Oxidação dos Lipídios - Semana 8 Flashcards

1
Q

De onde obtemos os lipídios (ácidos graxos e triacilgliceróis) para serem oxidados?

A

Os lípidos que utilizamos para gerar energia para o nosso corpo vem de 2 principais fontes:
DA ALIMENTAÇÃO
podem compor até 29% da dieta de pessoas saudáveis, e os mais consumidos são: ácido mirístico (no leite), ácido palmítico (gordura animal), ácido esteárico (cacau) e ácido linoleico (ômega 6). Eles são digeridos no intestino pelas lipases (os quebram em glicerol e ácidos graxos livres), e são emulsificados pelos sais biliares formando micelas mistas, que são absorvidas pelos enterócitos (no interior deles os triacilgliceróis são remontados e colocados, então, na corrente sanguínea).
DO TECIDO ADIPOSO
é composto por células conhecidas como adipócitos que acumulam gotículas de gordura em seu citoplasma como forma de armazenamento de energia (lembrando, que os triacilgliceróis geram mais energia e podem ser mais armazenados que o glicogênio, pois são menos solúveis) e representam cerca de 20-25% da massa corporal de pessoas saudáveis. temos neles a formação dos ésteres de colesterol (colesterol com éster no local da hidroxila, ficando completamente apolar, catalisado pela enzima ACAT).

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2
Q

O que são as lipoprotínas? Explique a atuação delas tanto na via endógena quanto na via exógena.

A

As lipoproteins são as responsáveis por carrear os lipídios na corrente sanguínea através do plasma. São esferas compostas por fosfolipídios e colesterol, revestidas de apolipoproteínas e que carregam ésteres de colesterol e triacilglicerídeos em seu interior. São sintetizadas no fígado ou intestino delgado e cada uma tem características e funções específicas (determinadas, em grande parte, pelas diferentes apolipoproteínas que as revestem e direcionam para tecidos específicos e agem como sinalizadoras para que enzimas atuem sobre as lipoproteínas). São calssificadas de acordo com seu tamanho e densidade (quanto mais proteínas e menos triacilglicerídeos, mais denso):
Quilomícron (maior, menos denso e transporta lipídios advindo da dieta), VLDL, IDL (momentâneo, um estágio entre VLDL e LDL), LDL (conhecido como colesterol “ruim”) e HDL (menor, mais denso e conhecido como colesterol “bom”).
VIA EXÓGENA
Realizada pelos quilomícrons, advém dos enterócitos após a remontagem dos triacilglicerídeos, eles se unem a apolipoproteína C-II, ApoA-IV, ApoC-III e ApoE, e formam o quilomícron. Este vai para os vasos linfáticos adjacentes e depois para a corrente sanguínea onde sofre a ação da lipase lipoproteína (LPL), estimulada pela insulina, que quebra novamente em ácidos graxos livres e glicerol e transfere os ácidos graxos para tecidos que necessitam e o quilomícron remanescente segue até ser absorvido pelo fígado (reconhece a ApoE).
VIA ENDÓGENA
Lipídios sintetizados no fígado vão para a corrente sanguínea através do VLDL, utilizando as apolipoproteínas ApoB-100, ApoC-I, ApoC-II, ApoC-III e ApoE, para ser distribuído nos tecidos periféricos. A LPL também atua no VLDL (reconhece a ApoC-II) quebrando e retirando ácidos graxos e colocando nos tecidos. Assim o VLDL passa a ser LDL (passando pelo estágio intermediário de IDL) e este LDL continua seu percurso só que distribuindo agora COLESTEROL aos tecidos e depois retornando ao fígado.

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3
Q

Como ocorre a absorção e o transporte reverso do colesterol?

