SÍNDROMES FEBRIS Flashcards
- QUAL A DEFINIÇÃO DE FEBRE?
- QUAL A DEFINIÇÃO DE FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA?
- QUAL A DEFINIÇÃO DE FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS?
- Febre = TEMP AXILAR A PARTIR DE 37,8ºC ou TEMP RETAL A PARTIR DE 38,3ºC (0,5ºC acima)
- Febre de origem indeterminada (FOI): FEBRE COM PELO MENOS 7 DIAS DE AVALIAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR OU 21 DIAS DE AVALIAÇÃO EM CASA. Exemplos: neoplasias, doenças reumatológicas, doenças febris subagudas (Mono nucleose, CMV), etc.
- Febre sem sinais localizatórios (FSSL): FEBRE COM < 7 DIAS DE DURAÇÃO
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS:
QUAIS AS 3 FAIXA ETÁRIAS COM CONDUTAS ESPECIFICAS?
- RECÉM-NASCIDOS
- DE 1 A 3 MESES
- DE 3 A 36 MESES
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS:
QUAL A CONDUTA PARA OS RECÉM-NASCIDOS?
(3)
FSSL EM RNs:
- DIFERENCIAR FEBRE x HIPERTERMIA (EXCESSO DE ROUPAS, DESIDRATAÇÃO)
- REALIZAR RASTREIO COMPLETO
-
INICIAR ATB EMPÍRICO:
- CEFOTAXIMA 150mg/kg/dia de 8/8h (Streptococcus do grupo B = Agalactiae = GBS) + AMPICILINA 200mg/kg/dia, de 6/6h (considerando infecção por Listeria monocytogenes).
- Se descartada meningite, outra opção terapêutica: Ampicilina (200) + Gentamicina/Amicacina
- TRATAMENTO CAISM: Penicilina (Gram positivos) + Amicacina (Aminoglicosídeo - gram negativos e pseudomonas). Se forte suspeita GBS: Penicilina Cristalina em doses altas (250 a 400 UI/kg/dia) / Listeriose: Ampicilina + Amicacina
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS:
QUAIS AS CONDUTAS PARA AS CRIANÇAS DE 1 A 3 MESES?
FSSL DE 1 A 3 MESES:
AVALIAR ESTADO GERAL + COLETAR EXAMES (hemograma, urina I, urocultura, VHS, PCR, RX tórax. Considerar hemocultura e LCR):
- Se BOM ESTADO GERAL + SEM DOENÇA PRÉVIA + EXAMES NORMAIS: considerar alta com reavaliação em 24h.
- Se ESTADO GERAL ALTERADO / COM DOENÇA PRÉVIA / ALTERAÇÃO EXAMES -> INTERNAR E INICIAR ANTIBIÓTICO EMPÍRICO (Ceftriaxone EV - p/ cobrir pneumonoco, meningococo e Haemophilus) OU ESPECÍFICO (se exame alterado)
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS:
QUAL A CONDUTA PARA AS CRIANÇAS DE 3 A 36 MESES?
FSSL DE 3 MESES A 36 MESES (3 ANOS):
- AVALIAR FATORES DE RISCO: ATÉ 2 ANOS, FEBRE ALTA (39ºC ou mais), FEBRE HÁ > 1 DIA, MENINOS SEM CIRCUNCISÃO/MENINAS, SEM SINAIS DE LOCALIZAÇÃO, STATUS VACINAL DESATUALIZADO (aumenta risco de sepse por Pneumococo e HiB)
- SE APENAS 1 FATOR DE RISCO: NÃO COLETAR EXAMES, ALTA COM ORIENTAÇÕES E REAVALIAÇÃO EM 24 HORAS.
- SE 2 OU MAIS FATORES DE RISCO: SOLICITAR URINA 1 e UROCULTURA. Considerar: hemograma, hemocultura, Rx tórax. Se exames alterados, tratar de acordo com o foco identificado. Se hemograma alterado sem foco identificado: Ceftriaxone EV (50) e aguardar culturas.
- SE HOUVER SINAIS DE TOXEMIA: hemograma, hemocultura, urina I, urocultura, VHS, PCR, LCR, Rx tórax + Iniciar Ceftriaxone EV
A principal causa de FSSL nessa faixa etária é ITU em MENINAS!
