Problema 03 Flashcards
Definição de Esteatose hepática não alcoólica
termo usado para caracterizar a evidência de esteatose hepática no ex de imagem ou histológico, sem que haja causa secundária - como o consumo crônico de álcool, o uso crônico de medicações ou doenças hereditárias.
Qual o mínimo de consumo de álcool para se caracterizar uma Esteato-hepatite alcoólica?
- Mulheres: consumo contínuo recente > que 14 drinks/semana
- Homens: > que 21 drinks/semana
Qual a epidemiologia da Doença Hepática Gordurosa Não alcoólica?
A DHGNA tem aumentado de prevalência - em especial no países ocidentais
Fatores: obesidade, em especial de obesidade infantil, sedentarismo, fast foods e uma expectativa de vida mais longa
Prevalência de DHGNA estimada:
- Adultos obesos: 80 a 90%
- Pacientes com DM: 30 a 50%
- Hiperdislipidemia: 90% ou mais
- Crianças obesas: 40 a 70%
- Crianças: 3 a 10%
Fisiopatologia Geral da Estato-hepatite não alcoólica
Possui componente multifatorial para desenvolvimento e progressão: ambiental e genético
Em 1998, Day e James propuseram o modelo dos 2 hits para patogêneses da DHGNA e seu desenvolvimento em EHNA

Explique o 1° hit
Causado pela resistência à insulina, que leva à acumulação gotículas de gordura, as quais são triglicerídeos no citoplasma dos hepatócitos, levando à esteatose hepática
- Variações genéticas no IRS-1, IRS-2 ou na proteína macrossomal transportadora de trig (MTP) levam a maior tendências a desenvolvimento da DHGNA
EVENTO MULTIFATORIAL
Explique o 2° hit (multíplos hits)
A excessiva carga de ác. graxos no fígado o deixam mais vulnerável à lesão, sendo seus mecanismos apoiados na metabolização dos ác. graxos pelos hepatócitos (oxidação peroxisomal, metabolismo na P450 e produção de EROs pela cadeia respiratória), Isso leva a uma insuficiência de antioxidantes pela carga de EROs e, assim, o desenvolvimento da EHNA e fibrose.
- Obesidade: faz a liberação de mediadores inflamatórios como TNF-a e IL-6, levando danos aos hepatócitos
- Resistência insulínica: uma das responsáveis pela progressão à EHNA e fibrose, por estimular a deposição de colágeno sinoidal.
Definição histopatológica de DHGNA e EHNA
DHGNA: mais que 10% dos hepatócitos com gotículas de gordura à biópsia
EHNA: esteatose, inflamação lobular e hepatócitos em balão – vistos aparentemente nas cel esteatóticas hepáticas da zona 3.
Fibrose geralmente está presente, mas não é necessária ao diagnóstico
Como é o diagnóstico da DHGNA e EHNA?
Os pacientes são, em geral, assintomáticos ou com sintomas inespecíficos, e os exames laboratoriais são boas opções (exceção na EHNA quando associada a cirrose, insuficiência hepática ou hepatocarcinoma)
- Aumento sérico das transaminases (1° anormalidade)
- Razão AST/ALT < 1
Com a progressão da doença:
- Hipoalbunemia
- Hiperbilirrubinemia
- Trombocitopenia
- TAP aumentado
Exames de imagem: USG de abdome é usado para identificar a esteatose hepática, mas o padrão ouro é a biópsia
Escores clínicos podem avaliar a probabilidade de fibrose concomitante
Tratamento da DHGNA e EHNA
MEV são recomendados a todos os pacientes com DHGNA, por esses pacientes possuirem desordem metabólica e maior risco de doenças cardiovasculares
Perda de peso recomendada:
- Esteatose simples: 3 a 5%
- EHNA: 7 a 10%
Além disso, controle adequado da:
- Hiperlipidemia com estatinas
- Hipertensão
- Glicemia
Os pacientes com EHNA com cirrose devem fazer screening de carcinoma hepatocelular com USG/6 meses.
