Exames complementares em dermatologia Flashcards
Por que razões é a abordagem clínica essencial?
A pele responde de maneira limitada.
As apresentações de etiologia diferente podem ser muito similares.
A mesma dermatopatia pode apresentar-se de maneiras diferentes.
As complicações das dermatopatias pruriginosas modificam substancialmente o quadro inicial.
Que exames complementares podemos realizar?
Pesquisa de pulgas/fezes.
Lâmpada de Wood.
Otoscopia.
Escovagem.
Fita adesiva.
Microscopia direta.
Raspagem superficial e profunda.
Cultura de fungos (meio Sabouraud/DTM).
Tricograma.
Citologia do canal auditivo externo e pele.
Cultura e TSA.
Análises hematológicas e bioquímicas.
Pesquisa de Dirofilaria, Leishmania, etc.
Exame cropológico.
Testes para alergia.
Ensaios hormonais.
Biópsia de “punch” ou excisional.
Caracteriza a atopia canina.
Os animais apresentam prurido, e morfologia e distribuição típicas na face e/ou patas, tarso e carpo.
Tem início antes dos 3 anos.
Os sinais clínicos incluem eritema facial ou queilite, conjuntivite bilateral, piodermite superficial e hiperidrose.
Os testes intradérmicos são de imediato positivos, e há uma elevada concentração de IgE/IgG.
Que exames complementares se devem realizar nos cães?
Raspagens, cultura de fungos, citologia para Malassezia, citologia auricular, citologia aspirativa (nódulos) e tricograma.
Que exames complementares se devem realizar no gato?
Cultura de fungos, tricograma, lâmpada de Wood, raspagens e citologia de superfície.
O que são exames complementares?
Procedimentos cujo objetivo é confirmar ou excluir os diagnósticos diferenciais após exame físico e recolha da anamnese do paciente.
Que técnicas podem ser utilizadas para citologia?
- Aposição direta: pressionar uma lâmina na zona de lesão; mais apropriada para lesões húmidas.
- Zaragatoa: usada principalmente no conduto auditivo; útil também para lesões ulcerativas, húmidas ou oleosas.
- Fita cola: colar e descolar repetidamente a fita cola no local da lesão; apropriada para lesões secas.
- Aspiração: inserir uma agulha na lesão e aspirar várias vezes; apropriada para lesões nodulares.
Que grupos celulares de células podemos encontrar numa citologia e qual a sua interpretação?
Células das camadas cutâneas - queratinócitos maduros.
Células inflamatórias
- neutrófilos: situações de inflamação, infeção, trauma e doenças imunomediadas;
- eosinófilos: situações de inflamação alérgica, parasitoses e doenças imunomediadas;
- macrófagos: situações de inflamação/infeção muito ativas e/ou crónicas;
- linfócitos: situações de inflamação/infeção ou neoplasias.
Células neoplásicas
Microrganismos
- bactérias (coram de azul)
- leveduras (ex.: Malassezia)
Em que situações realizamos raspagens?
Quando suspeitamos que a origem das lesões seja a presença de ácaros.
Quais os dois tipos de raspagem?
Raspagem superficial
- detetar Sarcoptes, Notoedres e Cheyletiella;
- efetuada numa área ampla da pele com uma aplicação prévia de óleo.
Raspagem profunda
- deteção de Demodex;
- efetuada numa pequena área da pele;
- beliscar a pele antes ou durante a raspagem de modo a haver extrusão folicular.
Que vantagens possui a aplicação de óleo na área onde se vai efetuar a raspagem?
Conseguir ver onde já raspámos, diminuir a mobilidade dos ácaros e aumentar a probabilidade de os detritos se agarrarem à lâmina do bisturi.
Quais são as duas grandes diferenças entre a raspagem superficial e a raspagem profunda?
Na raspagem profunda colocamos o óleo diretamente na lâmina de bisturi e não na pele, e devemos raspar até fazer sangue capilar.
O que é o tricograma?
Exame complementar que permite uma avaliação estrutural do pelo.
Útil quando existe uma lesão de alopécia.
Como se realiza um tricograma?
