DOENÇAS EXANTEMÁTICAS Flashcards
QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS VIRAIS, EM GERAL?
DE 1 A 3 SEMANAS!
QUAIS CARACTERÍSTICAS DO EXANTEMA DEVEM SER AVALIADAS? (3)
- ASPECTO - MACULOPAPULAR, VESICULAR
- PROGRESSÃO - ONDE SURGIU E PARA ONDE FOI?
- DESCAMAÇÃO - QUANDO A LESÃO DESAPARECE, HÁ DESCAMAÇÃO?
QUAIS OS 3 FATORES QUE DEVEM SER AVALIADOS NO PERÍODO PRODRÔMICO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS VIRAIS?
- FEBRE - estava presente quando o exantema surgiu ou a febre desapareceu antes?
- SINAIS TÍPICOS - ex: linfonodomegalia na rubéola
- ENANTEMAS (erupção cutânea em superfície mucosa) - ex: sinal de Koplik no Sarampo
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS VIRAIS:
FEBRE PRESENTE QUANDO O EXANTEMA SURGE - DEVEMOS PENSAR EM QUAIS DOENÇAS?
SARAMPO
E
RUBÉOLA
SARAMPO (PARAMPO 36):
- QUAL O AGENTE?
- MEIO DE TRANSMISSÃO?
- QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO PRODRÔMICO (FEBRE / SINAIS TÍPICOS / ENANTEMA)?
O SARAMPO É DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA E IMEDITADA!!!
- Agente: PARAMIXOVÍRUS - RNA vírus
- Transmissão: GOTÍCULAS ou AEROSSOL - período de maior transmissibilidade = de 2 dias antes até 2 dias após o surgimento do exantema
- Pródromos:
- TEMPERATURA MÁX QUANDO SURGE O EXANTEMA
- TOSSE + CORIZA -> sx respiratórios associados ao Paramixovírus
- CONJUNTIVITE COM FOTOFOBIA - não purulenta
- MANCHAS DE KOPLIK - (PATOGNOMÔNICO!) - lesão branca circunscrita por halo hiperemiado. Pode ser identificadas na cavidade oral, conjuntiva e mucosa vaginal
COfcof COriza COnjuntivite KOplik
SARAMPO (PARAMPO 36):
- QUAL O PADRÃO DO EXANTEMA? QUAL O PADRÃO DE PROGRESSÃO?
- FASE DE CONVALESCENÇA - ALGUM SINTOMA? DESCAMAÇÃO?
- PRINCIPAL CAUSA DE MORTE?
- COMPLICAÇÃO COM MAIOR LETALIDADE?
- COMPLICAÇÃO BACTERIANA MAIS COMUM?
- Exantema: MACULOPAPULAR MORBILIFORME. Comumente começa em REGIÃO RETROAURICULAR E NUCA, tem PROGRESSÃO CRANIOCAUDAL e possui tendência à CONFLUÊNCIA, entremeado por áreas de pele saudável.
- Convalecença: TOSSE prolongada (é o último sintoma a desaparecer) + DESCAMAÇÃO FINA/ FURFURÁCEA
- Principal causa de mortalidade: PNEUMONIA - pelo próprio vírus ou por infecção oportunista bacteriana.
- Complicação mais letal: ENCEFALITE
- Complicação bacteriana mais comum: OTITE MÉDIA AGUDA
A morbidade e mortalidade são maiores nos menores de cinco anos (principalmente nos < 1 ano) e nos maiores de 20 anos.
SARAMPO:
QUAIS AS MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS MAIS COMUNS? (2)
Manifestações GI:
- DIARREIA E VÔMITOS - são comuns e podem levar à desidratação (possuem células gigantes na mucosa intestinal)
- APENDICITE - por hiperplasia linfóide da mucosa local, com obstrução do lúmen do apêndice.
SARAMPO:
QUAIS AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES DO SNC? (3)
- CONVULSÃO - crise febril
- ENCEFALITE - reação imunomediada pós infecciosa, em que os adolescentes e adultos jovens são os mais acometidos. 15% dos pacientes com encefalite morrem e entre 20 e 40% permanecem com sequelas em longo prazo. Manifestações clínicas (surgem ainda na fase exantemática): convulsões, letargia, irritabilidade e coma. LCR: pleocitose linfocítica e aumento da proteinorraquia. Os pacientes imunocomprometidos podem apresentar lesão do parênquima cerebral pela ação viral específica. Estes pacientes apresentam quadro subagudo, com o início das manifestações neurológicas um a dez meses após a primoinfecção - o quadro é progressivo e fatal.
