ARBOVIROSES Flashcards
O QUE É UMA ARBOVIROSE?
INFECÇÃO CAUSADA POR ARBOVÍRUS, OS QUAIS SÃO VÍRUS QUE POSSUEM PARTE DO SEU CICLO DE REPLICAÇÃO EM INSETOS, PODENDO SER TRANSMITIDOS AOS HUMANOS E OUTROS ANIMAIS POR PICADAS DE ARTRÓPODES.
**Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem por fontes de água ou alimento**
DENGUE:
- AGENTE ETIOLÓGICO?
- COMO OCORRE O CONTÁGIO?
- QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO?
- —————————————————————*
- Doença de importância mundial, por sua elevada incidência, ampla distribuição geográfica e potencial letalidade nos casos graves.*
- Agente: ARBOVÍRUS da família Flaviviridae (RNA vírus). 4 sorotipos causam doença no Brasil: DENV 1, 2, 3 e 4 - a pessoa fica imune ao sorotipo com que foi infectada. Se for infectada por um 2º sorotipo, pode ocorrer resposta inflamatória intensa -> forma grave!
- Contágio: PICADA DA FÊMEA DO Aedes aegypti. Seus hábitos são diurnos e vespertinos. Elas fazem a postura de seus ovos em coleções de água parada.
- Período de incubação: 3 A 15 DIAS
QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS PARA PENSARMOS NO DIAGNÓSTICO DE DENGUE EM CRIANÇAS MAIORES / ADOLESCENTES / ADULTOS?
FEBRE por 2 A 7 DIAS em pessoa que viva em região com casos de dengue OU que tenha viajado nos últimos 14 dias para local com ocorrência de transmissão da doença (ou presença de Aedes aegypti)
+ 2 “PROBLEMAS”:
PETÉQUIAS
RASH CUTÂNEO - final do quadro
OrBital - dor retro-orbitária
LEUCOPENIA
EMESE
MIALGIA
ARTRALGIA
SEFALEIA - cefaleia
QUANDO DEVEMOS PENSAR NO DIAGNÓSTICO DE DENGUE EM CRIANÇAS?
Toda criança proveniente de (ou residente em) área com transmissão de dengue, com QUADRO FEBRIL AGUDO, ENTRE 2 E 7 DIAS, E SEM FOCO DE INFECÇÃO APARENTE!
COMO CLASSIFICAR A DENGUE, DE ACORDO COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE?
(3)
- DENGUE
- DENGUE COM SINAIS DE ALARME
- DENGUE GRAVE
COMO DEFINIR DENGUE COM SINAIS DE ALARME?
(3 mecanismos)
DENGUE COM SINAL DE ALARME = todo caso de dengue que no período de declínio da febre apresenta 1 ou mais dos seguintes sinais de alarme:
AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR:
- Aumento do hematócrito.
- Hipotensão postural e/ou lipotimia
- Acúmulo de líquidos: derrame pleural, derrame pericárdico, ascite
DISFUNÇÃO ORGÂNICA LEVE:
- Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua
- Vômitos persistentes
- Hepatomegalia > 2 cm do rebordo costal;
- Letargia e/ou irritabilidade
PLAQUETOPENIA:
- Sangramento de mucosa;
* ——————————————————————–*
* Quando presentes, aparecem entre o 3º e o 7º dia de doença, em geral quando a febre está regredindo.*
QUAL A DEFINIÇÃO DE DENGUE GRAVE?
3 mecanismos
Casos suspeitos que apresentam pelo menos 1 dos critérios a seguir:
-
CHOQUE:
- PRESSÃO (hipotensão, PA convergente ≤ 20 mmHg)
- PULSO (fino e rápido/taquicardia)
- PERIFERIA (extremidades frias, TEC > 2 seg)
-
DISFUNÇÃO ORGÂNICA GRAVE:
- ENCEFALITE - alteração da consciência
- MIOCARDITE
- HEPATITE - AST/ALT > 1.000
-
SAGRAMENTO GRAVE:
- HEMATÊMESE
- MELENA
- METRORRAGIA VOLUMOSA
- SANGRAMENTO SNC
QUAIS AS CONDUTAS, FRENTE À SUSPEITA DO QUADRO DE DENGUE? (6)
- SINTOMÁTICOS - Dipirona ou paracetamol
- PROVA DO LAÇO
- CLASSIFICAR GRUPO DE RISCO - A / B / C / D
- HIDRATAR DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO
- SOLICITAR EXAMES DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO
- NOTIFICAR CASOS SUSPEITOS + PREENCHER CARTÃO DA DENGUE
DENGUE - CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
QUAIS PACIENTES CLASSIFICAR NOS GRUPOS A e B?
GRUPO A:
- AUSÊNCIA DE SINAIS DE ALARME
- SEM COMORBIDADES, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
GRUPO B: (GRUPO DE TRANSIÇÃO)
- AUSÊNCIA DE SINAIS DE ALARME
- COM SANGRAMENTO ESPONTÂNEO OU INDUZIDO (prova do laço positiva)
- COMORBIDADES
- LACTENTES
- GESTANTES
- RISCO SOCIAL
DENGUE - CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
QUAIS PACIENTES CLASSIFICAR NOS GRUPOS C e D?
