Ansiedade Flashcards

1
Q

Definição de ansiedade

A

A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações percebidas como ameaçadoras ou
stressantes. Envolve sentimentos de preocupação, nervosismo e medo em relação ao futuro. O transtorno
de ansiedade é uma condição médica que vai além da ansiedade normal (útil em situações de perigo real) e
interfere significativamente na vida quotidiana de uma pessoa.

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2
Q

Quando se faz o diagnóstico da ansiedade é importante excluir

A
  • Efeitos diretos de drogas ou medicação
  • hipertiroidismo, doença cardiopulmonar ou lesões cerebrais
    traumáticas
  • Outras doenças psiquiátricas.
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3
Q

Quais as comorbilidades da ansiedade?

A

Mais de 50% dos doentes com perturbação de ansiedade apresentam múltiplas
perturbações de ansiedade.
Muito comum associada a perturbação de uso de substâncias e do humor.
- Bipolares (52%);
- PDM (panic disorder with comorbity) (60%);
- PHDA (47%).

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4
Q

Quais os fatores de risco da ansiedade?

A

Histórico familiar de perturbações de humor ou ansiedade;
- História pessoal de eventos traumáticos (abuso na infância);
- Sexo feminino;
- Solidão;
- Baixo nível de escolaridade;
- Doenças crónicas físicas (doença cardiovascular, diabetes, asma, obesidade).

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5
Q

Qual o tratamento geral da ansiedade?

A

Psicoterapêutico: psicoterapia cognitivo-comportamental e mindfulness.
Farmacológico
Combinação: psicoterapia e farmacoterapia eficácias semelhantes. Evidência atual não
suporta a combinação. Se não beneficiar de psicoterapia, realizar trial farmacológico (e
o inverso).

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6
Q

Qual o tratamento farmacológico da ansiedade?

A

Antidepressivos (1a linha): SSRIs e SNRIs são os mais usados.
Benzodiazepinas (2a e 3a linha): risco de abuso e dependência.
Gabapentina e pregabalina: alternativa a benzodiazepinas.
Antipsicóticos atípicos: úteis em associação a SSRIs ou SNRIs.
Buspirona: ansiolítico não benzodiazepínico. Maior eficácia se a pessoa já tiver feito
benzodiazepinas.
Antagonistas beta-adrenérgicos: propanolol e atenolol. Fobia social e ansiedade
desempenho.
Combinação Farmacoterapia + Psicoterapia
Resistência ao tratamento e recaída: recomendado tratamento de manutenção. Taxas
de recaída elevadas após suspensão de fármacos e psicoterapia.
Antipsicóticos:
- Quetiapina;
- Aripiprazol;
- Risperidona.
Estabilizadores de humor:
- Valproato;
- Gabapentina;
- Pregabalina.

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7
Q

definição de perturbação de pânico

A

ocorrência de ataques de pânico recorrentes e inesperados. súbitos de medo intenso ou desconforto, que geralmente atingem o pico em poucos
minutos e são acompanhados por sintomas físicos e cognitivos intensos.

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8
Q

tratamento psicoterapêutico da perturbação de panico?

A

Psicoterapia cognitivo-comportamental muito eficaz e estudada: normal é 12 a 14 sessões;
- Protocolos mais breves de 6 a 7 sessões.

Demonstrou superioridade ao tratamento farmacológico.

Combinação Farmacoterapia + Psicoterapia: superioridade na fase inicial. Dependendo da gravidade ponderar monoterapia com PCC ou
combinação.

Manter psicoterapia após descontinuação farmacológica associada a menor taxa de
recaída.

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9
Q

Qual a primeira linha de tratamento farmacologico da perturbação de panico?

A

SSRIs:
- Citalopram;
- Fluvoxamina;
- Fluoxetina;
- Sertralina;
- Escitalopram;
- Paroxetina.

Venlafaxina.

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10
Q

Qual a 3ª linha de tratamento farmacologico da perturbação de panico

A

MAOIs:
- Moclobemida.
Considerar em doentes resistentes ao tratamento.
Antipsicóticos atípicos:
- Risperidona.
Semelhante a paroxetina.
Combinação farmacológica:
- Alprazolam + Clonazepam (início do tratamento com SSRIs associado a resposta mais
rápida).
Não recomendados:
- Buspirona, propranolol e trazodona.

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11
Q

Qual o tratamento de manutenção na pertrubação de pânico?

A

Citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, moclobemida clomipramina:
benefícios comprovados entre 6 meses a 3 anos.

  • Venlafaxina e imipramina: previne recaídas superior a placebo após 6 a 12 meses de
    follow-wp.
    Benzodiazepinas:
  • Alprazolam: benéfico até 2 anos;
  • Clonazepam: benéfico até 3 anos.
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12
Q

Quais as terapias biológicas da perturbação de pânico?

