Sinais clínicos cardiorespiratórios Flashcards

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1
Q

O que é a tosse e em que consiste?

A

É um ato reflexo.
Consiste numa profunda inspiração e num rápido e poderoso ato expiratório contra a glote fechada. Posteriormente há abertura da glote, encerramento da nasofaringe e uma forte expiração através da boca, acompanhada por uma típica vocalização causada pela vibração das cordas vocais.

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2
Q

Como é provocada a tosse?

A

Por estimulação mecânica, inflamatória, química ou térmica dos recetores da tosse localizados na laringe, traqueia e brônquios.
A irritação dos pequenos brônquios, bronquíolos ou alvéolos não provocam a tosse.

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3
Q

Explica o processo que desencadeia a tosse.

A
  1. Estimulação dos mecano ou quimiorecetores (garganta, vias aéreas ou recetores pulmonares);
  2. Impulso aferente para o centro da tosse (medula);
  3. Impulso eferente através dos nervos parassimpático e motor para o diafragma, músculos intercostais e pulmão;
  4. Aumento da contração dos músculos do diafragma, abdominais e intercostais;
  5. Expiração ruidosa- tosse.
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4
Q

Caracteriza a tossícula.

A

Caracteriza-se por um mecanismo defensivo semelhante à tosse, induzido por estimulação das cordas vocais ou traqueia.
É ligeira e de pequena intensidade, ainda que repetida.
Consiste num esforço expiratório contra a glote fechada, mas que não é precedido por uma inspiração profunda.

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5
Q

Distingue a tosse verdadeira do reflexo de expiração.

A

A tosse verdadeira deixa entrar mais ar para dentro dos pulmões e aumenta a força expiratória promovendo a libertação de muco e substâncias estranhas da traqueia e brônquios.
O reflexo de expiração evita a entrada de substâncias nocivas para dentro das vias aéreas.

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6
Q

Em que animais é mais comum ocorrer tosse?

A

A tosse é mais comum em cães, ocorrendo com menos frequência nos gatos.

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7
Q

Que perguntas devem ser feitas no diagnóstico da tosse?

A

É realmente tosse? (pode ser confundida com vómito, sibilos, respiração ruidosa)
Qual o som produzido pela tosse? (pode indicar a sua causa; a tosse débil é sinal de edema pulmonar)
Quando é que o animal tosse? (a tosse da doença cardíaca precoce é mais comum durante a noite; em casos de bronquite crónica, o exercício pode provocar tosse)
A tosse é produtiva ou não produtiva? (tosse produtiva está associada a processos infeciosos bacterianos, virais ou fúngicos; na doença pulmonar alérgica/doença cardíaca precoce a tosse é não produtiva)
Há quanto tempo tem o animal tossido?

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8
Q

Classifica os diversos tipos de tosse.

A

Tosse por doença da laringe ou esófago: forte, associada à tentativa de vómito ou engasgo; pode ocorrer durante a ingestão de alimentos.
Tosse causada por irritação ou colapso traqueal: ocorre quando o animal está excitado ou a puxar pela coleira; profunda e explosiva; tem características de ladrar; pode ser estimulada pela ingestão de água.
Tosse de origem brônquica: há produção de muco e pus; tosse produtiva e rude.
Tosse por doença cardíaca: ocorre sobretudo quando o animal está excitado ou durante o exercício.

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9
Q

Classifica a tosse quanto à sua duração.

A

Aguda (<3 semanas)
Sub-aguda (3-8 semanas)
Crónica (>8 semanas)

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10
Q

O que é o espirro?

A

É um ato reflexo que funciona como mecanismo protetor do aparelho respiratório superior.
Indica doença na cavidade nasal, podendo ocorrer com ou sem corrimento nasal.

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11
Q

Como se classificam os espirros e quais as suas possíveis causas?

A

Paroxístico (em salva), pode ocorrer em casos de doenças virais agudas, corpos estranhos e traumatismos.
Intermitente, ocorre com lesões intranasais (tumores, corpos estranhos crónicos).

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12
Q

O que entendes por espirro reverso?

A

É o paroxismo de uma inspiração ruidosa e forçada que geralmente cessa em 30-60 segundos.

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13
Q

Caracteriza o espirro reverso quanto à sua fisiopatologia.

A

Caracteriza-se por uma estimulação da mucosa da nasofaringe que resulta num espasmo dos músculos faríngeos, o que impede a passagem de ar para a laringe.

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14
Q

Quais as possíveis causas de um espirro reverso?

A

Irritação ou inflamação da mucosa, que pode ocorrer em animais saudáveis em episódios de segundos a minutos.

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15
Q

O que é o corrimento nasal?

A

É o fluxo de produtos patológicos através das narinas, sendo fisiológico em certas espécies quando se trata de uma ligeira secreção serosa.

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16
Q

O que pode indicar o corrimento nasal?

A

Lesões na cavidade nasal/seios frontais com exceção de pneumonias bacterianas e epistáxis.

