Questões Vol 2 - Epidemiologia Analítica e Aplicada a clínica. Flashcards

1
Q

1 – No sentido de avaliar os fatores envolvidos com a ocorrência de casos graves de dengue, foram selecionados dois estudos realizados no Brasil.

Estudo 1 - realizado em seis cidades brasileiras, localizadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, durante as epidemias no período de 2009 a 2012. Neste estudo, casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), categoria considerada como forma grave da doença, foram comparados a casos que não evoluíram para FHD. A tabela A resume os principais resultados do estudo, relativos aos pacientes maiores de 15 anos de idade (adaptado de Teixeira MG et al. PLOS-NDT 2015, 9(5):e0003812). Tabela A - Razão de chances ajustada (ORaj) para a associação entre Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e variáveis sociodemográficas e clínicas em seis cidades brasileiras, localizadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil nos anos de 2009 a 2012.

Estudo 2 - Neste estudo, a unidade de análise baseou-se nos distritos em que se divide a cidade do Rio de Janeiro. Buscou-se verificar as possíveis associações entre algumas variáveis selecionadas e a incidência de dengue grave nos distritos da cidade. Tabela B - Parâmetros da análise uni e multivariada e as respectivas taxas de incidência de dengue grave no Rio de Janeiro/Brasil, em 2008. Em relação aos estudos apresentados, responda:

Cite os fatores associados de forma independente à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) identificados pelo estudo 1.

A

A questão deseja saber quais são os fatores associados de forma independente à febre hemorrágica da dengue. Atente para o fato de que fator associado pode ser tanto fator de risco, como de proteção. Ela quer o fator associado. E como podemos encontrá-lo? Simples: basta selecionarmos quais fatores não incluem o valor 1 no intervalo de confiança. Quando analisamos isso, percebemos que somente a renda familiar, a hipertensão e a alergia de contato tem associação (são fatores de risco ou de proteção, com significância estatística). Desta forma, esses fatores são o gabarito.

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2
Q

m2 – A Depressão Pós-Parto (DPP) pode acometer a mulher no puerpério. Nesse período, as mães encontram-se mais vulneráveis a sintomas e episódios depressivos propriamente ditos. A detecção precoce deste problema tem recebido especial atenção nos últimos anos. Em 1987, Cox e colaboradores desenvolveram a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (Edinburgh Postnatal Depression Scale - EPDS) para identificação da DPP neste período. No Brasil, foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar a validade desta escala EPDS no diagnóstico de depressão puerperal nos três meses subsequentes ao parto, em uma amostra de mães da coorte de nascimentos de Pelotas, 2004*. O padrão-ouro foi a entrevista psiquiátrica padronizada semiestruturada baseada no Código Internacional de Doenças (CID-10) aplicada por psiquiatras treinados para este procedimento. A partir dos dados da tabela A , calcule sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo da Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) quando se utiliza um ponto de corte maior ou igual a 9 pontos para o diagnóstico de Depressão Pós-Parto (DPP). Tabela A Distribuição da Depressão Pós-Parto (DPP), usando a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) com ponto de corte ≥ 9 pontos, segundo o padrão-ouro (entrevista psiquiátrica) em 378 mulheres puérperas pertencentes à coorte de nascimentos de Pelotas de 2004.

A

A questão deseja que o aluno calcule a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo positivo.

Vamos relembrar esses conceitos primeiro:

A sensibilidade é a capacidade que um teste tem de detectar os verdadeiros positivos nos indivíduos verdadeiramente doentes.

É calculada pela seguinte fórmula: S = a/(a + c). Logo: 95/(95 + 9) = 95/104 ou 91,35%.

A especificidade é a capacidade de um teste diagnóstico identificar os verdadeiros negativos nos indivíduos verdadeiramente sadios.

É calculada pela seguinte fórmula: E= d/(b + d).

Portanto: 150/(150 + 124) = 150/274 ou 54,74%.

O Valor Preditivo Positivo é a proporção de indivíduos verdadeiramente positivos em relação aos diagnosticados positivos pelo teste.

É calculada pela seguinte fórmula: VPP= a(a + b).

Logo: 95/(95 + 124) = 95/219 ou 43,38%.

Dessa forma nossa resposta é: sensibilidade = 91,35%, especificidade = 54,74% e valor preditivo positivo = 43,38%.

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3
Q

4 – Usando a curva de ROC mostrada na figura, assinale a alternativa CORRETA: a) No eixo 3 vão os valores falso-negativos. b) No eixo 2 vão os valores da especificidade. c) O ponto 1 é a curva ROC de um exame perfeito. d) A linha 4 é a curva ROC de um exame com grande poder discriminatório. e) A linha 6 mostra a curva ROC de um exame com melhor desempenho que o da linha 5.

A

A curva ROC (Receiver Operator Characteristic) é a forma de representar a relação entre a sensibilidade (eixo vertical-ordenadas) e a especificidade (eixo horizontal-abscissas) de um teste diagnóstico. Para ser construída é criado um diagrama que representa a sensibilidade e a especificidade de teste. Vale ainda dizer que ela é eficaz, pois permite a comparação entre vários exames diferentes, através da análise da sensibilidade e especificidade de cada um. Para chegarmos ao ponto de maior acurácia devemos ter em mente que o teste deve possuir um maior valor de sensibilidade para um maior valor de especificidade. Analisando o gráfico, devemos avaliar qual teste possui uma maior área sob a curva e assim uma maior acurácia. Outro dado importante: quanto “mais para cima e para a esquerda”, mais perfeito é o teste, pois sua sensibilidade e especificidade aproximam-se de 100%. Agora vamos à análise das alternativas: A) Incorreta. No eixo 3 são os valores de especificidade. B) Incorreta. No eixo 2 vão os valores de sensibilidade. C) Correta. Como dito anteriormente, a sensibilidade aumenta para cima e a especificidade, para a esquerda, o ponto 1 corresponde a um exame perfeito, com 100% de especificidade e sensibilidade. D) Incorreta. Perceba que a sensibilidade e a especificidade são baixas, afinal, a área do gráfico também é pequena. E) Incorreta. O exame 5 possui a maior área sob o gráfico e assim é o melhor exame. Portanto, nosso gabarito é a letra C.

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4
Q

3 – A Depressão Pós-Parto (DPP) pode acometer a mulher no puerpério. Nesse período, as mães encontram-se mais vulneráveis a sintomas e episódios depressivos propriamente ditos. A detecção precoce deste problema tem recebido especial atenção nos últimos anos. Em 1987, Cox e colaboradores, desenvolveram a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (Edinburgh Postnatal Depression Scale - EPDS), para a identificação da DPP neste período. No Brasil, foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar a validade desta escala EPDS no diagnóstico de depressão puerperal nos três meses subsequentes ao parto, em uma amostra de mães da coorte de nascimento de Pelotas, 2004*. O padrão-ouro foi a entrevista psiquiátrica padronizada semiestruturada baseada no Código Internacional de Doenças (CID-10) aplicada por psiquiatras treinados para este procedimento. Qual o impacto sobre a sensibilidade se o ponto de corte utilizado for alterado para ≥ 5?

A

O que acontece com a sensibilidade de um teste quando reduzimos o seu ponto de corte para o diagnóstico de uma patologia? Vamos pensar em termos de diabetes. Se diminuirmos o ponto de corte da glicemia de jejum para 90 mg/dl, o que ocorrerá? Praticamente todos os verdadeiro-positivos serão detectados no exame. Muito provavelmente não passará nenhum paciente diabético pelo exame sem que o mesmo apresente resultado positivo. Portanto, podemos afirmar que a redução do ponto de corte de um teste gera um aumento na sensibilidade de um teste (e também uma redução da especificidade).

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5
Q

5 – Homocisteinemia plasmática (em micromol/L) na seguinte amostra de 30 homens com idade 51-64 anos, sorteados entre aqueles matriculados em 2015 no Ambulatório de Saúde Coletiva da UniFeSP. (valores já ordenados): 10,2 12,4 14,8 15,0 16,3 18,5 19,1 19,9 20,0 20,4 20,8 21,5 21,7 21,9 22,0 23,4 24,4 24,6 24,9 25,0 25,9 26,3 27,7 28,5 28,9 29,8 30,0 31,0 32,0 33,0 Qual o valor da mediana dessa amostra (em micromol/L)? a) 22,7. b) 21,6. c) 22,0. d) 23,4. e) 23,0.

A

Vamos a uma breve revisão de alguns conceitos importantes sobre o tema: Mediana: corresponde ao valor exatamente central de uma sequência numérica. Caso o total de números da sequência seja par, corresponde à média aritmética dos dois valores centrais da sequência numérica. Média: corresponde à média aritmética dos valores da sequência numérica, ou seja, ao somatório de todos os valores dividido pelo número de valores na sequência. Moda: corresponde ao valor que mais se repete em uma sequência numérica. A questão deseja saber a mediana e o total de valores é par (30). Como fazer? Devemos encontrar a média aritmética dos valores centrais (décimo quinto e décimo sexto). Sendo assim: (22 + 23,4) / 2 = 22,7. Logo, resposta correta: letra A.

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6
Q

6 – Um estudo recrutou 60 pessoas com certo tipo de câncer (grupo X) e 180 pessoas sem essa doença (grupo Y). Foi aplicado questionário em todas as 240 pessoas, que revelou o seguinte: no grupo X, 35% estavam expostos a um determinado fator de interesse e, no grupo Y, 40%. O valor do OR bruto foi:

a) 2,79.
b) 1,24.
c) 0,11.
d) 0,81.
e) 0,36.

A

O Odds Ratio (ou razão de chances ou razão dos produtos cruzados) responde a seguinte pergunta: “quantas vezes mais chances os indivíduos expostos têm de vir a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?” É calculado pela fórmula: (axd)/(bxc). O enunciado diz que 35% dos casos haviam sofrido a exposição (0,35 x 60 = 21). Então, 21 casos sofreram a exposição. Da mesma forma, o enunciado diz que 40% dos controles (ou não doentes) sofreu a exposição (0,40 x 180 = 72). Então, 72 controles sofreram a exposição. Agora devemos montar a tabela para nos facilitar. Calculando de fato o OR temos: OR = (axd)/(bxc) = 21 x 108/39 x 72 = 0,807 = 0,81. Portanto, resposta: letra D. Doença presente Doença ausente Fator de risco 21 72 Sem fator de risco 39 108

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7
Q

7 – Um teste diagnóstico para uma determinada doença, com sensibilidade (S = 98%) e especificidade (E = 70%), foi aplicado em 1.000 indivíduos (doentes e não doentes) de suas populações diferentes, a primeira com alta prevalência da doença (P1 = 30%) e outra com baixa prevalência (P2 = 10%). Ao se compararem os valores preditivos obtidos nas duas populações, verificou-se que:

a) O valor preditivo positivo é igual nas duas populações.
b) O valor preditivo positivo é maior na população P1.
c) O valor preditivo negativo é maior na população P1.
d) O valor preditivo negativo é igual nas duas populações.

A

Os valores preditivos de um teste diagnóstico dependem, essencialmente, de três fatores: sensibilidade, especificidade e a prevalência da doença. Lembrando que tanto a sensibilidade quanto a especificidade são características do teste e não apresentarão variação mediante a prevalência. Partindo desta premissa, as relações entre as variáveis são: Quanto maior da sensibilidade, maior será o valor preditivo negativo da doença, isto é, maior será a probabilidade de um resultado negativo significar que o paciente em questão é sadio. Quanto maior a especificidade, maior será o valor preditivo positivo da doença, isto é, maior será a probabilidade de um resultado positivo significar que o paciente é portador da doença em análise. Por último, quanto maior a prevalência da doença, maior será o valor preditivo positivo e menor será o valor preditivo negativo, o que significa, por outro lado, que uma doença rara terá valor preditivo positivo menor e valor preditivo negativo maior.

Portanto, resposta: letra B.

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8
Q

8 – Na fase III de um ensaio clínico identificou-se a taxa de incidência de recidiva tumoral de 2 por 1.000 pessoas/ano no grupo submetido à terapia convencional e de 1 por 1.000 pessoas/ano com nova terapia. O Risco Relativo do tratamento novo foi de 0,5 (IC 95% de 0,34 – 1,23). PODE-SE AFIRMAR QUE:

a) O risco de recidiva atribuível à droga convencional foi de 2.
b) A nova droga tem um efeito protetor sobre a ocorrência de recidiva tumoral.
c) Um estudo fase III não permite obter resultados definitivos sobre novas drogas.
d) Não é possível atribuir efeito benéfico da nova terapia.

A

O Risco Relativo (RR) nos responde a seguinte pergunta: “quantas vezes é mais provável os indivíduos expostos virem a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?”. É calculado pela incidência dos expostos/incidência dos não expostos. Possui resultados possíveis: RR > 1, o fator estudado é de risco. RR < 1, o fator estudado é de proteção. RR = 0, o fator estudado não possui associação com o desfecho. No enunciado o RR foi de 0,5. A princípio pensaríamos que seria um fator de proteção. Contudo, não se esqueça: devemos analisar o intervalo de confiança, que nesse caso foi de 0,34 - 1,23. Perceba que ele engloba o valor unitário e ainda passa por ele, ou seja, ora foi fator de risco, ora de proteção e ora não teve associação. Desta forma, dizemos que não é confiável esse estudo e, assim, não é possível atribuir efeito benéfico da nova terapia.

Portanto, resposta: letra D.

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9
Q

9 – Se utilizarmos o mesmo teste para detecção de câncer de próstata em dois grupos de homens, sendo o Grupo A formado por indivíduos com mais de 60 anos de idade, com história familiar de câncer de próstata e o Grupo B por homens entre 40 e 60 anos, sem história familiar de câncer de próstata, encontraremos no Grupo A maior: a) Sensibilidade do teste. b) Valor preditivo positivo. c) Especificidade do teste. d) Valor preditivo negativo.