A
  • Estimulação cerebral não invasiva;
  • Estimulação magnética transcraniana.
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13
Q

Quais as terapias alternativas da perturbação de pânico?

A
  • Treino respiratório;
  • Exercício aeróbico.
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14
Q

definição de fobia específica

A

Medo ou ansiedade marcados em relação a um objeto ou situação específica (por exemplo, viajar
de avião, alturas, levar uma injeção, ver sangue).

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15
Q

comorbilidades de fobia específica

A

Tendem a ocorrer múltiplas fobias (número médio = 3 fobias).
Frequentes em outras patologias:
- Perturbação de uso de substâncias;
- Perturbações de humor;
- Perturbações de ansiedade (ansiedade generalizada, pânico e fobia social);
- Perturbações de personalidade.

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16
Q

tratamento psicoterapêutico de fobia específica

A

1a linha – Tratamentos baseados na exposição
Tratamento Farmacoterapia + Psicoterapia:
- Cortisona;
- Ioimbina.

17
Q

tratamento farmacológico de fobia específica

A

Existe pouca evidência para tratamento farmacológico.
- Paroxetina;
- Benzodiazepinas (frequentemente associado a terapias de exposição).

18
Q

definição de fobia social

A

Medo ou ansiedade marcados de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo está exposto
ao possível escrutínio dos outros. Os exemplos incluem interações sociais (como uma conversa, encontro
com pessoas desconhecidas), ser observado (como comer ou a beber) e em situações de desempenho perante
os outros (como falar em público).

19
Q

comorbilidades de fobia social

A
  • Perturbação depressiva major;
  • Outras perturbações de ansiedade ou relacionadas;
  • Perturbação da personalidade evidente;
  • Perturbação dismórfica corporal;
  • PHDA;
  • Esquizofrenia.
20
Q

tratamento psicoterapeutico fobia social

A

Psicoterapia cognitivo-comportamental
Tratamento Farmacoterapia + Psicoterapia:
- Maioria dos estudos não mostra benefícios em acrescentar fármacos à intervenção
psicoterapêutica;
- Fenelzina ou Clonazepam + PCC.

21
Q

1ª linha tratamento farmacológico fobia social

A

Antidepressivos:
- Sertralina;
- Escitalopram;
- Paroxetina;
- Fluvoxamina;
- Venlafaxina.

Anticonvulsionantes:
- Pregabalina.

22
Q

definição Perturbação de Ansiedade Generalizada

A

Ansiedade e preocupação excessiva (apreensão expectante) que ocorrem em mais de metade dos
dias durante pelo menos 6 meses, sobre vários acontecimentos ou atividades (tais como o desempenho
laboral ou escolar).

23
Q

Tratamento
Psicoterapêutico ansiedade generalizada

A

Psicoterapia cognitivo-comportamental
Apresenta grande evidência na redução dos sintomas. Benefício comparável ao
tratamento farmacológico.
Tratamento em combinação facilita a descontinuação de benzodiazepinas.
Quando os doentes não respondem à PCC → realizar trial com fármacos.

24
Q

1ª linha taratmento farmacologico ansiedade generalizada

A

Antidepressivos:
- Escitalopram;
- Sertralina;
- Paroxetina;
- Duloxetina;
- Agomelatina.

Anticonvulsionantes:
- Pregabalina.

25
Q

definição esquizofrenia

A

transtorno mental crónico e complexo que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se
comporta. É considerada uma doença mental grave que pode interferir significativamente na vida quotidiana
da pessoa que a possui.
Nota: esperança média de vida diminuída em 20-30 anos (doença cardiovascular prematura).

26
Q

Sintomas positivos esquizofrenia

A
  • Delírios;
  • Alucinações;
  • Desorganização do discurso;
  • Desorganização do comportamento;
  • Catatonia;
  • Agitação.
27
Q

sintomas negativos esquizofrenia

A

Apatia;
- Anedonia;
- Alogia – disfunção da comunicação;
- Embotamento efetivo;
- Associalidade;
- Avolia: redução do desejo, motivação ou persistência.

28
Q

critério diagnostico esquizofrenia

A

Tem de apresentar 2 ou mais dos seguintes sintomas
pelo período de 1 mês. Pelo menos um deles deve ser
(1), (2) ou (3):
1. Delírios;
2. Alucinações;
3. Comportamento desorganizado;
4. Comportamento grosseiramente desorganizado
ou catatônico;
5. Sintomas negativos (exemplo: expressão
emocional diminuída ou avolia).

29
Q

tipos de esquizofrenia

A

Paranóide: atividade delirante habitualmente bem
sistematizada e de conteúdo paranoide com atividade
alucinatória auditiva.

Hebefrénica: pensamento desorganizado, com
discurso desconexo, incoerente, vazio de conteúdo e o
afeto inapropriado ou superficial com risos imotivados.

