Tanatologia médico-legal Flashcards
Conceito jurídico de morte
Extinção do sujeito de direito, que é o termo legal da existência civil da pessoa
Conceito médico da morte + morte encefálica definição
Cessação da movimentaçao, da circulação e da respiração
Morte encefálica é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro, ainda que outras funçoes estejam preservadas.
Critérios para morte encefálica
Coma profundo indiferente a estímulos externos, ausência de reflexos oculares, hipotonia muscular, rigidez de descerebração, ausência de respiração espontânea e silêncio elétrico persistente da atividade cerebral
Realidade da morte
Morte real - há ausência definitiva de todas as atividades biológicas
Morte aparente - estados patológicos e intenso embotamento das funções vitais simulam a morte
Tríade de Thoinot e causas da morte aparente
Imobilidade
Ausência aparente da respiração
Ausência da circulação
Causas - sincopal, histérica, asfíxica, tóxica, apoplética, traumática
Destinos do cadáver?
Inumação
Imersão
Cremação
Destruição
Causa da morte e acionamento ou não do IML e SVO
Natural
Violenta
Duvidosa (suspeita) - podendo ser súbita ou sem assistência
Morte violenta e suspeita devem passar por uma necrópsia no IML. Mortes naturais não precisam desse procedimento, mas podem passar por uma necrópsia clínica no SVO, com autorização de familiares.
Posse do cadáver
Pertence a família, cabendo de início a posse ao Estado para o cumprimento de normas específicas.
O direito do homem sobre seu cadáver é da mesma natureza que tem sobre seu próprio corpo.
Finalidades da necrópsia
Causa médica
Causa jurídica
Tempo de morte
Identificação médico-legal
Provas de cessação da vida
Sinais de cessação da vida ou sinais abióticos
Sinais positivos de morte ou fenômenos cadavéricos
Sinais abióticos ou de cessação da vida
Provas circulatórias - baseiam-se na pesquisa de parada circulatória
Provas respiratórias - baseiam-se na pesquisa da parada respiratória
Provas químicas - baseiam-se na pesquisa de substâncias ou modificações que se originam das fases iniciais da decomposição cadavérica
Provas dinamoscópicas - baseiam-se na ausência de moivmento e de respostas dinâmica de defesa
Provas neurológicas - baseiam-se na ausência de atividade cerebral
“Causa mortis” médica
Anemia aguda
Asfixia
Fibrilação ventricular
Choques
Depressão ou paralisia respiratória
Envenenamento
Síncope
TCE
“Causa mortis” jurídica
Homicídio - morte de um indivíduo em mãos de outro em forma dolosa, culposa ou preterintencional
Suicídio - morte de um indivíduo pelas lesões que se auto-inflige com o objetivo de por fim a sua vida
Acidental - causas não previsíveis ou que, sendo previsíveis, por ignorância, negligência ou imprudência, isto é, por culpa.
Lesões “intra vitam”, sinais macroscópicos
Possuem reação vital.
Hemorragia
Coagulação sanguínea
Retração de tecidos
Reação inflamatória
Reação vascular
Lesões “post-mortem”
Cogumelo de espuma
Fuligem nas vias respiratória, aspiração de materiais
Embolias gordurosas e gasosas
Bordas linfáticas, CO no sangue
Espasmo cadavérico
Provas microscópicas de lesões intra vitam ou post mortem
Pelo afluxo de leucócitos (Verderau)
Pela histoquímica (Raekallio)
Pela ferritina em gânglio linfático regional
Fenômenos cadavéricos abióticos imediatos
Parada cardio-respiratória
Inconsciência
Imobilidade
Insensibilidade
Palidez
Midríase ou dilatação pupilar
Abolição do tônus muscular
Fenômenos cadavéricos abióticos mediatos
Desidratação cadavérica - perda de peso devido a perda de água, 8 gramas por kg de peso por dia.
Esfriamento do cadáver - 0,8 a 1 grau por hora, nas primeiras 12 horas e de 0,3 a 0,5 grau por hora nas doze horas seguintes.
Hipostática - sangue acumulado, por congestão passiva, em regiões que ocupam a posição de maior declive
Rigidez cadavérica - começa a se instalar entre 30 minutos e 6 horas após o óbito. O processo inverso - resolução da rigidez - ocorre entre 24 a 36h seguintes ao óbito + hipostases
Fenômenos destrutivos do cadáver
Autólise
Putrefação
Maceração
Fenômenos transformativos do cadáver
Destrutivos (autólise, putrefação e maceração) ou
Conservativos (mumificação, petrificação, saponificação, coreificação)
Período cromático
Período de coloração, período das manchas
Tem início, em geral, de 18 a 24h após o óbito, com duração aproximada de 7 a 12 dias. Inicia-se pelo aparecimento de uma mancha esverdeada na pele na fossa ilíaca direita (mancha verde abdominal).
Sulfometahemoglobina
Em recém-nascidos e afogados, a mancha verde é torácica e não abdominal
Período enfisematoso
Período gasoso, período deformativo
Inicia-se durante a primeira semana e se estende, aproximadamente, por 30 dias.