A

Vamos analisar essa questão. Ela deseja saber o que muda (fica maior) ao submetermos duas populações diferentes ao mesmo teste diagnóstico para detecção de câncer de próstata. Sabemos que o câncer de próstata é mais frequente com o aumento da idade. Ou seja, quando comparamos o mesmo teste para detectar essa doença em uma população com mais de 60 anos com outra entre 40 e 60 anos, percebemos que o que altera é a prevalência da doença (maior no grupo com mais de 60 anos), também chamada de PROBABILIDADE PRÉ-TESTE, que é entendida como a PROBABILIDADE DE O INDIVÍDUO TER A DOENÇA ANTES DA REALIZAÇÃO DO TESTE DIAGNÓSTICO. Com esse conceito bem estabelecido, sabemos que a sensibilidade e a especificidade são propriedades intrínsecas do TESTE, NÃO SENDO MODIFICADAS PELA PREVALÊNCIA DA DOENÇA. Já o valor preditivo, não é propriedade apenas do teste, sendo modificado também pela prevalência da doença. Quanto maior prevalência, maior VPP (mais casos verdadeiro-positivos), e quanto menor prevalência, maior VPN (mais pacientes verdadeiro-negativos). Voltando à questão: em comparação ao grupo B, o grupo A (que possui prevalência mais alta), terá maior VALOR PREDITIVO POSITIVO. Portanto, resposta: letra B.

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10
Q

10 – Em uma comunidade onde a prevalência estimada do câncer de próstata é de 5%, foram rastreados 880 homens com a dosagem do Antígeno de Superfície Prostática (PSA), onde foram encontrados 110 exames alterados, dos quais 33 foram confirmados como câncer de próstata pela biópsia. A sensibilidade do PSA para detecção do câncer de próstata foi:

a) 30%.
b) 70%.
c) 75%.
d) 90%.
e) 98%.

A

Vamos aprender a fazer esse tipo de questão: ela fala que a prevalência de CA de próstata é de 5% e foram examinados 880 homens. Logo, 44 pacientes são verdadeiramente doentes. O PSA detectou 110 exames alterados e desses 33 foram confirmados por biópsia. Vamos, com esses dados, montar a famosa tabela 2x2. A sensibilidade é a capacidade de um teste diagnóstico identificar os verdadeiro-positivos nos indivíduos verdadeiramente doentes. É calculada pela fórmula: VP/VP + FN = 33/44 = 0,75 = 75%.

Resposta: letra C.

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11
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – SP 11 – Assinale a afirmativa INCORRETA: a) O objetivo das medidas de ocorrência (ou de frequência) é responder se existe uma associação entre uma exposição e um desfecho. b) Risco relativo é uma medida de associação e corresponde à razão entre os riscos dos indivíduos expostos e os riscos dos não expostos. c) Quanto mais rara for uma doença, mais o Odds Ratio (OR) se aproxima do Risco Relativo (RR). d) Razão de prevalência é a relação entre a prevalência nos expostos dividida pela prevalência nos não expostos, e é a medida de associação característica do estudo transversal. e) Em um estudo, 20% (0,20) dos doentes do grupo-controle morreram, comparados a 15% (0,15) dos que receberam o tratamento em avaliação (intervenção); assim, o valor do Risco Relativo (RR) é 0,75.

A

Vamos analisar cada alternativa para encontrarmos a incorreta: A) Incorreta. As medidas de frequência (prevalência, incidência), como o próprio nome já diz, tem como objetivo analisar a ocorrência, a frequência do desfecho, e não medir associações; B) Correta. O risco relativo é uma medida de associação, assim como a razão e chances (OR). Essas medidas avaliam o risco (ou chance) de ter um desfecho (ou de ter tido a exposição, se for um estudo de caso-controle) entre dois grupos (frequentemente o grupo de expostos e não expostos); C) Correta. Quanto menor a prevalência de uma doença, mais o OR se torna uma boa estimativa do RR. Esse é um dos motivos pelos quais os estudos de caso-controle são mais apropriados para doenças raras. D) Correta. A razão de prevalência é a relação entre a prevalência nos expostos dividida pela prevalência dos não expostos, e é sim a medida de associação característica do estudo transversal. Perfeita e conceitual; E) Correta. O RR é calculado pelo risco de ter o desfecho (óbito) no grupo dos expostos dividido pelo risco de ter o desfecho nos não expostos (controles). Então, temos que fazer o seguinte cálculo: RR = 0,15/0,20 = 0,75. Dessa forma, somente a alternativa A encontra-se incorreta, sendo, portanto, a resposta da questão.

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12
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – SP 12 – A escolha do estudo epidemiológico depende, EXCETO: a) Da frequência do desfecho a ser investigado. b) Do tipo de exposição. c) Do conhecimento existente sobre a relação exposição- -desfecho. d) Do resultado da pesquisa que se pretende realizar. e) Dos recursos disponíveis.

A

Pelas alternativas: Letra A: correta. Vamos entender com o seguinte exemplo: se estivermos falando de uma doença relativamente rara ou de baixa prevalência (ex.: câncer), não será viável realizar estudos de coorte, nos quais os indivíduos entram sadios e o pesquisador os acompanha ao longo do tempo até o aparecimento da doença. Neste caso, são mais interessantes os estudos que já partem dos indivíduos doentes e analisam a exposição no passado (ex.: estudos tipo caso-controle); Letra B: correta, pois se for um medicamento ou vacina, será um estudo do tipo intervencionista ou de intervenção (ex.: ensaio clínico). Por outro lado, se for uma exposição relacionada a algum comportamento (ex.: tabagismo, consumo de álcool), será do tipo observacional; Letra C: correta. O conhecimento existente sobre a relação exposição e desfecho tem impacto direto na escolha do tipo de estudo, pois não se pode planejar um estudo epidemiológico e definir o seu delineamento sem antes ter o entendimento sobre a relação entre exposição e desfecho, os seus fatores de confusão e de modificação de efeito; Letra D: incorreta, pois os resultados não são importantes para sua escolha, senão, teremos estudos tendenciosos. O que importa não é o resultado e sim a confiança nele; Letra E: correta. Os recursos disponíveis também são um aspecto importante na escolha do tipo de estudo epidemiológico, pois há estudos mais caros e custosos, como os estudos de coorte e há estudos menos custosos, como os estudos de caso-controle e os estudos transversais. Portanto, resposta: letra D.

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13
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP 13 – Foi conduzido um estudo sobre a taxa de fecundidade de mães de 15 a 19 anos de idade e a proporção de analfabetismo funcional (escolaridade inferior a quatro anos) nas 11 microrregiões de saúde do estado de Mato Grosso do Sul, no ano de 2008. A taxa de fecundidade de mães de 15 a 19 anos de idade de cada microrregião foi calculada a partir da divisão do número de filhos nascidos vivos de mulheres de 15 a 19 anos pelo total de mulheres do mesmo grupo etário, multiplicado por 1.000. A proporção (%) de analfabetismo foi calculada como a divisão entre o número de mães de 15 a 19 anos com escolaridade menor que quatro anos em relação ao total de mães dessa faixa etária. A análise foi feita mediante cálculo do coeficiente de correlação de Pearson. As taxas específicas de fecundidade (15 a 19 anos) variaram de 73 a 116 por mil habitantes entre as microrregiões de saúde estudadas e observou-se correlação significativa entre taxas de fecundidade e o analfabetismo funcional (r = 0,72; p = 0,013). As variáveis estudadas (taxa de fecundidade de mães adolescentes e taxa de analfabetismo funcional) podem ser classificadas respectivamente como:

a) Variável qualitativa e variável qualitativa.
b) Variável quantitativa e variável quantitativa.
c) Variável qualitativa e variável quantitativa.
d) Variável quantitativa e variável qualitativa.
e) Variável quantitativa e variável categórica.

A

Variáveis podem ser classificadas da seguinte forma: 1. Variáveis Quantitativas (numéricas): são as características que podem ser medidas em uma escala quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Podem ser contínuas ou discretas. a) Variáveis discretas: características mensuráveis que podem assumir apenas um número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem sentido valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagens. Exemplos: número de filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia. b) Variáveis contínuas: características mensuráveis que assumem valores em uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade. 2. Variáveis Qualitativas (ou categóricas): são as características que não possuem valores quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por várias categorias, ou seja, representam uma classificação dos indivíduos. Podem ser nominais ou ordinais. a) Variáveis nominais: não existe ordenação dentre as categorias. Exemplos: sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio. b) Variáveis ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. Exemplos: escolaridade (1º, 2º, 3º graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro (…) dezembro). Dessa forma, percebemos que ambas variáveis são quantitativas. Resposta: letra B.

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14
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG

15 – Na avaliação do desempenho de um novo teste diagnóstico seus resultados foram comparados aos do teste padrão-ouro e os valores mostrados na tabela a seguir.

Em relação à comparação, marque a alternativa ERRADA:

a) A probabilidade de um indivíduo com o teste negativo ter a doença é de 2% e corresponde aos falso-negativos.
b) A capacidade de o novo teste detectar a doença quando o indivíduo realmente é doente é 62% e se chama sensibilidade.
c) A probabilidade de um indivíduo sadio ter o resultado do novo teste negativo é de 94% e se chama especificidade.
d) A probabilidade de um teste negativo ser observado em indivíduo sadio é de 98% e se chama valor preditivo negativo.

A

Vamos analisar as afirmativas: Letra A: correta. Mas muito cuidado com essa alternativa. Foi muito mal formulada!!! Ela começa referindo uma relação da quantidade de teste negativo ter a doença. Aí, o que você pensa? FN / doentes. Essa conta dá quanto? 40 / 200 = 0,2 ou 20%. Então, letra A errada! Só que no final ela fala: “…corresponde aos falsos. negativos.” Então, agora ela muda de opinião e quer a quantidade (proporção) de falsos negativos achados, que no caso será: 40 / 2000 = 0,02 ou 2%. Letra A correta! Portanto, no final, ela quer os 2%… Letra B: incorreta. A capacidade do teste detectar a doença em quem é doente é a sensibilidade, calculada por: VP / VP + FN; logo: 160 / 160 + 40 = 0,8 ou 80%, onde VP = Verdadeiro-Positivo e FN = Falso-Negativo. Letra C: correta. A probabilidade de um indivíduo sadio ter o resultado do novo teste negativo é a especificidade, calculada por: VN / VN + FP; logo: 1700 / 1700 + 100 = 0,94 ou 94%, onde VN = Verdadeiro-Negativos e FP = Falso-Positivo. Letra D: correta. A probabilidade de um teste negativo ser observado em um indivíduo sadio é representado pelo Valor Preditivo Negativo: VN / VN + FN; logo: 1700 / 1700 + 40 = 0,98 ou 98%, onde VN = Verdadeiro-Negativos e FN = Falso-Negativos.

Portanto, resposta: letra B.

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15
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL MILITAR DE ÁREA DE SÃO PAULO – SP 14 – São vantagens do estudo de caso-controle, EXCETO: a) Estudo barato. b) Importante para doenças raras. c) Universo amostral pequeno. d) Estudo pouco suscetível a viés de seleção. e) Não há perdas de seguimento.

A

Vamos pelas alternativas: Letra A: correta, pois eles são relativamente baratos, comparados aos estudos de coorte, pois não necessitam de longos acompanhamentos, nem de tamanhos amostrais grandes para se chegar a uma análise estatística adequada, com poder de comparação (poder estatístico); Letra B: correta. Como ele parte do desfecho, em busca de informações sobre a exposição, ele é relativamente vantajoso para doenças raras (em que estudos de coorte seriam inviáveis, pois seria necessário acompanhar um número maior de indivíduos durante um longo período de tempo até que o desfecho fosse observado); Letra C: correta. Sim, pois não necessitam de longos acompanhamentos, nem de tamanhos amostrais grandes para se chegar a uma análise estatística adequada, com poder de comparação (poder estatístico); Letra D: incorreta, pois um dos aspectos metodológicos mais importantes nos estudos de caso-controle e que são suscetíveis a erros que podem se traduzir em vieses do estudo, é a seleção dos casos e controles. Há, inclusive, técnicas específicas para isso, como o pareamento, que visa minimizar esse tipo de viés que, se não for executado adequadamente, pode levar a viés de seleção nos grupos de comparação; Letra E: correta, dificilmente, neste tipo de estudo, há perdas de seguimento, ou perdas no acompanhamento, pois são estudos relativamente rápidos, de curta duração, que não exigem longos acompanhamentos e, com isso, minimizam as perdas. Portanto, resposta: letra D.

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16
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS 16 – Assinale a assertiva INCORRETA sobre estudos de casos e controles: a) Geralmente são muito menos dispendiosos do que estudos de coorte. b) Geralmente são de execução mais rápida do que estudos de coorte. c) Permitem estudar fatores de risco para doenças raras. d) Permitem estimar o risco relativo por meio da razão de chances. e) Possibilitam computar incidências diretamente.

A

Vamos a uma breve revisão do estudo do tipo caso-controle: É aquele estudo que analisa casos (doentes) e controles (sadios), “olhando para trás” buscando a ocorrência, ou não, de fator de risco no passado. Dessa forma, OBSERVACIONAL, INDIVIDUADO, LONGITUDINAL e RETROSPECTIVO. Agora, vamos analisar cada alternativa: A) Correta. Exatamente isso. Por não terem o “acompanhamento” proposto no estudo de coorte, os estudos de caso-controle são menos dispendiosos. B) Correta. Perfeito e pelo mesmo motivo. C) Correta. Por começarem com a doença “na mão”, que seriam os casos, é o melhor estudo para doença rara. D) Correta. A medida de associação desses estudos é o Odds Ratio ou razão de chances. Ele estima o risco relativo. E) Incorreta: Incidência? De jeito nenhum. O melhor estudo para análise de incidência é o estudo de coorte, que espera os casos novos acontecerem. Aqui os casos já são selecionados desde o início, não oferecendo chance de saber se são novos ou antigos. Dessa forma, única alternativa incorreta é letra E.