MENINGITE:
- QUAL A DEFINIÇÃO?
- QUAL A PRINCIPAL ETIOLOGIA?
- QUAIS AS PRINCIPAIS BACTÉRIAS QUE CAUSAM MENINGITE? (3)
- QUANDO NOTIFICAR?
- MENINGITE: Inflamação das leptomeninges (membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal) causada por agentes infecciosos ou de etiologia não infecciosa.
-
PRINCIPAIS CAUSAS:
- 1º LUGAR: VÍRUS - princip. os ENTEROVÍRUS! Outros: herpes vírus. Meningites virais são de melhor prognóstico!
- BACTÉRIAS - **Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae B.
- A meningite é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA! Os surtos e os aglomerados de casos ou óbitos são de notificação imediata!
MENINGITE:
- QUAL O QUADRO CLÍNICO CLÁSSICO?
- COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO? QUAIS FATORES DEVEM SER AVALIADOS?
OBS: NA SUSPEITA DE MENINGITE, ISOLAR CRIANÇA COM PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS!!
- O quadro clínico é variável, mas os principais sinais e sintomas são: FEBRE, CEFALEIA, FOTOFOBIA, PETÉQUIAS, REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA, SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA (sinais de Kernig e Brudzinski)
- Lactentes: Fontanela abaulada
- Diagnóstico: LÍQUOR - solicitar celularidade, proteínas totais, glicose, cultura, GRAM. Principal fator = PLEOCITOSE (aumento de leucócitos).
MENINGITE:
QUAL O TRATAMENTO PARA < 3 MESES? (2 esquemas)
QUAL O TRATAMENTO PARA > 3 MESES?
< 3 MESES:
- AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO (GENTAMICINA / AMICACINA)
- CEFOTAXIMA + AMPICILINA (Listeria)
> 3 MESES:
- CEFALOSPORINA DE 3ª GERAÇÃO (**CEFTRIAXONE**, CEFTAZIDIMA, CEFOTAXIMA)
A terapêutica deve ser direcionada ao agente no momento em que este for identificado.
Se a suspeita clínica for alta, a terapia antimicrobiana empírica deve ser instituída antes mesmo do diagnóstico de certeza.
PREVENÇÃO DA MENINGITE:
- QUAIS AS VACINAS QUE PREVINEM OS PRINCIPAIS AGENTES?
- PARA QUAIS AGENTES DEVE SER FEITA A PROFILAXIA PARA CONTACTANTES?
VACINAS:
- MENINGOCOCO: MENINGO C, MENINGO ACWY, MENINGO B
- PNEUMOCOCO: PNEUMO 10, PNEUMO 13, PNEUMO 23
- HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B: PENTAVALENTE (DPT + HEP B + HIB)
PROFILAXIA PARA CONTACTANTES:
- MENINGOCOCO E HAEMOPHILUS
PARA QUEM ESTÁ INDICADA E COMO REALIZAR A PROFILAXIA PARA OS CONTACTANTES DE PACIENTES COM MENINGITE POR MENINGOCOCO?
MENINGOCOCO:
Quem:
- CONTATOS PRÓXIMOS (MESMO DOMICÍLIO, MESMA CRECHE/ESCOLA/TRABALHO, PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE TIVERAM CONTATO COM SECREÇÕES DO PACIENTE) - independente da idade ou do status vacinal!!
- O PRÓPRIO PACIENTE - caso este não tenha sido tratado com cefalosporina de 3ªG (a penicilina não é capaz de erradicar o meningococo da nasofaringe)
Como realizar: RIFAMPICINA 10 mg/kg/dose (máximo 600 mg) de 12 em 12h por 2 dias, administrada o mais rapidamente possível após a exposição.
Alternativa: Ceftriaxona 125 mg, IM, para < 15 anos; 250 mg, IM, para > 15 anos ou Ciprofloxacino.
PARA QUEM ESTÁ INDICADA E COMO REALIZAR A PROFILAXIA PARA OS CONTACTANTES DE PACIENTES COM MENINGITE POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B?
HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B:
PARA QUEM?
- CONTATO DOMICILIARES: se no domicílio residir CRIANÇA < 4 anos que não esteja totalmente imunizada contra o Hib ou alguma pessoa IMUNOCOMPROMETIDA de qualquer idade e independentemente da situação vacinal - nesses casos, TODOS do domicílio devem ser vacinados, independente da idade ou do status vacinal!
- EM CRECHES: quando 2 ou mais casos de doença invasiva ocorrerem em um intervalo de até 60 dias - nesta situação, a quimioprofilaxia deve ser prescrita para todas as crianças e cuidadores, independentemente da idade ou status vacinal;
- PARA O PACIENTE, caso não tenha sido tratado com Cefalosporina de 3ªG.
COMO REALIZAR: RIFAMPICINA** 20 mg/kg/dia (máximo de 600 mg), **1 vez ao dia por 4 dias.
(Obs: tanto para meningo, como para HIb, são 4 doses no total!)
ANÁLISE DO LÍQUOR: QUAIS AS ALTERAÇÕES MAIS FREQUENTES ENCONTRADAS EM UMA MENINGITE VIRAL, QUANDO AVALIAMOS NO LÍQUOR:
- ASPECTO
- COR
- LEUCÓCITOS
- GLICOSE
- PROTEÍNAS
MENINIGTE VIRAL:
- ASPECTO: LÍMPIDO
- COR: INCOLOR
- LEUCÓCITOS: 5 A 500 - PREDOMÍNIO DE LINFÓCITOS
- GLICOSE: NORMAL
- PROTEÍNAS: DISCRETAMENTE AUMENTADA
ANÁLISE DO LÍQUOR: QUAIS AS ALTERAÇÕES MAIS FREQUENTES ENCONTRADAS EM UMA MENINGITE BACTERIANA, QUANDO AVALIAMOS NO LÍQUOR:
- ASPECTO
- COR
- LEUCÓCITOS
- GLICOSE
- PROTEÍNAS
MENINGITE BACTERIANA:
- ASPECTO: TURVO
- COR: BRANCO-LEITOSO / XANTOCRÔMICO
- LEUCÓCITOS: > 1000 - PREDOMÍNIO DE NEUTRÓFILOS
- GLICOSE: < 40 mg/dl ou < 2/3 da GLICEMIA
- PROTEÍNAS: 100-500 mg/dl
QUAL A ETIOLOGIA MAIS PROVÁVEL DAS SEGUINTES ALTERAÇÕES LIQUÓRICAS:
- AUMENTO PMN + REDUÇÃO GLICOSE
- AUMENTO PMN + GLICOSE NORMAL
- AUMENTO LMN + REDUÇÃO GLICOSE
- AUMENTO LMN + GLICOSE NORMAL
- AUMENTO PMN + REDUÇÃO GLICOSE: BACTERIANA
- AUMENTO PMN + GLICOSE NORMAL: CAXUMBA (vírus), bacteriana no início do quadro, bacteriana com tratamento iniciado (não suspender o ATB se o líquior parecer viral após a primeira dose!)
- AUMENTO LMN + REDUÇÃO GLICOSE: FUNGO, TUBERCULOSE
- AUMENTO LMN + GLICOSE NORMAL: VÍRUS, TUBERCULOSE, LEPTOSPIROSE
COMPLETE: TODOS OS COCOS SÃO GRAM …………., EXCETO AS …………….., QUE SÃO GRAM …………………
TODOS OS COCOS SÃO GRAM POSITIVOS, EXCETO AS NEISSERIAS, QUE SÃO GRAM NEGATIVAS!