A

Para a absorção, as células possuem receptores (produzidos no RE e no Golgi) de LDL na sua superfície que reconhecem ApoB-100. Então o LDL e os receptores são internalizados, os receptores são colocados de volta na mp e a vesícula se funde com os lisossomos liberando aminoácidos, ácidos graxos e colesterol, formando as gotículas de gordura no citoplasma ou utilizando para a estrutura celular ou geração de energia (quando isso ocorre no fígado, regula a síntese de colesterol). Já o transporte reverso, é feito pelo HDL (produzido no fígado e intestino) que passa pelos tecidos periféricos coletando colesterol e levando até o fígado. Utiliza as apolipoproteínas ApoA-I, ApoA-II, ApoA-IV, ApoB-100, ApoC-I, ApoC-II, ApoC-III, ApoD e ApoE. Faz uso da enzima LCAT (lecitina colesterol anil transferase) para converter colesterol em éster de colesterol e jogar este para dentro do HDL.

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4
Q

Como ocorre a geração de energia a partir do glicerol e dos ácidos graxos livres (que advém do triacilglicerol que foi quebrado pelas lipases)?

A

GLICEROL
1- fosforilado (gasta 1 ATP) em glicerol-fosfato, pela glicerol quinase.
2- o glicerol-fosfato é oxidado (forma 1 NADH + H+) em diihidroxicetona-fosfato, pela glicerol fosfato desidrogenase.
3- a diidroxicetona pode seguir pela via da glicólise ou da gliconeogênese, dependendo da necessidade da célula.
ÁCIDOS GRAXOS
Sofrem um processo de oxidação, chamado de beta-oxidação, na matriz mitocondrial, não gera ATP, mas gera Acetil-CoA, NADH e FADH2.

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5
Q

Explique as etapas e o mecanismo da Beta-oxidação dos ácidos graxos saturados, sem ramificações e com número par de carbonos.

A

1- os ácidos graxos são ativados pela ligação com a Coenzima A virando Acil-CoA (de ácido graxo vira acil adenilado, gasta 1 ATP a AMP, e esse vira acil-Coa), catalisado pela Acil-CoA Sintetase.
2- Acil-CoA é unido a Carnitina, pela Carnitina Acil-transferase I, virando Acil-carnitina para poder entra na matriz mitocondrial (ser reconhecida pelo receptor).
3- Acil-carnitina vira Acil-CoA e Carnitina novamente, já dentro da matriz, pela Carnitina Acil-transferase II.
4- Acil-CoA é oxidado (forma FADH2) em trans-enoil-CoA, pela Acil-CoA Desidrogenase.
5- Trans-enoil-CoA é hidratado (+H20) e vira L-beta-hidroxiacil-CoA, pela Enoil-CoA-hidratase.
6- L-beta-hidroxiacil-CoA é oxidado (gera NADH + H+) e vira Beta-cetoacil-CoA, pela Beta-hidroxiacil-CoA-desidrogenase.
7- Beta-cetoacil-CoA tem a ligação entre o carbono alfa e beta desestabilizada e, então, sofre uma tiólise pela adição de HS-CoA, pela Acil-CoA-Acetiltransferase (tiolase) formando 1 Acetil-CoA e 1 Acil-CoA (com 2 carbonos a menos que o original).

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6
Q

Como ocorre a oxidação dos ácidos graxos insaturadas e dos ácidos graxos com número ímpar de carbonos?

A

A.G. INSATURADOS
Sofrem reações até que a ligação dupla que possuem fique entre o 3 e 4 carbono, formando um cis-enoil-CoA que é isomerado, pela cis-enoil-Coa-isomerase, em trans-enoil-CoA e continua a Beta Oxidação, porém gera 1 FADH2 a menos, pois pulou uma reação.
A.G. COM CARBONOS ÍMPARES
A Beta Oxidação ocorre normalmente até a última reação, onde teremos 5C (ao invés de 4C) e formaremos então 1 Acil-CoA (2C) e 1 Propionil-CoA (3C). O Propionil-CoA é fosforilado e isomerado e entra no ciclo do ácido cítrico como Succinil-CoA (deixa de gerar 2 NADH e 2 Co2).

