Parasitoses - Helmintos Flashcards
Síndrome de Loeffler - conceito
Ocorre quando alguns helmintos passam pelo pulmão durante sua vida = ciclo de Loss
- Levam a pneumonia migratória
- Infiltrado pulmonar migra conforme bichos passam em segmentos diferentes
Quais parasitos causam Sd de Loeffler?
- Mnemônico SANTA
- Strongyloides stercoralis
- Ancylostoma duodenale
- Necator americanus
- Toxocara canis
- Ascaris lumbricoides
Síndrome de Loeffler - quadro clínico e duração (5)
1-2 semanas
- Febre
- Tosse
- Expectoração
- Dispneia
- Eosinofilia periférica
Qual o principal marcador sérico de parasitose?
Eosinofilia
Ascaridíase - local de infecção, população acometida, tem “tropismo” por…
- habita principalmente delgado (+ jejuno)
- Acomete mais crianças (menor higiene)
- Tropismo por orifícios - papila maior, apêndice etc.
Ascaridíase - ciclo de vida, como contamina
Ovo ingerido por contaminação de solo, principalmente verduras
Ovo → eclode em intestino → larva → ganha corrente sanguínea → ciclo de Loss → eclode nos capilares pulmonares → Síndrome de Loeffler → verme → sobe por VA e é engolida → chega em delgado → verme adulto → reprodução sexuada → ovos…
Ascaridíase - quadro clínico (5)
- Síndrome de Loeffler
- Dor abdominal inespecífica
- Diarreia inespecífica
- Tropismo por orifícios → cólica biliar, pancreatite, colangite, apendicite, abscesso hepático, asfixia
- Ação espoliadora - desnutrição, comprometimento do desenvolvimento
- Suboclusão a obstrução intestinal (+ em crianças)
Ascaridíase - quadro de obstrução intestinal, complicações (4) e dx (2)
- Lombriga tende a multiplicar e ficar tudo junto, formando um novelo
- Mais em crianças por maior exposição a infecção e por ter lúmen intestinal muito menor
- Dor abdominal, anorexia, vômitos biliosos, desidratação
- Pode haver diarreia no início do quadro (paroxística)
- É comum a criança eliminar as lombrigas pela boca, narinas ou ânus, antes ou durante a vigência do quadro
- Massa abdominal palpável periumbilical ou próximo a flancos, RHA de luta ou ausentes
- Pode complicar com isquemia, necrose, perfuração ou volvo
- RX com níveis hidroaéreos, sombra radio-lúcida na forma de aparência de “feixe de charuto” ou “efeito de redemoinho” (contraste da massa de vermes contra o ar intestinal), pneumoperitôneo (se perfuração)
- USG pode identificar os vermes
Ascaridíase - dx (1)
EPF - identifica ovos
Ascaridíase - tratamento (6)
- Albendazol 400 mg dose única
- Nitazoxanida 12-12h por 3d
- Tiabendazol
- Mebendazol
- Levamizol
- Pirantel
Ascaridíase - tratamento da obstrução intestinal (4)
- Suporte - SNG + hidratação
- Piperazina ou Gastrografin ou solução salina 3% + Óleo mineral = evacua as lombrigas
- Piperazina paralisa o áscaris
- Gastrografin é meio de contraste hipertônico assim como SF 3% → desidrata parasita, vira uma uva passa pra sair com o óleo
- Albendazol após eliminação dos vermes
- Não fazemos de cara pois ao induzir a morte das lombrigas elas ficam irritadas e podem causar lesão de mucosa e obstruir os orifícios
Tratamento cirúrgico se sangramento retal, toxemia ou refratário a abordagem clínica
Ancilostomíase / necatoríase - ciclo de vida, onde infecta, como contaminamos
- Ovos saem em fezes e contaminam o solo e evoluem em larvas → Larva L3 penetra a pele e sobe via venosa / linfática até o pulmão → Ciclo de Loss → ascende e vai pra VA onde é deglutido → Verme adulto → ovinhos
- 35-60 dias desde contaminação até começar a eliminar ovos
- Podem fazer infecção direta, sem ciclo de Loss, se ingeridas
- Infesta duodeno e jejuno
Ancilostomíase / necatoríase - do que se alimenta?