Diangóstico diferencial da EHNA
- Doença hepática alcoólica
- Hepatite C (genótipo 3)
- Doença de Wilson
- Hepatite tóxica por medicamentos como:
- Amiodarona
- Metotrexato
- Tamoxifen
- Glicocorticoides
- Valproato
- Antirretrovirais
- Síndrome de Reye
- Hepatopatias mitocondriais
O que é a hepatite autoimune?
Doença inflamatória crônica e progressiva do fígado sem uma causa conhecida. Seu mecanismo é pensado como predisposição genética e desencadeamento ambiental
Etiologia da hepatite autoimune
Não há uma causa específica, mas alguns anticorpos são associados a tipos da hepatite autoimnune:
- Tipo 1: presença de anticorpo anti-músculo liso com ou sem anticorpos nucleares
- Tipo 2: presença de anticorpos anti-fígado e anti-renais (anti-LMK) tipo 1 ou anticorpos anti-fígado citosólico (anti-LC) tipo 1
Epidemiologia da hepatite autoimune
-
Tipo 1
- Corresponde a 80% dos diagnósticos de HA
- 75% manifesta-se em mulheres jovens ou de meia idade
-
Tipo 2
- Mais comum em adultos jovens
- Geralmente, apresenta insuficiência hepática fulminante
- Mais comum em mulheres do que em homens
- Proporção: 3,6:1
Fisiopatologia da hepatite autoimune
Baseia-se em uma falha secundária a tolerância imunológica em indivíduos geneticamente susceptíveis, levando a uma inflamação imuno-mediada por células T causada por desencadeadores ambientais (infecções, medicações e toxinas)
- Medicações de destaque: Nitrofurantoína e minociclina e TNF-α
Histopatologia típica da Hepatite Autoimune
- Hepatite de interface
- Fibrose em rosetas
- Regeneração de nódulos
- Cirrose
Os achados são inespecíficos e devem ser alidos a um critério diagnóstico de HA: provável ou definitivo
- Sexo
- Eleveação de trasaminases
- História de doença autoimune em 1° grau
- Exclusão de outras causas…(procurar no app para ver completo)
Quadro clínico da hepatite autoimune
Tem um amplo aspecto de apresentação, desde elevação assintomática das enzimas hepáticas até hepatite fulminante
Depende do estágio da doença, mas são comuns:
- Fadiga e mal-estar
- Icterícia
- Dor abdominal e, às vezes, artralgias
- Hepatomegalia (78%) - esplenomegalia pode estar associada
- Icterícia (69%)
Pode apresentar-se com outras doenças autoimunes como:
- Doenças de Graves
- Artrite reumatoide
- Doença celíaca e DM tipo 1
- Colite ulcerativa
- Anemia hemolítica e trombocitopenia imunológica
Diagnóstico da Hepatite Autoimune
Deve ser considerada em nos ind com doença do fígado aguda ou crônica
Uma abordagem de múltiplas perspectivas é abordada:
- Determinação de sintomas
- Testes laboratoriais
- Comuns: elevação das transaminases e gama GT (seus níveis séricos indicam a gravidade da doença e prognóstico)
- Não tão comum: elevação da fosfatase alcalina
- Biópsias
Os marcadores sorológicos necessários para dx da HA:
- Anticorpos anti-nucleares (FAN – fator anti-nuclear)
- Anticorpos anti-músculo-liso (AML)
- Anticorpos para microsfera hepática-renal (anti-LKM1)
- LR dos testes: negativa é alta, mas positiva é baixa
Diagnóstico diferencial e prognóstico
- Cirrose biliar primária
- Colangite esclerosante primária
- Hepatite A, B, C, D, E
- Outras doenças do fígado: EHNA
O prognóstico à maioria dos pacientes com HA é guardado. Embora a sobrevida tenha melhorado nas últimas 2 décadas, ela ainda é baixa
Sobrevida de pacientes com HA não tratada:
- 5 anos: 50%
- 10 anos: 10%
Remissão da HA após o tratamento:
- 60 a 80% dos pacientes
- 50% terão recaída