Outras cefaleias primárias Flashcards
Outras cefaleias primárias - Tipos
1) Cefaleia primária da tosse
- Cefaleia primária da tosse, provável
2) Cefaleia primária do exercício, provável
- Cefaleia primária do exercício, provável
3) Cefaleia primária associada à atividade sexual
- Cefaleia primária associada à atividade sexual, provável
4) Cefaleia explosiva primária
5) Cefaleia por estímulos frios
6) Cefaleia por compressão externa
7) Cefaleia primária em guinada
- Cefaleia primária em guinada, provável
8) Cefaleia numular
- Cefaleia numular, provável
9) Cefaleia hípnica
- Cefaleia hípnica, provável
10) Cefaleia diária persistente desde o início
- Cefaleia diária persistente desde o início, provável
Outras cefaleias primárias - Introdução
- Grupo de cefaleias primárias clinicamente heterogêneo
- Sua patogenia ainda não é bem compreendida
- Sua terapêutica é apenas sugerida na base de relatos isolados ou ensaios clínicos não controlados
- Algumas podem ser sintomáticas de doenças (cefaleias secundárias)
- Quando ocorrem, pela primeira vez, necessitam de uma avaliação cuidadosa com exames de imagem e/ou outros testes apropriados
- Algumas podem ter início agudo
- É obrigatório realizar uma investigação apropriada e completa (em particular com neuro-imagem)
- A hemicrânia contínua era desta classe na ICHD-2, mas agora foi transferida por haver evidência de se tratar de uma cefaleia trigêmino-autonômica
Outras cefaleias primárias - Classes
1º) Cefaleias associadas ao esforço físico
- cefaleia primária da tosse
- cefaleia primária do exercício
- cefaleia primária associada à atividade sexual
- cefaleia explosiva primária
2º) Cefaleias atribuídas a um estímulo físico direto
- cefaleia induzida pelo frio
- cefaleia induzida pela pressão externa
3º) Cefaleias epicranianas
- cefaleia primária tipo guinada
- cefaleia numular
4º) Um grupo miscelânea de outras cefaleias primárias
- cefaleia hípnica
- cefaleia persistente diária de novo
Cefaleia primária da tosse - Descrição
- Desencadeada pela tosse ou outras manobras de Valsalva
- Não é causada pelo exercício físico prolongado
- Ausência de qualquer lesão intracraniana
Cefaleia primária da tosse - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios de dor de cabeça preenchem os critério de B a D
B) É desencadeada pela tosse e ocorre apenas associada a esta e/ou a outras manobras de Valsalva
C) Início súbito
D) Dura entre 1 segundo a 2 horas
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3
Cefaleia primária da tosse - Características
- Rara (1% ou menos de todas as cefaleias observadas em Consultas de Neurologia)
- 1/5 dos doentes com tossem observados em consulta de pneumologia sofre de cefaleia de tosse
- Inicia-se momentos após a tosse
- Geralmente bilateral
- Localização posterior
- Afeta predominantemente doentes com idade superior a 40 anos
- Há uma relação entre a frequência da tosse e a gravidade da dor de cabeça
- A indometacina é habitualmente eficaz no tratamento
- Sintomas associados (2/3 dos doentes):
a) vertigem
b) náuseas
c) perturbações do sono - Atinge o máximo de intensidade quase imediatamente e mantém-se depois, durante alguns segundos a minutos
OBS: Alguns doentes refiram uma cefaleia ligeira a moderada durante 2 horas.
Síndrome da cefaleia da tosse
- Sintomática em cerca de 40% dos casos
- A maioria apresenta malformação de Arnold-Chiari tipo 1 (rara e congênita na maior parte dos casos; afeta o SNC na fossa posterior da base cerebral; sinais: alteração no tronco cerebral, hidrocefalia)
- Causas relacionadas: hipotensão de LCR, patologia carotídea ou vértebro-basilar, platibasia, tumores da fossa média ou posterior do crânio, quistos da linha média, impressão basilar, hematoma subdural, aneurismas cerebrais e a síndrome da vasoconstrição cerebral reversível
- Afeta principalmente mulheres
- Idade mais comum: 30-40 anos
- Sintomas mais comuns: dor cervical, dor de cabeça intensa, fraqueza muscular, dormência ou alteração da sensibilidade nos membros e dificuldade de equilíbrio, etc.