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17
Q

O corrimento nasal pode ser uni ou bilateral. O que indica cada um deles?

A

O corrimento unilateral indica lesões intranasais, podendo progredir para bilateral.
O corrimento bilateral ocorre devido a causas extranasais.

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18
Q

Caracteriza o corrimento nasal seroso.

A

Normalmente é bilateral e intermitente.
A sua causa pode ser sazonal, devido a alergias, tosse do canil, infeções virais agudas ou parasitas.

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19
Q

Caracteriza o corrimento mucoso/mucóide.

A

Tem coloração cinzenta e aspeto turvo.
As suas causas são:
- Material estranho (gramíneas ou ervas daninhas);
- Infeção das raízes dos dentes superiores;
- Infeções fúngicas;
- Tumores nasais.

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20
Q

Caracteriza o corrimento purulento.

A

Tem um aspeto esverdeado e espesso.
Ocorre devido a infeções bacterianas (SEMPRE!) secundárias a outra causa, como neoplasias, infeções virais/micóticas, corpos estranhos, fístulas, etc.

21
Q

O que entendes por epistáxis?

A

É um corrimento normalmente unilateral, podendo ocorrer devido a alterações extra-nasais como doenças sistémicas, ou alterações intranasais como doenças locais.

22
Q

Quais são as principais causas de epistáxis?

A

Traumatismos, tumores venéreos transmissíveis intranasais e infeções parasitárias (riquétsias e fúngicas são mais frequentes em cães e gatos de exterior).
Corpos estranhos como gramíneas que são inaladas.
Ingestão de rodenticidas.
Doenças imunomediadas, doenças de von Willebrand ou deficiências congénitas dos fatores de coagulação (cães de raça pura).
Tumores nasais, sobretudo em cães dolicocéfalos.
Pólipos nasofaríngeos, sobretudo em gatos jovens.
Infeções respiratórias virais crónicas , sobretudo em felinos braquicefálicos mais velhos.

23
Q

Em que consiste a hemoptise?

A

Consiste na saída, pelas narinas e pela boca, de sangue proveniente das vias respiratórias que vão desde a laringe até às estruturas parenquimatosas (laringe, traqueias, brônquios de todos os calibres, alvéolos pulmonares), acompanhada de dispneia, ansiedade e tosse.

24
Q

Que aspeto tem o sangue presente na hemoptise?

A

É um sangue oxigenado, vermelho e espumoso.

25
Q

Quais são as possíveis causas da hemoptise?

A

Pulmonares:
- edema pulmonar não cardiogénico;
- tromboembolismo pulmonar;
- hipertensão pulmonar;
- bronquite/bronquiectasia;
- pneumonias bacterianas/fúngicas;
- parasitismo, neoplasias, etc.
Cardiovasculares:
- edema pulmonar cardiogénico;
- dirofilariose;
- fístula arteriovenosa;
- endocardite bacteriana.
Sistémicas:
- traumatismos;
- coagulopatias;
- iatrogénico.

26
Q

O que é a dispneia ou uma alteração da respiração?

A

Qualquer situação onde exista um aumento do esforço respiratório devido a diversas causas que impeçam uma perfeita oxigenação sanguínea.

27
Q

O que ocorre normalmente durante a inspiração? E durante a expiração?

A

Inspiração:
- contração e descida do diafragma;
- contração dos músculos intercostais;
- subida do esterno;
- aumento do volume da caixa torácica.
Expiração:
- relaxamento e subida do diafragma;
- relaxamento dos músculos intercostais;
- descida do esterno;
- diminuição do volume da caixa torácica.

28
Q

Quais são as causas pelas quais ocorre dispneia?

A

Causas pelas quais ocorre alteração do centro respiratório cerebral, causas que impedem ou dificultam a ventilação, a entrada e saída de ar para ou dos pulmões, causas que comprometem a transferência de oxigénio dos pulmões para o sangue, e causas que dificultam a circulação do sangue para os pulmões.

29
Q

Como deve ser feita a abordagem ao paciente com dispneia?

A
  1. Como se iniciou: súbito ou progressivo
  2. Há quanto tempo?
  3. Quando surge?
  4. Fatores que a acompanham
  5. Relação com o esforço físico
30
Q

Classifica a dispneia quanto ao modo de aparecimento e quanto ao tempo de respiração.

A

Modo de aparecimento:
- de esforço (cinética), quando surge apenas após exercício;
- de repouso (estática), quando o animal está em repouso.
Tempo de respiração:
- dispneia inspiratória (obstáculo à entrada de ar);
- dispneia expiratória (obstáculo à saída de ar);
- dispneia mista.

31
Q

A que pode estar associada a tosse produtiva com dispneia?

A

Ortopneia.
Pode ocorrer o aparecimento de muco, exsudado, edema ou sangue, estando a tosse produtiva normalmente associada a afeções do parênquima pulmonar.

32
Q

De que pode ser suspeita a tosse na ausência de dispneia?