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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS 17 – Abaixo está transcrito o resumo de um artigo científico, fruto de uma pesquisa realizada em Presidente Prudente - SP.

OBJETIVO: Analisar a ocorrência de distúrbios relacionados ao sono entre adultos de Presidente Prudente, São Paulo, bem como identificar suas associações com variáveis comportamentais, sociodemográficas e de estado nutricional. MÉTODOS: Após a seleção aleatória da amostra, foram realizadas entrevistas face a face com 743 adultos de ambos os sexos, residentes na cidade. Foram aplicados questionários para análise da presença de distúrbios relacionados ao sono, variáveis sociodemográficas (sexo, idade, etnia, escolaridade), comportamentais (atividade física no lazer, etilismo e tabagismo) e de estado nutricional no momento da entrevista. RESULTADOS: Foram observados distúrbios relacionados ao sono em 46,7% da amostra, com Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%) 43,1-50,2. Após a análise multivariada, foi observado que (Odds Ratio; IC 95%) sexo feminino (1,74; 1,26-2,40), escolaridade (0,49: 0,28-0,82), sobrepeso (1,99; 1,39-2,85) e obesidade (2,90: 1,94-4,35) foram associados à ocorrência de distúrbios relacionados ao sono. CONCLUSÃO: É elevada a ocorrência de distúrbios de sono na amostra analisada, os quais foram mais frequentes em mulheres, pessoas de menor escolaridade e com sobrepeso e obesidade. (Fonte: adaptado de ZANUTO, Everton Alex Carvalho et al. Distúrbios do sono em adultos de uma cidade do Estado de São Paulo. Rev. bras. epidemiol, [on-line]. 2015, vol. 18, n.1, pp. 42-53). Trata-se de um estudo do tipo: a) Coorte histórica. b) Coorte contemporânea. c) Casos e controles. d) Transversal. e) Ecológico.

A

Vamos entender o desenho desse estudo: individuado (analisou indivíduo por indivíduo por meio de questionário), observacional (não houve intervenção, apenas coleta de dados) e transversal (não houve acompanhamento, foi analisado fator de exposição e efeito no mesmo momento). Portanto, trata-se de um clássico estudo TRANSVERSAL ou de PREVALÊNCIA ou SECCIONAL. Vamos relembrar algumas de suas características: são estudos em que a exposição ao fator ou causa está presente no mesmo momento que o efeito analisado. Portanto, esse modelo apresenta-se como uma fotografia ou corte instantâneo que se faz em uma população por meio de uma amostragem, examinando os integrantes da amostra, a presença ou ausência da exposição e a presença ou ausência do efeito (ou doença). Possui como principais vantagens o fato de serem de baixo custo, e por praticamente não haver perdas de seguimento. Dessa forma, percebemos que o gabarito correto é a letra D. Ok, mas por que não ecológico? Porque vamos lembrar que o ecológico é um transversal agregado e não individuado.

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18
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC – RS 18 – Um estudo caso-controle foi conduzido para avaliar a associação entre o uso de álcool para fins de limpeza doméstica e a ocorrência de queimaduras graves em idosos. Esta informação foi relatada por 56 dos 94 casos e por 63 dos 148 idosos do grupo-controle. Qual é a medida de associação estimada no estudo? a) Risco relativo: 2,93. b) Razão de chances (Odds Ratio): 1,99. c) Razão de chances (Odds Ratio): 2,93. d) Razão de prevalência: 2,93. e) Risco relativo: 1,99.

A

A questão já fala que o estudo é caso-controle. Portanto, a medida de associação é a razão de chances ou razão de riscos ou Odds Ratio. Ela responde à seguinte pergunta: “quantas vezes mais chances os indivíduos expostos têm de vir a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?”. É calculado pela seguinte fórmula: axd/bxc. Vamos montar a tabela 2x2 clássica para resolvermos a questão. Ao calcularmos, temos: 56 x 85/38 x 63 = 1,99. Dessa forma, resposta: letra B.

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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) ALIANÇA SAÚDE – PR 19 – A Dra. Fernanda passou a atender no ambulatório de endocrinologia do hospital X, que atende um total de 460, sendo que destes, 200 têm diagnóstico de diabetes mellitus. No ano de 2015, esse hospital foi pioneiro no lançamento de um novo método laboratorial para diagnóstico da doença e a jovem médica ficou interessada em avaliar os resultados do método. Ela observou que dentre os pacientes com diabetes, 80 tinham positividade para o novo método e entre aqueles pacientes sem diabetes, o teste foi positivo em 20. Portanto, a Dra. Fernanda pode constatar que o novo método apresenta Sensibilidade (S) e Especificidade (E) de: a) S: 89%; E: 40%. b) S: 10%; E: 62%. c) S: 35%; E: 76%. d) S: 87%; E: 50%. e) S: 40%; E: 92%.

A

Para responder essa questão, a melhor coisa é montar a tabela de validação dos testes de diagnóstico. Vamos lá: Por partes, pelos dados fornecidos, vamos à 1ª tabela. Agora é só completar. Vide 2ª tabela. Portanto, Sensibilidade = 80/200 = 0,4 = 40%; Especificidade = 240/260 = 0,92 = 92%. Resposta: letra E. Diabetes Sadio Total Teste positivo 80 20 100 Teste negativo 120 240 360 Total 200 260 460

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20
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ – PR 20 – As pessoas têm tendência a mudar seu comportamento quando são alvo de interesse e atenção especial no estudo, independente da natureza específica da intervenção que possam estar recebendo. Esse fenômeno é chamado de: a) Efeito placebo. b) Efeito Hawthorne. c) Efeito específico. d) Regressão à média. e) Melhora previsível.

A

As pessoas têm tendência a mudar seu comportamento quando são alvo de interesse e atenção especial no estudo, independente da natureza específica da intervenção que possam estar recebendo. Os exemplos são vários, como aquelas pessoas que passam a tomar a medicação de maneira mais correta antes da consulta médica, passam a fazer dieta antes de colher exames de sangue etc. Esse fenômeno é classicamente conhecido como efeito Hawthorne. Portanto, resposta: letra B.

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21
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS – AL

21

Um pesquisador acompanhou um grupo de adultos
saudáveis por 20 anos. Os participantes foram alocados
em dois subgrupos de acordo com os níveis de ingestão
diária de gorduras saturadas. Ao final do estudo, verificou-
-se a diferença na incidência de doenças coronarianas
de acordo com a presença de fatores de risco. Este é um
exemplo de um estudo:

a) Caso-controle.
b) Ecológico.
c) Transversal Individual.
d) Coorte.
e) Experimental.

(ACESSO DIRETO 1)

A
Vamos analisar o estudo: Temos
dois grupos de indivíduos saudáveis que são acompanhados
durante 20 anos. O ponto de partida é a ingestão de
gorduras saturadas (fator de risco) e o objetivo é observar
a ocorrência (INCIDÊNCIA) de coronariopatias (doença)
no futuro. O desenho desse estudo é: individuado (analisa
cada indivíduo), observacional (não há intervenção), longitudinal
(acompanha ao longo de um período) e prospectivo
(parte do risco para o desfecho). Logo, estamos diante de
um estudo de COORTE. Portanto, resposta: letra D.
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22
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE MACEIÓ – AL

22

Estudos de caso-controle são estudos epidemiológicos
observacionais, longitudinais e analíticos. Um estudo
de caso-controle foi conduzido por Sartor et al. para se
determinar fatores de risco ocupacionais para o câncer de
laringe. (Cad. Saúde Pública, 2007, v. 23, n. 6.) A tabela
faz parte dos resultados desse estudo.

De acordo com o resultado desse estudo, o nível de consumo
de álcool significativamente associado com câncer
de laringe foi de:

a) Até 270 (gramas/ano).
b) > 270-890 (gramas/ano).
c) > 890-1.940 (gramas/ano).
d) > 1.940 (gramas/ano).

A

Bem, como fazer essa questão?
Em partes… Primeiro devemos avaliar o valor pontual da
medida de associação, lembrando que, se acima de 1,
deve-se considerar um fator de risco; abaixo de 1, um fator
de proteção; e igual a 1, não há associação. Depois devemos
avaliar se há significância estatística através da comparação
do valor pontual da medida de associação com o Intervalo de
Confiança (IC). Se o IC englobar a medida de associação e
não englobar o valor unitário, teremos associação estatística.
Por exemplo: OR de 1,2 e IC 1,1-2,3 haverá significância; se
OR de 1,2 e IC 0,3-2,8 não haverá. Agora ficou fácil. Olhando
para a tabela, precisamos de um valor de OR acima de 1,0
(fator de risco) com IR todo abrangendo valores acima de
1,0. Única resposta possível: letra D.

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23
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA
MÉDICA DO ESTADO DO CEARÁ – CE

23

Em uma consulta anterior, você solicitou à Marta, 58
anos, um exame específico para avaliar uma queixa clínica.
Você pesou a relação entre custo e benefício ao solicitar
o exame X e decidiu pelo mesmo, pois entendeu que
a exclusão de neoplasia traria grande proteção à Marta.
Para esta decisão, você considerou seus conhecimentos
de que o exame X é capaz de detectar sinais precoce de
neoplasia. Você avaliou também as consequências de
um possível resultado alterado do exame, e pesquisou
que uma biópsia poderia ser necessária, o que lhe deixou
apreensivo, uma vez que este procedimento pode ser doloroso
e invasivo, possui alguns riscos, e você conhece
bem o medo de Marta em realizar alguns procedimentos
médicos. Marta volta para lhe mostrar o resultado do exame
X. Você não se recorda quais os valores considerados
para a suspeita de neoplasia, e por um erro, o exame
veio sem os índices normais de referência. Você explica
à Marta a situação, diz que vai estudar o assunto, e pede
para ela voltar no dia seguinte para que você a explique
o resultado do exame. Você lê alguns artigos, e muitos
deles trazem o gráfico a seguir, que demonstra os pontos
de corte e suas relações probabilísticas com o diagnóstico
de câncer. De acordo com a interpretação do gráfico e
seus conhecimentos sobre sensibilidade e especificidade
dos testes diagnósticos, qual seria o ponto de corte que
indicaria a biópsia?

Tabela 1. Odds ratios (OR) ajustados de câncer de laringe
segundo consumo de álcool.
Consumo
de álcool
(gramas/ano)
Casos Controles OR (IC95%)
Nunca 16 52 Grupo de
referência
Até 270

a) O ponto de corte de 25 mm apresenta baixas especificidade
e sensibilidade, sendo o indicado para diagnóstico
definitivo da doença.

b) O ponto de corte de 15 mm deve ser o escolhido por
apresentar elevada especificidade, o que diminuiria indicações
desnecessárias de biópsia.

c) O ponto de corte de 10 mm deve ser o escolhido por
apresentar alta sensibilidade e alta especificidade, sendo
útil no rastreio da doença.

d) O ponto de corte de 5 mm apresenta a maior sensibilidade
e pouca perda de especificidade, devendo ser escolhido
na indicação da biópsia.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Primeiramente, o que a questão
quer? Observe bem: “você considerou seus conhecimentos
de que o exame X é capaz de detectar sinais precoces de
neoplasia”, ou seja, ele quer um exame sensível. Quer fazer
o diagnóstico precoce. Então temos que ter alta SENSIBILIDADE.
Agora, ele quer também avaliar que o resultado, se
positivo, tem que ser confiável, pois não quer indicar procedimento
invasivo desnecessário. Então tem que ter boa
especificidade também. Estamos falando de alta acurácia.
Portanto, entre os pontos citados nas alternativas, qual você
vai escolher? Aquele que tem a maior área abaixo da curva,
que nesse caso é o ponto de 5 mm. Resposta: letra D.

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24
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CASSIANO
ANTÔNIO DE MORAES – ES

24

A cirurgia bariátrica é atualmente a terapia mais eficaz
para induzir a perda de peso em pacientes obesos
mórbidos. Um estudo com uma intervenção de dois anos
teve como objetivo comparar a eficácia de duas abordagens
não cirúrgicas com a cirurgia bariátrica em termos
de mudança de peso corporal e parâmetros metabólicos
em pacientes obesos mórbidos. Os pacientes foram aleatorizados
para uma intervenção intensiva relacionada a
estilo de vida (ILI) (n = 60) ou terapia convencional contra
a obesidade (COT) (n = 46). O grupo ILI recebeu terapia
comportamental e aconselhamento nutricional. O grupo
COT recebeu tratamento médico padrão. Eles foram comparados
com um terceiro grupo: grupo obesidade cirúrgico
(SOG) (n = 37). Os pacientes que receberam ILI tiveram
maior porcentagem de perda de peso do que os pacientes
que receberam COT (-1.3% versus - 1.6%; p < 0.0044).
Curiosamente, 31,4% dos pacientes incluídos no grupo
de ILI não eram mais obesos mórbidos após apenas seis
meses de intervenção, aumentando para 44.4% após 24
meses de intervenção. A perda de peso do grupo SOS foi
-29,6% após o mesmo período de tempo. Conclusões: ILI
foi associada com perda de peso significativa em relação
a COT nesta comparação de intervenções contra a obesidade.
Uma abordagem ILI poderia ser uma alternativa
terapêutica para pacientes com obesidade que não são
candidatos a se submeterem à cirurgia bariátrica (Int. J.
Endocrinol. Jul 2015). O estudo em questão é:

a) Corte transversal.
b) Ecológico.
c) Caso-controle.
d) Coorte.
e) Ensaio clínico.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos analisar o desenho do
estudo para chegarmos à resposta correta: Trata-se
de um estudo individuado (pesquisa indivíduo por indivíduo),
de intervenção (“Os pacientes foram aleatorizados
para uma intervenção intensiva”) e longitudinal
(houve um acompanhamento). Perceba ainda que os
pacientes foram randomizados (“Os pacientes foram
aleatorizados”). Trata-se, portanto, de um clássico
estudo do tipo ensaio clínico. Dessa forma, resposta:
letra E.

