DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS Flashcards

1
Q

RAIVA:

  • QUAL O AGENTE ETIOLÓGICO?
  • QUAL O PRINCIPAL SÍTIO DE INFECÇÃO?
  • QUAIS OS MEIOS DE TRANSMISSÃO? (4)
A
  • AGENTE: VÍRUS (Família Rhabdoviridae)
  • SITIO DE INFECÇÃO: SISTEMA NERVOSO CENTRAL - causa ENCEFALITE!
  • TRANSMISSÃO:
    1. CONTAMINAÇÃO DE FERIDA POR SALIVA OU SECREÇÃO DE ANIMAIS INFECTADOS (princip. por mordeduras e lambeduras).
    2. ARRANHADURA POR GARRAS DE ANIMAIS COMPROMETIDOS - costumam lamber as unhas com frequência!
    3. EXPOSIÇÃO DA MUCOSA À SALIVA DE ANIMAIS CONTAMINADOS
    4. INALAÇÃO DE AEROSSÓIS DE EXCRETAS DE MORCEGOS PORTADORES DO VÍRUS

A letalidade é de quase 100%!!

Os animais que transmitem a doença para o homem podem ser domésticos, como cães e gatos, ou silvestres, como morcegos, raposas etc. No hospedeiro, o vírus se multiplica em vários órgãos, porém a proliferação nas glândulas salivares tem maior importância na transmissão.

As principais fontes de infecção são os cães e os gatos no ciclo urbano.

Na zona rural, a doença afeta animais de produção, como bovinos, equinos e outros.

No ciclo silvestre, o morcego é o principal reservatório.

Animais como a ratazana de esgoto, rato de telhado, camundongo, porquinho-da-índia, hamster e coelho são considerados como de baixo risco para a transmissão da raiva e, por isto, não é necessário indicar tratamento profilático em caso de acidentes com estes animais!!

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2
Q

RAIVA:

  • QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO?
  • QUAL O QUADRO CLÍNICO NO PERÍODO PRODRÔMICO?
  • QUAL O QUADRO CLÍNICO NA PROGRESSÃO DO QUADRO?
  • EM QUANTO TEMPO A DOENÇA SE DESENVOLVE, DESDE O INICIO DOS SINTOMAS ATÉ O ÓBITO?
A
  1. Período de incubação (cerca de 45 dias)
  2. Pródromos (de 2 a 4 dias) - mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e sensação de angústia. Pode aparecer sensação de hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura.
  3. Progressão do quadro - alterações de comportamento (ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes), febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua determinam dificuldade para ingestão de líquido e o paciente apresenta intensa sialorreia. Há manutenção da consciência entre os períodos de alucinações, inicialmente.
  4. Estágio final - Coma e óbito.

O período compreendido entre o início dos sintomas (após período de incubação) e o óbito é de 5 a 7 dias!!

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3
Q

RAIVA:

QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA FECHADO O DIAGNÓSTICO?

A

DIAGNÓSTICO:

A sensibilidade das provas disponíveis para o diagnóstico é baixa e, quando negativas, não excluem a doença. É, portanto, fundamental a realização da autópsia para a confirmação diagnóstica através da análise de fragmentos de cérebro, cerebelo e medula pelas técnicas de IFD e inoculação em camundongos.

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4
Q

QUAIS AS 3 CONDUTAS PRINCIPAIS FRENTE A UM FERIMENTO COM POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA RAIVA?

A

CONDUTAS:

  • LIMPAR COM ÁGUA CORRENTE ABUNDANTE E SABÃO - reduz comprovadamente o risco de infecção! Realizar a limpeza o mais rápido possível e repetir a limpeza na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido. A limpeza deve ser cuidadosa, eliminando as sujidades, mas sem agravar a lesão.
  • Utilizar antissépticos que inativem o vírus da raiva: POVIDINE, CLOREXIDINA, ÁLCOOL-IODADO
  • Realizar a PROFILAXIA PARA TÉTANO

Obs: Não se recomenda a sutura dos ferimentos. No entanto, se for absolutamente necessário, podemos aproximar as bordas com pontos isolados

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5
Q

FERIMENTO COM RISCO DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA RAIVA:

COMO CLASSIFICAR EM ACIDENTE LEVE OU GRAVE?

A

ACIDENTES LEVES:

  • Ferimentos SUPERFICIAIS, POUCO EXTENSOS, geralmente ÚNICOS, em TRONCO OU MEMBROS (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés);
  • Podem acontecer por mordeduras, arranhaduras ou LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO SUPERFICIAL.

