Trauma do TGU e pélvico Flashcards
Quando pensar em trauma uretral?
No caso de fratura pélvica ou em quedas “a cavaleiro”. Geralmente em homens (2:1 -7:1), nos quais é mais comprida e exposta.
Qual o quadro clínico de lesões na uretra?
Tríade: uretrorragia + retenção vesical + globo vesical palpável (bexigoma)
Próstata alta ao toque pode ser observada
Quando há sinais de lesão uretral o cateterismo vesical é permitido?
Formalmente contraindicado: a passagem da sonda de Folley pode agravar a lesão. Nesses casos a uretrografia retrógrada é mandatória. Cistostomia suprapúbica deve ser feita para drenar urina e monitorar o débito. Uretroplastia deve ser feita tardiamente.
Quais os mecanismos de trauma associados a lesões renais?
Acidentes automobilísticos, quedas, contusão direta e fraturas de arcos costais inferiores; acidente com bicicleta em crianças.
Como é o quadro clínico do trauma renal?
Hematúria, embora nem sempre presente e pouco específica, é o achado mais comum; e não prediz prognóstico (não é proporcional à gravidade). Aumenta suspeita se associada aos mecanismos de trauma associados a lesão renal (flancos, lombar).
Qual exame de escolha para avaliar trauma renal?
Em pacientes estáveis, TC com contraste em 3 fases (arterial, venosa e excretora). Pode mostrar extensão do hematoma em loja renal, extravasamento de contraste (urina ou sangue), parênquima sem contraste (lesão vascular). E a própria excreção do contraste pelo sistema coletor permite análise da função renal.
TC é usada no estadiamento da lesão.
Classifique o trauma renal em dois grandes grupos
- Lesões menores (graus I, II e III): 85% dos casos; envolve hematomas subcapsulares e lacerações ou contusões corticais que não atingem vias excretoras.
- Lesões maiores (graus IV e V): atingem vias excretoras com extravasamento de urina para o retroperitônio, explosão renal, trombose vascular e avulsão do pedículo.
Como tratar lesões renais menores?
Conservadoramente. Repouso por 7 dias e atb. Repetir exame de emagem em um mês.
Como tratar lesões renais maiores?
Grau IV: se estável após volume ou na ausência de hipotensão, evitar cirurgia.
Grau V: geralmente requerem nefrectomia (total se lesão extensa de parênquima ou do hilo; parcial se lesões laterais distantes do hilo ou lesões polares).
Atenção: dar preferência especial ao tratamento conservador em caso de rim único.
Quais as indicações para exploração cirúrgica imediata dos rins?
À inspeção da loja renal: hematoma pulsátilhematoma em expansão aguda ou sangramento ativo para a cavidade peritoneal.
Qual o exame de eleição para o diagnóstico de trauma ureteral?
TC. Alternativa é a urografia excretora ou a urografia retrógrada.
Como tratar lesão de ureter?
Desbridamento, anastomose (ureterureterostomia) e proteção da anastomose com cateter duplo J na luz ureteral (reduz incidência de fístulas).
Lesões distais: reimplante vesical.
Quando suspeitar de trauma de bexiga?
Traumatismo fechado com fratura de bacia (70%) ou contusão acometendo andar inferior do abdome.
Ruptura pode ser extra ou intraperitoneal. Extra resulta geralmente de perfuração por fragmentos ósseos da pelve lesada; intra quando a bexiga está repleta no trauma fechado.
Qual o principal sinal de lesão vesical?
Hematúria franca.
Como é feito o diagnóstico da lesão de bexiga?
Cistografia.
Como é o tratamento para lesões intraperitoneais da bexiga?
Sutura por planos através de acesso abdominal com colocação de cistostomia para derivação (se lesão extensa).
Como é o tratamento para lesões extraperitoneais da bexiga?
Conservador com cateter vesical de Foley. Espera-se cura espontânea em 10-14 dias.
Quais os componentes da pelve?
Sacro e dois ossos inominados (cada qual constituído pela fusão do ísquio, ilíaco e púbis).
Os ossos inominados se juntam ao sacro, posteriormente, pelas articulações sacroilíacas e, anteriormente, pela sínfise púbica.
Porque as fraturas de pelve são potencialmente tão graves?
Pela proximidade das estruturas osteoligamentares com vasos, órgãos e nervos; e pelo fato de geralmente acompanhar outras fraturas.
A hemorragia é complicação imediata mais temida, com mortalidade de 50%.