Trauma de pescoço e face Flashcards
Quais estruturas possivelmente afetadas no trauma de pescoço?
Carótidas, artérias vertebrais, faringe, esôfago, laringe e traqueia.
Nas lesões de pescoço, quais as indicações para estabelecer acesso definitivo de via aérea?
Hematoma cervical em expansão, hemoptise, enfisema subcutâneo (guiada por broncofibroscopia), sopro ou frêmito, déficit neurológico, distorção anatômica do pescoço (cirúrgica, se importante), estridor, odinofagia, dificuldade na deglutição e disfonia.
Quando a lesão cervical é considerada profunda?
Quando ultrapassa o músculo platisma, de modo que a exploração cirúrgica é quase sempre necessária.
Quais as três zonas do pescoço?
De baixo para cima:
- Zona I: da fúrcula esternal à cartilagem cricoide. Engloba a base do pescoço e o desfiladeiro torácico.
- Zona II: Cartilagem cricoide ao ângulo da mandíbula.
- Zona III: ângulo da mandíbula à base do crânio.
O que esperar de trauma na Zona I do pescoço?
Maior mortalidade devido ao acesso cirúrgico difícil e à probabilidade de lesões nos grandes vasos.
O que esperar de trauma na Zona II do pescoço?
Lesões mais acessíveis à exploração cirúrgica do que na zona I. Possível lesão de carótidas, artérias vertebrais, jugulares e estruturas do trato aerodigestivo.
O que esperar de trauma na Zona III do pescoço?
Possível lesão de carótidas distais, glândulas salivares e faringe.
Quais as indicações de abordagem cirúrgica imediata no trauma de pescoço?
Sangramento ativo, instabilidade hemodinâmica, hematoma em expansão ou evidência clara de afecção do trato aerodigestivo (ex.:enfisema subcutâneo).
Quais exames ajudam na abordagem complementar de lesões cervicais na ausência de indicação cirúrgica imediata?
TC, angio-TC, USG com doppler, arteriografia por subtração digital, laringoscopia, broncofibroscopia, EDA e esofagografia.
Como é a exploração cirúrgica de lesões unilaterais do pescoço?
Incisão oblíqua ao longo da borda anterior do músculo ECM. EDA intraoperatória é indicada em lesões da faringe ou esôfago suspeitas mas não encontradas. Complementar com esofagografia para maior S.
Qual a abordagem do paciente assintomático vítima de trauma penetrante profundo do pescoço?
Controversa (intervencionista x conservadora). TC de pescoço + EDA/esofagografia detecta a maioria das complicações. Se suspeita de lesão vascular, angio-TC (melhor) ou USG com doppler.
Qual a abordagem do paciente assintomático vítima de trauma fechado do pescoço?
Acompanhamento com exames. A laringe pode não manifestar sintomas imediatamente (TC pescoço > laringoscopia). Esôfago raramente é acometido no trauma fechado (só investigar se sintomas). USG com doppler ou angio-TC para possíveis lesões vasculares.
Qual a abordagem de pacientes com lesões penetrantes de vasos sanguíneos cervicais?
Angio-TC imediata (se debris metálicos por PAF: atrapalham interpretação -> arteriografia por subtração digital). Carótida interna: cirurgia (enxerto vascular/anastomose);
Qual a abordagem de pacientes com lesões fechadas acometendo vasos sanguíneos cervicais?
Angio-TC: se inconclusiva, arteriografia por subtração digital. Extravasamento de contraste: exploração cirúrgica ou terapia endovascular (pseudoaneurismas principalmente).
Sem vasamento: anticoagulação plena com HNF (PTTa alvo de 40-50 s) ou antiplaquetários.
Como tratar lesões em traqueia e laringe?
Traqueia:
Desbridamento e reparo (fio inabsorvível). Perda superior a 2 aneis requer traqueostomia e reconstrução completa posterior.
Laringe:
Rafia e redução de fraturas da cartilagem. Lesão extensa demanda stents e cirurgias complexas.