Problema 1 - Dor Nociceptiva Flashcards
Conceitue dor
Uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada ou semelhante àquela relacionada a uma lesão tecidual real ou potencial
Quais as dimensões da dor? (3)
- sensitivo-discriminativo
- afetivo-motivacional
- cognitivo-avaliativa
O que a dimensão da dor sensitivo-discriminativo interpreta?
Percepção e à detecção do estímulo nocivo no que diz respeito à intensidade, localização, duração e qualidade, sendo, portanto, mais relacionado com a dor aguda
O que a dimensão da dor afetivo-motivacional interpreta?
Percepção dolorosa é responsável pela associação e pela integração da informação dolorosa com a experiência afetiva e/ou emocional que conduz a reações comportamentais
O que a dimensão da dor cognitivo-avaliativa interpreta?
Relação entre dor e humor, entre as reações emocionais e comportamentais desencadeadas elo processo doloroso, e é mais relacionado com aspectos da dor crônica.
Qual a função biológica da dor?
Uma das funções do sistema nervoso é enviar informações sobre a ocorrência ou perigo de lesão aos nossos órgãos e tecidos.
Quais as 4 fases no processamento da informação dolorosa nos diferentes níveis do sistema nervoso?
- Transdução
- Condução
- Modulação
- Percepção (Tradução)
Em termos gerais, como funciona a transdução?
Estímulos como deformação mecânica no tecido e aumento ou diminuição da temperatura no tecido podem regular diretamente os canais de íons na membrana plasmática do nociceptor, dando assim origem ao potencial do receptor
Quais os principais tipos de nociceptores?
- Canais iônicos mecanossensíveis
- Canal iônico TRPV1 (termossensível)
- Nociceptores purinérgicos (respondem ao ATP)
Nociceptores mecânicos
Respondem à pressão intensa. Predomina fibras do tipo A delta → velocidade de condução de 5 a 30 m/s
Nociceptores térmicos
Respondem a temperaturas >45°C ou <5°C. Predomina fibras do tipo A delta → velocidade de condução de 5 a 30 m/s
Nociceptores polimodais
Não são seletivos e respondem a estímulos térmicos, mecânicos e químicos de intensidade nociva. Terminações livres de fibra tipo C → mais lentas (<1 m/s)
Fibras Aδ delta
- condução de dor rápida
- Tem campo receptivo menor e confere melhor localização do estímulo
- Estão envolvidas com a informação inicial, breve e localizada da dor
- Mielinizadas, pequeno diâmetro (1-5μm)
- Chegam nas lâminas I e II de Rexed
- Libera apenas glutamato
Fibras C
- condução de dor lenta
- Experiência nociceptiva difusa, retardada e prolongada
- Não mielinizadas, diâmetro menor (<1μm)
- Chegam nas lâminas I e II de Rexed
- Libera glutamato e substância P
Trato Neoespinotalâmico
- Fibras A delta
- Axônios de neurônios nociceptivos específicos
- As fibras desse trato são as principais responsáveis pela condução da dor rápida
- Envolve uma cadeia de três neurônios
Trato Paleoespinotalâmico
- Fibras C
- Leva informações de dor lenta
- Recebe axônios de neurônios dinâmicos de amplo espectro
- Envolve pelo menos quatro neurônios
Trato espinotalâmico
- É o trato ascendente nociceptivo mais proeminente da medula
- Inclui axônios de neurônios específicos nociceptivos, termossensíveis e os de amplo espectro dinâmico (polimodais)
- Os neurônios cruzam a linha média e ascendem na substância branca anterolateral (contralateral)
- Dividido em neoespinotalâmico e paleoespinotalâmico
O que é a Teoria do portão?
As informações sensoriais que chegam no córtex cerebral são selecionadas (moduladas) no nível medular (corno posterior da medula espinal)
Mecanismo da Teoria do portão
As fibras C inibem o interneurônio inibitório e a fibras A beta (tato) ativam o interneurônio inibitório
A fibra A beta não nociceptiva é estimulada em baixo limiar (menor do que a fibra C)
Modo de regular a dor, como a fibra não dolorosa ativa o interneurônio inibitório e a fibra C (dolorosa) tem alto limiar de estimulação e é mais facilmente inibida.
