História e exame clínico objetivo Flashcards
Para que serve a história clínica?
Ajuda no diagnóstico e na terapêutica, sendo frequentemente a chave para determinação da doença.
O que devemos ter em atenção na abordagem ao detentor do animal?
Devemos nos identificar perante o cliente, indicando a nossa função, utilizar vocabulário claro e compreensível, verificar aspetos gerais sobre o animal (raça, idade, sexo, etc.), saber a última vez em que o animal esteve bem, etc.
Qual é a primeira pergunta a fazer num exame clínico?
Qual é o problema?
Após a descrição do problema, que outras questões se devem colocar?
Devemos perguntar sobre a duração do problema, o seu progresso, se foi dado algum tratamento ao animal e qual é a sua situação atual.
Que assuntos devem ser abordados em relação à manutenção da homeostase?
Ingestão de alimentos e água, e dificuldade em deglutir.
Vómito.
Falta de ar, respiração ofegante e respiração anormal.
Sons e tosse.
Mudanças na micção ou na urina.
Mudanças na defecação ou nas fezes.
Nas interações com pessoas e outros animais que assuntos devem abordar as perguntas?
Mudanças na quantidade de sono, interesses, reações a estímulos, aparência (proporções do corpo, pelagem, etc.) e hábitos.
Andar do animal (fácil, doloroso, coxo, forte, bem coordenado, etc.).
Se o animal for fêmea: prevenção regular de estro, tempo e caráter do último estro, gravidez.
Se o animal for macho: interesse em fêmeas, castração.
Visão e audição.
O que deve ser falado sobre as condições de vida do animal?
Como o animal é mantido (quanto tempo e por que propósito).
Como o animal é alojado (em casa, no canil, ao ar livre).
O tipo e a quantidade de exercício.
O tempo de contacto com outros animais.
Se o animal esteve em qualquer outra área ou país (para doenças endémicas).
Dentro das condições de vida que dois grandes assuntos devem ser abordados?
Comida do animal: composição dos alimentos, comida industrial vs comida caseira, preparações de vitamina e cálcio, possibilidades de intoxicação.
Exposição a agentes/materiais nocivos: uso de materiais tóxicos nos animais e arredores, saída do animal sem observação ou supervisão.
Sobre a história passada do animal o que é importante saber?
Para conhecer a história passada do animal devemos fazer perguntas sobre doenças, medicamentos e vacinas:
- Se o animal teve alguma doença anterior;
- Se o animal realizou alguma cirurgia;
- Programa de vacinação;
- Medicamentos atuais ou recentes (dose e frequência);
- História familiar (doenças nos irmãos da mesma ninhada ou de ninhadas próximas).
No exame físico objetivo o que conseguimos retirar da impressão geral?
A impressão geral forma-se observando e ouvindo o paciente a partir de uma curta distância.
Verificamos o nível de consciência do animal, o seu comportamento, postura, condição corporal geral, locomoção, forma do corpo, pelagem e sons anómalos produzidos.
O que se examina no exame físico?
- Movimentos respiratórios;
- Membranas mucosas;
- Estado de nutrição;
- Linfonodos periféricos;
- Pele e pelagem;
- Pulso;
- Temperatura corporal;
- Outras alterações significativas (tórax, abdómen).
Em que consiste a respiração?
É a soma de todos os processos físicos e químicos que mantêm e regulam o metabolismo oxidativo das células.
Como é feita a regulação dos movimentos respiratórios?
Através de mecanorecetores nos pulmões e parede torácica, quimiorecetores periféricos e centrais, e centro respiratório.
O que devemos avaliar em relação aos movimentos respiratórios?
Devemos avaliar a sua profundidade, ritmo, tipo e frequência.
Qual o nível de estado de nutrição ideal para um cão? E para um gato?
O ideal para um cão é o nível 4/5, e para um gato o nível 5.
Classifica a hidratação tendo em conta o grau de desidratação que um animal pode ter.
0-5%: Adequada;
5-8%: Marginal;
8-10%/10-12%/12-15%: Inadequada.
O que devemos observar na avaliação da pele, pelo e faneras?
Volume, forma, estrutura, superfície, consistência, temperatura, sensibilidade, mobilidade, prurido e queda de pelo.
A que recursos podemos recorrer na avaliação da pele e pelo?
Na avaliação:
- Da cor e presença de hemorragias, observamos zonas de pele fina com pouco pelo (zona da virilha no caso do cão, superfície interna do pavilhão auricular no caso do gato e cão);
- Da espessura, elasticidade e consistência avaliar no mesmo local (lateralmente à 10ª costela);
- Da temperatura inspecionar os pés, lábios e orelhas com as costas da mão.