Catatónica: pouco frequente. Predominam as
alterações da motricidade (períodos de excitação,
agitação alternados com períodos de mutismo, rigidez,
posturas bizarras, flexibilidade cérea).
Indiferenciada: não se enquadra em nenhum subtipo.

Simples: sintomas negativos da esquizofrenia sem ser
identificável período de sintomas positivos.

Residual: fase crónica da esquizofrenia em que houve
progressão de um quadro em que predominam os
sintomas positivos para um quadro em que predominam
os sintomas negativos.

“Staging”: abordagem que busca classificar a doença
em diferentes estágios com base nos sintomas, curso
clínico e resposta ao tratamento. Útil para determinar a
progressão da doença e orientar o tratamento adequado.

30
Q

tratamento geral esquizofrenia

A

do recetor D2 (apenas o aripiprazol
é agonista parcial);
- Quanto > afinidade para o recetor D2 → > dose
eficaz.

31
Q

tratamento esquizofrenia

A

Típicos ou de 1a geração (FGA)
- Haloperidol;
- Cloropromazina;
- Zuclopentixol;
- Flupentixol;

Atípicos ou de 2a geração (SGA)
- Quetiapina;
- Olanzapina;
- Risperidona;
- Paliperidona;
- Ziprazidona;
- Aripiprazol;
- Cariprazina;
- Lurasidona;
- Clozapina: tratamento de escolha em doentes
resistentes ao tratamento.
Nota: não aumentam o risco de morte súbita
comparativamente com FGA. Os antipsicóticos de 2a
geração são preferíveis aos de 1a geração.
A combinação de antipsicóticos está associada a uma
maior carga de efeitos adversos, aumento das
hospitalizações e duração dos internamentos, maior
custo nos tratamentos e aumento da mortalidade.

32
Q

recaídas esquizofrenia

A

Ter em conta resposta a tratamentos anteriores.
Antipsicóticos de 2a geração preferíveis tendo em conta
efeitos adversos.
Antipsicóticos injetáveis de longa duração são opção
em doentes com má adesão à terapêutica oral.

33
Q

manutenção esquizofrenia

A

Manter antipsicóticos com o qual se obteve a remissão
dos sintomas.
Se má adesão → considerar terapêutica injetável de
longa duração.
Efeitos adversos podem ser causa de má adesão, risco
de suicídios e agressividade.

34
Q

suspender terapêutica esquizofrenia

A

Avaliar risco/benefício em cada indivíduo.
Necessária remissão sintomática completa nos 12
meses anteriores à redução/suspensão da terapêutica.
Papel familiar importante na vigilância do estado
mental.

35
Q

resistência ao tratamento esquizofrenia

A

Sintomas positivos contínuos após duas tentativas com
2 antipsicóticos diferentes em doses moderadas
(habitualmente pelo menos 300 mg de equivalentes de
cloropromazina) por um tempo razoável (pelo menos 6
semanas).
Há uma tendência em avaliar a remissão dos sintomas
positivos como principal objetivo do tratamento, no
entanto sintomas negativos podem ser mais
incapacitantes.

36
Q

Clozapina

  • Antipsicótico atípico ou de 2a geração (SGA). esquizofrenia
A

Eficaz em indivíduos que não responderam a outros
antipsicóticos.
Demonstrou reduzir comportamento suicidários na
esquizofrenia.
Muitos efeitos adversos e, por isso, é apenas prescrito a
indivíduos que não responderam a outros tratamentos.
É essencial a monitorização metabólica – aconselhar
exercício físico e dieta (metformina).
Pode ser necessário até 12 meses para observar
benefício total da clozapina.
Se clozapina ineficaz → outro antipsicótico ou ECT.
Adicionar risperidona ou amissulprida → eficaz para
sintomas positivos residuais.
Adicionar aripiprazol → promove perda ponderal
significativa e redução do risco metabólico.

37
Q

Eletroconvulsivoterapia (ECT) esquizofrenia

A

Monoterapia ou associação com antipsicóticos.
Eficácia superior nos sintomas positivos relativamente
aos negativos.
ECT + clozapina → benéfico em doentes com resposta
inadequada à clozapina.

38
Q

psicoterapia esquizofrenia

A

Evidência crescente que suportam a utilização de
psicoterapia (em conjunto com terapêutica
farmacológica).

39
Q

gravidez esquizofrenia

A

Ao contrário dos antipsicóticos de 1a geração, os
antipsicóticos de 2a geração (clozapina, olanzapina,
quetiapina, aripiprazol) não aumentam a prolactina.
Olanzapina → parece ter menos efeito na redução de
fertilidade.
Risperidona → ↑ prolactina e ↓ fertilidade
Suspender terapêutica durante a gravidez associada a
recaídas e internamentos.
Malformações são raras com antipsicóticos de 2a
geração.