Transmissão da dor
- Nociceptor é sensibilizado pela temperatura, estresse mecânico ou substâncias inflamatórias
- Gera-se um potencial de ação que chega à medula pelo aferente nociceptivo
- O aferente nociceptivo faz sinapse com o neurônio II da via (neurotransmissor principal é o glutamato. As fibras C apresentam também a substância P)
- Neurônio II cruza para o trato espinotalâmico lateral e sobre a medula até encontrar o neurônio III
Modulação no nociceptor (periférica)
Dessensibilizam as fibras nociceptivas ou impedinde que outras substâncias sensibilizem os nociceptores.
Quais as famílias de opióides endógenos? (3)
- Encefalinas
- Endorfinas
- Dinorfina
Quais são os principais neurotransmissores inibitórios? (3)
- GABA (ácido gama-aminobutírico)
- Serotonina (5-HT)
- Dopamina (DA)
Quais os principais mediadores inflamatórios que sensibilizam nociceptores?
- Bradicinina
- IL-1 beta, IL-6
- Prostaglandinas
- Serotonina (5-HT)
- Histamina
Neuromoduladores (5)
- Dopamina (DA)
- Serotonina (5-HT)
- Acetilcolina (ACh)
- Histamina
- Norepinefrina (NE)
Neurotransmissores excitatórios (6)
- Glutamato (Glu)
- Acetilcolina (ACh)
- Histamina
- Dopamina (DA)
- Norepinefrina (NE) ou noradrenalina (NAd)
- Epinefrina (Epi) ou adrenalina (Ad)
Como os opioides agem nos receptores opioides em nível de nociceptores?
- Levando ao efluxo de K+, hiperpolarizando a célula e aumentando o limiar de excitabilidade dos nociceptores
- Restringindo a entrada do Ca+2 e consequentemente reduzindo a liberação de neurotransmissores
Modulação no corno posterior
- TEORIA DO PORTÃO
- Através dos neurônios inibitórios locais, liberando encefalina ou dinorfina.
- A atividade nos ramos colaterais dos aferentes não nociceptivos diminui ou impede a transmissão da informação nociceptiva para o neurônio II na medula espinal
Modulação da via neuronal de ação rápida do tronco encefálico
Cérebro estimula substância cinzenta periaquedutal (SCPA) → produz encefalina → estimula liberação de serotonina nos núcleos da rafe → manda sinal inibitório descendente → neurotransmissores na medula ativam interneurônio inibitório → bloqueia ou diminui estímulo da dor
Modulação hormonal da dor
Envolvendo a substância cinzenta periventricular (SCPV) no hipotálamo, a glândula hipófise (libera betaendorfina) e a medula adrenal
Estímulo do hipotálamo estimula a hipófise a produzir ACTH (produção de cortisol nas suprarrenais)
Modulação com Inibição descendente do córtex cerebral
No nível cortical, expectativas, excitação, distração e placebo desempenham um papel no ajuste da transmissão dos sinais nociceptivos.
Esse estímulo parte do córtex → inibição descendente córtico talâmica, feita através de substâncias inibitórias como GABA, encefalina, endorfina.
Dor espontânea
Sensações dolorosas sentidas sem estímulo evidente (Sensação similar a choque elétrico, queimação)
Alodínia
Dor decorrente de um estímulo que normalmente não provoca dor (p. ex., toque, movimento, frio, calor)
Hiperalgesia
Resposta aumentada a um estímulo que é normalmente doloroso
Disestesia
Sensação anormal desagradável, seja espontânea, seja provocada
Parestesia
Sensação anormal não desagradável, seja espontânea, seja provocada
Hipoestesia
Sensibilidade reduzida ao estímulo
Anestesia
Perda total da sensibilidade (especialmente da tátil)
Hipoalgesia
Sensibilidade reduzida a um estímulo doloroso
Analgesia
Ausência de dor em resposta a um estímulo doloroso
Dor Nociceptiva
- Lesão tecidual.
- Dor latejante, à palpação e movimento.
- Localizada no local da lesão.
Dor Neuropática
- Lesão ou disfunção do sistema nervoso.
- Parestesia, hipoestesia, disestesia, alodínia.
- Distribuição dermatomérica.
Dor Nociplástica
- Alterações na nocicepção sem dano tecidual.
