Pneumologia Flashcards
Escala de Fagerström. O que é, pontuação e relevância clínica
- O que é: Avalia a dependência à nicotina com base no comportamento do fumante.
Pontuação (0-10):
- 0-3: Baixa dependência
- 4-6: Dependência moderada
- 7-10: Alta dependência
- Relevância clínica: Usada para decidir a abordagem de tratamento para cessação do tabagismo (farmacoterápico e/ou comportamental).
Escala de Fagerström. Perguntas
Asma. Definição, Sintomas Típicos e Fatores de Risco
- Definição: Doença respiratória crônica caracterizada por inflamação e obstrução das vias aéreas, com piora dos sintomas à noite.
- Sintomas típicos: Tosse seca, chiado no peito, dispneia aos grandes esforços.
- Fatores de risco: Fumo ativo ou passivo, exposição a alérgenos.
Sibilos. Definição e Relevância Clínica
- Definição: Som expiratório característico da obstrução das vias aéreas, comum em doenças como asma e DPOC.
- Relevância clínica: Sibilos difusos indicam obstrução significativa e são comuns na asma.
Dica do Autor: A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é uma doença pulmonar crônica, progressiva e irreversível, pertencente ao grupo das doenças pulmonares intersticiais (DPI). Ela é caracterizada por fibrose difusa do parênquima pulmonar, levando a comprometimento da troca gasosa e insuficiência respiratória progressiva. A FPI está associada ao padrão histológico e tomográfico de pneumonia intersticial usual (PIU), sendo sua principal causa.
Epidemiologia e Fatores de Risco
Mais comum em homens acima de 60 anos.
Associada ao tabagismo, exposição ocupacional a partículas inalatórias e refluxo gastroesofágico.
Progressão variável, podendo evoluir para hipertensão pulmonar e insuficiência respiratória terminal.
Quadro Clínico:
A apresentação clássica da FPI inclui:
Dispneia progressiva aos esforços, de início insidioso.
Tosse seca crônica e não produtiva.
Estertores crepitantes bibasais (“velcro”) na ausculta pulmonar.
Baqueteamento digital (hipocratismo digital) em até 50% dos casos.
Hipoxemia progressiva, muitas vezes detectada inicialmente pela queda da saturação de O₂ aos esforços.
Diagnóstico:
A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) é o exame essencial para o diagnóstico e costuma revelar um padrão de pneumonia intersticial usual (PIU), caracterizado por:
Opacidades reticulares subpleurais bilaterais, predominando nas bases pulmonares.
Faveolamento, que representa destruição do parênquima com formação de cistos preenchidos por ar.
Bronquiectasias de tração.
Ausência de vidro fosco significativo, o que ajuda a diferenciar de outras pneumopatias intersticiais.
O diagnóstico de FPI é de exclusão, ou seja, é necessário afastar outras causas de doença pulmonar intersticial, como doenças do tecido conjuntivo (LES, esclerodermia), pneumonite de hipersensibilidade, exposição ocupacional e sarcoidose.
Diagnóstico Diferencial:
A FPI deve ser diferenciada de outras doenças pulmonares intersticiais, como:
Fibrose pulmonar associada a doenças reumatológicas (PINE) → Mais comum em doenças como artrite reumatoide e esclerodermia, cursa com vidro fosco e acometimento homogêneo.
Sarcoidose → Acomete pacientes mais jovens, apresenta linfadenopatia hilar bilateral e acometimento nos terços médios e superiores do pulmão.
Pneumonite intersticial não específica (PINE) → Associada a doenças autoimunes, caracteriza-se por vidro fosco difuso e padrão inflamatório.
Pneumonite por hipersensibilidade crônica → História de exposição a alérgenos, acometimento predominantemente nos lobos superiores.
Tratamento e Prognóstico:
A FPI não tem cura e apresenta prognóstico reservado, com sobrevida média de 3 a 5 anos após o diagnóstico. O tratamento inclui:
Antifibróticos (pirfenidona, nintedanibe) para retardar a progressão da doença.
Oxigenoterapia nos casos avançados.
Transplante pulmonar em pacientes selecionados.
Evitar corticosteroides e imunossupressores, pois podem piorar a evolução.
Alternativa A: INCORRETA. A fibrose pulmonar associada a doenças reumatológicas pode ocorrer, mas geralmente está relacionada ao PINE (Pneumonia Intersticial Não Específica), que não cursa com faveolamento. Além disso, não há menção a manifestações reumatológicas na questão (como artrite, fenômeno de Raynaud ou lesões cutâneas).