A

Suspeita de doenças das grandes vias aéreas, com exceção a malformações congénitas (hipoplasia da traqueias) e bronquite estéril ou alérgica (sobretudo em gatos).

33
Q

Que tipos respiratórios existem?

A

Respiração costo-abdominal (normal).
Respiração costal anterior (processos dolorosos do diafragma, ascite/peritonite, neoplasias).
Respiração abdominal ou diafragmática (alteração dos músculos intercostais, pleurisias/pleurites).

34
Q

Como se pode caracterizar a dinâmica respiratória quanto à amplitude respiratória?

A

Normal
Hiperpneia (respiração mais profunda e, por vezes, mais rápida)
Hipopneia (respiração excessivamente superficial)
Apneia

35
Q

O que se considera normopneia em cães e e gatos?

A

Em gatos, a frequência respiratória é de 26 ciclos respiratórios/minuto.
Nos cães jovens a frequência respiratória é de 15-40 ciclos/minuto, e nos adultos 10-30 ciclos/minuto.

36
Q

Quais são as causas de taquipneia?

A

Aparelho respiratório superior:
- doenças das narinas e seios (infeção, estenose, inflamação, tumores)
- alterações do palato e da laringe (colapso, paralisia, espasmo, tumefação)
- doenças da traqueia
- compressão das vias aéreas superiores por alterações torácicas (massas, linfonodos)

Aparelho respiratório inferior (doenças obstrutivas e restritivas):
- doenças brônquicas (bronquite, tumor, parasitas)
- doenças do pulmão (pneumonia, hemorragia, coágulos, parasitas, tumores, torção do lobo pulmonar)
- doenças pleurais (derrame pleural, pneumotórax)
- doenças da cavidade torácica (hernias, massas, linfonodos, tumores)

37
Q

Quais são as causas não respiratórias de taquipneia?

A
  • doenças cardíacas (insuficiência cardíaca congestiva, arritmias)
  • doenças neuromusculares (traumatismo, tumor, inflamação)
  • doenças metabólicas/endócrinas (diabetes, doença de cushing)
  • doenças hematológicas (anemias)
  • alteração dos órgãos abdominais (massas, órgãos ampliados, líquido)
  • outros (dor, medo, esforço físico, febre, calor, stress, obesidade, fármacos)
38
Q

Dá exemplo de dois padrões anormais respiratórios.

A

Respiração sobressaltante: sobressalto diafragmático no fim da inspiração, sobressalto abdominal no fim da expiração.
Respiração discordante: paralisia diafragmática, rotura do diafragma.

39
Q

Quais são as diferenças entre estridor e estertor?

A

Consistem ambos numa respiração ruidosa audível a alguma distância do animal, sobretudo na inspiração, sendo constantes em amplitude e frequência.
O estridor é um som agudo, enquanto o estertor tem uma frequência mais baixa tipo ronco.

40
Q

Caracteriza o estridor ou respiração estridulosa.

A

As suas causas incluem obstrução respiratória alta por afeções da supraglote, glote, subglote e traqueia, e causas extrarespiratórias sobretudo da laringe.
Ocorre devido ao som provocado pelo fluxo de ar através da via aérea parcialmente obstruída.

41
Q

Que tipos de estridor existem e o que sugerem?

A

Estridor inspiratório sugere uma obstrução da laringe.
Estridor expiratório implica uma obstrução brônquica.
Estridor bifásico sugere uma anomalia subglótica ou da glote.

42
Q

Caracteriza o estertor ou respiração estertosa.

A

As suas causas são afeções da nasofaringe e da orofaringe/supraglote.
É devido sobretudo a problemas da faringe.
Em situações normais, a ponta caudal do palato mole dificilmente toca na epiglote (quando o cão arfa, por exemplo, a via aérea está aberta). Se o palato mole for muito comprido, atinge a laringe (quando o cão arfa é necessário um esforço extra para mover o palato mole da laringe para permitir que o ar passe).

43
Q

Que características do ar expirado devemos ter em atenção?

A

Cheiro, temperatura e colunas de ar.

44
Q

Que tipos de cheiros pode adquirir o ar expirado e quais as suas causas?

A

Pode adquirir um cheiro fétido, pútrido, amoniacal e clorofórmio.
As causas incluem intoxicações, bronquiectasias, pneumonias gangrenosas, uremia e cetose.

45
Q

A que se deve a desigualdade das colunas de ar do ar expirado?

A

Dificuldades de trânsito nas fossas nasais por processos variados.

46
Q

O que é o colapso?

A

É um termo vasto e geral usado para descrever a perda repentina do tónus postural, não necessariamente com perda de consciência.
Esta perda pode ser qualquer duração.

47
Q

O que é a síncope?

A

É um subconjunto de colapso que envolve a perda transitória de consciência, devido a um fluxo sanguíneo cerebral insuficiente.
Há uma redução de oxigénio e nutrientes de curta duração seguida por uma recuperação ao normal.

48
Q

Em que consiste a pré-síncope?

A

Perda parcial de consciência devida a um breve período de ataxia.