- PANENCEFALITE ESCLEROSANTE SUBAGUDA - doença rara neurodegenerativa crônica e fatal, que ocorre de sete a dez anos após a infecção pelo vírus. Ocorre principalmente em crianças que tenham tido a infecção < 2 anos de idade. Após entrar no organismo, o vírus se torna capaz de residir e se propagar dentro dos neurônios durante muitos anos. Em um determinado momento, as partículas virais voltam a se reativar, causando destruição neuronal, necrose e inflamação progressivas.
SARAMPO (PARAMPO 36):
- QUAL O TRATAMENTO?
- QUAL A PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO?
- PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO: QUAL A PRIMEIRA ESCOLHA?
- PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO: QUAL A ALTERNATIVA, NO CASO DE CONTRAINDICAÇÃO À VACINA?
- QUAIS AS CONTRAINDICAÇÕES À VACINA DE BLOQUEIO? (3)
- Tratamento: SUPORTE + VITAMINA A (reduz casos graves). O MS recomenda a Vitamina A para TODAS as crianças em 2 doses (no mesmo dia do diagnóstico e no dia seguinte).
- Profilaxia pré exposição: VACINA (TRÍPLICE VIRAL / TETRAVIRAL)
- Profilaxia pós exposição de SUSCEPTÍVEIS (sem vacina prévia): VACINA até o 3º DIA PÓS CONTATO - criança a partir 6 meses: 1 dose tríplice viral (não conta como dose válida) / 1 a 49 anos: seguir calendário PNI / A partir 50 anos: 1 dose tríplice viral
- Se contraindicação -> IMUNOGLOBULINA até o 6º DIA PÓS CONTATO
- Contraindicações à vacina:
- GRÁVIDAS
- IMUNODEPRIMIDOS
- < 6 MESES
POR QUE ADIANTA VACINAR APÓS O CONTATO COM O VÍRUS? O PERÍODO DE LATÊNCIA DO VÍRUS VACINAL É MAIS CURTO QUE O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DO VÍRUS SELVAGEM, HAVENDO A PRODUÇÃO DE ANTICORPOS EM UM MENOR TEMPO.
SARAMPO:
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL?
1 exame pedir sempre que houver suspeita! O outro apenas em casos especiais.
- DETECTAÇÃO DE ANTICORPOS (sempre que houver suspeita!): IgM aparece de 1-2 dias após o início do exantema. Permanece elevada por até 1 mês. Pode haver também IgG positivo.
-
DETECÇÃO DO VÍRUS POR PCR (reação em cadeia da polimerase): o vírus pode ser identificado na urina, nas secreções nasofaríngeas, no sangue, no liquor ou em tecidos do corpo. A amostra deve ser coletada até o 5º dia após o início do exantema. Quando solicitar?
- Primeiros 3 casos suspeitos, se estiverem diretamente relacionados ao caso-índice
- Primeiros 3 casos suspeitos que ocorrem em uma nova localidade ou município.
- Primeiros 3 casos suspeitos que ocorrem a cada 2 meses na mesma localidade ou município onde os casos índice foram confirmados.
Obs: O MS orienta coletar sorologia para todo caso suspeito, sempre que possível, para a detecção de surto da doença!
QUAL UM ACHADO LABORATORIAL PATOGNOMÔNICO DE SARAMPO?
São patognomônicas do sarampo = CÉLULAS GIGANTES:
- CÉLULAS GIGANTES DE WARTHIN-FINKELDEY (encontradas no sistema reticuloendotelial)
- CELULAS GIGANTES EPITELIAIS (encontradas no epitélio respiratório e outras superfícies epiteliais)
As células infectadas pelo vírus se fundem e dessa fusão surgem células gigantes multinucleadas!
POR QUE O SARAMPO CAUSA IMUNOSSUPRESSÃO?
O vírus do sarampo infecta os linfócitos T CD4+, o que resulta na supressão da resposta imune Th1 e outros efeitos imunossupressores.
QUAL A RELAÇÃO ENTRE O SARAMPO E A TUBERCULOSE?