Alternativa B: CORRETA. O paciente apresenta idade compatível (> 60 anos), sintomas sugestivos (dispneia progressiva e baqueteamento digital) e achados tomográficos clássicos de PIU (opacidades reticulares subpleurais e faveolamento basal). Isso caracteriza fibrose pulmonar idiopática, tornando essa a melhor alternativa.
Alternativa C: INCORRETA. A sarcoidose geralmente acomete pacientes mais jovens (20-60 anos) e tem um padrão tomográfico distinto, com linfadenomegalia hilar bilateral e fibrose pulmonar predominando nos terços médios e superiores dos pulmões. Além disso, a questão não menciona outros achados típicos da sarcoidose, como eritema nodoso ou envolvimento ocular.
Alternativa D: INCORRETA. A vasculopatia lúpica pode levar a comprometimento pulmonar, mas o padrão tomográfico esperado seria de opacidades em vidro fosco e pneumonia intersticial não específica (PINE), diferente da fibrose pulmonar idiopática, que apresenta faveolamento basal. Além disso, não há sinais clínicos sugestivos de lúpus eritematoso sistêmico (LES) no enunciado.
Resposta: Alternativa B.
Link da aula: https://sanarflix.sanar.com.br/portal/sala-de-aula/7055539c-00f4-4118-9249-1980fafca476/4a37798c-35b5-4006-a976-bc33e9bcf876/video/1ba4851a-96f5-4937-80ff-81002d415b01
Dica do autor: Os tumores primários do apêndice são raros, sendo encontrados em aproximadamente 1% das apendicectomias. A maioria dos casos é descoberta incidentalmente, durante a análise histopatológica após uma apendicectomia realizada por suspeita de apendicite aguda.
Principais tipos de tumores do apêndice:
Tumor Carcinoide (Neuroendócrino):
Mais comum, correspondendo a 85% dos tumores apendiculares.
Geralmente pequeno (< 2 cm) e de baixo grau, com baixo risco de metástases.
Tratamento: Apendicectomia simples, exceto se > 2 cm, com acometimento da base apendicular ou invasão linfonodal (nestes casos, está indicada colectomia direita).
Adenocarcinoma Mucinoso do Apêndice:
Menos comum, mas pode ter comportamento agressivo.
Pode evoluir com apendicite mucinosa, intussuscepção ou pseudomixoma peritoneal.
Tratamento: Colectomia direita com linfadenectomia, se houver invasão da base apendicular ou se for de alto grau.
Pseudomixoma Peritoneal:
Caracteriza-se pela disseminação de mucina na cavidade peritoneal.
Associado a adenocarcinomas mucinosos do apêndice, especialmente adenocarcinoma mucinoso de alto grau.
Tratamento: Cirurgia citorredutora + HIPEC (quimioterapia intraperitoneal hipertérmica).
Alternativa A: INCORRETA. Os carcinoides apendiculares se originam de células neuroendócrinas, e não de células glandulares, como afirma a alternativa. Além disso, a maioria dos tumores carcinoides do apêndice apresenta comportamento indolente, sendo tratados apenas com apendicectomia, ao contrário de tumores carcinoides de outras partes do trato gastrointestinal.
Alternativa B: INCORRETA. Embora os tumores carcinoides sejam os mais comuns do apêndice, a questão exige a melhor alternativa sobre o comportamento dos tumores do apêndice. A alternativa D fornece uma explicação mais completa sobre a disseminação peritoneal dos tumores mucinosos, um aspecto clínico essencial para a tomada de decisão no manejo dessas neoplasias. No entanto, essa alternativa também está correta.
Alternativa C: INCORRETA. Os tumores do apêndice não são comumente diagnosticados no pré-operatório, pois a maioria dos casos é descoberta incidentalmente após apendicectomia por suspeita de apendicite aguda. Além disso, o estadiamento oncológico só é realizado após a análise histopatológica, quando se confirma o diagnóstico de malignidade.
Alternativa D: CORRETA. Os tumores mucinosos do apêndice frequentemente apresentam disseminação peritoneal no momento do diagnóstico, levando ao pseudomixoma peritoneal. No entanto, essas neoplasias tendem a ter um comportamento menos invasivo em comparação com outros adenocarcinomas gastrointestinais.
Metástases para fígado e linfonodos são menos comuns, mas podem ocorrer em tumores de alto grau.
A recidiva locorregional é mais típica, exigindo monitoramento rigoroso e, em alguns casos, novas abordagens cirúrgicas.