OBS: A forma mais grave desta patologia consiste na herniação da porção posterior do cerebelo e do tronco cerebral através do forame magno, ocorrendo que algumas partes do cérebro alcançam o canal da medula espinhal comprimindo-a. O seu diagnóstico é confirmado pela Ressonância nuclear magnética e o tratamento consiste na descompressão do canal medular.
OBS: A cefaleia da tosse pediátrica deve ser considerada sintomática até provar o contrário.
Cefaleia primária da tosse provável - Critérios de diagnóstico
A) Um dos seguintes:
- um único episódio de dor de cabeça preenchendo os critérios de B a D
- pelo menos dois episódios preenchem o critério B e apenas um dos critérios C ou D
B) É desencadeada pela tosse e ocorre apenas associada a esta e/ou a manobra de Valsalva
C) Início súbito
D) Dura entre um segundo a 2 horas
E) Não preenche os critério ICHD-3 para outra cefaleia
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária do exercício - Descrição
Cefaleia precipitada por qualquer forma de exercício na ausência de doença intracraniana
OBS: É em regra desencadeada pelo exercício físico mantido e intenso
Cefaleia primária do exercício - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios de cefaleia preenchem os critérios B e C
B) Desencadeada por esforço físico e ocorre apenas durante ou após exercício físico intenso
C) Duração <48 horas
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária do exercício - Características
- Predomina em climas quentes ou em grandes altitudes
- Há alguns subtipos desta cefaleia, mas não são classificadas individualmente
- Pulsátil na maioria dos doentes e dura menos de 5 minutos
- Dura menos em adolescentes
- Há relatos de que a ingestão de tartarato de ergotamina tem efeito preventivo sobre esta cefaleia
- Mecanismos fisiopatológicos desconhecidos
Hipótese: origem vascular (dor desencadeada pela distensão arterial ou venosa, secundária ao exercício físico) - Doentes têm maior prevalência de incompetência valvular na veia jugular interna, sugere que a congestão venosa intracraniana pode desempenhar papel na fisiopatologia (fluxo venoso retrógrado)
OBS: É OBRIGATÓRIO excluir hemorragia subaracnoidea, dissecção arterial e a síndrome do vasospasmo cerebral reversível, quando do aparecimento de cefaleias de novo com estas características.
Cefaleia primária do exercício provável - Critérios de diagnóstico
A) Um dos seguintes:
- um único episódio de cefaleias preenche os critérios B e C
- pelo menos dois episódios de cefaleias preenchem o critério B mas não o C
B) Desencadeada por esforço físico e ocorrendo apenas durante ou após o exercício físico intenso
C) Duração <48 horas
D) Não preenchendo os critérios da ICHD-3 beta para outro tipo de cefaleias
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária associada à atividade sexual - Descrição
- Desencadeada por atividade sexual
- Inicia-se com uma dor surda bilateral enquanto a excitação sexual aumenta, tornando-se subitamente intensa no orgasmo
- Ausência de qualquer lesão intracraniana
Cefaleia primária associada à atividade sexual - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 crises de dor na cabeça e/ou pescoço preenchem os critérios de B a D
B) Desencadeada pela atividade sexual e ocorrendo apenas durante a atividade sexual
C) Um dos dois ou ambos os seguintes critérios:
- aumento da intensidade com o aumento da excitação sexual
- intensidade abrupta explosiva imediatamente antes ou no orgasmo
D) Duração entre 1 minuto e 24 horas com grande intensidade e/ou o máximo de 72 horas com intensidade ligeira
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária associada à atividade sexual - Características
- Não há mais os subtipos cefaleia pré-orgásmica e cefaleia orgásmica desde a ICHD-3
- Cerca de 40% sofre um curso crônico de mais de um ano
- Se for apenas uma crise, é cefaleia primária associada à atividade sexual provável (TEM QUE TER 2 OU MAIS CRISES)
- Pode ocorrer em qualquer idade da vida sexual ativa
- Mais prevalecente em homens do que em mulheres
- Ocorre independente do tipo de atividade sexual
- Não se acompanha de sintomas autonômicos ou vegetativos na maioria dos casos
- 2 bilateral : 1 unilateral
- Difusa ou localizada na região occipital (80% dos casos)
- A frequência das crises deve ser sempre relacionada com a frequência da atividade sexual