FOCOS DE TUBERCULOSE PULMONAR PODEM SOFRER REATIVAÇÃO COM O SARAMPO, já que a infecção pelo vírus leva à supressão da imunidade celular (infecta os linfócitos T CD4+ e suprime a resposta Th1).
A prova tuberculínica do paciente infectado por TB, quando infectado por sarampo pode tornar-se temporariamente não reatora. A vacina contra o sarampo pode ter este mesmo efeito.
FAMÍLIA PARAMIXOVÍRUS:
- QUAIS VÍRUS FAZEM PARTE?
- QUAL A MANIFESTAÇÃO CLÍNICA PREDOMINANTE?
- 3 VÍRUS:
- VÍRUS DO SARAMPO
- PARAINFLUENZA
- VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO
- PRINCIPAL MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: MANIFESTAÇÃO RESPIRATÓRIA INTENSA
REBÉOLA (Rubola):
- QUAL O AGENTE?
- MEIO DE TRANSMISSÃO?
- PRÓDROMOS (FEBRE/SINAIS TÍPICOS/ENANTEMA)?
- EXANTEMA?
- QUAL O GRUPO DE MAIOR PREOCUPAÇÃO AO ADQUIRIR A DOENÇA?
<u><strong><em>A RUBÉOLA É DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA E IMEDIATA!</em></strong></u>
<em>Graças à vacinação de rotina, no final de 2015 o Brasil recebeu o certificado de eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, conferido pela Organização Mundial da Saúde.</em>
- Agente: RNA vírus da família TOGAVIRIDAE
- Transmissão: GOTÍCULAS
- Pródromos:
- FEBRE PRESENTE QUANDO O EXANTEMA APARECE
- SINTOMA TÍPICO: LINDONODOMEGALIA RETROAURICULAR, OCCIPITAL E CERVICAL POSTERIOR
- ENANTEMA: SINAL DE FORSCHHEIMER (petéquias em palato) - não é patognomônico!
- Exantema: MACULOPAPULAR RUBEOLIFORME - são lesões mais brandas que o sarampo e não coalescentes! Não descamam!
- Maior preocupação: GRÁVIDAS -> SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA!
RUBÉOLA:
QUAL A PROFILAXIA PRÉ EXPOSIÇÃO?
QUAL A PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO?
- Profilaxia pré exposição: VACINA TRÍPLICE VIRAL/ TETRA VIRAL
- Profilaxia pós exposição: VACINA DE BLOQUEIO (Tríplice ou Tetraviral - de acordo com a situação vacinal prévia) - realizada nos contatos suscetíveis dos casos suspeitos. Deve ser feita dentro de 72h após a exposição.
RUBÉOLA:
COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO LABORATORIALMENTE? QUANDO COLETAR EXAME?
- SOROLOGIA: Segundo o MS, deve ser coletada de TODOS OS CASOS SUPEITOS já no primeiro atendimento! Os resultados IgM positivo ou indeterminado devem ser comunicados imediatamente à vigilância epidemiológica para a realização da reinvestigação e da coleta da segunda amostra de sangue.
- IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS: deve ser coletada quando sorologia positiva! O vírus pode ser identificado na urina (escolha), nas secreções nasofaríngeas, no sangue ou em tecidos do corpo. As amostras devem ser coletadas até o 5º dia a partir do início do exantema.
RUBÉOLA:
QUAIS AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES?
(3)
- ARTRITE - É mais comum em mulheres adultas e acomete principalmente as pequenas articulações das mãos. Surge cerca de 7 DIAS após o início do exantema e é uma complicação autolimitada, que costuma resolver-se em algumas semanas.
- PLAQUETOPENIA - pode manifestar-se com petéquias, epistaxe, sangramento gastrointestinal e hematúria. Também é mais comum no sexo feminino e em crianças. É autolimitada.
- COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS - a ENCEFALITE PÓS INFECCIOSA não é comum. Ocorre quadro neurológico sete dias após o início do exantema, por mecanismo imunomediado. A maior parte dos pacientes recupera-se, mas há relatos de taxas de mortalidade de até 20% e presença de sequelas permanentes nos sobreviventes. Outra complicação neurológica: PANENCEFALITE PROGRESSIVA - doença neurológica crônica e grave, raríssima, semelhante à PEES, causada pela infecção indolente e progressiva pelo vírus da rubéola no sistema nervoso central. O óbito ocorre em dois a cinco anos após o início do quadro.