Colocar parafina numa lâmina e usar, posteriormente, uma pinça atraumática para arrancar pelos da periferia da lesão, sempre no sentido do pelo.
Como são interpretados os resultados do tricograma?
Através da observação da raiz, haste e ponta do pelo.
Raiz - presença de Demodex, esporos de dermatófitos, moldes foliculares, rácio anagénese/telogénese.
Haste - alterações estruturais (macromelanossomas) que indicam a presença de alopécia por diluição de cor.
Ponta - espigadas ou cortadas indicam trauma por lambedura (consequência de prurido, dor ou psicogénico).
Caracteriza a escovagem em fundo branco/preto.
Implica a escovagem do animal e a deposição dos detritos removidos numa zona com fundo branco/negro.
No fundo branco observamos as estruturas de cor escura, como pulgas, fezes de pulga, etc.
No fundo preto observamos estruturas de cor branca, como Cheyletiella.
Que tipo de pesquisa se realiza com a lâmpada de Wood?
Pesquisa de pelos infetados por Microsporum canis. Estes emitem fluorescência quando incididos pela radiação Uv da lâmpada.
Que substâncias é comum encontrar numa falsa fluorescência? Como distinguir entre uma fluorescência verdadeira e uma falsa?
Sabões/Shampoos, betadine e cosméticos.
Os falsos positivos não chegam à raiz, por isso, só os pelos verdadeiramente infetados vão apresentar fluorescência em todo o seu comprimento.
Quais as diferentes maneiras de recolha de amostras para cultura fúngica?
1- Arrancar pelos com uma pinça, colocar num tubo seco e enviar para laboratório.
2- Método McKenzie. Consiste na escovagem do animal com uma escova de dentes nova e no envio desta mesma escova num envelope para laboratório.
Ao contrário dos gatos, na recolha para cultura fúngica dos cães devemos desinfetar primeiro a zona com álcool a 70%. Porquê?
Os cães não fazem a limpeza do próprio pelo, pelo que a desinfeção é essencial para remover fungos ambientais irrelevantes, de modo a não dificultar a interpretação do resultado.
Quais os passos para realizar um teste intradérmico?
Efetuados tipicamente na zona lateral do tórax, com o animal sedado, com o objetivo de criar uma imunoterapia alérgeno-específica (tratamento de dermatite atópica).
Primeiramente faz-se tricotomia, depois uma marcação dos locais de injeção e, por fim, injeção do controlo positivo, controlo negativo e das soluções de alergénios.
O que contém o controlo positivo e o controlo negativo dos testes intradérmicos? Como realizamos a leitura dos resultados?
O controlo positivo contém histamina e o controlo negativo soro salino.
Passado 10 minutos (gatos) ou 15-20 minutos (cães) observamos as reações às injeções para determinar se o animal é alérgico.
Medimos o controlo negativo (0) e o controlo positivo (4), e depois as outras pápulas, classificando-as de 0 a 4.
Como é efetuado a imunoterapia alergénio-específica?
Após identificação dos alergénios aos quais o animal apresenta uma resposta exagerada, tenta-se fazer uma dessensibilização do sistema imunitário desse animal aos alergénios.
Os frascos com os extratos estão divididos por concentração, sendo o seu conteúdo administrado através de um protocolo padronizado.
Explica o procedimento de uma biópsia.
Efetuadas com anestesia geral ou local.
Não se faz tricotomia nem se desinfeta a pele para não provocar alterações nos tecidos.
Tiram-se vários fragmentos da pele, de modo a obter uma amostra representativa.
Pode-se recorrer a uma lâmina de bisturi ou biótomo, com profundidade suficiente para obter um fragmento com toda a espessura da pele.
Dá exemplos de circunstâncias onde se realizam biópsias.
Suspeita de neoplasia, presença de lesões mais graves (nódulos, fístulas, etc.), falta de um quadro típico e suspeita de doença imunomediada que necessite de medicação imunossupressora a longo prazo.
Que cuidados devemos ter na recolha de amostra para cultura bacteriana e TSA?
Verificar que a zaragatoa está estéril e que toca apenas no local de interesse, referir ao laboratório a morfologia da bactéria vista em citologia prévia.