Problema 05 Flashcards
Composição da bile
- Água
- Colesterol
- Sais biliares
- Fosfolipídios
- Bilirrubina conjugada
- Proteínas
- Eletrólitos
Quais são os compostos lipídicos da bile e seus potenciais de solubilização
Explique como ocorre a solubilização do colesterol na bile durante seu transporte à vesícula
- Inicialmente, o colesterol agrega-se nas micelas simples e, posteriormente, com a junção do fosfolipídios formam as vesículas unilamelares - que são mais estáveis e com alta capacidade de solubilização do colesterol
- Durante o transporte, há ainda a formação de micelas mistas pelos agregados lipídicos, que aumentam a capacidade de solubilização do colesterol
Desse modo o colesterol é transportado até a vesícula
Como a alteração no transporte do colesterol pode levar a formação de cálculos?
- Se o teor de colesterol na bile exceder a capacidade de solubilização das micelas, ocorrerá a formação da bile supersaturada (litogênica)
- Que possui vesículas multi-lamelares (instáveis) e ricas em colesterol
- Esses colesteróis podem se fundir e fomar cristais mono-hidratados de colesterol
- Processo de nucleação do colesterol
Estão criadas as condições para o desenvolvimento de uma colicistopatia litiásica, a qual, porém, ainda depende de outros fatores para ocorrer
Cite os 3 principais mecanismos de nucleação do colesterol
- Hiperconcentração do colesterol na bile sem o aumento correspondente de sais biliares e/ou fosfolipídios
- Diminuição da motilidade vesicular
- Diminuição no transito intestinal
Explique os mecanimos envolvidos com a contratilidade da vesícula e com o trânsito intestinal à formação de cálculos
- Hipo-contratilidade da vesícula: leva à estase biliar e hiper-saturação do colesterol pelo esvaziamento não satisfatório durante a alimentação após períodos de armazenamento (ex: jejeum)
-
A diminuição da motilidade intestinal pode promover:
- Maior reabsorção do colesterol
- Modificação do pool (reservatório) de sais biliares pela desconjugação do ác. cólico em ác. deoxicólico, aumentando a secreção do colesterol na bile
Cite são os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na etiologia multifatorial da formação de cálculos biliares
- Desequilíbrio da secreção do colesterol biliar
- Reação inflamatória do epitélio da vesícula
- Produção de mucina
- Distúrbios da motilidade da vesícula biliar (hipomotilidade)
- Alterações na circulação êntero-hepática dos sais biliares
Implica na combinação de mais de um evento fisiopatológico, culminando na ruptura do equilíbrio entre os principais componentes da bile e nucleação ou cristalização do colesterol
Supersaturação do colesterol + excesso de bilirrubina + hipomotilidade da vesícula
Epidemiologia da colelitíase
- Doença assintomática em 80% dos pacientes
- Descoberta acidentalmente
- Anualmente: manifesta sintomas ou complicações em 1 a 2% dos pacientes
- Em 15 anos: cerca de 20% dos pacientes vão apresentar sintomas
- É capaz de manifestar complicações futuras (taxa de 0,1 a 0,3% /ano):
- Colangite
- Coledocolitíase
- Pancreatite
- Colangiocarcinoma (mais raro)
- Quais são os tipos de pedras biliares mais comuns?
- Cite seus fatores associados (fatores de risco)
Pedras de colesterol (90%)
- Obesidade
- Idade
- Sexo feminino (9% M e 6% H) e gravidez
- Nutrição parenteral total e perda rápida de peso
- Medicações (ACO, análogos da somatostatina)
Pedras pretas ou marrons (2%): ind com alta rotatividade de hemoglobina
- PRETAS: associada à cirrose, doença do Íleo, anemia falciforme e fibrose cística
- MARRONS: população sudeste asiático, associada à estase intra-ductal e colonização bacteriana crônica da bile
Qual a fisiopatologia dos quadro clínico da pedra no:
- Ducto cístico
- Ducto colédoco
O quadro resulta da obstrução derivada da pedra nos ductos
- Cólica biliar: obstrução temporária do cístico (a pedra se aloja no cístico antes do ducto se dilatar e, depois, retorna a vesícula). Em geral, de curta duração → patologia: colelitíase
- Colecistite: obstrução persistente do cístico, podendo levar à colecistite aguda
-
Passagem e alojamento da pedra no colédoco.
- Icterícia obstrutiva.
- Patologia → coledocolitíase.
Qual a fisiopatologia da evolução da colelitíase para:
- Coledocolitíase
- Pancreatite biliar
- Fístula intestinal
- A pedra passa ao colédoco → coledocolitíase
- A pedra se aloja na ampola de Vater (hepato-pancreática) → pancreatite aguda biliar
- Resultante do acúmulo de fluído e consequente aumento de pressão no ducto pancreático ⇒ Ativação in situ das enzimas pancreáticas
- Eventualmente, grandes cálculos podem perfurar a parede da vesícula → formação da fístula
- Intestino delgado ou grosso ⇒ obstipação intestinal ou ileal
Qual o quadro clínico geral da colelitíase?
(História e exame físico)
Tipicamente apresenta sintomas como cólica biliar (dor em pontada intermitente em hipocôndrio direito), frequentemente associada a náuseas e vômitos, pode haver diaforese. Os exames laboratoriais costumam ser normais.
Exame físico:
Deve ser feito minuciosamente: útil à distinção entre Colecistite aguda e colelitíase não complicada ou outras complicações
Na cólica biliar não complicada: pct é afebril e tem um exame abdominal benigno sem rebote ou outros sinais
Explique como é a característica da cólica biliar
É geralmente causada pela contração da vesícula em resposta a alguma estimulação, forçando a pedra através da vesícula na abertura do cístico. Havendo:
- Aumento da tensão e pressão na parede da vesícula à dor em cólica
Com o relaxamento da parede, as pedras geralmente caem de volta dentro da vesícula. A dor melhora dentro de 30 a 90 min.
Qual a influência da alimentação gordurosa na colelitíase?
É um gatilho comum para contração da vesícula. A dor, em geral, inicia-se dentro de 1 hora após a comida gordurosa, sendo frequentemente descrevida como:
- Intensa
- Maçante (extenuante)
Podendo durar de 1 a 5 horas. Contudo, essa associação com as refeições não é para todos os pacientes. Outra porção significativa possui dor noturna, sem a dor diurna
Como é o quadro clássico da colecistite aguda?
Ocorre quando há persistência da pedra alojada no ducto cístico, tornando a vesícula biliar distendida e inflamada. O paciente pode também apresentar:
- Febre
- Dor em hipocôndrio direito
- Sensibilidade no local da vesícula biliar
- Sinal de Murphy: paciente suspende a inspiração por dor a compressão do rebordo costal direito