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7
Q

Explique a beta-oxidação nos peroxissomos, a ômega-oxidação e a alfa-oxidação.

A

BETA OXIDAÇÃO DO PEROXISSOMO
Ocorre em a.g. de cadeia super longa (mais que 18C). A oxidação em si ocorre igualmente, não precisando de carnitina. Porém, na mitocôndria os elétrons do FADH2 são transferidos para a cadeia transportadora de elétrons e geram ATP, já no peroxissomo os elétrons do FADH2 vão diretamente para o oxigênio molecular e liberando energia em forma de calor e formam peróxido de hidrogênio (H202), que é eliminado pela catalase. Os NADHs e os Acetil-CoA formados são transferidos para as mitocôndrias.
ÔMEGA OXIDAÇÃO
Ocorre na outra ponta do a.g., ou seja, no último carbono, no RE, em a.g. de 10 a 12C, porém é pouco comum de acontecer (ocorre mais quando há deficiência de carnitina, pois não necessita). Um -OH é introduzido no C-ômega pela oxidase de função mista, depois o -OH é oxidado pela Ácool-Desigrogenase e depois a estrutura é oxidada novamente pela Aldeido Desidrogenase, podendo agora formar tanto Succinato quanto Adipato. Consome O2 e NADH.
ALFA OXIDAÇÃO
Ocorre nos peroxissomos, com a.g. ramificados, possuem um grupo metila ligado ao carbono beta, impedindo a beta oxidação. Forma ao final de todas as reações propionil-CoA.

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8
Q

Em que situação ocorre a formação dos corpos cetônicos, como ela acontece e qual a relação deles com a diabetes?

A

Os corpos cetônicos são produtos solúveis da oxidação dos ácidos graxos que ocorre no fígado e são sintetizados a apartir do Acetil-CoA. São eles: acetona, acetato e D-Beta-Hidroxibutirato. A produção ocorre apenas durante o jejum, quando há um excesso de Acetil-CoA no fígado por conta da falta de Oxilacetato (que está sendo utilizado para a gliconeogênese, pois estamos de jejum e há ação do glutamato). Após diversas reações esses produtos são lançados na corrente sanguínea para que possam ser aproveitados pro tecidos como o cérebro, que precisam de muito suprimento energético e em falar de glicose utilizam os corpos cetônicos). A acetona não chega ao cérebro pois é muito volátil e é eliminada pelos pulmões (bafo de manhã). Porém, esses corpos cetônicos não podem ser utilizados por muito tempo pois acabam causando uma desorientação mental, por não suprirem completamente a demanda cerebral e por também abaixarem o Ph sanguíneo. Isso pode ser relacionado com a diabetes, pois com a falta de estimulação pela insulina para que a glicose entre na célula a estimulação de glucagon permanece e com ela a gliconeogênese e a formação de corpos cetônicos, o que leva a um comportamento “bebado” dessas pessoas, baixo Ph sanguíneo e hálito ruim.

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9
Q

Qual o problema relacionado ao LDL que faz com que ele seja considerado um “colesterol ruim”?

A

Quando há uma lesão no endotélio dos vasos sanguíneos, há um aumento da permeabilidade, levando ao acúmulo de LDL (anda mais próximo as paredes dos vasos) nesses locais. Esse LDL é oxidado e deixa de ser reconhecido pelas células, o que atrai macrófagos para essa região que fazem a endocitose desse LDL oxidado, porém essas células não são capazes de lidar com esse colesterol e se tornam células espumosas, isso gera as famosas placas de aterosclerose. Então essas células espumosas secretam citocinas e desencadeiam uma reação de inflamação no local, o que leva ao crescimento da placa, podendo levar até a obstrução parcial ou completa do vaso, causando doenças como AVC e infartos.

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