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25
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO

25

Em um ensaio clínico, a eficácia da intervenção pode
ser calculada pela seguinte fórmula:

a) Incidência do desfecho estudado entre os que receberam
a intervenção / (dividido) incidência do desfecho entre
aqueles que não receberam a intervenção.

b) 1 - risco relativo (1 menos o valor do risco relativo).

c) 1 / redução absoluta do risco (1 dividido pelo valor da
redução absoluta do risco).

d) Incidência do desfecho estudado entre os que não receberam
a intervenção - (menos) incidência do desfecho
entre aqueles que receberam a intervenção.

(ACESSO DIRETO 1)

A

A eficácia/efetividade de um tratamento
é medida pela Redução do Risco Relativo (RRR).
Quanto maior o RRR, maior será a eficácia/efetividade do
tratamento. O RRR nos responde a seguinte pergunta: “qual
foi a redução de mortes nos pacientes de experimento?”.
É calculado pela seguinte fórmula: 1- Risco Relativo (RR).
Dessa forma, percebemos que o gabarito só pode ser a
letra B. Agora, vale a pena lembrar que a eficiência nos é
fornecida pelo Número Necessário ao Tratamento (NNT),
calculado por 1/Redução Absoluta do Risco (RAR).

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26
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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA
MÉDICA DO MATO GROSSO DO SUL – MS

26

A tabela abaixo mostra o resultado de uma investigação.

Assinale a alternativa que mostra uma interpretação INCORRETA
do estudo:
a) O valor da razão de chances (Odds Ratio) obtido é
igual a 2,25.

b) A exposição é um fator protetor em relação à doença.

c) A taxa de incidência da doença nos expostos é igual
a 0,6.

d) A taxa de incidência da doença nos não expostos é
igual a 0,4.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos pelas afirmativas: A)
Correta. O Odds Ratio é a medida clássica dos estudos
do tipo caso-controle e é também conhecida como razão
dos produtos cruzados (A x D/B x C). Segundo a tabela
temos: 60 x 60/40 x 40 = 2,25 B) Incorreta. Se calcularmos
a incidência da doença nos expostos/incidência
da doença nos não expostos, perceberemos que esse
valor é maior que a unidade (> 1) e portanto, a exposição
é um fator de risco e não de proteção. Ficaria
assim: 60/100 / 40/100 = 1,5. C) Correta. A incidência nos
expostos é de: 60/(60 + 40) = 0,6 ou 60%. D) Correta.
A incidência nos não expostos é de: 40/(40 + 60) = 0,4 ou
40%. Como a questão deseja saber qual é a alternativa
incorreta, resposta: letra B.

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27
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL DE CÂNCER DE
MATO GROSSO – MT

27

Um estudo randomizado permite:

a) A possibilidade de cada paciente ter a mesma probabilidade
de ficar em um ou outro grupo.

b) A comparação de taxas dentro de grupos com probabilidades
de desfechos semelhantes.

c) Restringir o espectro de características dos pacientes
sob estudo.

d) Selecionar pacientes com características diferentes para
grupos-controle.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos a uma breve revisão:
A randomização é o método usado em ensaios clínicos
controlados para distribuir os participantes ao acaso, de tal
maneira que cada paciente tenha a mesma probabilidade
de cair em um ou em outro grupo, ou seja, de receber
uma ou outra intervenção (ex.: droga ou placebo). Isso
evita, por exemplo, que o investigador coloque no grupo
que vai testar a droga os indivíduos com características
clínicas melhores, que terão maiores probabilidades de
responder à terapêutica. EVITA O ERRO DE SELEÇÃO.
Uma observação importante sobre a randomização é que
ela não somente equilibra os fatores que sabidamente
afetam o prognóstico, mas também equilibra os fatores
desconhecidos, conseguindo evitar também o viés de
confusão (confundimento). Frente a isso, vamos analisar
as alternativas: A) Correta. Em um processo de randomização,
a seleção dos indivíduos que irão compor o grupo
da intervenção e o grupo-controle é feita de forma aleatória.
Com isso, cada paciente, no processo de seleção
tem a MESMA CHANCE de ficar em um grupo ou no outro
(seleção aleatória). Esse procedimento reduz o viés de
seleção. B) Incorreta. A randomização não garante probabilidades
de desfecho semelhantes, pelo contrário. O que
se busca avaliar, neste tipo de estudo (ensaios clínicos
randomizados) é se existe diferença entre os grupos. C)
Incorreta. A randomização não tem esse objetivo, mas sim
o de tornar os grupos homogêneos em relação as suas
características, a fim de serem comparáveis. D) Incorreta.
As características devem ser semelhantes entre os
grupos. Portanto, resposta: letra A.

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28
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
DO ESTADO DE PERNAMBUCO – PE

28

Os estudos epidemiológicos são estratégias metodológicas
que a epidemiologia utiliza para a elucidação
de problemas relativos à saúde de populações. Analise
as afirmativas abaixo referentes aos estudos de caso-
-controle e coorte.
I - Ambos são estudos analíticos;
II - Ambos necessitam de um grupo de comparação;
III - Ambos são estudos longitudinais;
IV - Os vieses de recordação são comuns a ambos os tipos
de estudo;
V - Ambos são estudos observacionais.
Assinale a alternativa CORRETA:

a) Todas estão corretas.
b) Apenas a IV está incorreta.
c) Apenas a II está incorreta.
d) Apenas a III está incorreta.
e) Existem duas incorretas.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos pelas afirmativas: I -
correta. Estudos analíticos são aqueles que testam hipóteses,
investigam a associação entre fatores de risco e um
agravo à saúde. Permitem calcular medidas de associação
como risco relativo, Odds Ratio. São exemplos: caso-
-controle, coorte, ensaios clínicos. II - correta. Expostos
e não expostos ao fator em estudo, no caso dos estudos
de coorte, e doentes e não doentes no caso dos estudos
de caso-controle. III - correta. Pois ambos acompanham
os integrantes no estudo, seja olhando para trás no caso
dos estudos caso-controle, ou para frente, no caso dos
estudos de coorte. IV - incorreta, pois o viés de recordação
é um grande problema dos estudos de caso-controle. Os
participantes têm que voltar ao passado para se lembrar
se foram ou não expostos, existindo uma grande tendência
dos doentes lembrarem mais. V - correta, pois não existe a
intervenção com medicamento, vacina, cirurgia. Portanto,
resposta: letra B.

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29
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – PI

29

A pesquisa epidemiológica contribui para as atividades
de planejamento e avaliação em saúde, dentre outras.
A tipologia dos desenhos de investigação em Epidemiologia
seguem variações quanto ao tipo operativo, posição
do investigador e referência temporal. No que diz respeito
a este assunto, os tipos de estudos epidemiológicos que
abordam áreas geográficas ou blocos de população bem
delimitados, analisando comparativamente variáveis globais,
quase sempre por meio da correlação entre indicadores de
condições de vida e indicadores de situação de saúde, são:

a) Estudos de coorte.
b) Estudos de caso-controle.
c) Estudos ecológicos.
d) Estudos de intervenção.
e) Estudos de prevalência.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Observe bem: estudo de blocos
da população. Ou seja, agregado. Acabou! Coorte,
caso-controle e prevalência = individuado; Estudo de
intervenção = testa-se deliberadamente alguma coisa, como
tratamento cirúrgico, medicamentoso, vacina. Na questão,
analisando variáveis globais, ou seja, observando, observacional.
Portanto, esse estudo não pode ser a resposta. Única
resposta possível, estudo ecológico. Resposta: letra C.

30
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC

30

Os termos eficiência, eficácia e efetividade costumam
ser utilizados sem o rigor necessário para que possam ser
úteis ao processo de avaliação. No entanto, para que os
resultados de uma avaliação sejam bem interpretados e
utilizados em um planejamento estratégico, é necessário
que se faça distinção entre esses conceitos de resultados.
Assinale a alternativa CORRETA sobre eficiência, eficácia
e efetividade:

a) A eficiência está associada à ideia de avaliação da relação
entre os meios utilizados e os produtos.

b) A eficácia é um conceito que tenta medir o resultado
mais amplo das ações executadas na realidade da comunidade
considerando todos os seus possíveis impactos
diretos e indiretos.

c) A efetividade é um conceito que está vinculado ao grau
de atendimento da produção com os objetivos e metas
previamente definidos para o sistema.

d) A eficácia tem um cunho econômico e compara o desempenho
de determinado arranjo produtivo ao longo do
tempo, ou de dois arranjos equivalentes em relação ao
que consumiram e produziram.

e) A eficiência é um conceito que está vinculado ao grau
de atendimento da produção com os objetivos e metas
previamente definidos para o sistema.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos fazer uma breve revisão sobre os conceitos de eficácia, efetividade e eficiência. A eficácia diz respeito aos resultados esperados de um programa nas condições ideais. Já a efetividade mede o
resultado concreto, que efetivamente foi alcançado, nas condições HABITUAIS/REAIS. A eficiência diz respeito a quando uma intervenção específica funciona em condições habituais, mesmo levando em consideração os custos e os riscos. Vamos analisar as assertivas:

A) Correta. A eficiência está associada à ideia de relação entre os meios utilizados
(CUSTOS e RISCOS) e os produtos (RESULTADOS). B)
Incorreta. Esse é o conceito de efetividade. C) Incorreta. Esse
é o conceito de eficácia. D) Incorreta. Nem a eficácia nem
a efetividade têm cunho econômico. Apenas o conceito de
eficiência leva em consideração os custos. E) Incorreta. É o
conceito de eficácia. Portanto, o gabarito deve ser a letra A.

31
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015
(ACESSO DIRETO DISCURSIVA)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP

31

Vinte mil adultos com doença coronariana, outras
doenças arteriais oclusivas ou diabetes mellitus
foram aleatoriamente designados para receber adição
de Sinvastatina (S) ou de Placebo (P) à prescrição já
existente. Após cinco anos, dentre os 10.000 do grupo
S, 600 morreram por doença coronariana; dentre os
10.000 do grupo P, 750 morreram pela mesma causa
[adaptado de Heart Protection Study Collaborative
Group. The Lancet 2002; 360 (9326):7-22]. Em relação
a este estudo, responda: Qual foi a Redução Relativa
de Risco (RRR)?
A

Para começar, como se calcula
a redução do risco relativo (ou redução relativa do
risco)? Através do cálculo da subtração de 100% (ou
1) pelo risco relativo encontrado, da seguinte maneira:
RRR = 1– RR. RR = Incidência expostos/Incidência
não expostos. Incid. expostos = 600/10.000 // Incid. não
expostos = 750/10.000. RR = 600/10.000 / 750/10.000 =
600/750 = 0,8. Agora, voltando ao cálculo do RRR. RRR
= 1 – RR = 1 – 0,8 = 0,2. RRR = 0,2 = 20% (gabarito
da questão).

32
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015
(ACESSO DIRETO DISCURSIVA)
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SÃO PAULO – SP

32

Vinte mil adultos com doença coronariana, outras
doenças arteriais oclusivas ou diabetes mellitus foram
aleatoriamente designados para receber adição de Sinvastatina
(S) ou de Placebo (P) à prescrição já existente.
Após cinco anos, dentre os 10.000 do grupo S, 600 morreram
por doença coronariana; dentre os 10.000 do grupo
P, 750 morreram pela mesma causa [adaptado de Heart
Protection Study Collaborative Group. The Lancet 2002;
360 (9326):7-22]. Em relação a este estudo, responda:
Qual o Número Necessário de Tratamentos (NNT) para
se evitar um óbito por doença coronariana com o uso da
sinvastatina em comparação ao placebo?

A

Para começar, como se calcula
o Número Necessário de Tratamento (ou NNT)?
Através do cálculo da divisão de 1 pela redução
absoluta do risco, da seguinte maneira: 1/RAR. E
como se calcula a Redução Absoluta do Risco (RAR)?
Através da diferença da incidência de óbito entre os
não expostos à medicação (placebo) e os
expostos a mesma: RAR = incidência morte
não expostos – incidência morte expostos.
RAR = 750/10.000 – 600/10.000 = 150/10.000 = 15/1.000.
Voltando ao cálculo do NNT. 1/RAR = 1 / 15/1.000 = 1
x 1.000/15 = 66,67 (gabarito da questão).

33
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015
(ACESSO DIRETO DISCURSIVA)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP
33

Um estudo foi realizado para avaliar associação entre
uso regular de estatinas e câncer de fígado. Foram entrevistados
50 casos incidentes de câncer de fígado e 150
pessoas sem esse câncer. Esse estudo (observacional,
individual e analítico) foi de que tipo?<

A

Questão que a banca nos ajuda
bastante. Ela já fala: observacional, individual e analítico,
ou seja, só pode ser caso-controle ou coorte. Agora tem
que ver se começa pelo desfecho ou pelo risco. Observe
a questão: “(…) Foram entrevistados 50 casos incidentes
de câncer de fígado e 150 pessoas sem esse câncer (…)”.
Ou seja, parte da doença para o risco (estatina ou não).
Portanto, resposta: caso-controle.

34
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA
AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP

34

Odds ratio pode ser traduzido como “razão de chances”,
“chance relativa” ou “razão dos produtos cruzados”.
Analise a tabela abaixo e, em seguida, assinale a alternativa
que apresenta o odds ratio:

a) 15.
b) 1,75.
c) 10.
d) 0,1.
e) 1.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos relembrar o conceito de
Odds Ratio = razão dos produtos cruzados (OR): O OR
pode ser utilizado pelos diferentes estudos (inclusive
em coortes); no entanto, nos estudos caso-controle
se estabelece a medida que estima o Risco Relativo.
Quanto mais rara for uma doença, mais o OR se aproxima
do RR. Interpretação: Se OR = 1, identificaremos
que o estudo não apresentou relação de associação
entre efeito e fator. Se OR > 1, existirá a possibilidade
de o fator ser de risco, já que no grupo de casos a
presença do fator teve maior proporção. Se OR < 1,
existirá a possibilidade de o fator ser de proteção, já
que no grupo dos controles a presença do fator teve
maior proporção. O OR é calculado pela fórmula:
A x D / B x C. Nesse caso: 350 x 200 / 35 x 200 = 10.
Portanto, opção C correta.