Neisseria meningitidis
Neisseria catarrhalis
Neisseria gonorrhoeae
QUAIS AS PRINCIPAIS BACTÉRIAS QUE SÃO:
- COCOS GRAM POSITIVOS (2)
- DIPLOCOCO GRAM NEGATIVO
- BACILO GRAM POSITIVO
- BACILO GRAM NEGATIVO
- COCOS GRAM POSITIVOS: STAPHYLOCOCCUS, STREPTOCOCCUS
- DIPLOCOCO GRAM NEGATIVO: NEISSERIA MENINGITIDIS
- BACILO GRAM POSITIVO: LISTERIA MONOGYTOGENES
- BACILO GRAM NEGATIVO: HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B
INDICAÇÃO DO CORTICOIDE NA MENINGITE:
E o corticoide? Está indicado ou não?A resposta para essa pergunta continua sendo controversa. O que está comprovado: a dexametasona, 0,15 mg/kg/dose a cada 6h por dois dias, reduz o risco de perda auditiva em crianças com meningite por Haemophilus influenzae b, com efeito benéfico máximo se administrado uma ou duas horas antes ou logo após a primeira dose de antibiótico. No entanto, não parece reduzir o risco de outras sequelas neurológicas nem melhorar a sobrevida de crianças com meningite bacteriana. Como é difícil saber, baseado em critérios clínicos, qual a etiologia da meningite, a decisão de administrar dexametasona é individualizada com base no julgamento clínico, pesando os riscos e benefícios potenciais.
QUAL O PRINCIPAL AGENTE RELACIONADO A SEQUELAS PELA MENINGITE?
QUAL A SEQUELA MAIS COMUM?
Principal agente = PNEUMOCOCO
Sequela mais comum = PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL
Todos os pacientes devem ser submetidos a avaliação audiológica cuidadosa antes da alta hospitalar, independente do agente da meningite.
Outras possíveis complicações :convulsões, hipertensão intracraniana, edema e isquemia cerebral, hidrocefalia, herniação cerebral, trombose de seios venosos, coleções subdurais (empiema) e deficit focais (paralisias de nervos cranianos, hemiparesia).
MENINGITE:
QUAL O PRINCIPAL AGENTE RELACIONADO A DOENÇA DISSEMINADA?
NEISSERIA MENINGITIDIS = MENINGOCOCO!
A meningite meningocócica é a mais relacionada à doença disseminada, com manifestações como artrite séptica ou pericardite, por exemplo.
PACIENTE COM MENINGITE EVOLUI COM RETENÇÃO EXCESSIVA DE ÁGUA, HIPONATREMIA (PODENDO LEVAR A CONVULSÕES) E ELEVAÇÃO DA PRESSÃO INTRACRANIANA POR EXACERBAÇÃO DO EDEMA CEREBRAL.
QUAL O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO DESSA COMPLICAÇÃO?
SÍNDROME DA SECREÇÃO INAPROPRIADA DO HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO (SIADH)
É uma disfunção hipotalâmica em que ocorre secreção em excesso desse hormônio, levando à retenção de água livre.
PACIENTE COM SOPRO NOVO + FEBRE:
QUAL O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO?
ENDOCARDITE BACTERIANA!
Febre é o sinal mais frequente!
Pode, muitas vezes, ser inicialmente uma Febre de Origem Indeterminada -> SOLICITAR ECOCARDIO!
ENDOCARDITE BACTERIANA:
- QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO?
- QUAL A FISIOPATOLOGIA?
FATORES DE RISCO:
- PRÓTESES VALVARES (biológica ou mecânica) - principal!
- CARDIOPATIA ESTRUTURAL
- USUÁRIOS DE DROGAS EV
FISIOPATOLOGIA:
LESÃO DO ENDOCÁRDIO -> FORMAÇÃO DE TROMBOS -> ENDOCARDITE TROMBÓTICA NÃO BACTERIANA -> BACTEREMIA -> ENDOCARDITE BACTERIANA
ENDOCARDITE BACTERIANA:
- QUAIS AS PRINCIPAIS BACTÉRIAS ASSOCIADAS A ENDOCARDITE POR VÁLVA NATIVA? (3)
- QUAIS LEVAM À ENDOCARDITE AGUDA E QUAIS LEVAM À ENDOCARDITE SUBAGUDA?
- S. AUREUS - mais comum!
- Streptococcus viridans
- Enterococos: Enterococo faecallis ou Strepto gallolyticus = Bovis
- O S. aureus leva à ENDOCARDITE AGUDA / TOXEMIANTE!
- O Streptococcus viridans e os Enterococos levam à ENDOCARDITE SUBAGUDA = INSIDIOSA!