Que mucosas devem ser observadas no exame físico e quais os aspetos a ter em conta na sua avaliação?
Devem ser observadas as mucosas conjuntival, nasal, bucal, vulvar ou peniana e anal.
Aspeto: espessura, lesões (úlceras), humidade, temperatura, secreções.
Cor: rosada, pálida, azulada, vermelho vivo, amarelada, com petéquias.
O que poderão indicar as diferentes cores observadas nas mucosas?
Rosa- perfusão adequada.
Pálida ou branca- hemorragia, choque.
Cianótica: hipoxemia.
Vermelho vivo: início de choque, sépsis, febre, síndrome de resposta inflamatório sistémico.
Amarela: doença hepatobiliar e/ou hemólise.
Castanha: acetaminofeno (gatos), hemólise intravascular.
Petéquias: alteração das plaquetas, CID, deficiências de fatores de coagulação.
Qual é o tempo de repleção capilar considerado normal no cão e no gato?
Inferior a 2 segundos.
Que causas podem levar a um aumento do tempo de repleção capilar (>2s)?
Se o tempo de repleção capilar aumentar a circulação está comprometida devido a frio, choque, doenças cardiovasculares, anemia, etc.
O tempo de repleção capilar deve ser avaliado antes de admitir um animal a cirurgia?
Sim.
O que devemos ter em atenção quando palpamos os linfonodos no exame físico?
Forma, volume, estrutura, superfície, consistência, temperatura, sensibilidade e mobilidade.
Quais são os linfonodos a ser examinados?
Mandibular, retrofaríngeo, pré-escapular, axilar (cão), poplíteo (cão), inguinal superficial e parotídeo (embora dificilmente palpável).
O que nos fornecem a inspeção e a palpação dos linfonodos?
A inspeção revela mudanças no contorno normal dos linfonodos, indicando, muitas vezes, um aumento do tamanho destes.
A palpação providencia uma avaliação mais crítica de quaisquer mudanças.
O que poderá causar o aumento do tamanho dos linfonodos?
Proliferação de linfócitos e macrófagos em resposta a uma estimulação antigénica.
Infiltração por células inflamatórias.
Proliferação de neoplasias hematopoiéticas.
Infiltração por células neoplásicas metastáticas.
Que artérias são frequentemente utilizadas para avaliação do pulso arterial?
Artéria carótida e femoral nos pequenos animais.
Artéria coccígea nos bovinos.
Artéria facial e facial transversa nos cavalos.
Indica os caracteres gerais e absolutos do pulso arterial.
Gerais: frequência e ritmo.
Absolutos: tensão, dureza, velocidade.
Qual o pulso considerado normal no cão e no gato?
Cão: 60-120/min
Gato: 120-180/min
O que é a taquisfigmia e em que situações ocorre?
Consiste num pulso arterial acelerado, podendo ocorrer em casos de stress, excitação, fibrilhação ventricular, hipóxia e anemia.
Como se designa a situação de pulso arterial retardado e em que situações pode ocorrer?
Bradisfigmia, que pode ocorrer em situações de hipotermia, hipotiroidismo e no uso de tranquilizantes.
O que entendes por arritmia?
É uma situação que ocorre quando o ritmo do pulso está alterado.
A que se pode dever um pulso forte? E um pulso fraco?
Um pulso forte pode ser devido à persistência do canal arterial ou de uma hipertrofia cardíaca.
Um pulso fraco pode ser devido a estenose subaórtica ou insuficiência da mitral.
Quais são os órgãos palpáveis e os não palpáveis da palpação abdominal?
Os órgãos palpáveis são: intestino se existirem fezes, bexiga se estiver cheia, polo caudal do rim esquerdo no cão e ambos os rins no gato.
Os órgãos não palpáveis são o fígado, pâncreas, glândulas adrenais, baço (embora alguns clínicos consigam palpar a cauda do baço nalguns cães) e útero, exceto em casos de gravidez/piómetra.
Qual é o valor normal da temperatura interna do cão e do gato?
38,5-39,5Cº.
A temperatura interna de um animal é de difícil interpretação. Explica.
A interpretação da temperatura interna é difícil, pois a excitação e manipulação no exame clínico podem facilmente elevar a temperatura 0,5-1,0Cº.
O que se segue ao exame físico objetivo?
Exames especiais dos aparelhos e sistemas.
Exames complementares se necessário (hematológico, bioquímico, análise de urina, serológicos, etc.)