DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS Flashcards
RAIVA:
- QUAL O AGENTE ETIOLÓGICO?
- QUAL O PRINCIPAL SÍTIO DE INFECÇÃO?
- QUAIS OS MEIOS DE TRANSMISSÃO? (4)
- AGENTE: VÍRUS (Família Rhabdoviridae)
- SITIO DE INFECÇÃO: SISTEMA NERVOSO CENTRAL - causa ENCEFALITE!
- TRANSMISSÃO:
- CONTAMINAÇÃO DE FERIDA POR SALIVA OU SECREÇÃO DE ANIMAIS INFECTADOS (princip. por mordeduras e lambeduras).
- ARRANHADURA POR GARRAS DE ANIMAIS COMPROMETIDOS - costumam lamber as unhas com frequência!
- EXPOSIÇÃO DA MUCOSA À SALIVA DE ANIMAIS CONTAMINADOS
- INALAÇÃO DE AEROSSÓIS DE EXCRETAS DE MORCEGOS PORTADORES DO VÍRUS
A letalidade é de quase 100%!!
Os animais que transmitem a doença para o homem podem ser domésticos, como cães e gatos, ou silvestres, como morcegos, raposas etc. No hospedeiro, o vírus se multiplica em vários órgãos, porém a proliferação nas glândulas salivares tem maior importância na transmissão.
As principais fontes de infecção são os cães e os gatos no ciclo urbano.
Na zona rural, a doença afeta animais de produção, como bovinos, equinos e outros.
No ciclo silvestre, o morcego é o principal reservatório.
Animais como a ratazana de esgoto, rato de telhado, camundongo, porquinho-da-índia, hamster e coelho são considerados como de baixo risco para a transmissão da raiva e, por isto, não é necessário indicar tratamento profilático em caso de acidentes com estes animais!!
RAIVA:
- QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO?
- QUAL O QUADRO CLÍNICO NO PERÍODO PRODRÔMICO?
- QUAL O QUADRO CLÍNICO NA PROGRESSÃO DO QUADRO?
- EM QUANTO TEMPO A DOENÇA SE DESENVOLVE, DESDE O INICIO DOS SINTOMAS ATÉ O ÓBITO?
- Período de incubação (cerca de 45 dias)
- Pródromos (de 2 a 4 dias) - mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e sensação de angústia. Pode aparecer sensação de hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura.
- Progressão do quadro - alterações de comportamento (ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes), febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua determinam dificuldade para ingestão de líquido e o paciente apresenta intensa sialorreia. Há manutenção da consciência entre os períodos de alucinações, inicialmente.
- Estágio final - Coma e óbito.
O período compreendido entre o início dos sintomas (após período de incubação) e o óbito é de 5 a 7 dias!!
RAIVA:
QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA FECHADO O DIAGNÓSTICO?
DIAGNÓSTICO:
A sensibilidade das provas disponíveis para o diagnóstico é baixa e, quando negativas, não excluem a doença. É, portanto, fundamental a realização da autópsia para a confirmação diagnóstica através da análise de fragmentos de cérebro, cerebelo e medula pelas técnicas de IFD e inoculação em camundongos.
QUAIS AS 3 CONDUTAS PRINCIPAIS FRENTE A UM FERIMENTO COM POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA RAIVA?
CONDUTAS:
- LIMPAR COM ÁGUA CORRENTE ABUNDANTE E SABÃO - reduz comprovadamente o risco de infecção! Realizar a limpeza o mais rápido possível e repetir a limpeza na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido. A limpeza deve ser cuidadosa, eliminando as sujidades, mas sem agravar a lesão.
- Utilizar antissépticos que inativem o vírus da raiva: POVIDINE, CLOREXIDINA, ÁLCOOL-IODADO
- Realizar a PROFILAXIA PARA TÉTANO
Obs: Não se recomenda a sutura dos ferimentos. No entanto, se for absolutamente necessário, podemos aproximar as bordas com pontos isolados
FERIMENTO COM RISCO DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA RAIVA:
COMO CLASSIFICAR EM ACIDENTE LEVE OU GRAVE?
