Conceitos para Fixar Flashcards
O que é a Proteína C Reativa (PCR) e qual sua importância clínica?
- Proteína produzida pelo fígado em resposta à inflamação.
- Atua como opsonina e ativa o sistema complemento.
- Usada para detectar e monitorar infecções, doenças autoimunes e inflamação sistêmica.
- PCR-ultrassensível (PCR-us) avalia risco cardiovascular.
Quais os valores de referência da PCR e sua interpretação clínica?
- < 3 mg/L: Normal.
- 3-10 mg/L: Inflamação leve (obesidade, tabagismo).
- 10-40 mg/L: Infecção viral ou inflamação sistêmica moderada.
- > 40 mg/L: Infecção bacteriana grave ou doença inflamatória intensa.
- > 100 mg/L: Sugere sepse ou infecção grave.
Quais as principais aplicações clínicas da PCR e suas limitações?
Aplicações clínicas:
Diagnóstico e monitoramento de infecções (viral x bacteriana).
Avaliação de doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide).
Risco cardiovascular (PCR-us > 3 mg/L = alto risco).
Controle pós-operatório e doenças crônicas inflamatórias.
Limitações:
Marcador inespecífico (não identifica a causa exata da inflamação).
Influenciada por obesidade e tabagismo.
Melhor usada em conjunto com outros exames (ex.: procalcitonina para infecção bacteriana).
O que é o alopurinol e qual sua indicação principal?
- Inibidor da xantina oxidase, reduzindo a produção de ácido úrico.
- Indicado para gota crônica e hiperuricemia (ex.: síndrome de lise tumoral).
- Não deve ser usado na crise aguda de gota (pode piorar a inflamação inicial).
O que é leucocitose e quais suas principais causas?
Leucocitose = Contagem de leucócitos > 11.000/mm³ no sangue periférico.
Principais causas:
Infecções (bacterianas, virais, fúngicas, parasitárias).
Inflamações (doenças autoimunes, pancreatite).
Neoplasias hematológicas (leucemias, linfomas).
Estresse fisiológico (exercício intenso, trauma, pós-operatório).
Uso de medicamentos (corticosteroides, epinefrina).
Quais os tipos de leucocitose e suas principais indicações clínicas?
(MEL NB)
- Monocitose → Infecções crônicas (tuberculose, sífilis), neoplasias.
- Eosinofilia → Alergias, parasitoses, doenças autoimunes.
- Linfocitose → Infecções virais (mononucleose, HIV, hepatites).
- Neutrofilia → Infecções bacterianas, inflamação aguda, uso de corticoides.
- Basofilia → Doenças mieloproliferativas (ex.: leucemia mieloide crônica).
Como diferenciar leucocitose reacional de leucemia?
Leucocitose reacional (benigna):
* Associada a infecções ou inflamações.
* Presença de desvio à esquerda (formas jovens no sangue periférico).
* Resolutiva com tratamento da causa subjacente.
Leucemia (neoplásica):
* Leucocitose extrema (> 50.000/mm³).
* Células imaturas circulantes (blastos).
* Alterações no hemograma e mielograma (displasia, clonalidade).
* Necessidade de biópsia de medula óssea para diagnóstico definitivo.
O que é eosinofilia e quais seus valores de referência?
- Eosinofilia = Contagem de eosinófilos > 500/mm³ no sangue periférico.
- Classificação:
- Leve: 500 – 1.500/mm³
- Moderada: 1.500 – 5.000/mm³
- Grave (hipereosinofilia): > 5.000/mm³ (risco de dano tecidual)
Quais as principais causas de eosinofilia? (5-A)
- Alergias → Asma, rinite alérgica, dermatite atópica.
- Atopia → Urticária, angioedema, anafilaxia.
- Agentes infecciosos → Parasitoses (helmintos), infecções fúngicas.
- Autoimunes → Vasculites (ex.: granulomatose eosinofílica com poliangiite).
- Alterações neoplásicas → Síndromes mieloproliferativas, linfomas.
Como avaliar e manejar um paciente com eosinofilia?
- História clínica detalhada (sintomas alérgicos, viagens, uso de medicamentos).
- Hemograma completo (quantificação e morfologia dos eosinófilos).
- Exames específicos conforme suspeita:
- Sorologias parasitárias, pesquisa de fungos.
- Dosagem de IgE sérica (se suspeita de alergia).
- Mielograma e biópsia de medula (se suspeita de neoplasia).
Tratamento depende da causa:
* Controle da alergia ou infecção.
* Corticoides para eosinofilia grave ou doenças autoimunes.
* Investigação hematológica se contagem muito elevada e persistente.
O que é o desvio à esquerda no hemograma?