ACIDENTES GRAVES:

  • Ferimentos na CABEÇA, FACE, PESCOÇO, MÃO, PLANTA DO PÉ
  • Ferimentos PROFUNDOS, MÚLTIPLOS ou EXTENSOS em qualquer região do corpo.
  • LAMBEDURA DE MUCOSAS
  • LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO GRAVE
  • FERIMENTOS PROFUNDOS CAUSADOS POR UNHAS DE ANIMAIS
  • QUALQUER FERIMENTO PROVOCADO POR MORCEGO.
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6
Q

QUAL A PRINCIPAL VACINA CONTRA A RAIVA UTILIZADA ATUALMENTE?

A

Existem 2 vacinas contra a raiva, porém apenas a VACINA DE CULTIVO CELULAR é realizada atualmente, por possuir um maior poder de antigenicidade (são aplicadas em poucas doses) e menor indicência de efeitos colaterais (encefalite).

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7
Q

VACINA CONTRA RAIVA:

QUAL A VIA DE ADMINISTRAÇÃO E O LOCAL DE APLICAÇÃO?

A

VACINA CONTRA RAIVA:

  • VIA DE APLICAÇÃO: INTRAMUSCULAR
  • LOCAL DE APLICAÇÃO: MÚSCULO DELTÓIDE OU MÚSCULO VASTO LATERAL DA COXA.

A dose independe da idade e do peso do paciente.

Mais recentemente, vem sendo realizada por via intradérmica, como forma de maior aproveitamento.

Em crianças até 2 anos de idade, deve ser aplicada no m. vasto lateral da coxa.

A vacina não deve ser aplicada na região glútea!

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8
Q

VACINA CONTRA RAIVA - PROFILAXIA PRÉ EXPOSIÇÃO:

  • QUAIS AS INDICAÇÕES DE REALIZAÇÃO DA VACINA COMO PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO?
  • EM QUANTAS DOSES DEVE SER FEITA?
A
  • INDICAÇÕES: médicos veterinários, biólogos, agrônomos, funcionários de zoológicos, estudantes destas áreas, carteiros, dentre outros.
  • 3 DOSES: dias 0, 7 e 28;
  • Dose: INTRAMUSCULAR profunda (0,5 ml) ou INTRADÉRMICA (0,1 ml).
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9
Q

PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:

QUAL A CONDUTA QUANDO OCORRE CONTATO INDIRETO, INDEPENDENTE DAS CONDIÇÕES DO ANIMAL AGRESSOR?

A

LAVAR COM ÁGUA E SABÃO!

Não tratar.

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10
Q

PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:

QUAL A CONDUTA NO CASO DE ACIDENTES LEVES E:

  • CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
  • CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
  • CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
A

CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
    • PERMANECE SADIU APÓS 10 DIAS = CASO ENCERRADO
    • ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = 4 DOSES VACINA

CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • REALIZAR 2 DOSES DA VACINA
  • OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
    • SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA = CASO ENCERRADO
    • ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = COMPLETAR ESQUEMA ATÉ 4 DOSES DA VACINA

CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • INICIAR VACINAÇÃO IMEDIATAMENTE E REALIZAR ESQUEMA COMPLETO (4 DOSES)

Lembrete:

Acidentes leves = ferimentos SUPERFICIAIS, POUCO EXTENSOS, geralmente ÚNICOS, em TRONCO OU MEMBROS (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés); Por mordeduras, arranhaduras ou LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO SUPERFICIAL.

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11
Q

PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:

QUAL A CONDUTA NO CASO DE ACIDENTES GRAVES E:

  • CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
  • CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
  • CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
A

CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • REALIZAR 2 DOSES DA VACINA
  • OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
    • SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA = CASO ENCERRADO
    • ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = COMPLETAR ESQUEMA ATÉ 4 DOSES DA VACINA

CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • INICIAR TRATAMENTO COM SORO / IMUNOGLOBULINA + ESQUEMA VACINAL COMPLETO (4 DOSES)
  • OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
    • SE SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA: SUSPENDER TRATAMENTO E ENCERRAR O CASO

CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO:

  • LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
  • INICIAR IMEDIATAMENTE O TRATAMENTO COM SORO / IMUNOGLOBULINA + ESQUEMA VACINAL COMPLETO (4 DOSES)
  1. Obs1: Se o animal for procedente de área de raiva controlada, não é necessário iniciar o tratamento. Manter o animal sob observação por um período de dez dias e só indicar o tratamento (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso.
  2. Obs2: ACIDENTES GRAVES = Ferimentos na CABEÇA, FACE, PESCOÇO, MÃO, PLANTA DO PÉ / Ferimentos PROFUNDOS, MÚLTIPLOS ou EXTENSOS em qualquer região do corpo / LAMBEDURA DE MUCOSAS / LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO GRAVE / FERIMENTOS PROFUNDOS CAUSADOS POR UNHAS DE ANIMAIS / QUALQUER FERIMENTO PROVOCADO POR MORCEGO.
  3. Obs3: Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro-vacinação, independentemente da gravidade da lesão!
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12
Q

VACINA CONTRA RAIVA:

  • QUAIS SÃO OS DIAS DE APLICAÇÃO DA VACINA, A PARTIR DO MOMENTO DA AGRESSÃO?
  • QUAL A DOSE APLICADA?
A
  • DIAS DE APLICAÇÃO: 0, 3, 7 e 14
  • DOSE: 0,5 ml, via INTRAMUSCULAR, no m. deltóide ou no m. vasto lateral da coxa.
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13
Q

QUAL A CONTRAINDICAÇÃO À VACINA CONTRA A RAIVA?

A

Não há contraindicação à vacina, uma vez que a raiva é uma doença 100% letal!

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14
Q

VACINA CONTRA RAIVA - VACINA INTRADÉRMICA:

  • QUANDO ESTÁ INDICADA A REALIZAÇÃO DA VACINA POR VIA INTRADÉRMICA?
  • QUAL A DOSE APLICADA?
  • QUAIS OS DIAS DE APLICAÇÃO DA VACINA, A PARTIR DO MOMENTO DA AGRESSÃO?
A

VACINA CONTRA RAIVA - VIA INTRADÉRMICA:

  • INDICAÇÃO: É uma alternativa à vacina IM, caso o estabelecimento de saúde tenha uma elevada demanda para a vacina (dois ou mais pacientes acidentados/dia) e possua equipe habilitada para administração ID;
  • DOSE: 0,1 ml/dose -> são aplicadas 2 doses em cada dia de aplicação, sempre em 2 locais distintos.
  • DIAS DE APLICAÇÃO: 0, 3, 7 e 28
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15
Q

SORO ANTIRRÁBICO x IMUNOGLOBULINA:

QUAL É HOMÓLOGO E QUAL É HETERÓLOGO?

QUAL É MAIS SEGURO?

A

SORO ANTIRRÁBICO:

  • HETERÓLOGO: É preparado a partir do soro de equinos recentemente vacinados contra o vírus da raiva. Esta solução é então concentrada e purificada para se extrair a maior parte dos anticorpos.

IMUNOGLOBULINA:

  • HOMÓLOGA: solução de anticorpos preparada a partir do o antígeno da raiva. É mais segura que o soro heterólogo, porém de baixa disponibilidade e alto custo.

​A imunoglobulina humana antirrábica (soro homólogo) pode ser encontrada nos CRIE do Programa de Imunizações das secretarias de saúde dos estados.

Indicações para uso da Imunoglobulina, de acordo com o CRIE:

  1. Indivíduos que apresentaram algum tipo de hipersensibilidade quando da utilização de soro heterólogo (antitetânico, antirrábico, antidiftérico etc.);
  2. Indivíduos que não completaram esquema antirrábico por eventos adversos à vacina;
  3. Indivíduos imunodeprimidos – na situação de pós-exposição, sempre que houver indicação de vacinação antirrábica!!
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16
Q

SORO ANTIRRÁBICO / IMUNOGLOBULINA:

ONDE DEVEM SER APLICADOS, PREFERENCIALMENTE?

A

Aplicar PERIFOCAL, NAS PORTAS DE ENTRADA DO VÍRUS! AS LESÕES DEVEM SER INFILTRADAS COM A MAIOR QUANTIDADE POSSÍVEL DE SORO! Quando houver múltiplas lesões, pode-se proceder à diluição do soro com SF 0,9% para que todos os ferimentos possam ser infiltrados.

Dose soro: 40 UI/kg / Dose IG: 20 UI/Kg

Quando não for possível infiltrar toda a dose, a quantidade restante deve ser aplicada pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea.

Sempre aplicar em local anatômico diferente do que aplicou a vacina!