A distensão gasosa é mais evidente no abdome
Os gases destacam a epiderme do córion, formando extensas flictenas putrefativas, cheias de líquido transudado.
Período coliquativo
Período de redução dos tecidos
Inicia-se no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou ate 2 ou 3 anos. Caracteriza-se pelo amolecimento e desintegração dos tecidos, que se transformam em uma massa pastosa, semilíquida, escura e de intensa fetidez, que recebe o nome de putrilagem.
A atividade das larvas da fauna cadavérica (miase cadavérica), auxilia grandemente na destruição total dos restos de matéria (4 a 8 semanas)
Período de esqueletização
Tecidos moles e a pele se desintegram. Último período da decomposição do corpo humano. Só restam os ossos.
Maceração
Processo de transformação destrutiva em que ocorre o amolecimento dos tecidos e órgãos quando os mesmos ficam submersos em um meio líquido e nele se embebem.
Mais frequente que ocorra em água e líquido amniótico
Saponificação
Fenômeno conservador cadavérico que depende de que um corpo ou parte dele seja colocado em um meio que obedeça duas exigências
- Ambiente muito úmido (pântano, fossa, terra argiosa)
- Ausência de ar ou escassa ventilaçao
Mumificação
Dessecação rápida, seu aparecimento depende, exclusivamente, das condições em que o corpo seja colocado
- Ambiente muito seco, em torno de 6% de umidade relativa do ar
- Temperatura elevada, acima dos 40 graus celsius
- Abundante ventilação
Petrificação
É o processo transformativo em que ocorre a infiltração dos tecidos do cadáver por sais de cálcio, as quais acabam por precipitar em meio as estruturas celulares e teciduais.
Assume o aspecto de uma verdadeira calcificação generalizada.
Encontra-se, quase que exclusivamente nos embriões ou fetos mortos - litopédio, somente passível de retirada cirúrgica
Coreificação
Processo transformativo que ocorre em cadáveres conservados em urnas metálicas - notadamente de zinco galvanizado - hermeticamente seladas. O ambiente criado dentro da urna inibe parcialmente os fenômenos de decomposição.
A pele do cadáver assume o aspecto, a cor e a consistência uniforme de couro recentemente curtido
Rigidez cadavérica como ocorre
Ocorre pela contração muscular, deixando os músculos rígidos, o que se dá pela falta de ATP, formando pontes de ligação de actina e miosina.
Fatores de alteração da rigidez cadavérica e ordem
Surge duas a três horas da morte, durando até 12h (quando começam a se desfazer as pontes), o frio pode acelerar e o calor retardar.
Inicia-se pela mandíbula e nuca (1ª e 2ª hora), seguindo pelos membros superiores (2ª e 4ª hora), músculos toracoabdominais (4ª a 6ª hora), membros inferiores (6ª e 8ª hora), desaparecendo pela mesma ordem (36 a 48h post mortem)
Primeiro ocorre na musculatura lisa e depois na esquelética
Conceito - rigidez cadavérica
Fenômeno constante no cadáver, originado por uma reação química de acidificação num estado de contratura muscular que desaparece quando se inicia a putrefação. Acontece devido a desidratação muscular, coagulando assim, a miosina associada ao decréscimo de ácido lático
Livores cutâneos
Livores cutâneos desaparecem, momentaneamente, por compressão digital e, se incisados, vertem sangue venoso que, lavado, torna limpa a pele, ao contrário das equimoses, que fica fixado em forma de coágulo.
São vistos nas primeiras 2 a 3 horas e podem se deslocar se o morto mudar de posição dentro das próximas 8 a 12 horas, quando se fixam definitivamente.
Dessecação
Resulta no decréscimo de peso, pergaminhamento da pele e das mucosas dos lábios, modificações do globo ocular etc…
A desidratação irá progressivamente reduzir a tensão do globo ocular, importante analisar essa pressão pra determinar o tempo decorrido após a morte.
Mancha verde abdominal
Primeiro sinal de putrefação é a mancha verde na FID, originada pela produção bacteriana de hidreto de enxofre, que determina formação da sulfohemoglobina. A mancha aparece 16 a 24 horas após a parada cardíaca, progride pro restante do corpo (fase cromática da putrefação.
Fenômenos abióticos imediatos (11)
Parada cardíaca
Parada respiratória
Perda de consciência
Desaparecimento dos movimentos e do tônus muscular
Perda da ação reflexa a estímulos táteis, térmicos e dolorosos
Perda de sensibilidade
Relaxamento dos esfíncteres
Ausência de pulso
Pálpebras parcialmente cerradas
Fácies hipócraticas
Perda das funções cerebrais
Resfriamento do corpo e fatores que podem modificar
Diminuição da temperatura em 1/2 graus nas três primeiras horas, depois 1 grau por hora.
O equilíbrio térmico com o meio ambiente se faz em torno de 20 horas nas crianças e de 24 a 26h no adulto.
Fatores:
- temperatura ambiente
- arejamento do local
- temperatura do corpo no momento do óbito
- camada de panículo adiposo…