Perturbação Bipolar Flashcards
definição perturbação afetiva bipolar
caracteriza-se por variações excessivas, em amplitude e/ou frequência, do estado de humor,
energia e atividade, que se podem perpetuar no tempo, com consequências nefastas para o funcionamento
do indivíduo. Desenvolvem-se períodos de elevação do humor, designados por mania, na sua forma mais
florida, ou de hipomania, mais leve, que encontram contraponto nos episódios de depressão.
Média de idade de manifestação de PAB – 25 anos.
A PAB é a 6a causa de incapacidade no mundo. O risco de morte é de cerca de 2 vezes superior e está
relacionado com uma maior taxa de suicídio e a maior prevalência de doenças crónicas. Aproximadamente
6 a 7% das pessoas com PAB comete suicídio (risco de 20 a 30 vezes superior à população geral. Mais de
50% dos doentes bipolares experiencia ideação suicida ao longo da vida, e 1/3 dos doentes apresentará
comportamentos autolesivos, particularmente nas fases mistas ou depressivas.
É um fator de risco para:
- Ansiedade;
- Uso de substâncias;
- Perturbações da personalidade;
- PHDA.
Os pacientes devem ser incentivado a descontinuar o uso de estimulantes – cafeína e álcool.
tipos de PAB
PAB I (mania +/- depressão)
PAB II (hipomania + depressão)
Ciclotimia (forma subsindrómica da doença)
fatores risco PAB
- Histórico familiar de PAB;
- Sexo feminino (sobretudo no caso de PAB II – mulheres com mais episódios
depressivos.
classificação PAB
- Maníaco;
- Depressivo;
- Hipomaníaco;
- Misto.
mecanismos fisiopatologia PAB
- Fatores genéticos (o grau de hereditariedade varia de 70 a 90%).
- Fatores biológicos.
- Fatores psicossociais.
tratamento PAB - estabilizadores de humor
- Lítio
Uma meta análise concluiu que o lítio reduz o risco de suicídio em cerca de
80%.
A terapêutica com lítio não deve ser iniciada, a não ser que haja intenção clara
de a manter durante pelo menos 3 anos → risco de recaída.
Interação medicamentosa com IECAS, diuréticos tiazídicos e NSAIDs.
tratamento PAB - anticonvulsionantes
- Ácido valpróico
- Carbamazepina
- Lamotrigina
- Topiramatto
- Gabapentina e Pregabalina
tratamento PAB - antipsicoticos atipicos
- Quetiapina (800 mg)
- Olanzapina
- Risperidona
- Paliperidona
- Aripiprazol
- Cariprazina
- Lurasidona
- Clozapina
tratamento PAB - antidepressivos (menos)
Os antidepressivos não provocam doença bipolar.
Tende-se a evitar o seu uso pelo risco de “viragem maníaca” – preferir outras
hipóteses.
Mais seguro – Bupopriom (proibido nas perturbações do comportamento
alimentar – risco de crises convulsivas).
Qualquer doente que apresente um episódio maníaco e esteja a realizar
terapêutica antidepressiva, deve parar imediatamente a mesma.
1 linha tratamento farmaoclogico
Monoterapia
- 50% dos doentes vai responder à monoterapia com mehoria dos sintomas ao
fim de 3 a 4 semanas.
- Lítio, quetiapina, Valproato, Aripiprazol, Risperidona.
Terapia combinada – deverá haver alguma resposta terapêutica ao fim de 1-
2 semanas se não alternar agentes de 1a linha.
Visto existirem vários agentes de 1a linha com eficácia substancial, o uso de
agentes de 2a e 3a linha é apenas recomendado após várias tentativas sem
sucesso de uso de agentes de primeira linha.
2ª linha tratamento farmacologico
Lítio + Valproato
Carbamazepina
tratamento de manutenção
Em geral, agentes que demonstraram eficácia no tratamento da fase aguda,
devem ser continuados durante a fase de manutenção;
Existem exepções: Não se recomenda o uso a longo prazo de terapêutica
antidepressiva adjuvante, especialmente devido ao potencial risco de switch
maníaco/hipomaníaco;
Em geral, o lítio é o gente gold standard para a terapêutica de manutenção,
visto ser eficaz tanto na prevenção dos episódios maníacos quanto dos
depressivos (+ depressivos) e parece ter um certo efeito anti-suicidário.
terapêutica não farmacologica
psicoeducação: Providenciar informação acerca da natureza da doença, tratamentos e
estratégias para lidar com a doença (ao paciente e à família).
Desenvolvimento de “skills” na deteção e gestão dos pródromos da depressão
e da mania, gestão de stress, resolução de problemas, promover a adesão à
terapêutica… (estratégias de coping personalizadas!).
TCC: Forte evidência de benefício no tratamento agudo da depressão bipolar;
Pouca evidência na prevenção de recidivas;
Não está recomendada para o tratamento agudo da mania.