- Não se associa a perturbação da consciência, vômitos, sintomas visuais, somatossensoriais ou motores (enquanto a cefaleia sintomática associada à atividade sexual pode ter)
- Na 1ª ocorrência é obrigatório excluir outras condições (ex: dissecção arterial, etc)
- Múltiplas cefaleias explosivas durante a atividade sexual devem ser atribuídas a Cefaleias atribuídas à síndrome do vasospasmo cerebral reversível (estudos angiográficos - angiografia convencional, ressonância magnética e angio TC- ou estudos de Doppler transcraniano)
Cefaleia primária associada à atividade sexual provável - Critérios de diagnóstico
A) Um dos seguintes:
- um único episódio de cefaleias preenchendo os critérios de B a D
- pelo menos dois episódios de cefaleias preenchendo o critério B e um , mas não ambos, os critérios C e D
B) Desencadeada por atividade sexual e ocorrendo apenas durante a atividade sexual
C) Um ou ambos os seguintes critérios
- aumento da intensidade com o aumento da excitação sexual
- intensidade abrupta explosiva imediatamente antes ou no orgasmo
D) Duração entre 1 minuto e 24 horas, com grande intensidade e/ou o máximo de 72 horas com intensidade ligeira
E) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleias
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia explosiva primária - Descrição
- Grande intensidade
- Início abrupto que simula a rotura de um aneurisma cerebral
- Ausência de qualquer patologia intracraniana
Cefaleia explosiva primária - Critérios de diagnóstico
A) Cefaleia grave preenchendo os critérios B e C
B) Início súbito atingindo a intensidade máxima em <1 minuto
C) Duração >= 5 minutos
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia explosiva primária - Características
- Associada a perturbações vasculares intracranianas graves, particularmente hemorragia subaracnoide e é obrigatória sua exclusão, bem como de outras condições
- Outras causas orgânicas: meningite, hipotensão do LCR, sinusite aguda e quisto coloide do terceiro ventrículo
- Exames de imagem cerebral normal
Cefaleia por estímulos frios
Cefaleia desencadeada por um estímulo frio aplicado externamente à cabeça ou ingerido ou inalado
Cefaleia atribuída à aplicação externa de um estímulo frio - Descrição
Cefaleia generalizada que se segue à exposição da cabeça desprotegida a uma temperatura ambiental muito baixa
Cefaleia atribuída à aplicação externa de um estímulo frio - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios agudos de cefaleia preenchendo os critérios B e C
B) A cefaleia é desencadeada pelo frio e ocorrendo apenas durante à aplicação externa de um estímulo frio na cabeça
C) Desaparece num intervalo de 30 minutos após a remoção do estímulo frio
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia atribuída à aplicação externa de um estímulo frio - Características
- Resulta do arrefecimento externo da cabeça
- Alguns desenvolvem cefaleia breve e intensa, tipo guinada
- Geralmente na parte média da região frontal
- A dor pode ser unilateral e temporal, frontal ou retro orbitária
Cefaleia atribuída à ingestão ou inalação de estímulos frios - Descrição
- Dor de curta duração
- Frontal ou temporal
- Pode ser intensa
- Induzida em indivíduos suscetíveis pela passagem de material frio (sólido, líquido ou gasoso) no palato e/ou parede posterior da faringe
Cefaleia atribuída à ingestão ou inalação de estímulos frios - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios de cefaleia aguda frontal ou temporal preenchendo os critérios B e C
B) A cefaleia é desencadeada por ingestão de algo frio e ocorre imediatamente após o contato do palato e/ou da parede posterior da faringe com o um estímulo frio, pela ingestão de alimentos ou bebidas frias ou inalação de ar frio
C) A cefaleia desaparece em 10 minutos após a remoção do estímulo frio
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia atribuída à ingestão ou inalação de estímulos frios - Características
- Frequente na população em geral especialmente nas pessoas com Enxaqueca
- Geralmente bilateral, mas pode ser lateralizada ao lado habitual da enxaqueca daqueles que a tiverem
- A ingestão rápida tem grande probabilidade de desencadear a cefaleia, mas a ingestão lenta também pode provocar
Cefaleia pelo frio provável - Critérios de diagnóstico
A) Um único episódio de cefaleia preenchendo os critérios B e C