35
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO – RJ

35

Um mesmo teste diagnóstico apresentou um valor
preditivo positivo de 38,2% em um grupo de pacientes e
de 79,8% em outro. Essa variação pode ser explicada por:

a) Maior incidência da doença em questão no 1° grupo.
b) Baixa acurácia do teste.
c) Baixa sensibilidade do teste.
d) Maior prevalência da doença em questão no 2° grupo.

(ACESSO DIRETO 1)

A

A questão nos mostra que
houve uma variação do valor preditivo positivo de um
mesmo teste, quando aplicado em populações diferentes.
Vamos lembrar que a sensibilidade e a especificidade
são valores intrínsecos de um teste e não
sofrem influência da prevalência, já os valores preditivos
sofrem. Uma população com maior prevalência
vai apresentar uma maior quantidade de valores positivos,
aumentando com isso o VPP. Já uma população
com baixa prevalência vai apresentar poucos resultados
positivos, com isso, diminuindo o VPP. Portanto,
resposta: letra D.

36
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO – RJ

36

O viés que pode fazer com que uma associação observada
entre variáveis em um nível agregado não seja
observada no nível individual é uma limitação dos estudos:

a) Experimentais.
b) De coorte.
c) Caso-controle.
d) Ecológicos.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

O conceito expresso na questão
é o da falácia ecológica, um viés que pode surgir nos
estudos agregados. O que é isso? Nos estudos ecológicos,
os dados são agregados, e não individuados, pois
analisam toda a população. Dessa forma, não se sabe
o que está acontecendo com o indivíduo. Por exemplo,
observou-se, através de um estudo ecológico, que a
população do Rio de Janeiro está sujeita à epidemia de
hepatite A e que existe associação deste agravo com a
existência da precária rede de esgoto na cidade. Mas
será que isso é verdade também para os moradores de
áreas ricas ou somente para os moradores de áreas
mais pobres? É claro que para moradores de áreas
mais pobres! Se a análise fosse individual, isso poderia
ser mais facilmente observado. Esse erro que ocorre
ao se generalizar uma situação para toda a população,
frequente nos estudos ecológicos, é a chamada falácia
ecológica. Resposta: letra D.

37
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ

37

O objetivo principal de avaliar a segurança do produto
investigado, testado, geralmente, em voluntários sadios,
é pertinente à seguinte fase do ensaio clínico:

a) Fase 0.
b) Fase I.
c) Fase II.
d) Fase III.
e) Fase IV.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos a uma breve revisão das
fases dos ensaios clínicos: Fase I – é a fase de avaliar
a segurança da droga em teste, e não a eficácia. Nessa
fase, o objetivo é determinar a dose que não causa efeitos
colaterais sérios. Inclui um pequeno número de pacientes
sem grupo-controle; Fase II - é a fase inicial da investigação
clínica do efeito do tratamento. Fornece a relação
entre a dose e a eficácia. Ainda inclui um número pequeno
de pacientes; Fase III - avaliação em larga escala do
tratamento. Nessa fase, o estudo é randomizado e pode
fornecer evidências definitivas entre a eficácia e os efeitos
colaterais. É a fase de publicação em revistas médicas;
Fase IV - é a fase de vigilância pós-comercialização.
Mesmo após um medicamento ter sido aprovado para
comercialização, ainda se mantém a vigilância para efeitos
adversos e estudos adicionais, a respeito da morbidade em
mortalidade. Portanto, o descrito no enunciado refere-se
à fase I dos ensaios clínicos. Alternativa B CORRETA.

38
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP

38

Em relação aos estudos de coorte, podemos afirmar que:

a) São transversais.
b) Os grupos são definidos em relação ao desfecho.

c) Os pacientes são randomizados para exposição e não
exposição.

d) São observacionais.
e) Não são capazes de definir as incidências.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Pelas alternativas: Letra A:
INCORRETA, pois são longitudinais. Letra B: INCORRETA,
pois os grupos são separados de acordo com
a exposição (risco). Letra C: INCORRETA, pois são
separados de acordo ou não com a exposição. Letra
D: CORRETA. São observacionais (não existe intervenção),
longitudinais (tem acompanhamento), individuados
(cada indivíduo é analisado) e prospectivos
(parte do risco para o desfecho). Letra E: INCORRETA,
pois como partem do risco para o desfecho, os casos
novos (incidência) vão surgindo no decorrer do estudo.
Resposta: letra D.

39
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015
(ACESSO DIRETO 1)

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – SP

39

Para investigar a possível influência da melatonina
com câncer, foi desenvolvido um estudo de base populacional
em Montreal, entre 1979 e 1985. Foi abordado
o histórico de trabalho de três mil homens com câncer
incidente em 11 locais anatômicos. Confrontaram-se os
dados com homens sem câncer. Os resultados sugerem
que neste estudo epidemiológico de ________ o trabalho
noturno pode aumentar o risco de câncer de ________.
De acordo com o apresentado, complete as lacunas com
a alternativa CORRETA:

a) Coorte; melanoma.
b) Caso-controle; esôfago.
c) Transversal; bexiga.
d) Caso-controle; pulmão.

A

Esse estudo partiu do desfecho
(câncer) para avaliar o risco (trabalho noturno). Foi
um estudo individuado, observacional e longitudinal
retrospectivo, o que caracteriza um estudo de caso-
-controle. Ao analisarmos a imagem, percebemos
que, somente para os cânceres de pulmão e bexiga,
o trabalho noturno foi considerado fator de risco COM
significância estatística, ou seja, com OR > 1 e intervalo
de confiança não englobando o valor unitário (1).
Portanto, opção D correta.

40
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – SP

40

Um estudo epidemiológico, do tipo ensaio clínico
randomizado ou aleatorizado é realizado para verificar a
ação de determinado tratamento. A aleatorização é feita
para a escolha dos indivíduos que receberão ou não este
tratamento. Este procedimento, a aleatorização, é realizado
tendo como principal objetivo minimizar:

a) Erros aleatórios.
b) Viés de seleção.
c) Viés de confusão.
d) Questões éticas.

(ACESSO DIRETO 1)

A

A randomização (aleatorização)
é o método usado em ensaios clínicos controlados para
distribuir os participantes ao acaso, de tal maneira que
cada paciente tenha a mesma probabilidade de cair
em um ou em outro grupo, ou seja, de receber uma ou
outra intervenção (ex.: droga ou placebo). Isso evita, por
exemplo, que o investigador coloque no grupo que vai
testar a droga os indivíduos com características clínicas
melhores, que terão maiores probabilidades de responder
a terapêutica. Portanto, reduz o ERRO de seleção. Uma
observação importante sobre a randomização é que
ela não somente equilibra os fatores que sabidamente
afetam o prognóstico, mas também equilibra os fatores
desconhecidos, conseguindo evitar também o viés de
confusão (confundimento). Porém, o principal objetivo
é evitar o viés de seleção. Opção B correta.

41
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE –
SUS – SÃO PAULO – SP

41

Variáveis como gênero (masculino e feminino) e grau
de dor (grave, moderado e leve) podem ser classificadas,
segundo o tipo de medida, respectivamente, em categorias:

a) Ordinal e discreta.
b) Ordinal e nominal.
c) Nominal e ordinal.
d) Ordinal e contínua.
e) Nominal e discreta.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Questão sobre as variáveis.
Vamos fazer uma breve recordação primeiro: - variável
independente: é o fator causal, ou seja, é aquela que
tenta explicar o desfecho; é o risco. - variável dependente:
é a variável efeito, ou seja, é a consequência
ou o desfecho. Tenta ser explicada pela variável independente;
é o agravo ou doença. - variável qualitativa
(ou categórica): é a que lida com as características das
amostras, por exemplo: sexo, profissão, bairro, cidade.
Não pode ser representada por números, mas sim
categorias que descrevem atributos ou qualidades dos
dados. Neste tipo, não é possível a realização de operações
aritméticas como soma ou produto, sendo possível
apenas a contagem das observações em cada categoria.
Se dividem em dois tipos: • ordinais: quando existe uma
ordem entre as categorias. Ex.: estadiamento de uma
doença, níveis de escolaridade, classe socioeconômica
etc. • nominais: quando não existe uma ordem entre as
categorias. Se forem apenas 2 categorias, diz-se que a
variável é binomial ou binária. Quando existem mais de 2
categorias, diz-se que a variável é multinomial. Ex.: sexo
(binomial) e tipo sanguíneo, etnia e local de residência
(multinomiais). - variável quantitativa (ou numérica): são
variáveis que se diferenciam apenas pelo grau, ou seja,
podem ser medidas por valores numéricos, por exemplo:
peso, altura e idade. Se dividem em dois tipos: • variável
quantitativa contínua: é aquela que admite valores
fracionários entre os valores consecutivos, por exemplo:
temperatura corporal. • variável quantitativa descontínua
(ou discretas, ou contagens): é aquela que não admite
valores fracionários entre os valores consecutivos, mas
apenas números inteiros. Por exemplo: número de batimentos
cardíacos, número de admissões hospitalares
etc. Portanto, resposta: letra C.

42
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA – RJ

42

Dois pesquisadores decidiram estudar o impacto da
prescrição de progesterona vaginal na prevenção do parto
prematuro entre gestantes adolescentes assistidas em
Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade do Rio de
Janeiro. Para essa finalidade, desenvolveram uma pesquisa
na qual as gestantes que procuraram assistência
na UBS de Copacabana não receberam a medicação,
enquanto aquelas assistidas na UBS Engenho da Rainha
receberam a droga. Em relação ao delineamento do estudo,
assinale a opção CORRETA:

a) Trata-se de um estudo observacional e randomizado.
b) Trata-se de um estudo experimental e não aleatório.
c) Trata-se de um estudo observacional e não randomizado.
d) Trata-se de um estudo experimental, duplo-cego e randomizado.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos classificar o estudo
primeiro. É de intervenção (impacto na prescrição de
progesterona), longitudinal (gestantes para avaliar no
futuro a presença ou não de parto prematuro), prospectivo
(medicamento ou não para o desfecho do parto) e
individuado, pois cada gestante será avaliada individualmente
quanto ao uso do medicamento. Portanto, é um
ensaio clínico! Até aí tudo bem, mas a resposta deve
ser a letra B ou a letra D? Muito bem, randomizado não
é, pois a seleção não foi aleatória. Quem ia na UBS de
Copacabana não recebia, quem ia na UBS do Engenho
da Rainha recebia. Além disso, também não era duplo-
-cego, pois os pesquisadores sabiam que iriam ou não
fazer o medicamento. Resposta: letra B.

43
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL NACIONAL DO CÂNCER – RJ

43

Assinale a alternativa que corresponde a uma medida
de tendência central que não é sensível à presença
de valores extremos:

a) Média.
b) Especificidade.
c) Mediana.
d) Amplitude.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Temos aqui uma questão de
Bioestatística para avaliar uma medida de tendência
central (posição). Mas, uma breve revisão primeiro:
o objetivo dessas medidas é apontar o quanto eles se
aproximam e se afastam de um valor comum, resumir os
dados de uma amostra. As medidas de tendência central
mais usadas são: média, mediana e moda. Agora, existem
também as de dispersão, que são o desvio-padrão, desvio
médio, variância e amplitude. Eles são as medidas de
dispersão da média. Para recordarmos os conceitos,
vamos imaginar que eu esteja selecionando glicemias dos
meus pacientes (80; 84; 87; 88; 88; 100; 102; 106; 114;
120; 121). A média é simplesmente a média aritmética
entre eles (soma de todos/7). A mediana é a medida de
centro que divide os dados em duas partes iguais, para a
direita e para a esquerda (no caso, 100). Ela não sofre a
influência de valores discrepantes. Se a mediana é, como
no nosso exemplo, 100, qual a diferença do número 101
para o 100.001 para a mediana? Nenhuma, pois os dois
estarão de qualquer forma à direita dela. E para completar,
a moda seria o valor que aparece com mais frequência
(88). Portanto, resposta: letra C.

44
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DE PORTO ALEGRE – RS

44

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
a lacuna do parágrafo: Nos estudos ________,
um agrupamento de pessoas é constituído de modo que
nenhuma delas tenha experimentado o desfecho de interesse,
mas que todas tenham a oportunidade de experimentá-
lo; as pessoas são classificadas de acordo com
as características que possam se relacionar com o desfecho,
sendo, então, observadas ao longo do tempo para
ver quais delas experimentam o desfecho.

a) Ecológicos.
b) Transversais.
c) De casos e controles.
d) Ensaios clínicos randomizados.
e) De coorte.

(ACESSO DIRETO 1)

A

A questão pede para você
completar a lacuna de um estudo, em que indivíduos
não apresentaram o desfecho (ainda não estão
doentes), mas que estão sob o efeito do risco para
desenvolvê-lo no futuro. Ou seja, é um estudo longitudinal
– prospectivo – observacional (sem a intervenção
de medicamento ou vacina) = ESTUDO DE COORTE.
Resposta: letra E.

45
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DE PORTO ALEGRE – RS

45

O gráfico apresenta os valores de sensibilidade e especificidade
de um teste diagnóstico sob diferentes condições.

Que ponto indica melhor acurácia?

a) Ponto A.
b) Ponto B.
c) Ponto C.
d) Ponto D.
e) Ponto E.

(ACESSO DIRETO 1)

A

A questão é sobre a RECEIVER
OPERATOR CHARACTERISTIC OU CURVA ROC, que é
a forma de representar a relação entre a sensibilidade e
especificidade de um teste diagnóstico. Para ser construída,
é criado um diagrama que represente a sensibilidade e a
especificidade. O ponto de maior acurácia é aquele que vai
propiciar uma maior área abaixo da curva. Quem faz isso? O
ponto A. Já o de pior acurácia é o ponto E. Resposta: letra A.

