Sepse Flashcards
Qual foi o resultado do estudo APROCCHSS?
O estudo APROCCHSS observou redução de mortalidade no grupo de pacientes que receberam hidrocortisona/fludrocortisona aos 90 dias (43 vs. 49%), 180 dias (47 vs. 53%), alta da UTI (35% vs. 41%) e alta hospitalar (39% vs. 45%).
Quando deve ser reservada a transfusão de hemácias?
As transfusões de hemácias devem ser reservadas para pacientes com nível de hemoglobina ≤ 7 g/dL, exceto em casos de choque hemorrágico concomitante ou isquemia miocárdica ativa que têm indicações específicas de hemotransfusão.
Quais drogas cardiodepressoras ou hipotensoras devem ser evitadas para indução em sequência rápida de intubação traqueal em paciente em choque séptico?
Para indução em sequência rápida de intubação traqueal em paciente em choque séptico, deve-se evitar drogas cardiodepressoras ou hipotensoras como o midazolam, o fentanil e o propofol. Boas opções são a quetamina e o etomidato.
Existe preocupação com o uso de etomidato em pacientes críticos?
Sim, existe preocupação com o etomidato e disfunção adrenal em pacientes críticos. No entanto, não existem evidências que demonstrem que uma dose única de etomidato cause insuficiência adrenal clinicamente significativa.
O que é considerado para pacientes em ventilação mecânica?
Para pacientes em ventilação mecânica, considera-se a ventilação protetora.
Quando deve ser discutido o início do suporte renal agudo (SRA) em pacientes com injúria renal induzida pela sepse?
O início do suporte renal agudo (SRA) deve ser discutido com o nefrologista em pacientes com injúria renal induzida pela sepse.
O que foi observado no estudo de Payen et al. em relação à diálise ultraprecoce em pacientes sépticos?
Payen et al. (2009) randomizaram 76 pacientes sépticos e demonstraram que diálise ultraprecoce (primeiras 24 h da admissão) vs. manejo conservador não apresentou benefício e foi associada a aumento do escore SOFA.
O que foi observado no estudo de Gaudry et al. em relação à diálise precoce em pacientes sépticos?
Gaudry et al. (2016) randomizaram 620 pacientes, sendo 80% sépticos, para diálise precoce (em até 6 h após IRA AKIN 3) vs. diálise tardia (indicada apenas um dos seguintes: K > 6 mmol/L ou K > 5,5 mmol/L após medidas clínicas, pH < 7,15 em contexto de acidose metabólica, BUN > 112 mg/dL, edema agudo de pulmão ou anúria > 72 h). Esse estudo também não demonstrou benefício de diálise precoce.
O que foi observado no estudo de Sun et al. em relação ao suporte renal agudo (SRA)?
Sun et al. (2014) demonstraram que pacientes submetidos a terapias contínuas apresentaram melhores taxas de recuperação renal.
Qual é a recomendação para o controle glicêmico em pacientes sépticos?
O controle glicêmico deve manter a glicemia sérica abaixo de 180 mg/dL, se necessário com o uso de insulina de ação rápida, o que é compatível com as recomendações do estudo NICE-SUGAR (NJEM, 2009).
Qual é a profilaxia recomendada para tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes com mobilidade reduzida?
A profilaxia recomendada para tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes com mobilidade reduzida é a enoxaparina 40 mg SC uma vez ao dia ou heparina 5.000 U SC três vezes ao dia.
Qual foi o resultado do estudo de Sasabuchi et al. em relação à profilaxia de úlcera de estresse em pacientes sépticos?
Sasabuchi et al. (2016) demonstraram que o uso de profilaxia de úlcera de estresse em pacientes sépticos em UTI não reduziu sangramentos de trato gastrointestinal com indicação de terapia endoscópica, ao passo que aumentou a incidência de pneumonia hospitalar. Portanto, não recomendamos a prescrição de profilaxia de úlcera gástrica somente pela sepse.
Onde é preferível internar pacientes sépticos?
A unidade de internação preferível para pacientes sépticos varia de acordo com as características individuais. Pacientes com choque séptico ou em insuficiência respiratória com necessidade de vasopressores ou de ventilação mecânica necessitam de internação em UTI. Já pacientes sem choque e que respondem rapidamente à antibioticoterapia podem ser transferidos com segurança.
O que deve ser feito quando um paciente séptico evolui com síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e refratariedade ao tratamento?
Quando um paciente séptico evolui com síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e refratariedade ao tratamento, deve ser feita a reavaliação de hipótese diagnóstica e plano terapêutico, além de se discutir terminalidade e cuidados paliativos.
Qual é a principal causa de mortalidade hospitalar tardia no país?
Sepse
Qual é a porcentagem aproximada de mortalidade de sepse?
55%
Quais são os fatores de risco para pior evolução da sepse?
Extremos de idade, doenças imunossupressoras, câncer, medicamentos imunossupressores, diabetes, abuso de álcool, cateteres venosos ou outras condições que envolvam integridade cutânea
De acordo com o estudo SOAP, quais são os microrganismos mais frequentemente identificados em pacientes com sepse?
Staphylococcus aureus, Pseudomonas e Escherichia coli
Qual é a causa mais comum de sepse?
Pneumonia
Qual é a porcentagem estimada de pacientes internados com pneumonia que evoluem com sepse?
48%
Quais são os principais focos de sepse além dos pulmões?
Abdome, corrente sanguínea, trato urinário, pele, relacionados ao uso de cateter e sistema nervoso central
Quais são os possíveis motivos para o aumento da incidência de sepse no mundo?
Maior número de pacientes convivendo com imunossupressão, desenvolvimento de microrganismos multirresistentes e aumento da expectativa de vida da população
Além da internação, quais são os impactos da sepse na saúde dos pacientes?
Declínio cognitivo e funcional em idosos, redução da capacidade de viverem sozinhos, aumento do risco de doenças psiquiátricas em sobreviventes e seus familiares
O que acontece quando um microrganismo patogênico invade um local estéril do corpo do hospedeiro?
Infecção
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de vias aéreas superiores?
Tosse com expectoração purulenta, dor torácica, hiperemia faríngea, linfadenomegalia
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a pneumonia?
Tosse, dispneia, expectoração purulenta
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de trato gastrointestinal?
Dor abdominal, diarreia, presença de sangue e pus nas fezes, distensão abdominal, vômitos
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de cateteres e dispositivos ostial?
Tunelite, saída de secreção purulenta
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de trato urinário?
Disúria, urgência miccional, dor suprapúbica, dor em flancos
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de pele e partes moles?
Hiperemia e dor local, saída de secreção purulenta, linfadenomegalia
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de articulações?
Hiperemia e dor local, bloqueio articular
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a infecção de sítio cirúrgico?
Hiperemia de ferida operatória, saída de secreção purulenta
Quais são as manifestações clínicas da sepse associada a meningite?
Sinais de irritação meníngea
Quais são os exames laboratoriais para avaliação de disfunções orgânicas?
Gasometria arterial, bilirrubinas, creatinina, contagem de plaquetas, lactato
Qual a importância da ultrassonografia point-of-care (USPOC) na sepse?
Ela pode indicar o diagnóstico etiológico, complicações e orientar o tratamento.
Como é feito o diagnóstico de sepse?
É feito quando há aumento de 2 ou mais pontos no escore SOFA.
Quais são os critérios diagnósticos para sepse?
Infecção suspeita ou confirmada + aumento de 2 pontos no SOFA.
Quais são os critérios diagnósticos para choque séptico?
Necessidade de vasopressor para PAM ≥65mmHg + lactato >2mmol/L na ausência de hipovolemia.
Quais são as ferramentas estudadas para triagem de sepse no departamento de emergência?
SIRS, qSOFA, NEWS