B) A cefaleia é desencadeada pelo frio e ocorre durante ou imediatamente depois da aplicação externa de um estímulo frio na cabeça ou ingestão ou inalação de estímulos frios
C) Desaparece em 10 minutos após a remoção do estímulo frio
D) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleias
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia por compressão externa - Descrição
Resultante da compressão ou tração mantida sobre os tecidos moles epicranianos (ex: chapéu ou tiara)
Cefaleia por compressão externa - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios de cefaleia preenchendo os critérios de B a D
B) A cefaleia é desencadeada pela compressão e ocorre dentro do período de uma hora durante a compressão mantida da região frontal ou do couro cabeludo
C) A dor é máxima no local da compressão externa
D) Desaparece numa hora após o alívio da compressão externa
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia por tração externa - Descrição
Resultante da tração mantida sobre os tecidos moles pericranianos sem lesão do couro cabeludo (Ex: rabo de cavalo)
OBS: A duração varia com a intensidade e duração da tração externa
Cefaleia por tração externa - Critérios de diagnóstico
A) Pelo menos 2 episódios de cefaleia preenchendo os critérios de B a D
B) A cefaleia é desencadeada por tração e ocorre apenas durante a tração externa sustentada do couro cabeludo
C) A dor é máxima no local da compressão externa, mas também pode estender-se a outras áreas da cabeça
D) Desaparece numa hora após o alívio da tração
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia por pressão externa provável - Critérios de diagnóstico
A) Um dos seguintes:
- um único episódio de cefaleia preenche os critério de B a D
- pelo menos 2 episódios de cefaleia preenchendo os critérios de B e um dos critérios C ou D, mas não ambos
B) A cefaleia é desencadeada pela compressão ou tração e ocorre apenas durante a compressão ou tração da fronte e/ou do couro cabeludo
C) A dor é máxima no local da compressão ou tração
D) Desaparece numa hora após o alívio da compressão ou tração
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária em guinada - Descrição
- Dor de cabeçada como punhalada
- Breve e localizada
- Ocorre espontaneamente
- Ausência de doenças orgânicas das estruturas subjacentes ou dos nervos cranianos
Cefaleia primária em guinada - Critérios de diagnóstico
A) A cefaleia ocorre espontaneamente como uma guinada única ou em série e preenche os critérios de B a D
B) Cada guinada dura alguns segundos no máximo
C) A guinada recorre com uma frequência irregular entre uma a várias por dia
D) Não existem sintomas autonômicos cranianos
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia primária em guinada - Características
- As guinadas duram 3s ou menos em 80% (em casos raros pode durar de 10 a 120s)
- Frequência das crises é geralmente baixa, com uma ou algumas por dia
- Afeta a área extratrigeminal em 70% dos casos, podendo deslocar-se de uma área para a outra, tanto no mesmo lado, como no hemicrânio oposto (tem localização fixa em apenas 1/3 dos doentes)
- Quando as guinadas são estritamente localizadas a uma área, deve-se excluir alterações estruturais nesse local ou na distribuição do nervo craniano afetado
- Alguns doentes têm sintomas que não são autonômicos cranianos (diferencia cefaleia primária em guinada de crises de cefaleia unilateral nevrálgiforme breve)
- Mais frequente em pessoas com Enxaqueca, nas quais as guinadas são sentidas no local habitual da enxaqueca
Cefaleia primária em guinada provável - Critérios de diagnóstico
A) A cefaleia ocorre espontaneamente como uma guinada única ou em série e preenche os critérios de B a D
B) Cada guinada dura alguns segundos no máximo
C) A guinada recorre com uma frequência irregular entre uma a várias por dia
D) Não existem sintomas autonômicos cranianos
E) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleias
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia numular - Descrição
- Dor de duração extremamente variável, mas com frequência crônica
- Acontece em uma pequena área circunscrita do couro cabeludo
- Ausência de qualquer lesão das estruturas subjacentes
Cefaleia numular - Critérios de diagnóstico
A) Cefaleia contínua ou intermitente preenchendo os critérios B e C