17
Q

SORO ANTIRRÁBICO:

QUANDO NÃO HÁ SORO DISPONÍVEL NO MOMENTO OU QUANDO SE CONHECE TARDIAMENTE A NECESSIDADE DO SORO, EM ATÉ QUANTO TEMPO PODE SER APLICADO?

A

SORO ANTIRRÁBICO:

APLICAR EM ATÉ 7 DIAS APÓS A PRIMEIRA DOSE DA VACINA, OU SEJA, ANTES DA TERCEIRA DOSE!

Depois desse período, o soro não é mais necessário!

18
Q

FEBRE + EDEMA UNILATERAL OU BILATERAL DE PARÓTIDA, COM DESAPARECIMENTO DO ÂNGULO DA MANDÍBULA E DESLOCAMENTO DO LÓBULO DA ORELHA.

QUAL O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO?

QUAL O AGENTE ETIOLÓGICO?

COMO OCORRE A TRANSMISSÃO DA DOENÇA?

A

CAXUMBA!

Evolução clínica: PERÍODO DE INCUBAÇÃO (12 a 25 dias) -> PRÓDROMOS INESPECÍFICOS (febre, cefaleia, vômitos) -> PAROTIDITE (uni ou **bilateral**) COM AUMENTO PROGRESSIVO POR 3 DIAS + aumento das glândulas sublinguais e submaxilares + OTALGIA IPSILATERAL -> DIMINUIÇÃO PROGRESSIVA DA GLÂNDULA NOS PRÓXIMOS 7 DIAS

  • Agente etiológico: VÍRUS da família Paramyxoviridae.
  • Transmissão: pela DISSEMINAÇÃO DE GOTÍCULAS DO IFECTADO ou pelo CONTATO DIRETO COM A SALIVA. A transmissão indireta é menos frequente.
  • O período de transmissibilidade pode variar de seis a sete dias antes das manifestações clínicas até nove dias após o início das mesmas.
  • É possível encontrarmos o vírus na urina por até 2 semanas após o início da doença.
19
Q

CAXUMBA:

COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO?

QUAIS AS 2 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES?

A
  • DIAGNÓSTICO: CLÍNICO! Nos casos de parotidite, há o AUMENTO DA AMILASE SÉRICA.
  • Complicações mais comuns:
  1. MENINGITE, com ou sem encefalite
  2. ENVOLVIMENTO DE GÔNADAS (ORQUITE)
  • ORQUITE: é a manifestação mais comum, após a parotidite, nos adolescentes e adultos do sexo masculino. Não é comum antes da puberdade, mas depois ocorre em 30 a 40% dos indivíduos.
    • QUADRO CLÍNICO: dor e edema testicular. Pode evoluir com atrofia do testículo, mas não costuma evoluir com perda da fertilidade, mesmo quando o acometimento é bilateral, o que ocorre em menos de 30% dos casos.
  • Outras complicações menos frequentes: conjuntivite, neurite óptica, pneumonia, nefrite e trombocitopenia. A pancreatite pode constituir a única manifestação clínica da doença.
20
Q

CAXUMBA:

  • QUAL O TRATAMENTO?
  • QUAL A CONDUTA ESPECÍFICA NOS CASOS DE ORQUIEPIDIDIMITE ASSOCIADA?
  • POR QUANTO TEMPO O PACIENTE DEVE SER AFASTADO?
A

TRATAMENTO: SUPORTE! Não há tratamento específico.

  • Evitar alimentos ácidos - pioram a dor e causam náuseas e vômitos.
  • ORQUIEPIDIDIMITE: realizar a SUSPENSÃO DA BOLSA ESCROTAL e a APLICAÇÃO DE BOLSAS DE GELO e ANALGÉSICOS.
  • AFASTAMENTO: 9 dias após o início dos sintomas
21
Q

POLIOMIELITE:

  • QUAL O AGENTE ETIOLÓGICO?
  • QUAL A CLÍNICA MAIS COMUM NOS PACIENTES INFECTADOS?
  • QUAL A FORMA DE TRANSMISSÃO?
A
  • AGENTE ETIOLÓGICO: ENTEROVÍRUS (RNA) pertencente à família Picornaviridae. Existem três sorotipos. O homem é o hospedeiro natural.
  • A MAIORIA (90-95%) DOS INFECTADOS É ASSINTOMÁTICA! A POLIOMIELITE PARALÍTICA ocorre em 0,1% dos casos.
  • TRANSMISSÃO: FECAL-ORAL ou ORAL-ORAL. Os indivíduos infectados transmitem o vírus pela saliva durante 1 semana e pelas fezes por cerca de 6 semanas.
  • O vírus se multiplica na mucosa intestinal, de onde passa para a corrente circulatória e, raramente, atinge os tecidos neurais e o sistema nervoso central.
  • A infecção natural e a vacinação conferem imunidade duradoura tipo-específica. Entretanto, mesmo as pessoas imunes podem se reinfectar com outro sorotipo e eliminar o vírus pela saliva e fezes, com a diferença de fazê-lo em menor proporção e por um período mais curto de tempo.*
  • A poliomielite encontra-se eliminada do país desde a década de 90, graças à política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelo SUS. No entanto, esta infecção ainda ocorre em algumas partes do mundo. Assim, o esquema básico deve ser garantido a todas as crianças menores de cinco anos de idade no território nacional.*
22
Q

POLIOMIELITE:

  • QUAIS AS 3 SÍNDROMES CLÍNICAS QUE INDICAM A INFECÇÃO EM DIFERENTES PARTES DO SISTEMA NERVOSO?
A

3 SÍNDROMES CLÍNICAS:

  1. POLIOMIELTE PARALÍTICA FORMA ESPINHAL
  2. POLIOMIELITE PARALÍTICA FORMA BULBAR
  3. POLIOENCEFALITE
23
Q

POLIOMIELITE:

QUAL A EVOLUÇÃO CLÁSSICA DO QUADRO DE POLIOMIELITE PARALÍTICA NA FORMA ESPINHAL/MEDULAR?

(3 estágios)

A

POLIOMIELITE PARALÍTICA FORMA ESPINHAL/MEDULAR - EVOLUÇÃO:

  1. Período de 2-3 dias de MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INESPECÍFICAS (febre, mal-estar, dor de garganta, cefaleia e dor abdominal)
  2. O paciente sente-se melhor
  3. Por volta do 5º dia, voltam os sintomas: CEFALEIA INTENSA + FEBRE + INTENSA DOR MUSCULAR e FENÔMENOS MOTORES (paresia/plegia flácida assimétrica mais acentuada em nível proximal e extremidades inferiores) + DISFUNÇÕES VESICAIS E RETAIS (incontinência ou retenção de urina/fezes)

———————————————

  • Não há alterações de sensibilidade.
  • A falta de melhora da força nos primeiros meses após a doença é sinal de mau prognóstico, com desenvolvimento de paralisia permanente.
  • Diagnósticos diferenciais: sd. de Guillain-Barré, mielite transversa, botulismo, difteria, miastenia gravis, paralisia periódica hipocalêmica e miosite viral.
24
Q

POLIOMIELITE PARALÍTICA FORMA BULBAR:

QUAIS OS 2 GRUPOS PRINCIPAIS DE ALTERAÇÕES?

A

POLIOMIELITE PARALÍTICA FORMA BULBAR - Quadro clínico característico:

  • PARALISIA DE PARES CRANIANOS - paralisia facial, de músculos extraoculares, mastigatórios, palato, faringe, laringe e cordas vocais. O paciente passa a apresentar dificuldades de deglutição, rouquidão, voz nasalada, afonia e dificuldades respiratórias.
  • DISFUNÇÃO DE CENTROS VITAIS BULBARES - alterações nos ritmos respiratórios e alterações cardiovasculares (hipertensão, seguido de hipotensão e choque).
  • A presença de alterações de nível e conteúdo de consciência (ex.: torpor e coma), convulsões e paralisia espástica (por envolvimento do trato piramidal) indicam comprometimento encefálico associado.
25
Q

POLIOMIELITE:

  • QUAL O PRINCIPAL EXAME PARA O DIAGNÓSTICO?
  • QUAL O TRATAMENTO?
A
  • DIAGNÓSTICO: ISOLAMENTO DO VÍRUS NAS FEZES - devem ser coletadas 2 amostras com intervalo de 24-48 horas entre elas. O vírus encontra-se em altas concentrações na primeira semana após o início da paralisia, caindo substancialmente na terceira e quarta semana.
  • Exames complementares:
    • LCR: na 1ª semana apresenta aumento da celularidade, com predomínio de POLIMORFONUCLEARES NO INÍCIO e MONONUCLEARES POSTERIORMENTE + AUMENTO DAS PROTEÍNAS a partir da 2ª semana de doença, quando a celularidade cai.
    • A sorologia deixou de ser um método útil pelo aumento da cobertura vacinal - os resultados tornaram-se difíceis de serem interpretados.
  • TRATAMENTO: Não há tratamento específico. Todos os casos deverão ser hospitalizados e terapêutica de suporte é recomendada de acordo com a necessidade.
26
Q