- Cada verme é capaz de comer 0,01 a 0,3 ml de sangue/dia
- Ele fixa, suga o sangue e muda de lugar 4-5x/dia, lesando mucosa
Ancilostomíase / necatoríase - quadro clínico (5)
- Assintomático
- Quadro abdominal inespecífico
- Sd Loeffler
- Dermatite larvária (larva migrans cutânea ou bicho geográfico)
- Parasitose intestinal
Ancilostomíase / necatoríase - quadro de dermatite larvária (4)
AKA Larva migrans cutânea = bicho geográfico
- Prurido, eritema, Edema
- Erupção papulovesicular
- Pode durar até 2 semanas
Ancilostomíase / necatoríase - parasitose intestinal fase aguda (5) x fase crônica (6)
- Fase aguda
- Dor epigástrica
- Náuseas e vômitos
- Anorexia
- Flatulência
- Diarreia
- Fase crônica
- Anemia microcítica hipocrômica
- Anorexia
- Astenia → baixa produtividade
- Palpitações
- Hipoproteinemia
- Edema por enteropatia perdedora e proteínas
Ancilostomíase / necatoríase - dx (2)
- EPF
- Cultura de larvas
Ancilostomíase / necatoríase - tratamento (4)
- Albendazol dose única
- Mebendazol
- Palmoato de pirantel
- Nitazoxanida
Estrongiloidíase - ciclo de vida exógeno e endógeno
- Ovos no solo (de fezes ou fêmeas de vida livre) eclodem e liberam larvas que penetram na pele → fica um tempo passeando na pele (trajetos mais longos, por isso larva currens, que corre pela pele)→ ciclo de Loss → infecta TGI
- Autoinfecção = Ovos podem eclodir dentro do próprio intestino → larvas evoluem lá dentro e penetram na mucosa ou pele perianal → ganham corrente sanguínea → ciclo de Loss…
Qual a atenção que devemos ter quando falamos de Estrongiloidíase?
Causa doença grave em imunossuprimidos (autoinfecção)
Logo, sempre que vai induzir imunossupressão tem que fazer tto profilático com Ivermectina
Estrongiloidíase - quadro clínico (5)
- Assintomático a oligossintomático
- Dermatite larvária (Larva Currens)
- Sd de Loeffler
- Quadro abdominal inespecífico
- Infestação maciça
Estrongiloidíase - quadro abdominal (5)
- Anorexia
- Náuseas e vômitos
- Distensão abdominal
- Dor tipo cólica ou queimação - síndrome pseudo-ulcerosa
- Síndrome de má absorção por semanas a meses
- Diarreia secretora ou esteatorreica
- Desnutrição
Quadro de infestação maciça por estrongiloidíase
- Bacteremia por GN - ao penetrarem mucosas levam as bactérias do TGI → quadros infecciosos hepáticos, intestinais, respiratórios, meningite, sepse
- Quadro grave e de elevada mortalidade
Estrongiloidíase - diagnóstico (6)
- EPF seriado (até 7 amostras)
- Assim aumenta sensibilidade
- Exame de detecção de larvas
- Cultura de larvas
- Aspirado duodenal (+ sensível que EPF)
- Biópsia duodenal
- Pode revelar verme nas criptas ou glândulas e/ou infiltração eosinofílica
- Lavado bronco-alveolar
- Pode revelar larvas
Tratamento estrongiloidíase - comum e se infestação maciça + acompanhamento
- Ivermectina dose única 200 mcg/kg VO (1ª escolha) + repetir após 15d
- Albendazol 400 mg 2x/dia por 7d
- Se hiperinfecção
- Suspender ou reduzir imunossupressão se possível
- Ivermectina 200 mcg/kg/dia VO por 2 semanas até exames negativos
Repetir exames 2-4 semanas após tto para confirmar se deu certo - se não deu, retratar
Trichiuríase - onde causa infecção, ciclo de vida
Infectam intestino grosso, mais o ceco
Fezes com ovos contaminam o solo (demoram ~15 dias para se tornarem infectantes) → contaminação oral com ovos → sucos digestivos liberam as larvas dos ovos → amadurecem por ~90 dias em TGI e viram vermes adultos → ovoposição…
Tricuríase - quadro clínico (9)
- Assintomática a oligossintomática
- Trichiuríase maciça
- Mais em crianças desnutridas, sem saneamento básico, em comunidades aglomeradas
- Distensão abdominal
- Cólicas
- Vômitos
- Disenteria crônica
- Tenesmo
- Anemia microcítica hipocrômica
- Desnutrição
- Prolapso retal
Tricuríase - dx (2)
- EPF
- Exame de mucosa retal (proctoscopia, colonoscopia ou direto se prolapso)
- Pode identificar vermes adultos se infecção maciça
Quantas amostras devemos pedir ao investigar helmintos?