46
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1)
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO – RS

46 – Abaixo estão apresentados os resultados de dois ensaios clínicos avaliando a efetividade do uso das estatinas na prevenção primária e na prevenção secundária de eventos cardiovasculares. Estão apresentadas as incidências anuais de eventos cardiovasculares. Com base nos dados apresentados, avalie as assertivas abaixo:

I. A redução relativa do risco é semelhante nos dois estudos;
II. A redução absoluta do risco é maior no estudo que avaliou a prevenção secundária de eventos cardiovasculares;
III. O Número Necessário para Tratar (NNT) é maior para a prevenção secundária de eventos cardiovasculares.

Está (ão) CORRETA (S) a (s) assertiva (s):

a) Apenas a assertiva II.
b) Apenas a assertiva III.
c) As assertivas I e II.
d) As assertivas II e a III.
e) As assertivas I, II, e III.

A

A redução relativa do risco
responde à seguinte pergunta: “qual foi a redução de
morte nos pacientes de experimento?”. É calculada por:
1 – RR (Risco Relativo). O Risco Relativo é a incidência
dos expostos / incidência dos não expostos. No estudo
4S é calculado por: 1- 3,3/5 = 0,34. No estudo WOSCOPS
é calculado por: 1 - 1/1,5 = 0,33. Dessa forma, assertiva
I correta. A redução absoluta do risco nos responde a
pergunta: “de todos os casos da doença nos expostos,
quais foram os casos exclusivamente relacionados ao fator
de estudado?”. É calculado por: Ie-Ine. No grupo 4S: 5% -
3,3% = 1,7%. No grupo WOSCOPS: 1,5% - 1,0% = 0,5%.
Assim, assertiva II correta. O NNT (Número Necessário
ao Tratamento) responde à pergunta: “é necessário tratar
quantos doentes para evitar um evento?”. É calculado por
1 / RAR (Redução Absoluta do Risco). A RAR é calculada
por: incidência de morte no grupo-controle - incidência
de morte no experimento. No grupo 4S: 1/1,7% = 58,8.
No grupo WOSCOPS: 1/0,5% = 200. Logo, assertiva III
incorreta. É preciso tratar aproximadamente 59 pacientes
no grupo da prevenção secundária para evitar 1 morte
enquanto que no grupo da prevenção primária é preciso
tratar 200 pacientes para evitar o evento. Portanto, opção
C correta.

47
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA MARIA – RS

47

Um pesquisador foi ao serviço de arquivo médico de
um hospital e identificou todas as crianças que foram internadas
entre 1973 e 1975 com diagnóstico de pneumonia
e associou esse evento ao risco dessas crianças virem a
desenvolver alteração nos testes respiratórios realizados
em 1999. Trata-se de um estudo do tipo:

a) Coorte histórica.
b) Ecológico.
c) Caso-controle.
d) Coorte prospectivo.
e) Coorte ecológico.<

(ACESSO DIRETO 2)

A

Vamos analisar o estudo: foram
identificados fatores de risco no passado – internação
por pneumonia em 1973. A partir desse momento, as
crianças foram acompanhadas, e esse fator de risco
foi associado com a chance de desenvolver alterações
nos testes respiratórios em 1999. Resumindo:
INDIVIDUADO (cada indivíduo foi analisado isoladamente)
– OBSERVACIONAL (não houve intervenção
por parte do investigador) – LONGITUDINAL (existe o
acompanhamento) – PROSPECTIVO (parte do risco
para o desfecho). Agora atenção total: como o risco e o
desfecho estão no passado, antes do início do estudo,
temos o chamado estudo de COORTE HISTÓRICA.
Portanto, resposta: LETRA A.

48
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA
DO PARANÁ – PR

48

Um paciente com história de uso de droga injetável
e compartilhamento de seringa em 3 ocasiões vem à consulta
com um exame de HIV positivo. Considerando sensibilidade
de 96% e especificidade de 98% desse exame
e assumindo uma probabilidade de 30% de infecção nessas
circunstâncias, determine qual a probabilidade desse
exame, de fato, estar CORRETO.

a) 100%.
b) 98%.
c) 96%.
d) 95%.
e) 90%.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Para acertar esse tipo de questão
sem se enrolar, devemos montar a tabela de validação
dos testes de diagnóstico. Primeiro, colocaremos um valor
hipotético de população examinada, vamos colocar 1.000.
Agora, desses 1.000 na mesma situação, a prevalência
é de 30% (valor dado na questão), ou seja, 300 doentes.
Agora vamos montar a tabela. Por partes, 1ª tabela. Agora
é só completar. Vide 2ª tabela. A probabilidade de estar
correto é o VPP, que nesse caso será: 288/302 = 95%
Resposta: letra D.

49
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015
(ACESSO DIRETO 1)
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE MACEIÓ – AL

49

Em um estudo, visando avaliar a eficácia do autoexame
na redução da mortalidade por câncer de mama, 133.375
mulheres participaram de um treinamento sobre essa técnica
de rastreamento (screening ) para a doença. Os resultados
do exame e do diagnóstico definitivo são mostrados abaixo.

O valor preditivo positivo do autoexame de mama é:

a) 0,2%.
b) 14,8%.
c) 77,3%.
d) 98,9%.

A

A questão foi até bondosa demais
e já forneceu a tabela montada. Agora ela fica meramente
matemática. Contudo, antes vamos relembrar o conceito
de valor preditivo positivo: é a proporção de indivíduos
verdadeiramente positivos em relação aos diagnosticados
positivos pelo teste. É calculado pela fórmula: A/A+B
que na questão é: 256/256 +1474 = 256/1730 = 14,8%.
Portanto, opção B correta.

50
Q

p>RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DO AÇÚCAR – AL

50

Com o objetivo de avaliar alguns fatores de risco na
ocorrência de Doença Isquêmica do Coração (DIC), um
estudo epidemiológico selecionou 280 pacientes com DIC
e 553 pessoas sem história ou diagnóstico de DIC. Os
resultados foram:

A medida adequada para estimar a magnitude do efeito
da hipercolesterolemia na ocorrência da DIC e seu respectivo
valor, no estudo acima, é:

a) Risco relativo: 1,95.
b) Risco relativo: 3,9%.
c) Odds Ratio: 3,9.
d) Odds Ratio: 1,9%.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Reparem que foi um estudo do tipo
caso-controle: partiu do DESFECHO (DIC) para avaliar o risco
(hipercolesterolemia). Com essa informação já conseguimos
eliminar as alternativas A e B já que a medida de associação
desse tipo de estudo é o OR e não o risco relativo (clássico
dos estudos de coorte). O Odds Ratio é calculado pela
fórmula (b x c)/(a x d). Ao analisarmos a tabela, temos que:
OR = 115 x 470/165 x 83 = 3,9. Portanto, opção C correta.

51
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CASSIANO ANTÔNIO DE MORAES – ES

51

TEMA: Além dos fatores de risco bem conhecidos,
o Vírus Epstein-Barr (EBV) pode desempenhar
um papel significativo no Carcinoma Epidermoide de
Boca (CEB). Para explorar o papel do EBV em CEB,
a prevalência da infecção pelo EBV em células esfoliadas
orais de casos de CEB e controles no nordeste da Tailândia
foi investigada, e a associação de EBV com células
da lesão tumoral foi confirmada. MÉTODOS: Células esfoliadas
orais foram coletadas de casos de CEB e controles
sem neoplasia. Células de lesões tumorais foram
retiradas de pacientes com tumores para uma confirmação
mais robusta da associação de EBV com CEB. DNA
de EBV foi detectado por meio de Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR), utilizando iniciadores específicos para
a DNA polimerase de EBV. As amostras positivas de
DNA de EBV foram confirmadas ainda por nested PCR.
RESULTADOS: O Vírus de Epstein-Barr foi detectado nas
células esfoliadas orais de 45,05% de pacientes com tumores
e 18,08% dos controles (p < 0,001). Da mesma forma,
o EBV foi detectado em 32,5% das lesões tumorais.
Mascar betel foi estatisticamente associado à prevalência
de EBV (OR = 2,08), enquanto que nenhuma associação
foi encontrada com o tabagismo e o consumo de álcool.
O consumo de álcool e mascar betel foram significativamente
associados com CEB (OR = 3,05 e OR = 5,05, respectivamente),
mas o consumo de tabaco não foi associado.
Curiosamente, EBV foi significativamente associado
com CEB (OR = 3,76). CONCLUSÕES: A prevalência do
Vírus Epstein-Barr está associada a CEB e parece ser reforçada
por mascar betel, o que sugere que o EBV pode,
juntamente com mascar betel, atuar como um importante
fator de risco etiológico da CEB (J Oral Pathol Med, 2014.
Epub ahead of print). Assinale, entre as alternativas abaixo,
aquela que corretamente indica o tipo do estudo:

a) Estudo observacional descritivo do tipo coorte transversal.
b) Estudo observacional analítico do tipo coorte transversal.
c) Estudo observacional descritivo do tipo coorte.
d) Estudo observacional descritivo do tipo caso-controle.
e) Estudo observacional analítico do tipo caso-controle.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos avaliar o desenho do
estudo: Foi um estudo observacional (não houve intervenção),
individuado (avaliou-se os indivíduos) e longitudinal
retrospectivo partindo-se do desfecho (câncer)
comparando a um grupo-controle e indo em busca dos
fatores de risco (EBV, álcool e mascar betel). Trata-se,
portanto, de um típico estudo caso-controle que por definição
é um estudo analítico: testa hipóteses. Vale lembrar
que os estudos descritivos são aqueles que fornecem
informações sobre a distribuição das doenças e suas
características. Podem gerar hipóteses, mas não as
testam. Portanto, opção E correta.

52
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO

52

Um estudo de coorte foi realizado para investigar
fatores associados ao desenvolvimento de doença pelo
vírus Ebola, entre indivíduos de uma comunidade com
circulação do vírus em um país da África Ocidental, conforme
a tabela a seguir.

Considerando os resultados apresentados na tabela, a
melhor estimativa do risco relativo de desenvolvimento
de doença relacionado a ter tido contato com indivíduos
doentes é:

a) 1,7.
b) 3,7.
c) 9,7.
d) 36,0.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

A questão quer o risco relativo, ou seja, a incidência dos expostos dividida pela incidência dos
não expostos. Nesse caso: Ie = 36/48 = 0,75; Ine = 3/39 = 0,077; RR = 0,75/0,077 = 9,74. Resposta: letra C.

53
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO

53

Se o resultado do Risco Relativo de um estudo de
coorte for maior que um (1) e o intervalo de confiança
deste resultado não passar pelo um (1):

a) A medida de associação (Risco Relativo) evidencia que
a exposição pode ser interpretada como fator de risco para
o desfecho avaliado na coorte.

b) A medida de associação (Risco Relativo) evidencia que
não há associação entre a exposição e o efeito avaliado
na coorte.

c) A medida de associação (Risco Relativo) evidencia que
a exposição pode ser interpretada como fator de proteção
para o desfecho avaliado na coorte.

d) O cálculo de medidas de associação (Risco Relativo)
é inviabilizado por tratar-se de um estudo descritivo do
tipo coorte.

(ACESSO DIRETO 2)

A

Pelas alternativas: Letra A: correta.
Com o RR > 1 podemos pressupor que o fator é de risco,
e com o IC só com valores acima de 1, englobando o RR,
temos que o estudo tem significância estatística. Letra B:
incorreta, pois para isso o RR tem que ser igual a 1 ou o IC
deve englobar o valor unitário. Letra C: incorreta, pois para
ser de proteção, o RR tem que ser menor do que 1. Letra
D: incorreta, pois o RR é a medida de associação dos
estudos longitudinais prospectivos (COORTE). Portanto,
resposta: letra A.

54
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO

54

Nos ensaios clínicos, a tentativa de evitar que os participantes
e investigadores do estudo saibam qual tratamento
está sendo administrado refere-se ao conceito de:

a) Randomização.
b) Mascaramento.
c) Número necessário para tratar.
d) Aleatorização.<

(ACESSO DIRETO 2)

A

Vamos às alternativas: Letra
A: incorreta, pois randomização é o método usado em
ensaios clínicos controlados para distribuir os participantes
ao acaso, de tal maneira que cada paciente tenha
a mesma probabilidade de cair num ou noutro grupo, ou
seja, de receber uma ou outra intervenção (ex.: droga
ou placebo). Isso evita, por exemplo, que o investigador
coloque no grupo que vai testar a droga os indivíduos
com características clínicas melhores, que terão maiores
probabilidades de responder a terapêutica, reduz o potencial
de viés (erro) do estudo e evita o erro de seleção.
Letra B: correta. O mascaramento evita alguns tipos de
erros que podem afetar as respostas aos tratamentos,
entre eles o erro de aferição. O mascaramento pode ser
classificado da seguinte forma: Simples-cego: somente
os participantes desconhecem a qual grupo pertencem;
Duplo-cego: nem os participantes nem os médicos assistentes
sabem quem pertence a qual grupo; Triplo-cego:
além dos participantes e dos médicos assistentes, outros
profissionais que analisarão os dados também desconhecem
quem pertence aos grupos; Aberto: é aquele em
que todos os envolvidos, os participantes e os médicos
assistentes, têm conhecimento da alocação dos grupos.
Letra C: incorreta, pois o NNT representa a resposta da
seguinte questão: é necessário tratar quantos doentes
para evitar um evento? Letra D: incorreta, pois é a
mesma coisa que randomização (explicado no item A).
Portanto, resposta: letra B.

55
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015

CLÍNICA DE CAMPO GRANDE – MS

55

Em campanhas de vacinação contra a rubéola no RS,
usou-se vacinas de vírus vivo atenuado (cepa Zagreb) e
houve temor de infecção em gestantes vacinadas inadvertidamente.
Foi feito o seguimento de 149 crianças de
mães vacinadas na gestação ao nascer. Dez apresentaram
anticorpos e não houve diferença de intercorrências
em relação ao grupo não exposto. L. Minussi et al./Reproductive
Toxicology 25 (2008) 120-123. Esse resumo
sugere que tipo de delineamento?

a) Coorte retrospectiva.
b) Coorte prospectiva.
c) Transversal.
d) Caso-controle.
e) Ensaio clínico randomizado.

(ACESSO DIRETO 1)

A
Vamos analisar o desenho do
estudo: Trata-se de um estudo individuado (pesquisa
indivíduo por indivíduo), observacional (não há manipulação
do fator em estudo) e longitudinal prospectivo,
partindo do risco (exposição de interesse) para
o desfecho (avaliar o surgimento de uma doença). Os
indivíduos são separados em dois grupos: expostos e
não expostos e avalia-se, ao longo do tempo, o aparecimento
da doença/agravo. É um clássico estudo de coorte
prospectiva. Portanto, opção B correta.
56
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

FACULDADE DE CIÊNCIAS
MÉDICAS DA UNICAMP – SP

56

SOBRE O DESEMPENHO DE TESTES DIAGNÓSTICOS,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:

a) Um teste para rastreamento na população em busca de
doença com grande número de casos oligossintomáticos
deve ter alta especificidade.

b) Suspeita clínica, potencialmente grave que indica uma
intervenção invasiva, exige teste diagnóstico com alta
sensibilidade.

c) Testes diagnósticos em paralelo têm sua sensibilidade
aumentada comparada com testes em sequência.

d) Testes diagnósticos utilizados em sequência ou em
paralelo possuem o mesmo potencial para confirmação
diagnóstica.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Questão sobre testes diagnósticos.
Vamos às alternativas: Alternativa A (incorreta): se
estamos diante de um grande número de casos oligossintomáticos
a serem RASTREADOS, devemos elevar a
sensibilidade, para reduzir o número de falso-negativos
e detectarmos o maior número de doentes, pois a própria
doença já é difícil de ser percebida (oligossintomática).
Com alta especificidade, teremos poucos falso-positivos,
mas não garantiremos a detecção dos casos, sobretudo,
se temos o objetivo de rastreamento populacional. Alternativa
B (incorreta): diante de uma suspeita que indique
intervenção invasiva, não podemos errar e intervir em
quem não precisa, correndo o risco de iatrogenia. Assim,
precisamos de uma especificidade alta (baixo número de
falso-positivos), visando um bom valor preditivo positivo.
Ex.: não iremos revascularizar todos os pacientes com
dor torácica por mais grave que essa condição seja, mas
aqueles com dor torácica e CAT trivascular, por exemplo.
Alternativa C (correta): testes em paralelo (ao mesmo
tempo) possuem alta sensibilidade em detrimento de
menor especificidade (qualquer teste positivo indica positivo).
Já testes em série (sequenciais) possuem alta especificidade
em detrimento de menor sensibilidade (todos
devem ser positivos). Alternativa D (incorreta): incorreta
pelos motivos explicados na alternativa anterior. Dessa
forma, resposta “C” correta.

57
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO – RJ

57

Pode-se afirmar que testes diagnósticos em série:

a) Devem ser solicitados para exames de emergência.
b) Aumentam a sensibilidade do processo diagnóstico.
c) São utilizados em situações de baixo custo.
d) São indicados em procedimentos de alto risco.

(ACESSO DIRETO 2)

A

Os testes múltiplos podem ser
feitos de duas maneiras: ou em série, ou em paralelo.
Vamos lembrar as suas características. Em série: é a realização
de testes consecutivos, ou seja, um de cada vez.
Neste caso, todos os testes precisam ter o resultado positivo
para confirmar o diagnóstico. Sendo um dos exames
negativo, o teste é suspenso. Aumenta a especificidade
e diminui a sensibilidade. Em paralelo: é a realização de
vários testes diagnósticos ao mesmo tempo, sendo o
resultado positivo de qualquer teste considerado diagnóstico.
Aumenta a sensibilidade e diminui a especificidade.
Vamos pelas alternativas agora: Letra A: incorreta, pois
na emergência precisamos de exames sensíveis. Letra B:
incorreta, pois diminuem a sensibilidade. Quem aumenta a
sensibilidade são os testes em paralelo. Letra C: incorreta,
pois como são múltiplos e precisam ser todos positivos,
aumentam o custo. Letra D: correta, pois como apresenta
alta especificidade, confiaremos no resultado positivo, não
levando os pacientes a procedimentos desnecessários.
Portanto, resposta: letra D.

58
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
PEDRO ERNESTO – RJ

58

Ao iniciar sua atividade em uma unidade de saúde
da família, um médico recebe a informação de que, no
território onde atua, estão ocorrendo vários casos de sífilis
neonatal. Ele decide reforçar com os profissionais de
todas as equipes da unidade a utilização no pré-natal de um teste de diagnóstico para a sífilis. A principal característica
desse teste diagnóstico deve ser:

a) Alta sensibilidade.
b) Alta especificidade.
c) Valor preditivo negativo elevado.
d) Razão de probabilidade positiva baixa.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Um teste de rastreamento é considerado
bom, se ele tiver alta sensibilidade, alta especificidade,
alto valor preditivo positivo, simplicidade, baixo
custo, pouco efeito de rótulo (efeito rótulo é o efeito psicológico
negativo, por exemplo, quando indicamos a biópsia,
o paciente fica achando que tem câncer), segurança e
aceitabilidade (não adianta fazer exames dolorosos, por
exemplo). Ou seja, “tem que ser tudo de bom”. Mas a
questão pediu a principal característica. O que marcar?
A principal característica é a ALTA SENSIBILIDADE, pois
possui um baixo valor de falso-negativos. Um teste de
rastreamento tem que pecar por excesso de positivos e
não pela desconfiança de resultados negativos. Portanto,
resposta letra: A.

59
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
ANTÔNIO PEDRO – RJ

59

O tipo de estudo epidemiológico caracterizado pela
falta de controle e pelo número pequeno de indivíduos
nele incluídos é conhecido por:

a) Coorte retrospectivo.
b) Coorte não concorrente.
c) Série de casos.
d) Caso-controle.
e) Ensaio clínico controlado.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Os estudos de série de casos são
do tipo observacional. São considerados séries de casos
quando houver descrição de 3 a 10 casos. Se for menos
que isso, chamamos de relato de caso. Trata-se de um
estudo meramente descritivo, em que são apresentadas
as características de uma determinada doença. É útil para
o estudo de doenças raras, em que existe uma menor
disponibilidade de casos. Como principais desvantagens
destes estudos, temos as conclusões que se baseiam em
poucos casos, não possuem amostragem representativa e
metodologia capaz de validar associação causal, não há
grupo-controle para comparação, não quantifica a prevalência
na população e a metodologia de dia

60
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE SÃO PAULO – SP

60

Um estudo realizado em 20 países europeus para
avaliar a relação entre o consumo de “gordura trans”
(kg/per capita/ano) e o Índice de Massa Corpórea (IMC),
encontrou uma correlação positiva, com um r = 0,75 (p =
0,03). Com base nestes resultados, é possível afirmar que:

a) 75% dos casos de obesidade nestes países podem ser
explicados pelo alto consumo de “gordura trans”.

b) 75% das pessoas que consomem “gordura trans” tem
alto IMC.

c) O consumo de “gordura trans” está correlacionado com
a prevalência de obesidade.

d) 49% dos casos de obesidade nestes países podem ser
explicados pelo alto consumo de “gordura trans”.

e) 75% da variabilidade observada para o IMC pode ser
explicada pela variabilidade observada para o consumo
de “gordura trans”.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

O estudo em questão visava
estudar a possível associação entre o consumo de “gordura
trans” e o índice de massa corporal, em 20 países europeus.
Seus achados mostraram uma correlação positiva
(r = 0,75) por possuir um coeficiente “r” maior que zero
(0). A força dessa correlação está na análise do diagrama
de dispersão que se forma com os dados estatísticos. O
diagrama de dispersão mostrará que a correlação será tanto
mais forte quanto mais próximo estiver o coeficiente de
-1 ou +1, e será tanto mais fraca quanto mais próximo o
coeficiente estiver de zero. Neste cenário, existem algumas
opções: a) Correlação perfeita negativa (rxy = -1): quando
os pontos estiverem perfeitamente alinhados, mas em
sentido contrário. b) Correlação negativa (-1 < rxy < 0):
quando valores crescentes da variável X estiverem associados
a valores decrescentes da variável Y, ou vice-versa.
c) Correlação nula (rxy = 0): quando não houver relação
entre as variáveis X e Y, ou seja, quando os valores de X
e Y ocorrerem independentemente, não existe correlação
entre elas. d) Correlação positiva (0 < rxy < 1): se os valores
crescentes de X estiverem associados a valores crescentes
de Y. e) Correlação perfeita positiva (rxy = 1): corresponde
ao caso anterior, só que os pontos (X,Y) estão perfeitamente
alinhados. Portanto, resposta: letra C.

61
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE –
SUS – SÃO PAULO – SP

61

São características dos estudos de coorte, EXCETO:

a) Permitem estabelecer a prevalência da doença.

b) A exposição pode ser obtida sem o potencial viés decorrente
do desfecho já ser conhecido.

c) Podem avaliar a relação da exposição com várias doenças.
d) Podem ser concorrentes ou históricos.

e) Requerem o arrolamento de um número muito maior
de pessoas do que os estudos que apresentam o evento
de interesse.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos pelas alternativas: letra
A: INCORRETA. Os estudos de coorte determinam a incidência,
pois eles começam investigando o fator de risco
em questão até o surgimento de casos novos. Letra B:
CORRETA, pois são estudos que começam comparando
duas populações sem o determinado agravo em questão,
porém uma exposta ao fator de risco que queira ser pesquisado
e outra não exposta. Letra C: CORRETA, pois como
começam da exposição a um determinado efeito, esse
mesmo pode levar a várias doenças. Exemplo: investigação
de uma população exposta ao tabagismo pode
ter como desfecho diversos agravos, como neoplasias
e DPOC. Letra D: CORRETA. Podem ser retrospectivos
(históricos), na qual tanto o risco quanto o agravo já aconteceram,
ou prospectivos (concorrentes) na qual se acompanha
os pacientes expostos a determinado fator até a
observação do possível desfecho que ainda está por vir.
Letra E: CORRETA. O que ele quis dizer? Ele quis dizer
que os estudos de coorte precisam muito mais de pessoas
para participar do que os de caso-controle, pois como esse
último já parte da doença, já selecionamos todos os indivíduos
de interesse. Já os de coorte, muita gente não vai
ficar doente mesmo que exposta a um determinado fator.
Por isso um grupo de estudo maior. Resposta: letra A.

62
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP

62

Considere um estudo de coorte sobre a associação
entre um determinado tipo de cirurgia ocular e a ocorrência
de acidentes automobilísticos. Para isso, decidiu-se
investigar dois grupos, um de 175 motoristas que passaram
pelo procedimento cirúrgico (C+) e outro de 105 motoristas
sem história de cirurgia ocular (C–). O seguimento
desses dois grupos de indivíduos computou 25 acidentes
em 5.500.000 quilômetros dirigidos em C+ e 20 acidentes
em 2.500.000 quilômetros dirigidos em (C–). Assumindo
que os grupos são comparáveis em suas características,
a alternativa que exprime, respectivamente, a medida de
associação mais indicada e o seu valor aproximado é:

a) Razão de taxas de incidência; 0,56.
b) Risco atribuível; 0,21.
c) Razão de odds; 1,41.
d) Razão de proporções de incidência; 0,76.
e) Taxa de prevalências; 0,75.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Questão sobre estudos epidemiológicos
e sua medida de associação. Estamos diante
de um estudo que avalia a partir de um fator de risco
presente ou ausente (cirurgia ocular), qual a chance de
ocorrência de acidentes. Logo, estamos avaliando a taxa
de incidência (evento novo em relação ao número em
risco em um determinado tempo) em um grupo e em outro
a fim de calcular a razão (quociente entre duas medidas
relacionadas entre si para avaliar o risco) entre as mesmas
(em outras palavras: razão de taxa de incidências = risco
relativo). No caso, esse tempo nos é dado em quilômetros
rodados para permitir a comparabilidade entre os grupos,
já que o número de quilômetros influencia no risco (quanto
maior, mais exposto foi o indivíduo). Cabe ressaltar que
proporção é o quociente entre duas medidas, sendo que o
numerador está incluído no denominador, ou seja, a fração
daquela população. Já a taxa avalia de uma forma dinâmica
o processo. Vamos aos cálculos (devemos atentar
na pegadinha: a incidência será o número de acidentes
por exposição fornecido pela questão = quilômetros. O
número em risco é o quanto se expôs, ou seja, o quanto
dirigiu - a mesma pessoa pode ter mais de um acidente,
esse risco está relacionada ao quanto foi percorrido):
- Para o grupo C+: 25 acidentes em 5.500.000 quilômetros
= 0,45 x 10 elevado a -5 acidentes/quilômetro rodado (A).
- Para o grupo C-: 20 acidentes em 2.500.000 quilômetros =
0,8 x 10 elevado a -5 acidentes/quilômetro rodado (B).
- Razão: A/B = 0,56. Dessa forma, resposta: “A”.

