Anatomia macroscópica do tronco encefálico e do cerebelo Flashcards
Tronco encefálico
- Interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo
- Grupos de corpos de neurônios: núcleos
- Grupos de fibras nervosas: tratos, fascículos ou lemniscos
OBS: Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos (10 de 12)
Divisão do tronco encefálico
- Bulbo (caudalmente)
- Mesencéfalo (cranialmente)
- Ponte (intermediário)
Bulbo ou medula oblonga
- Forma de tronco de cone
- A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos contínuos com os sulcos da medula
- Estes sulcos delimitam as áreas anterior, lateral e posterior do bulbo (parece uma continuação direta dos funículos da medula)
- Área ventral: fissura mediana anterior
- Nas laterais: pirâmides
- Área lateral: oliva (eminência oval)
OBS: A oliva é formada por uma grande massa de substância cinzenta (núcleo olivar inferior)
Pirâmides bulbares
Feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula (TRATO CORTICOESPINAL)
Decussação das pirâmides
Formada por fibras do trato corticoespinal que, na parte caudal do bulbo, cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior
Limites do bulbo
- Não há uma linha de demarcação nítida entre medula e bulbo (considera-se que o limite entre eles é acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical = ao nível do forame magno do osso occipital)
- Limite superior: sulco bulbo-pontino (sulco horizontal visível no contorno ventral do órgão) = margem inferior da ponte
Raízes dos nervos cranianos
SULCO LATERAL ANTERIOR
XII par - nervo hipoglosso
SULCO LATERAL POSTERIOR
IX par - nervo glossofaríngeo
X par - nervo vago
XI par - nervo acessório
LIMITE DO PEDÚNCULO CEREBELAR MÉDIO
V par - nervo trigêmeo
SULCO BULBO-PONTINO
VI par - nervo abducente
VII par - nervo facial
VIII par - nervo vestíbulo-coclear
SULCO MEDIAL DO PEDÚNCULO CEREBRAL
III par - nervo oculomotor
COLÍCULO INFERIOR
IV par - nervo troclear
Metade caudal do bulbo
- Também chamada de porção fechada do bulbo
- Percorrida por um estreito canal
- Continuação direta do canal central da medula
O que o canal central da medula formará?
IV Ventrículo (cujo assoalho é, em parte, constituído pela porção aberta do bulbo)
Sulco mediano posterior
- Termina a meia altura do bulbo, em virtude do afastamento de seus lábios
- Resultado: contribui para a formação dos limites laterais do IV ventrículo
- Entre este sulco e o sulco lateral posterior está situada a ÁREA POSTERIOR DO BULBO (continuação do funículo posterior da medula)
Divisão (sulco intermédio posterior):
a) Fascículo grácil
b) Fascículo cuneiforme
Fascículos do bulbo
Fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta: núcleos grácil e cuneiforme
OBS: Os núcleos se encontram na parte mais cranial dos respectivos fascículos. RESULTADO: Aparecimento de duas eminências
1- Tubérculo do núcleo grácil (medial)
2- Tubérculo do núcleo cuneiforme (lateral)
Relação entre os tubérculos e o IV ventrículo
Com o aparecimento do IV ventrículo, os tubérculos afastaram-se lateralmente e gradualmente continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior
Ponte
- Interposta entre o bulbo e o mesencéfalo
- Ventralmente ao cerebelo
- Repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide
- Base: ventral, com estriação transversal (numerosos feixes de fibras transversais que convergem formando o PEDÚNCULO CEREBELAR MÉDIO)
Sulco basilar
- Na superfície ventral da ponte
- Aloja a artéria basilar
Nervo intermédio
Raiz sensitiva do VII par que surge entre os nervos VII e VIII (nervos relacionados intimamente)
Síndrome do ângulo ponto-cerebelar
- Causa: tumor
- Mecanismo: compressão das raízes nervosas (a riqueza de sintomas é fruto da presença de muitas raízes para uma área relativamente pequena)
Ângulo ponto-cerebelar
- Espaço latente de forma irregular localizado na fossa posterior cerebral
- Estruturas importantes:
- Flóculo (pequeno lóbulo cerebelar)
*Abertura lateral do IV ventrículo (forame de Luschka)
*Artéria cerebelar ântero-inferior (ramo:artéria labiríntica - irriga a cóclea e o labitinto)
*VII e VIII pares de nervos cranianos - Delimitação:
anterior = superfície posterior do osso temporal
posterior = superfície anterior do cerebelo medial = oliva inferior
superior = borda inferior da ponte e do pedúnculo cerebelar
inferior = tonsila cerebelar
Assoalho do IV ventrículo
Parte dorsal da ponte + Parte dorsal da porção aberta do bulbo
IV Ventriculo
- É a cavidade do rombencéfalo
- Situada entre o bulbo e a ponte, ventralmente, e o cerebelo, dorsalmente
- Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral
Aqueduto cerebral
Cavidade do mesencéfalo através do qual o IV ventrículo se comunica com o III ventrículo
Recessos laterais
- Resultante do prolongamento lateral do IV ventrículo
- Comunicam-se com o espaço subaracnoideo de ambos os lados por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka)
OBS: A abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie) está situada no meio da metade caudal do teto do ventrículo
Importância das aberturas laterais e mediana do IV ventrículo
Por meio dessas cavidades, o liquor, que enche a cavidade ventricular, passa para o espaço subaracnoideo
Assoalho do IV ventrículo
- Forma losângica
- Parte dorsal da ponte + porção aberta do bulbo
- Limita-se ínfero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme
- Limita-se súpero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares superiores (feixes de fibras nervosas que convergem para penetrar no mesencéfalo)
Assoalho do IV ventrículo
- Percorrido em toda a sua extensão pelo sulco mediano
- Cada lado deste sulco tem uma eminência lateral que é limitada lateralmente pelo sulco limitante
Sulco limitante
- Separa os núcleos motores derivados da lâmina basal e situados medialmente dos núcleos sensitivos derivados da lâmina alar e localizados lateralmente
- Alarga-se para constituir:
a) 2 depressões
b) As fóveas superior e inferior (metades cranial e caudal do IV ventrículo respectivamente)
Eminência medial
- Na parte caudal, observa-se, de cada lada, uma pequena área triangular de vértice inferior: O TRÍGONO DO NERVO HIPOGLOSSO (núcleo do nervo hipoglosso)
- Lateralmente ao trígono do nervo hipoglosso e caudalmente à fovea inferior, existe outra área triangular: O TRÍGONO DO NERVO VAGO (núcleo dorsal do vago)
- Dilata-se para constituir, de cada lado, uma elevação arredondada: COLÍCULO FACIAL
OBS: Este colículo é formado por fibras do nervo facial que contornam o núcleo do nervo abducente neste nível
Funiculus separans
- Lateral ao trígono do nervo vago
- É uma estreita crista oblíqua que separa este trígono da área postrema
Área postrema
Região relacionada com o mecanismo do vômito desencadeado por estímulos químicos
Área vestibular
- Lateral ao sulco limitante
- Estende-se de cada lado em direção aos recessos laterais
- É uma grande área triangular que corresponde aos núcleos vestibulares do nervo vestíbulo-coclear
- Existem cordas finas cordas de fibras nervosas que constituem as estrias medulares do IV ventrículo
Lócus-ceruleus
- Área de coloração ligeiramente escura
- Localização dos neurônios mais ricos em noradrenalina do encéfalo
Teto do IV ventrículo
- A metade cranial é composta por fina lâmina de substância branca: VÉU MEDULAR SUPERIOR (estende-se entre os dois pedúnculos cerebelares superiores)
- A metade caudal é composta pela tela corioide (epitélio ependimário + pia-máter)
OBS: O epitélio ependimário reveste internamente o ventrículo e a pia-máter reforça externamente este epitélio
Tela corioide
Emite projeções irregulares bem vascularizadas que se invaginam na cavidade ventricular para formar o PLEXO CORIOIDE DO IV VENTRÍCULO
Importância do plexo corioide
Produção do liquor
Como o liquor se acumula na cavidade ventricular?