- Critérios: Dor > 3 meses, difusa, sem explicação nociceptiva ou neuropática clara, hipersensibilidade à dor, comorbidades (fibromialgia, síndrome do cólon irritável, sintomas psicológicos).
As duas das mais importantes regiões talâmicas de processamento nociceptivo
- Grupo nuclear radial
- Grupo nuclear medial
O grupo nuclear lateral é subdividido em 3 subgrupos:
- Subgrupo posterior
- Subgrupo dorsal
- Subgrupo ventral
De onde chegam os sinais no grupo nuclear lateral?
Recebem aferências do trato espinotalâmico de neurônios nociceptivos das lâminas I e V.
Qual a função do tálamo lateral?
Processamento da informação sobre a localização precisa de uma lesão, informação que geralmente é levada à consciência como dor aguda.
O grupo nuclear medial é subdividido em 2 subgrupos:
- Núcleo dorsomedial
- Núcleos intralaminares
Qual a função do tálamo medial?
Respondem de maneira ideal a estímulos nocivos e se projetam de forma ampla para os núcleos da base e diferentes áreas corticais.
De onde chegam os sinais no grupo nuclear medial?
Sua principal entrada é de neurônios das lâminas VII e VIII do corno dorsal → trato paleoespinotalâmico.
Regiões do córtex que respondem fortemente a estímulos somatossensoriais nociceptivos (2)
- Giro cingulado
- Córtex insular
Função do giro cingulado
- Parte do sistema límbico
- Processamento do estado emocional associado à dor
Função do córtex insular
- Processa a informação sobre o estado interno do corpo
- Integração dos componentes sensoriais, afetivos e cognitivos da dor
Hiperalgesia Primária
- Sensibilização periférica
- Ocorre no local da lesão
- É resultante da intensa sensibilização periférica dos nociceptores
Hiperalgesia secundária
- Sensibilização central
- AUMENTO DOS CAMPOS RECEPTIVOS
- Ocorre ao redor da área em que o tecido foi lesado.
- Depende de mecanismos centrais que aumentam a excitabilidade do sistema nociceptivo
Conceito de Cuidados Paliativos (OMS) (11)
- Equipe multidisciplinar.
- Melhoria da qualidade de vida do paciente e familiares.
- Doença que ameace a vida.
- Prevenção e alívio do sofrimento.
- Identificação precoce.
- Avaliação impecável.
- Tratamento de dor e demais sintomas.
- Sintomas físicos.
- Sintomas sociais.
- Sintomas psicológicos.
- Sintomas espirituais.
Princípios dos cuidados paliativos (7)
- Alívio da dor e outros sintomas estressantes.
- Reconhecimento da vida e morte como processos naturais.
- Integração dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao cuidado clínico.
- Não acelerar nem retardar a morte.
- Apoio à família no ambiente do paciente.
- Suporte para que os pacientes vivam ativamente até a morte.
- Abordagem interdisciplinar para atender às necessidades clínicas e psicossociais, incluindo suporte ao luto.
Dor total
Dor experienciada pelo paciente, abrangendo não apenas a dor física, mas também a dor emocional, social e espiritual.
Sofrimento existencial
Dimensão do sofrimento enfrentado por pacientes em cuidados paliativos, que vai além da dor física e emocional.
Relacionado a questões fundamentais da vida e da morte, como o sentido da vida, o propósito do sofrimento, o medo da morte e questões espirituais ou religiosas.
Quais as fases da evolução das doenças? (3)
- Fase inicial (Condição Complexa Crônica de Longo Prazo)
- Fase intermediária (Condição/Doença Crônica Avançada)
- Fase avançada (Condição Terminal)
O que é feito na fase inicial da evolução das doenças? (4)
- tratamentos são focados na doença e na sobrevida
- prevenção secundária/terciária
- estabelecimento de diretivas antecipadas
- reabilitação
O que é feito na fase intermediária da evolução das doenças? (4)
- foco na condição e qualidade de vida
- avaliação multidimensional
- planejamento de cuidados
- prevenção de crises
O que é feito na fase avançada da evolução das doenças? (6)
- Foco em qualidade de vida
- Revisões e ajustes frequentes
- Necessidades essenciais
- Sedação
- Nutrição e hidratação
- Luto