Pelo menos 3 amostras
Tricuríase - tto (4) e especificidade
Albendazol 3-7d
Mebendazol 3-7d
Ivermectina 3d
Nitazoxanida 3d
Se trichuríase maciça repetir tratamento 3 vezes, com intervalo de 15 dias entre eles
Oxiuríase - onde infecta, ciclo de vida
- Infesta ceco e reto → inflamação superficial da mucosa colônica
- Ciclo de vida
- Macho fecunda a fêmea e morre
- Fêmea cheia de ovos migra para região anal para botar os ovos, mais a noite (prurido anal)
- Como coça muito, os ovos tendem a ir para as mãos → transmissão anal oral direta ou indireta via inalação dos ovos (em poeira ou utensílios) ou contaminação dos alimentos
- Ovos ingeridos → larvas intestinais → fixação no ceco → copulação…
Oxiuríase - quadro clínico (5)
- Intenso prurido anal, pior a noite - pode inclusive levar a sofrimento e insônia
- Prurido vulvar, corrimento, complicações anexiais em meninas
- Por migração para a vagina
- Náuseas
- Dor abdominal
- Tenesmo e puxo
Oxiuríase - dx (3)
- Procura de vermes na região perianal 2-3h após ir dormir
- Fita gomada na 1ªh da manhã + microscopia direta
- Para coletar ovos em região perianal
- Feito 3 manhãs consecutivas, antes de fazer qualquer higiene
- Análise de amostras obtidas subungueal em microscopia direta
- EPF
- É escasso ovos e vermes nas fezes, então poucas vezes será positivo
Oxiuríase - tto e quando tratar a casa
- Albendazol - dose única → intervalo 2 semanas → 2ª dose única
- Repetimos para matar vermes adultos que eclodem dos ovos não mortos pelo primeiro tratamento
Se de repetição ou mais de um membro da casa com sintomas, tratar a todos
Teníase - ciclo de vida
- Ovos eliminados via proglótide contaminam o solo → animal come os ovos → embriões migram até tecido conjuntivo dos músculos, formando os cisticercos
- Se homem come os ovos da T. solium atua como receptor dos embriões e pode formar cisticercos
- Se comer ovos T. saginata eles são eliminados
- Homem ingere carne contaminada com cisticercos → em contato com sucos gástricos, cisticerco libera o escolex → escolex migra até delgado, fixa-se na mucosa e se desenvolve
- Homem pode ter cisticerco por ingestão de ovos ou autoinfestação
- Proglótides refluem ao estômago, liberam os embriões que migram via sanguínea até os tecidos
Teníase - tipos de apresentação clínica (4)
- Assintomático
- Quadro abdominal inespecífico (+ por T. saginata)
- Complicações (raras) (+ por T. saginata)
- Neurocisticercose (T. solium)
Teníase - quadro abdominal inespecífico (12)
- Fadiga
- Irritabilidade
- Cefaleia
- Tontura
- Bulimia
- Anorexia
- Náuseas e vômitos
- Dor abdominal
- Perda de peso
- Diarreia e/ou constipação
- Urticária
- Eosinofilia moderada a intensa
Teníase - complicações (4)
- Sub-oclusão intestinal
- Apendicite
- Colangite
- Pancreatite
Teníase - dx (1) e quando investigar casa
- Microscopia direta de fezes
- Identifica ovos e proglótides
- Maior sensibilidade se repetição + técnicas de concentração
- Não é possível diferenciar as espécies pelos ovos
- Apenas se presença de proglótides ou escolex
OBS: investigar os moradores de casa com alguém com neurocisticercose
Teníase - tratamento (2) e acompanhamento
