PHDA Flashcards
definição PHDA
perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por desatenção, hiperatividade e
impulsividade. Tem impactado no funcionamento cognitivo, emocional, comportamental, académico e
social.
Predisposição genética → genes que provocam diminuição de neurotransmissores (dopamina, noradrenalina
e serotonina) → Desregulação catecolaminérgica central.
Nota: hipótese apoiada pela eficácia terapêutica das substâncias com atividade dopaminérgica.
Diagnóstico difícil < 4-5 anos.
etiologia PHDA
Fatores ambientais – contribui 20 a 25% para génese PHDA:
Fatores pré e perinatais:
- Exposição pré natal a nicotina, álcool, BZD, drogas de abuso;
- Stress materno;
- Baixo peso ao nascimento;
- Prematuridade;
- Anóxia e asfixia perinatal.
Fatores dietéticos:
- Deficiências nutricionais – zinco, magnésio e ácidos gordos polinsaturados;
- Excessos alimentares – açúcar e corantes alimentares artificiais.
Adversidade psicossocial:
- Disfunção familiar grave;
- Baixo nível socioeconómico;
- Maus tratos e negligência precoces;
- Ambientes de privação severa;
- Institucionalização.
Exposição a toxinas e trauma:
- Pesticidas organofosforados;
- Chumbo;
- Traumatismo craniano.
Etiologia multifatorial – fatores genéticos e ambientais (interação gene-
ambiente).
Fatores genéticos:
- PHDA – hereditariedade 71-90% (concordância nos estudos com gémeos
monozigóticos);
- O risco em irmãos de crianças com PHDS é 3 a 5 vezes superior ao da
população em geral;
- Os pais têm 2 a 8 vezes maior probabilidade de apresentarem os critérios de
diagnóstico.
Comorbilidades PHDA
- Perturbação de uso de substâncias;
- Perturbação de ansiedade;
- Perturbação depressiva;
- Perturbação de aprendizagem;
- Défice desenvolvimento linguagem;
- Síndrome Gilles la Tourette (tiques vocais + tiques motores);
- Perturbação bipolar.
Critérios diagnóstico PHDA
- Padrão persistente de pelo menos 6 sintomas de défice de atenção e/ou 6 sintomas
de hiperatividade/impulsividade durante pelo menos 6 meses; - Alguns dos sintomas estão presentes antes dos 12 anos;
- Se > 17 anos, apenas são necessários 5 critérios;
- Critérios presentes, com perturbação em pelo menos dois settings (casa,
escola ou trabalho, com amigos ou familiares); - Disfunção clinicamente significativa no funcionamento social, académico
ou ocupacional.
Critérios A1 – sintomas de desatenção
Critérios A2 – sintomas de hiperatividade e impulsividade
formas de aprsentação PHDA
PHDA de apresentação combinada: se critérios A1 e A2 presentes há
mais de 6 meses
2. PHDA de apresentação predominantemente desatenta: se critério A1
presente e critério A2 não presente há mais de 6 meses
3. PHDA de apresentação hiperativa/impulsiva – se critério A2 presente,
sem critério A1, por mais de 6 meses
4. PHDA em remissão parcial – quando já teve critérios de PHDA. Nos
últimos 6 meses não preenche critérios suficientes, mas os sintomas
causam impacto direto no funcionamento social, académico ou
ocupacional
5. Perturbação hipercinética – requer pelo menos 6 sintomas de défice de
atenção, 3 sintomas de hiperatividade e 1 de impulsividade
tratamento PHDA crianças < 5 anos
1a linha – programa de treino parental em grupo. Se manutenção de sintomas
de PHDA com impacto no funcionamento importante, após serem aplicadas
as medidas ambientais e após término do programa de treino parental →
devem recorrer a um serviço especializado de crianças pequenas.
Não propor medicação sem consultar um 2o especialista ou um serviço
especializado em crianças pequenas.
tratamento PHDA crianças > 5 anos e adolescentes
1 a 2 sessões de esclarecimento sobre PHDA (informar as causas, o impacto
no funcionamento, estratégias comportamentais para pais e professores).
Se comorbilidade com P. oposição/desafio ou P. comportamento → propor
programa de treino parental (em grupo ou individual).
Medicar se: após modificação ambiental, persistência de sintomas de PHDA
com impacto significativo em pelo menos 1 domínio.
Considerar TCC para crianças com efeito parcial com a medicação, que
mantêm sintomas com impacto no funcionamento de 1 domínio (dificuldades
de interação social com pares, dificuldade de resolução de problemas,
dificuldade na auto-regulação, dificuldade em exprimir emoções).
1a linha farmacológica: Metilfenidato (psicoestimulanrte) (curta ou longa
ação)
2a linha farmacológica: switch para Lisdexanfetamina (psicoestimulante), se
> 6 semanas de tratamento com metilfenidato numa dose adequada, com efeito
parcial (sem benefício suficiente na redução dos sintomas de PHDA)
Utilizar atomoxetina (não estimulante) ou guanfacina, se: intolerância ao
metilfenidato ou lisdexanfetamina ou se não existe efeito/efeito parcial com a
1a ( > 6 semanas com metilfenidato) e 2a linha ( > 6 semanas com
lisdexanfetamina).
tratamento PHDA adultos
Medicar se: após modificações ambientais, os sintomas de PHDA têm
impacto no funcionamento de pelo menos 1 domínio.
Considerar a terapêutica não farmacológica combinada com a medicação, se
efeito parcial com a medicação (mantém sintomas com impacto no
funcionamento de pelo menos 1 domínio).
1a linha farmacológica: metilfenidato ou lisdexanfetamina.
Se efeito parcial com metilfenidato, durante 6 semanas, com dose adequada,
switch para lisdexanfetamina (e vice-versa).
Atomoxetina se: intolerância ou metilfenidato ou lisdexanfetamina ou se não
existe efeito/efeito parcial com metilfenidato ou lisdexanfetamina.
outras escolhas terapêuticas PHDA
Guanfacina para adultos.
Clonidina para crianças com PHDA e comorbilidade com perturbação do
sono, tiques ou sentimentos de raiva.
Antipsicóticos atípicos → associados a psicoestimulantes quando
comorbilidade da PHDA com P. oposição/desafio, P. comportamento
(episódios de auto e heteroagressividade, irritabilidade, problemas de
comportamento).
tratamento não farmacológico PHDA
Psicoeducação – pais, professores, doente
- Treino de competências parentais
- Terapia familiar
- Grupos de pais
- Estratégias para a sala de aula
- Estratégias cognitivas e comportamentais (criança/jovem)