ACIDENTES LEVES:
- Ferimentos SUPERFICIAIS, POUCO EXTENSOS, geralmente ÚNICOS, em TRONCO OU MEMBROS (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés);
- Podem acontecer por mordeduras, arranhaduras ou LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO SUPERFICIAL.
ACIDENTES GRAVES:
- Ferimentos na CABEÇA, FACE, PESCOÇO, MÃO, PLANTA DO PÉ
- Ferimentos PROFUNDOS, MÚLTIPLOS ou EXTENSOS em qualquer região do corpo.
- LAMBEDURA DE MUCOSAS
- LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO GRAVE
- FERIMENTOS PROFUNDOS CAUSADOS POR UNHAS DE ANIMAIS
- QUALQUER FERIMENTO PROVOCADO POR MORCEGO.
QUAL A PRINCIPAL VACINA CONTRA A RAIVA UTILIZADA ATUALMENTE?
Existem 2 vacinas contra a raiva, porém apenas a VACINA DE CULTIVO CELULAR é realizada atualmente, por possuir um maior poder de antigenicidade (são aplicadas em poucas doses) e menor indicência de efeitos colaterais (encefalite).
VACINA CONTRA RAIVA:
QUAL A VIA DE ADMINISTRAÇÃO E O LOCAL DE APLICAÇÃO?
VACINA CONTRA RAIVA:
- VIA DE APLICAÇÃO: INTRAMUSCULAR
- LOCAL DE APLICAÇÃO: MÚSCULO DELTÓIDE OU MÚSCULO VASTO LATERAL DA COXA.
A dose independe da idade e do peso do paciente.
Mais recentemente, vem sendo realizada por via intradérmica, como forma de maior aproveitamento.
Em crianças até 2 anos de idade, deve ser aplicada no m. vasto lateral da coxa.
A vacina não deve ser aplicada na região glútea!
VACINA CONTRA RAIVA - PROFILAXIA PRÉ EXPOSIÇÃO:
- QUAIS AS INDICAÇÕES DE REALIZAÇÃO DA VACINA COMO PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO?
- EM QUANTAS DOSES DEVE SER FEITA?
- INDICAÇÕES: médicos veterinários, biólogos, agrônomos, funcionários de zoológicos, estudantes destas áreas, carteiros, dentre outros.
- 3 DOSES: dias 0, 7 e 28;
- Dose: INTRAMUSCULAR profunda (0,5 ml) ou INTRADÉRMICA (0,1 ml).
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:
QUAL A CONDUTA QUANDO OCORRE CONTATO INDIRETO, INDEPENDENTE DAS CONDIÇÕES DO ANIMAL AGRESSOR?
LAVAR COM ÁGUA E SABÃO!
Não tratar.
PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:
QUAL A CONDUTA NO CASO DE ACIDENTES LEVES E:
- CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
- CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
- CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
-
OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
- PERMANECE SADIU APÓS 10 DIAS = CASO ENCERRADO
- ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = 4 DOSES VACINA
CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
- REALIZAR 2 DOSES DA VACINA
-
OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
- SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA = CASO ENCERRADO
- ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = COMPLETAR ESQUEMA ATÉ 4 DOSES DA VACINA
CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
- INICIAR VACINAÇÃO IMEDIATAMENTE E REALIZAR ESQUEMA COMPLETO (4 DOSES)
Lembrete:
Acidentes leves = ferimentos SUPERFICIAIS, POUCO EXTENSOS, geralmente ÚNICOS, em TRONCO OU MEMBROS (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés); Por mordeduras, arranhaduras ou LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO SUPERFICIAL.
PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO PARA RAIVA:
QUAL A CONDUTA NO CASO DE ACIDENTES GRAVES E:
- CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
- CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
- CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
- REALIZAR 2 DOSES DA VACINA
-
OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
- SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA = CASO ENCERRADO
- ANIMAL MORREU, DESAPARECEU OU SE TORNOU RAIVOSO = COMPLETAR ESQUEMA ATÉ 4 DOSES DA VACINA
CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
- INICIAR TRATAMENTO COM SORO / IMUNOGLOBULINA + ESQUEMA VACINAL COMPLETO (4 DOSES)
-
OBSERVAR ANIMAL POR 10 DIAS:
- SE SUSPEITA DE RAIVA DESCARTADA: SUSPENDER TRATAMENTO E ENCERRAR O CASO
CÃO OU GATO RAIVOSO DESAPARECIDO OU MORTO / ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) / ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO:
- LAVAR COM ÁGUA E SABÃO
- INICIAR IMEDIATAMENTE O TRATAMENTO COM SORO / IMUNOGLOBULINA + ESQUEMA VACINAL COMPLETO (4 DOSES)
- Obs1: Se o animal for procedente de área de raiva controlada, não é necessário iniciar o tratamento. Manter o animal sob observação por um período de dez dias e só indicar o tratamento (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso.
- Obs2: ACIDENTES GRAVES = Ferimentos na CABEÇA, FACE, PESCOÇO, MÃO, PLANTA DO PÉ / Ferimentos PROFUNDOS, MÚLTIPLOS ou EXTENSOS em qualquer região do corpo / LAMBEDURA DE MUCOSAS / LAMBEDURA DE PELE COM LESÃO GRAVE / FERIMENTOS PROFUNDOS CAUSADOS POR UNHAS DE ANIMAIS / QUALQUER FERIMENTO PROVOCADO POR MORCEGO.
- Obs3: Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro-vacinação, independentemente da gravidade da lesão!
VACINA CONTRA RAIVA:
- QUAIS SÃO OS DIAS DE APLICAÇÃO DA VACINA, A PARTIR DO MOMENTO DA AGRESSÃO?
- QUAL A DOSE APLICADA?
- DIAS DE APLICAÇÃO: 0, 3, 7 e 14
- DOSE: 0,5 ml, via INTRAMUSCULAR, no m. deltóide ou no m. vasto lateral da coxa.
QUAL A CONTRAINDICAÇÃO À VACINA CONTRA A RAIVA?
Não há contraindicação à vacina, uma vez que a raiva é uma doença 100% letal!
VACINA CONTRA RAIVA - VACINA INTRADÉRMICA:
- QUANDO ESTÁ INDICADA A REALIZAÇÃO DA VACINA POR VIA INTRADÉRMICA?
- QUAL A DOSE APLICADA?
- QUAIS OS DIAS DE APLICAÇÃO DA VACINA, A PARTIR DO MOMENTO DA AGRESSÃO?
VACINA CONTRA RAIVA - VIA INTRADÉRMICA:
- INDICAÇÃO: É uma alternativa à vacina IM, caso o estabelecimento de saúde tenha uma elevada demanda para a vacina (dois ou mais pacientes acidentados/dia) e possua equipe habilitada para administração ID;
- DOSE: 0,1 ml/dose -> são aplicadas 2 doses em cada dia de aplicação, sempre em 2 locais distintos.
- DIAS DE APLICAÇÃO: 0, 3, 7 e 28
SORO ANTIRRÁBICO x IMUNOGLOBULINA:
QUAL É HOMÓLOGO E QUAL É HETERÓLOGO?
QUAL É MAIS SEGURO?
SORO ANTIRRÁBICO:
- HETERÓLOGO: É preparado a partir do soro de equinos recentemente vacinados contra o vírus da raiva. Esta solução é então concentrada e purificada para se extrair a maior parte dos anticorpos.
IMUNOGLOBULINA:
- HOMÓLOGA: solução de anticorpos preparada a partir do o antígeno da raiva. É mais segura que o soro heterólogo, porém de baixa disponibilidade e alto custo.
A imunoglobulina humana antirrábica (soro homólogo) pode ser encontrada nos CRIE do Programa de Imunizações das secretarias de saúde dos estados.
Indicações para uso da Imunoglobulina, de acordo com o CRIE:
- Indivíduos que apresentaram algum tipo de hipersensibilidade quando da utilização de soro heterólogo (antitetânico, antirrábico, antidiftérico etc.);
- Indivíduos que não completaram esquema antirrábico por eventos adversos à vacina;
- Indivíduos imunodeprimidos – na situação de pós-exposição, sempre que houver indicação de vacinação antirrábica!!