- Praziquantel 5-10 mg/kg VO dose única
- Niclosamida 50 mg/kg (max 2 g) dose única se cisticercose
- Praziquantel é cisticida e pode causar inflamação ao redor dos cistos em morte nos pacientes com cisticercose, o que pode levar a convulsões
Após tratamento, repetir EPF 3 amostras
- Visa identificar proglótides para identificar a espécie
- Repetir novamente após 1 e 3 meses para controle
Esquistossomose - ciclo de vida
- Ovo na água parada → eclosão → miracídio (larva) entra no caramujo pra sobreviver → cercária (larva infectante) penetra pele → ganha circulação até chegar na veia porta → reprodução gera ovos na fêmea → fêmea migra até reto → ovos no lúmen saem nas fezes OU é absorvido na mucosa, formando granulomas OU é absorvido para corrente sanguínea
- Ovo na corrente sanguínea mesentérica → chega no espaço porta e sinusoide hepático e fica preso (grande demais) → inflamação → fibrose de Simmers → diminui complacência venosa → hipertensão portal intrahepática pré-sinusoidal
- Ovos advém de fezes contaminadas
Esquistossomose - onde infecta, principal causa de morbimortalidade
Habita vasos mesentéricos
Hipertensão portal é a principal causa de morbimortalidade
Esquistossomose - tipos de apresentação clínica (3)
- Dermatite cercariana ou coceira do nadador
- Forma aguda ou febre de Katayama
- Forma crônica
Esquistossomose - dermatite cercariana (1)
Lesão de pele causa prurido
Esquistossomose - forma aguda ou Febre de Katayama (5)
- Pela presença do verme na circulação mesentérica
- Febre
- Mialgia
- Hepatoesplenomegalia
- Adenomegalia
- Eosinofilia
Esquistossomose - Forma crônica (4)
- Sepse por Salmonella
- Na reabsorção pela mucosa pode trazer consigo gram negativos
- Formação de granulomas
- Hipertensão portal intra-hepática pré-sinusoidal
- Hipertensão pulmonar
- Ovos desviam do fígado pela hipertensão portal e chegam no pulmão
- Lá também acabam entupindo os vasos menores → hipertensão pulmonar
- Mielite
- Ovos podem chegar na medula → para a tetraplegia
Esquistossomose - dx (3)
- Sorologia (forma aguda)
- Não deu tempo de chegar em TGI
- EPF (Após 40 dias da infecção aguda)
Parece prancha de surf - Biópsia retal (alta sensibilidade)
- Identifica granulomas com ovo (ou casca) dentro
Esquistossomose - tratamento (2)
- Praziquantel
- Oxaminiquine
Toxocaríase - onde infecta, ciclo de vida
- Habita no delgado no cachorro e em nozes mora nas vísceras - chamado de Larva Migrans visceral
- Ciclo de vida semelhante a ascaridíase, só que no doguinho
- Ingere o ovo quando em contato com solo (areia) contaminado por fezes de cachorro
- Ele tem GPS de organismo de cachorro - quando verme sai do pulmão fica passeando pelo corpo ao invés de ir “apenas” para TGI - por isso chama larva migrans visceral
- Tende a não conseguir completar ciclo de vida nos humanos - por isso EPF não é tão bom
Toxocaríase - quadro clínico (6)
- Febre
- Sintomas intestinal inespecífico
- Síndrome de Loeffler
- Hepatomegalia
- Ascite
- Eosinofilia marcante (pois ta circulando em muitos locais)
Toxocaríase - dx (2)
- Sorologia
- EPF (pode não identificar)
Toxocaríase - tto (2)
- Albendazol 5d + Corticoide
- Pela inflamação sistêmica