63
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL NACIONAL DO CÂNCER – RJ

63

A medida de tendência central que corresponde ao
percentil 50 de um conjunto de dados chama-se:

a) Moda.
b) Média aritmética.
c) Mediana.
d) Desvio-padrão.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Inicialmente, devemos relembrar
o que é uma distribuição normal. A curva normal tem
forma de sino, ou seja, é unimodal e simétrica, e o seu
valor é de máxima frequência. A moda coincide com o
valor da média e da mediana. • A média é o centro da
curva. A distribuição de valores maiores que a média
e a dos valores menores que a média é perfeitamente
simétrica, ou seja, se passarmos uma linha exatamente
pelo centro da curva, teremos duas metades, sendo que
cada uma delas é a imagem especular da outra. Sempre
que tivermos uma distribuição normal, 68% dos valores
estarão entre -1 e +1 Desvio-Padrão (DP). E 95,5% dos
valores estão entre -2 e +2 DP. E 99,7% dos valores
estão entre -3 e +3 DP. • MEDIANA: é o valor que divide a
distribuição da variável em 2 partes iguais; não é influenciada
por valores extremos (diferentemente das médias
aritméticas); é considerada mais robusta que a média; é
obtida da seguinte maneira: média aritmética das observações:
n/2 e (n/2)+1 (se o número de observações for
par) OU localizando o valor (n+1)/2 na amostra (se o
número de observações for ímpar). • MODA: a moda de
uma variável é o valor dessa variável que apresenta a
maior frequência, ou seja, aquele que aparece um maior
número de vezes. Ou seja, no percentil 50, a distribuição
da variável foi dividida em duas partes, logo, mediana.
Resposta: item C.

64
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL NACIONAL DO CÂNCER – RJ

64

Estudos de coorte e de caso-controle são desenhos
de estudos epidemiológicos do tipo:

a) Experimentais.
b) Observacionais.
c) Quase experimentais.
d) Naturalísticos.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos rever alguns conceitos
importantes. Estudo de coorte: trata-se de um estudo
tipo observacional, em que os indivíduos são acompanhados
ao longo de um período; portanto, longitudinal.
Nesse caso, “partimos” dos fatores de risco “em direção”
à doença. Os fatores de risco podem, inclusive, ser raros
(uma vez que selecionaremos pacientes com esses fatores
desde o início); entretanto, a doença não. Em resumo:
OBSERVACIONAL – LONGITUDINAL – INDIVIDUADO
– PROSPECTIVO. Caso-controle: trata-se de um estudo
tipo observacional, em que os indivíduos são analisados
de forma retrospectiva; partimos da doença em busca dos
fatores de risco. Por isso, inclusive, que a doença pode ser
rara. Em resumo: OBSERVACIONAL – LONGITUDINAL
– INDIVIDUADO – RETROSPECTIVO. Logo, ambos são
observacionais. Resposta: item B.

65
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

FUNDAÇÃO JOÃO GOULART –
HOSPITAIS MUNICIPAIS – RJ

65

Desenvolvendo um estudo de caso-controle sobre a
relação entre o consumo de álcool e o câncer gástrico, um pesquisador encontrou um valor de Odds Ratio de 12,7.
Revendo seus dados, percebeu que havia uma correlação
positiva entre o consumo de álcool e o tabagismo, sendo
este também fator de risco para o câncer gástrico. Diante
desses resultados, o tabagismo poderia ser considerado
uma variável de:

a) Seleção.
b) Aferição.
c) Confusão.
d) Intermediação.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos relembrar cada um desses
vieses. Seleção: ocorre quando eu seleciono os indivíduos
que irão participar do meu estudo de forma errada.
Exemplo: eu seleciono um grupo com idade média bem
mais elevada do que outro em um estudo que investiga
a longevidade. Aferição: ocorre quando a medição dos
pacientes ocorre de forma errada. Exemplo: fazer um
estudo sobre pressão arterial com o esfigmomanômetro
quebrado. Confusão: ocorre quando um segundo (ou
terceiro ou quarto…) fator de risco, diferente do que eu
estou estudando, leva ao mesmo desfecho do meu estudo.
Um bom exemplo foi visto no enunciado da questão,
pois, no estudo comentado, o tabagismo (segundo fator
de risco) também leva ao desfecho avaliado (câncer),
embora não seja o fator de risco em foco (uso de álcool).
Concluindo, resposta: letra C.

66
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG

66

Em um estudo epidemiológico observacional para
avaliar o Uso de Drogas Injetáveis (UDI) no desenvolvimento
de sorologia positiva para o vírus da hepatite C, o
Risco Relativo (RR) de soroconversão associado ao UDI
foi de 5,3 (IC 95% 1,5-10,1). Após ajuste pelo número de
parceiros sexuais na vida, o RR reduziu para 4,0 (IC 95%
1,2-6,2). Com base nessas informações, assinale a alternativa
CORRETA:

a) A redução do Risco Relativo após ajuste aponta que o
UDI não é fator associado à soroconversão.

b) O número de parceiros sexuais deve ser considerado
fator de confusão para a associação entre UDI e a soroconversão.
p>

c) O limite inferior de 1,2 do IC 95% sugere que o UDI não
é fator de risco para a soroconversão.

d) O risco de soroconversão associado ao UDI deve ser
avaliado em um estudo experimental e não observacional.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Questão para analisar o RR e o
intervalo de confiança. O que temos? RR com e sem ajuste
de número de parceiros maior do que 1. Portanto, o fator
em pesquisa é de risco. E o IC? Com e sem ajuste o IC só
englobou valores acima de 1. Portanto, houve significância
estatística. Agora, um ponto foi interessante: quando ajustado,
o RR caiu. Por que isso? Porque o número de parceiros
sexuais é um fator de confusão, pois está ligado tanto ao risco
(uso de drogas), quanto ao desfecho (hepatite C). Vamos
analisar as alternativas: Letra A: INCORRETA, pois como
dito anteriormente, o número de parceiros está relacionado
à soroconversão. Letra B: CORRETA. Já explicada. Letra
C: INCORRETA, pois 1,2 é maior do que 1, sendo, então,
considerado um valor para o risco. Letra D: INCORRETA, pois
estudos observacionais longitudinais também avaliam o risco.
Não precisam de intervenção. Portanto, resposta: letra B.

67
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014
(ACESSO DIRETO DISCURSIVA)
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE –
SUS – BAHIA – BA

68

Um estudo recrutou de outubro de 1999 a janeiro de
2001 cerca de 4.500 mulheres de clínicas ginecológicas de
cinco países nórdicos para responderem um questionário
de violência contra a mulher (Lancet 2003; 361:2107-13).
Todas as mulheres atendidas neste período foram convidadas
a participar, sendo que 77% delas aceitaram participar.
As participantes preencheram o questionário de
forma confidencial. O questionário apresentava questões
correspondentes à idade, sexo, estado civil, números de
partos, experiências de abuso físico, psicológico e emocional
na vida, abusos relatados ou não nas consultas
médicas, entre outras. A tabela abaixo apresenta alguns
dos resultados da pesquisa:

O abuso, tanto físico, emocional como sexual não foi
mencionado na última consulta médica por 97% das pacientes;
IC 95% (96%-98%). Com base nessas informações,
cite duas variáveis independentes do estudo epidemiológico
realizado.

A

Enquanto a sensibilidade e
especificidade de um teste são propriedades intrínsecas
do teste e não se alteram com a probabilidade pré-teste
(prevalência), os valores preditivos positivo e negativo
são, sim, influenciados. O Valor Preditivo Positivo (VPP)
aumenta com o aumento da prevalência, enquanto o Valor
Preditivo Negativo (VPN) diminui. OPÇÃO “A” CORRETA.
A sensibilidade não tem relação direta com o VPP. Entretanto,
a especificidade pode alterar o VPP, uma vez que
testes com alta especificidade possuem poucos falso-
-positivos que, quando observados na perspectiva do VPP,
aumentam seu valor. Assim, o aumento da especificidade
aumenta o VPP. Como a sensibilidade é inversamente
proporcional à especificidade, quanto maior a sensibilidade,
menor a especificidade e menor o VPP. OPÇÃO “B”
INCORRETA. Testes de triagem objetivam poucos falso-
-negativos (tentativa de rastrear todos os possíveis casos
positivos). Por isso, se utilizam de testes com alta sensibilidade.
A confirmação diagnóstica é realizada mais tarde
com testes de alta especificidade. OPÇÃO “C” ERRADA.
O VPP é diretamente proporcional à prevalência. OPÇÃO
“D” INCORRETA. Sensibilidade de um teste é a relação
entre verdadeiro-positivos entre todos os indivíduos que
apresentam a doença. OPÇÃO “E” INCORRETA.

68
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014
(ACESSO DIRETO DISCURSIVA)
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE –
SUS – BAHIA – BA

68

Um estudo recrutou de outubro de 1999 a janeiro de
2001 cerca de 4.500 mulheres de clínicas ginecológicas de
cinco países nórdicos para responderem um questionário
de violência contra a mulher (Lancet 2003; 361:2107-13).
Todas as mulheres atendidas neste período foram convidadas
a participar, sendo que 77% delas aceitaram participar.
As participantes preencheram o questionário de
forma confidencial. O questionário apresentava questões
correspondentes à idade, sexo, estado civil, números de
partos, experiências de abuso físico, psicológico e emocional
na vida, abusos relatados ou não nas consultas
médicas, entre outras. A tabela abaixo apresenta alguns
dos resultados da pesquisa:

O abuso, tanto físico, emocional como sexual não foi
mencionado na última consulta médica por 97% das pacientes;
IC 95% (96%-98%). Com base nessas informações,
cite duas variáveis independentes do estudo epidemiológico
realizado.

A

Primeiramente, qual foi o estudo?
Foi um estudo observacional, pois não houve a introdução
de um novo tratamento. Foi individuado, pois cada uma
das mulheres recebeu o questionário e cada resposta foi
analisada. Agora, não houve acompanhamento, foi só um
retrato da situação (transversal), não houve um estudo
de risco-desfecho e sim dados absolutos. Portanto,
observacional, individuado, transversal = prevalência ou
transversal. Agora, o outro conceito da questão. O que
é a variável independente? Ela é o risco. E qual foi o
risco da questão? Idade, sexo, estado civil, número de
partos, cidade, mencionar abuso na consulta médica.
Resposta: Idade, sexo, estado civil, número de partos,
cidade, mencionar abuso na consulta médica.

69
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DE PORTO ALEGRE – RS

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Associe os objetivos às fases do estudos terapêuticos.
1 - Identificar o intervalo de dose bem tolerado e seguro.
2 - Obter informação preliminar da relação entre dose e efeito.
3 - Identificar efeitos adversos incomuns.
4 - Identificar efeitos adversos comuns.

5 - Obter informação preliminar da eficácia do tratamento.
( ) Ensaios da fase I.
( ) Ensaios da fase II.
( ) Ensaios da fase III.
A sequência numérica CORRETA, de cima para baixo, da
primeira coluna, é:

a) 1 - 2 - 4.
b) 1 - 3 - 5.
c) 3 - 1 - 2.
d) 3 - 4 - 1.
e) 4 - 5 - 3.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos fazer uma revisão: FASES
DA EXPERIMENTAÇÃO DE UM NOVO MEDICAMENTO:
FASE PRÉ-CLÍNICA: Toda molécula identificada em experimentações
in vitro obtendo potencial terapêutico deve
ser aplicada em animais antes de ser utilizada em seres
humanos. Buscam informações preliminares sobre a atividade
farmacológica e a segurança do produto. Estima-se
que 90% das substâncias sejam eliminadas nesta fase.
FASE I: São os primeiros ensaios envolvendo seres
humanos com novas substâncias. Geralmente realizados
em voluntários sadios. Tem como objetivo avaliar, de forma
preliminar, a segurança (não eficácia) e estabelecer o perfil
farmacocinético e farmacodinâmico da nova substância.
Avaliação preliminar da dose e intervalo da substância
que pode ser administrada. FASE II (pesquisa terapêutica
piloto): geralmente realizada em pequeno número de
pacientes para os quais o novo medicamento possa ser
benéfico. Tem como objetivo avaliar a eficácia e segurança
em curto prazo, e determinar melhor a dose a ser utilizada.
Iniciam-se os estudos controlados com placebo. FASE
III (pesquisa terapêutica ampliada): envolve um grande
número de pacientes. Objetiva terminar a eficácia e segurança
em curto e longo prazo das diversas formulações
do novo princípio ativo, e estabelecer o valor terapêutico
do medicamento. Compara o novo medicamento com o
tratamento padrão existente para a mesma condição.
FASE IV (pesquisa pós-comercialização): estudos de
farmacovigilância (inquéritos, caso-controle, coortes etc).
Objetiva detectar a incidência de reações adversas pouco
frequentes ou não esperadas, determinar os efeitos do
produto em longo prazo, avaliar os efeitos do produto em
populações não estudadas. Resposta, item A.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014

HOSPITAL MOINHOS DE VENTO – RS

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Determinado estudo randomizou cerca de 10.000
pacientes com alto risco cardiovascular para receberem
atorvastatina 10 mg ou placebo, uma vez ao dia, por 5
anos. Ao final do seguimento, observou-se um efeito benéfico
da atorvastatina, com 3% de mortalidade total, frente
a 5% de mortes no grupo-controle. Sobre o anunciado,
é CORRETO afirmar que:

a) Em relação ao grupo placebo, a atorvastatina reduz a
mortalidade em 50 vezes.

b) É necessário tratar 10 pacientes com atorvastatina por
um ano para evitar uma morte.

c) É necessário tratar 50 pacientes com atorvastatina por
cinco anos para evitar uma morte.

d) A redução relativa do risco com o uso de atorvastatina
é de 2%.

e) A cada 1.000 pacientes tratados com atorvastatina por
cinco anos, 50 beneficiam-se do seu uso.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vamos calcular as principais
medidas de associação: - Redução do Risco Relativo (ou
Redução Relativa do Risco): 1 – RR = 1 – 3%/5% = 1 - 60% =
1 - 0,6 = 0,4 = 40% - Redução Absoluta do Risco (RAR): Incidência
morte controle – Incid. morte experimento = 5% - 3%
= 2% - NNT (Número Necessário a receber o Tratamento):
1/RAR = 1/2% = 50 pessoas. Assim, concluímos que a única
alternativa correta é a letra C.