B) A dor é sentida exclusivamente numa área do couro cabeludo, com todas as características seguintes:
- contornos bem definidos
- fixa no tamanho e na forma
- arredondada ou elíptica
- de 1-6cm de diâmetro
C) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia numular - Características
- A área dolorosa pode localizar-se em qualquer ponto do couro cabeludo, mas encontra-se habitualmente na região parietal
- Raramente é bi ou multifocal (Cada área apresenta todas as características da cefaleia)
- Intensidade da dor geralmente ligeira a moderada (ocasionalmente é grave)
- Duração variável (3/4 dos casos são crônicos, isto é, presente mais de 3 meses)
- A área afetada apresenta combinações variáveis de hipostetia, disestersias, parestesias, alodinia e dor à palpação
- Deve-se excluir outras causas, particularmente estruturais e lesões dermatológicas pela história, exame físico e investigações apropriadas
Cefaleia numular provável - Critérios de diagnóstico
A) Cefaleia contínua ou intermitente preenchendo o critério B
B) A dor sentida exclusivamente numa área do escalpe, com três das seguintes características:
- contornos bem definidos
- fixa no tamanho e na forma
- arredondada ou elíptica
C) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleia
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia hípnica - Descrição
- Episódios de cefaleia que recorrem frequentemente e apenas durante o sono, levando ao despertar
- Duram até 4 horas
- Sem sintomas acompanhantes característicos e que não se atribuem a outra patologia
Cefaleia hípnica - Critérios de diagnóstico
A) Episódios de cefaleia recorrente preenchendo os critérios de B a E
B) Só aparece durante o sono e acorda o doente
C) Ocorre >=10 dias por mês durante >3 meses
D) Dura >= 15 minutos e até um máximo de 4 horas após o acordar
E) Não há sintomas autonômicos cranianos nem agitação
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia hípnica - Características
- Em geral começa depois dos 50 anos, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens
- Dor geralmente ligeira a moderada, mas pode ser intensa em cerca de 1/5 dos doentes
- Dor bilateral em cerca de 2/3
- As crises duram habitualmente 15 e 180 minutos
- A maioria dos casos é persistente, com cefaleias diárias ou quase diárias, mas pode ocorrer uma subforma episódica (inferior a 15 dias por mês)
- Um estudo de RMN mostrou uma redução da substância cinzenta do hipotálamo em doentes com Cefaleia hípnica
- Terapêuticas eficazes: lítio, cafeína, melatonina e indometacina
- Outras causas de cefaleia que ocorrem e levam ao despertar durante a noite devem ser excluídas (ex: apneia do sono, hipoglicemia, etc)
- A presença de apneia do sono não exclui necessariamente o diagnóstico de cefaleia hípnica
Cefaleia hípnica provável - Critérios de diagnóstico
A) Episódios de cefaleia recorrente preenchendo os critérios de B e apenas dois dois critérios de C a E
B) Só aparece durante o sono e acorda o doente
C) Ocorre >=10 dias por mês durante >3 meses
D) Dura >= 15 minutos e até um máximo de 4 horas após o acordar
E) Não há sintomas autonômicos cranianos nem agitação
F) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleias
G) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia persistente diária desde o início - Descrição
- Persistente e diária desde o seu início, que é claramente recordado
- Não tem aspectos característicos
- Pode ser idêntica à enxaqueca ou à cefaleia tipo tensão ou ter elementos de ambas
OBS: Pode assumir duas subformas (não são codificadas de forma separada):
a. autolimitada = tipicamente desaparece sem tratamento dentro de alguna meses
b. refratária = resistente a uma terapêutica agressiva.
Cefaleia persistente diária desde o início - Critérios de diagnóstico
A) Cefaleia persistente preenchendo os critérios B e D
B) Tem um início distinto claramente recordado, em que a dor se torna contínua e sem remissão em 24 horas
C) Está presente há >3 meses
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta
Cefaleia persistente diária desde o início provável - Critérios de diagnóstico
A) Cefaleia persistente preenchendo os critérios B e C
B) Início distinto e claramente recordado, em que a dor se torna contínua e sem remissão em 24h
C) Está presente há >3 meses
D) Não preenchendo os critérios ICHD-3 para outro tipo de cefaleias
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta