Tratamento Cirúrgico (Vias Aéreas) Flashcards
Cite se as cirurgias nasais podem ser usadas para tratamento isolado do SAOS e pelo menos 5 benefícios para esses quadros.
Apesar de a cirurgia nasal isolada raramente ser curativa em pacientes com DRS, ela pode ser um importante adjuvante no tratamento destes indivíduos.
Benefícios:
- Melhora da qualidade do sono
- Amenizar o ronco (controverso)
- Reduzir sonolência diurna
- Reduzir pressão do CPAP
- Ajudar na adesão (CPAP, AIO)
Cite 3 diagnósticos em que podemos indicar procedimentos PALATAIS.
Indicação muito restrita, pois são procedimentos MENOS EFICAZES (se propõem a fazer enrijecimento das estruturas):
- Ronco primário
- SRVAS
- AOS leve
Cite características dos pacientes que são melhores candidatos para procedimentos PALATAIS.
- Ausência de dessaturação importante
- Ausência de sonolência diurna importante
- Ronco predominantemente palatal
- Ausência de obstrução anatômica significativa
- Ausência de alterações craniofaciais
- Indivíduos não obesos e hígidos
- Sem doenças neuromusculares
- Ausência de reflexo nauseoso exarcebado
- Boa abertura bucal
Cuidado em DM, uso de corticoide, imunossuprimidos, palato delgado, cantores
Cite 7 exemplos de procedimentos palatais.
- LAUP: uvulopalatoplastia assistida por laser (CO2). Faz ressecção da úvula e confecção de duas trincheiras paramedianas no palato mole. Tem sido menos indicada por taxas de sucesso limitadas, alto custo, falta de controle cicatricial, dor intensa, hemorragia, infecção, disgeusia, estenoses, insuficiência velofaríngea, corpo estranho e garganta seca.
- CAPSO (cautery-assisted palatal stiffening operation): enrijecimento palatal assistida por cautério. Objetiva desnudar ou ressecar uma faixa de mucosa da face oral do palato mole, causando cicatrização com fibrose. Custo reduzido. Sucesso de 77% na melhora do ronco. Complicações semelhantes a da LAUP.
- Radiofrequência: destruição celular por termólise, sem cauterizar ou queimar tecido. Fibrose e endurecimento tecidual. Possível retração. Pode ser usado em palato mole, conchas nasal e base de língua. Dor menos intensa e custo alto.
- Implantes palatais: implantes paralelos, um na linha média e dois paramedianos, na camada muscular do palato mole. Enrijecimento com estabilização do palato e redução da vibração. Reversível. Custo alto.
- Injeção roncoplástica: injetar na submucosa substância esclerosante em cada um dos 3 pontos do palato, um mediano e dois paramedianos. Baixo custo, fácil de realizar até em nível ambulatorial.
- Sling: suspensão palatal, também chamada de Roman blinds ou sutura barbada/farpada.
- Fotona: laser não ablativo.
Qual a eficácia dos procedimentos palatais no curto, médio e longo prazo?
- As taxas de sucesso se aproximam de 80%, ou seja, nos roncadores exclusivamente palatais, possivelmente, qualquer procedimento bem executado poderia trazer boa resposta inicial.
- Porém, em médio e longo prazos, essas taxas de sucesso costumam diminuir progressivamente para todos os procedimentos.
Cite 3 exemplos de cirurgias orofaríngeas para SAOS.
- Amigdalectomias
- Uvulopalatofaringoplastias
- Faringoplastias
Qual a tendência atual para as cirurgias orofaríngeas?
Técnicas mais conservadoras, poupando a linha média e valorizando os achados do exame físico (estadiamento de Friedman por exemplo) para melhor indicação.
Qual o objetivo da UPFP?
Aumento da dimensão lateral da orofaringe, preservando a linha média. Inicialmente com intuito curativo para todos os pacientes, mas devido a resultados controversos e alta incidência de efeitos colaterais e sequelas, tem sido reconsiderada.
Cite a técnica tradicional de UPFP
Tonsilectomia + ressecção de tecido redundante supratonsilar + sutura unindo palatofaríngeo, constritor superior e palatoglosso.
Cite o estadiamento de Friedman (preditor de sucesso da UPFP) e qual a taxa de sucesso em cada um dos 4 estádios.
Leva em consideração a Escala de Mallampati modificada e grau de Amigdalas (Brodsky):
- Estadio I (80,6%): M (1/2) + A (3/4)
- Estádio II (37,9%): M (3/4) + A (3/4)
- Estádio II (37,9%): M (1/2) + A (1/2)
- Estádio III (8,1%): M (3/4) + A (1/2)
- Estádio IV (CI): IMC > 40 ou deformidade craniofacial (e qualquer M ou A).
Teoricamente, amigdala grau 3/4 é “boa de operar” pois é preditivo de sucesso, mas mallampati grau 3/4 é “ruim” preditor. Dessa forma o estadio II pode ser tanto mallampati RUIM com amigdala BOA ou mallampati BOM com amigdala RUIM.
Cite o estadiamento de Friedman:
O que o estudo retrospectivo de 2014 de Vidigal et al. observou, em contrapartida ao estudo de Friedman?
Observaram sucesso com a UPFP entre 75% e 100% dos pacientes com Brodsky grau 3 e 4, independentemente do mallampatti, mesmo em pacientes com IMC > 40 kg/m². Por outro lado, a taxa de sucesso em pacientes com amigdalas pequenas declinou significativamente, independentemente do mallampati. Isso mostra uma importância das amigdalas muito maior em relação aos outros parâmetros.
Cite algumas complicações da UPFP
- Dor (associada a disfagia e desidratação).
- Sangramento (4-8%)
- Obstrução de VAS ou queda de SatO2 (graves e raras, nas primeiras 2-4h).
- Outras: infecção local, deiscência de suturas, alteração na fala, boca seca, sensação de corpo estranho na faringe, estenose nasofaríngea.
Qual a principal diferença da FARINGOPLASTIA LATERAL para a UPFP?
Na UPFP pensamos em retirar tecido MUCOSO redundante e suturar. Na faringoplastia lateral, o pensamento é reposicionamento MUSCULAR por meio de um retalho, com foco em parede lateral.
A FARINGOPLASTIA LATERAL demonstrou superioridade em relação a UPFP?
A faringoplastia lateral tem índice de sucesso 60% superior à UPFP, além de ser superior mesmo em pacientes com obstrução combinada de hipofaringe.