- Aumento de neutrófilos imaturos (bastonetes) no sangue periférico.
- Indica resposta da medula óssea a processos inflamatórios, infecciosos ou estresse.
Quais as principais causas de desvio à esquerda? (3-I)
- Infecções → Bacterianas graves (sepse, pneumonias), fúngicas.
- Inflamações → Doenças autoimunes, queimaduras extensas.
- Insultos medulares → Hemorragias intensas, neoplasias hematológicas (ex.: leucemias).
Como interpretar o desvio à esquerda no leucograma?
- Aumento de bastonetes (> 6%) → Sugere infecção ativa.
- Presença de metamielócitos, mielócitos ou promielócitos → Indica resposta medular intensa (ex.: leucemia mieloide, infecção grave).
- Associado a leucocitose → Infecção/inflamação significativa.
- Associado a leucopenia → Prognóstico pior (exaustão medular).
Como conduzir um paciente com desvio à esquerda?
- Correlacionar com o quadro clínico (febre, sinais de sepse, inflamação).
- Solicitar exames complementares (PCR, hemoculturas, mielograma se suspeita de doença hematológica).
- Tratar a causa base (antibióticos se infecção, suporte clínico conforme necessário).
- Monitorar evolução → Persistência pode indicar doença hematológica subjacente.
O que é anemia e como é diagnosticada?
Redução da hemoglobina (Hb) e/ou hematócrito (Ht).
Valores de Hb para diagnóstico:
* Homens < 13 g/dL
* Mulheres < 12 g/dL
* Gestantes e crianças < 11 g/dL
Diagnóstico confirmado por hemograma e investigado conforme VCM e CHCM.
Quais os principais tipos de anemia conforme o VCM? (3-MCN)
- Microcítica (VCM < 80 fL) → Deficiência de ferro, talassemias, anemia sideroblástica.
- Normocítica (VCM 80-100 fL) → Doença crônica, hemólise, sangramento agudo.
- Macrocítica (VCM > 100 fL) → Deficiência de B12 ou folato, etilismo, hipotiroidismo.
VCM (Volume Corpuscular Médio) é a medida do tamanho médio das hemácias, calculado no hemograma. Valores alterados ajudam a classificar anemias em microcíticas (< 80 fL), normocíticas (80-100 fL) ou macrocíticas (> 100 fL).
Quais as principais causas de anemia ferropriva? (3-DIP)
- Déficit nutricional → Dieta pobre em ferro, vegetarianismo sem reposição.
- Inflamação crônica → Sangramentos ocultos (ex.: câncer de cólon, úlceras gástricas).
- Perdas sanguíneas → Hipermenorreia, hemorragias digestivas, parasitoses.
Quais as características laboratoriais da anemia ferropriva?
- VCM ↓, CHCM ↓ (microcítica e hipocrômica).
- Ferritina ↓, ferro sérico ↓, TIBC ↑, saturação de transferrina ↓.
- RDW aumentado (anisocitose).
- Hemácias em lápis e poiquilocitose no esfregaço.
Como tratar a anemia ferropriva?
- Correção da causa base (sangramentos, dieta).
- Reposição com sulfato ferroso VO (dose 3-6 mg/kg/dia de ferro elementar).
Melhora esperada:
* Reticulocitose em 7-10 dias.
* Correção da Hb em 4-8 semanas.
* Reposição por 3-6 meses para restaurar estoques.
O que é anemia megaloblástica e quais as principais causas? (2-BF)
- Macrocitose (VCM > 100 fL) com neutrófilos hipersegmentados.
- Deficiência de B12 → Má absorção (anemia perniciosa, gastrectomia, doença de Crohn).
- Deficiência de folato → Desnutrição, etilismo, gravidez, drogas (metotrexato, sulfas).
Como diferenciar anemia por deficiência de B12 e folato?
Deficiência de B12:
* Achados neurológicos → Neuropatia periférica, ataxia, demência.
* Aumento de homocisteína e ácido metilmalônico.
Deficiência de folato:
* Sem sintomas neurológicos.
* Apenas homocisteína aumentada.
Quais as principais causas de anemia hemolítica? (3-DAD)
- Defeitos enzimáticos → Deficiência de G6PD, piruvato quinase.
- Anemias autoimunes → Doença de anticorpos quentes (IgG) ou frios (IgM).
- Defeitos da membrana eritrocitária → Esferocitose hereditária, eliptocitose
Quais os achados laboratoriais típicos da anemia hemolítica?
Reticulocitose (médula compensando).
LDH ↑, bilirrubina indireta ↑, haptoglobina ↓.
Teste de Coombs positivo (se autoimune).
Esferócitos ou células em alvo no esfregaço.
Como diferenciar anemia por doença crônica e ferropriva?