GRUPO C:
- PRESENÇA DE SINAL DE ALARME - DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS LEVE, SANGRAMENTOS, EXTRAVASAMENTO DE LÍQUIDOS
GRUPO D:
- SINAIS DE DENGUE GRAVE - CHOQUE, SANGRAMENTO GRAVE, DISFUNÇÃO GRAVE DE ÓRGÃOS.
QUANDO DEVEMOS SOLICITAR OS EXAMES ESPECÍFICOS / CONFIRMATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DENGUE?
DEPENDE DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CADA ÁREA:
- Durante períodos não epidêmicos: PARA TODOS OS PACIENTES SUSPEITOS
- Durante períodos epidêmicos: PARA TODOS OS PACIENTES A PARTIR DO GRUPO C ou com DÚVIDAS NO DIAGNÓSTICO, seguindo as orientações da vigilância epidemiológica de cada região. Para os demais pacientes, o diagnóstico pode ser feito com base em critérios clínicos-epidemiológicos!
COMO CONFIRMAR O DIAGNÓSTICO DE DENGUE:
- FASE AGUDA (ATÉ O 5º DIA DE SINTOMAS)?
- A PARTIR DO 6º DIA DE SINTOMAS?
FASE AGUDA: Se positivos, confirmam o caso; se negativos, solicitar sorologia.
- PESQUISA DO ANTÍGENO NS1 – específico do vírus da dengue!
- ISOLAMENTO VIRAL (imunofluorescência) - sangue, LCR, fragmentos de vísceras
A PARTIR DO 6º DIA:
- SOROLOGIA (ELISA) - detecção de IgM anti vírus da dengue. Obs: se negativo entre o 6º e o 10º dia, não exclui o diagnóstico! Repetir o exame após esse período (identificar IgG)
PROVA DO LAÇO:
- O QUE É AVALIADO NO EXAME?
- COMO REALIZAR?
- QUANDO É CONSIDERADA POSITIVA?
PROVA DO LAÇO:
AVALIA FRAGILIDADE CAPILAR
Como realizar:
1. Verificar PA do paciente (deitado ou sentado)
2. Calcular o valor médio: (PAS+PAD)/2
3. Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por 3 minutos (crianças) ou 5 minutos (adolescentes) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses
4. Desenhar quadrado de 2,5 cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal do polegar) no antebraço da pessoa, no local com maior concentração de petéquias.
5. Contar o número de petéquias no quadrado:
PROVA DO LAÇO POSITIVA:
- 10 OU MAIS PETÉQUIAS NAS CRIANÇAS ou
- 20 OU MAIS PETÉQUIAS NOS ADOLESCENTES
Obs: pode ser negativa em pessoas obesas e durante o choque.
EXAMES INESPECÍFICOS:
QUAIS EXAMES SÃO OBRIGATÓRIOS PARA OS GRUPOS DE RISCO A, B, C e D?
- GRUPO A: Não há exame obrigatório! Fica a critério do médico
- GRUPO B: HEMOGRAMA! Objetivo: avaliar a hemoconcentração pelo valor do Ht. O exame deve ser avaliado em até 2 horas (máx 4h)!
-
GRUPO C e D:
- Labs: ALBUMINA SÉRICA e TRANSAMINASES
- Imagem: RX TÓRAX e US ABDOME
- Conforme necessidade: glicose, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TAP, PTT, ecocardiograma
DENGUE - TRATAMENTO GRUPO A:
- ONDE TRATAR?
- COMO REALIZAR A HIDRATAÇÃO ATÉ OS 13 ANOS? E APÓS OS 13 ANOS?
- QUAIS ORIENTAÇÕES DEVEM SER DADAS A TODOS OS PACIENTES? (5)
HIDRATAÇÃO VIA ORAL:
ONDE TRATAR: AMBULATORIALMENTE
< 13 anos - volume de acordo com o peso da criança:
Até 10 kg: 130 ml/kg/dia;
De 10 a 20 kg: 100 ml/kg/dia;
Acima de 20 kg: 80 ml/kg/dia
> 13 anos: 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 com SRO e 2/3 com líquidos caseiros (água, suco de frutas, soro caseiro, chás, água de coco, etc.).
- Oferecer 1/3 do volume total nas primeiras 4 a 6h do atendimento e distribuir o restante ao longo do dia, aos poucos.
- Especificar o volume a ser ingerido por dia. Por exemplo, para adolescente de 40 kg, orientar: 60 ml/kg/dia = 2,4 L.
TODAS AS CRIANÇAS:
- Fracionar volume e ofertar aos poucos
- Manter a hidratação durante todo o período febril e por até 24-48h após a redução da febre.
- REAVALIAR após 48 horas
- MANTER A ALIMENTAÇÃO durante a hidratação, de acordo com a aceitação do paciente. O aleitamento materno deve ser mantido e estimulado.
- Notificar, preencher o “CARTÃO DA DENGUE” e liberar o paciente para o domicílio com orientações.
- Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti.