicas (mais comum).
Não submeter a cirurgia, pois seu destamponamento é quase sempre fatal.

36
Q

Descreva a manobra de Mattox.

A

Posicionamento visceral abdominal para promover exposição total da aorta.

37
Q

Descreva a manobra de Kocher.

A

Exposição ampla do segmento infrahepático da VCI, aorta supracelíaca e origem da artéria mesentérica superior.

38
Q

Descreva a manobra de Cattell-Braasch.

A

Variação da Kocher. É a manobra para máxima exposição do retroperitônio.

39
Q

O que é a cirurgia para controle de danos (CCD)?

A

Laparotomia abreviada com controle vascular rápido por ligadura + tamponamento com compressas/embolização angiográfica + ressecção/sutura de lesões. Em seguida, o abdome é fechado ou mantido em peritoneostomia (barreiras plásticas protegem a abertura) e condução à UTI.
Não envolve anastomoses ou reconstruções complexas.

40
Q

Quais os objetivos dos cuidados em UTI após a CCD?

A

Por 48-72h, a hipotermia é corrigida, bem como distúrbios metabólicos, alterações hemodinâmicas e distúrbios de coagulação.

41
Q

Descreva a CCD em 3 etapas

A

1- Laparotomia abreviada
2- Tratamento clínico em UTI
3- Reoperação planejada

42
Q

O que é a síndrome de compartimento abdominal (SCA)?

A

Decorre da elevação da pressão intra-abdominal por:

  • reposição volêmica grande com transudação e edema de alça
  • ascite
  • hematomas volumosos
  • presença de compressas de tamponamento
43
Q

Qual o valor normal da PIA e quais valores definem hipertensão intra-abdominal?

A
Normal: 5-7mmHg
Hipertensão intra-abdominal: 12mmHg ou mais
- Grau I: 12-15 mmHg
- Grau II: 16-20 mmHg
- Grau III: 21-25 mmHg
- Grau IV: >25 mmhg
44
Q

Quais valores da PIA definem a SCA?

A

PIA > 20 mmHg (graus III e IV) acompanhados de disfunção de um ou mais órgãos.

45
Q

Quais as repercussões de elevações na PIA?

A

Disfunção respiratória (hipóxia, hipercapnia e acidose respiratória); compressão de VCI (>25mmHg) e redução do DC; elevação da PVC e PCaP; oligúria (compressão renal); edema intestinal; hipertensão intracraniana.

46
Q

Como diagnosticar a SCA?

A

Medida indireta da PIA através da pressão intravesical.

47
Q

Como tratar 20 < PIA < 25 mmHg?

A

Uso criterioso de volume e drenagem de coleções intra-abdominais. Se houver disfunção orgânica, realizar laparotomia descompressiva; ou fazê-la mesmo sem disfunção mas na presença de TCE grave ou hipertensão IC qualquer.

48
Q

Como tratar PIA > 25 mmHg?

A

Invariavelmente associados à disfunção orgânica. Laparotomia descompressiva em centro cirúrgico está sempre indicada.