TÉTANO:

  • AGENTE ETIOLÓGICO?
  • ALTERAÇÃO NEUROLÓGICA CARACTERÍSTICA?
A
  • Agente etiológico: doença causada pela TOXINA TETÂNICA - proteína sintetizada pelo Clostridium tetani - bactéria anaeróbia Gram-positiva, presente no ambiente (ex.: solo, poeira, trato gastrointestinal de diversos animais) sob a forma de esporos.
  • Alteração neurológica: PARALISIA ESPÁSTICA AGUDA

Os esporos do clostridium são resistentes à fervura, mas não à autoclavagem. A sua forma vegetativa é facilmente destruída pela ação de antibióticos, calor e desinfectantes comuns. Os esporos introduzidos no tecido germinam em sua forma vegetativa, se multiplicam e sintetizam a toxina tetânica (tetanospasmina). A bactéria em si não tem a capacidade de invasão sistêmica, permanecendo localizada no sítio da ferida, e todas as manifestações da doença são o resultado da ação maléfica da toxina. A tetanospasmina é endocitada pelas terminações dos motoneurônios alfa e ascendem retrogradamente até a medula. Neste local, a toxina também se liga aos interneurônios inibitórios, e impede a liberação do neurotransmissor GABA. Sabemos que a função dos interneurônios gabaérgicos medulares é inibir a contração dos músculos antagonistas durante a realização de um movimento voluntário. Sob o efeito da toxina, estes neurônios deixam de atuar e o resultado é a contração sustentada máxima dos músculos antagonistas.

27
Q

TÉTANO:

QUAL A PRINCIPAL FORMA DA DOENÇA? QUAL O QUADRO CLÍNICO?

A

Principal forma: TÉTANO NEONATAL

  • Acomete RNs filhos de mães não imunizadas, a partir da introdução dos esporos pelo cordão umbilical.
  • Quadro clínico: Os sintomas surgem 3 a 12 dias após o nascimento, com DIFICULDADE DE ALIMENTAÇÃO (sucção e deglutição), ESPASMOS e RIGIDEZ AO TOQUE.
28
Q

TÉTANO - FORMA NÃO NEONATAL:

  • QUAL A PRINCIPAL FORMA DE AQUISIÇÃO?
  • QUAIS AS 2 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DOENÇA?
  • COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO?
A

Principal forma de aquisição: TRAUMA

Apresentações:

  • GENERALIZADO - período de incubação (2 a 14 dias) -> sintomas iniciais: trismo, cefaleia, irritabilidade -> riso sardônico, disfagia, sialorreia e espasmos musculares da musculatura laríngea (produzindo dificuldades respiratórias) de tronco e membros, levando à postura de opistótono. Estímulos como toque, som ou luminosidade podem desencadear contrações espásticas tetânicas muito dolorosas – flexão e adução dos membros superiores e hiperextensão dos membros inferiores. Há também hipertermia (pelo grande gasto energético causado pela tetania), disfunção autonômica (taquicardia, hipertensão, arritmias cardíacas e vasoconstrição cutânea). O paciente mantém-se lúcido, pois não há envolvimento cortical na doença. Disúria e retenção urinária podem ser provocadas por espasmos esfinctéricos.
  • LOCALIZADO: as contrações espásticas são limitadas aos grupamentos musculares ao redor do sítio de injúria. Obs: o tétano cefálico é uma forma localizada que revela prognóstico reservado em função do comprometimento da musculatura bulbar e risco de asfixia - está relacionado a infecções de face, nariz e ouvido.

Diagnóstico: CLÍNICO! Quando o quadro franco se instala, a doença é inconfundível.

29
Q

TÉTANO:

QUAIS SÃO OS 3 PILARES DO TRATAMENTO?

A

TRATAMENTO - 3 PILARES:

  1. SORO ou IMUNOGLOBULINA ANTITETÂNICA - a função é neutralizar a toxina que ainda não foi endocitada pela terminação nervosa;
  2. ANTIBIÓTICOS (para destruir as formas vegetativas existentes na ferida) - penicilina cristalina, metronidazol.
  3. BENZODIAZEPÍNICOS - úteis no controle das contrações musculares espásticas.