- O liquor passa ao espaço subaracnoideo pelas aberturas laterais e da abertura mediana do IV ventrículo
- Através das aberturas laterais (próximas do flóculo do cerebelo exterioriza-se uma pequena porção do plexo carioide do IV ventrículo
Mesencéfalo
- Interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo
- Atravessado pelo aqueduto cerebral
- Dorsal ao aqueduto cerebral há o teto do mesencéfalo
- Ventral ao teto estão os pedúnculos cerebrais
- 2 Sulcos longitudinais (marcam o limite entre base e tegmento do pedúnculo cerebral):
a) sulco lateral do mesencéfalo
b) sulco medial do mesencéfalo
OBS: Do sulco medial emerge o nervo oculomotor (III par)
Pedúnculo cerebral
- Parte dorsal = tegmento (predominantemente celular)
- Parte ventral = base do pedúnculo (fibras longitudinais)
OBS: O tegmento é separado da base pela substância negra (formada por neurônios que contêm melanina)
Teto do mesencéfalo
- Eminências arredondadas: COLÍCULOS SUPERIORES E INFERIORES
- Caudalmente a cada colículo inferior emerge o IV par craniano (nervo troclear)
- Os colículos se ligam aos corpos geniculados (pequenas eminências ovais do diencéfalo) através dos braços dos colículos (feixes de fibras nervosas)
- COLÍCULO INFERIOR = FAZ PARTE DA VIA AUDITIVA
- COLÍCULO SUPERIOR = FAZ PARTE DA VIA ÓPTICA
Colículo inferior -> Braço do colículo inferior -> Corpo geniculado medial
Colículo superior -> Braço do colículo superior -> Corpo geniculado lateral
Nervo troclear
- Único dos pares cranianos que emerge dorsalmente
- Contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo
Colículo superior
- Tem parte de seu trajeto escondido entre o pulvinar do tálamo e o corpo geniculado medial
- Faz parte da via auditiva
OBS: Dica para achar o corpo geniculado - procurar na extremidade do trato óptico
Pedúnculos cerebrais
- Ventrais
- Grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro
- Delimitam uma profunda depressão triangular: FOSSA INTERPEDUNCULAR
- Face medial: sulco medial do pedúnculo - nervo oculomotor
Fossa interpeduncular
- Limitada anteriormente pelos corpos mamilares (eminências do diencéfalo)
- Seu fundo apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos = SUBSTÂNCIA PERFURADA POSTERIOR
Cerebelo
- Dorsal ao bulbo e à ponte
- Contribui para a formação do IV ventrículo
- Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital
- Está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter: TENDA DO CEREBELO
- Funções motoras + funções cognitivas
Pedúnculos cerebelares
INFERIOR = liga o cerebelo à medula e ao bulbo SUPERIOR = liga o cerebelo ao mesencéfalo MÉDIO = liga o cerebelo à ponte
Importância do cerebelo
- Manutenção da postura
- Equilíbrio
- Coordenação dos movimentos
- Aprendizagem de habilidades motoras
Vérmis
- Porção ímpar e mediana
- Ligado aos hemisférios cerebelares (massas laterais)
- Pouco separado dos hemisférios na face dorsal do cerebelo (diferente da face ventral = sulcos bem evidentes que o separam das partes laterais)
Folhas de cerebelo
- Superficiais
- São lâminas finas delimitadas por sulcos de direção predominantemente transversal
Fissuras do cerebelo
- Sulcos mais pronunciados
- Delimitam lóbulos
OBS: Um lóbulo pode conter várias folhas
Importância dos sulcos , fissuras e lóbulos do cerebelo
Aumentam consideravelmente a superfície do cerebelo sem grande aumento de volume
Organização cerebelar
CENTRO: substância branca = corpo medular do cerebelo (irradiam lâminas brancas do cerebelo)
CÓRTEX: substância cinzenta (revestimento externo)
Corpo medular
- Núcleos (centrais) de substância cinzenta:
a) Denteado
b) Interpósito (subdividido em emboliforme e globoso)
c) Fastigial
Importância dos núcleos centrais do cerebelo
Deles saem todas as fibras nervosas eferentes do cerebelo
Lóbulos
- 1 lóbulo do vérmis = 2 lóbulos nos hemisférios
- Total: 17 lóbulos
- Lóbulos importantes: Nódulo, flóculo e tonsila
Nódulo = último lóbulo do vérmis (acima do teto do IV ventrículo) Flóculo = lóbulo do hemisfério com folhas pequenas (atrás do pedúnculo cerebelar inferior) Tonsilas = evidentes na face ventral do cerebelo (medial à face dorsal do bulbo) -> PODE FORMAR UMA HÉRNIA DE TONSILA (penetra no forame magno, comprime o bulbo, podendo ser fatal)
OBS: O pedúnculo do flóculo une o nódulo e o flóculo, formando o lobo flóculo-nodular (separado do corpo do cerebelo pela fissura posterolateral) = RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO
Fissuras
- Total: 8 fissuras
- Fissuras: posterolaterais e prima -> Separam os LOBOS
Fissura posterolateral
Divide o cerebelo em :
1- lobo flóculo-nodular
2- corpo do cerebelo
OBS: O corpo do cerebelo é dividido em lobo anterior e lobo posterior pela fissura prima
Pedúnculos cerebelares
feixes de fibras
- São eles:
a) superior (cerebelo + mesencéfalo)
b) inferior ( cerebelo + medula)
c) médio (cerebelo+ponte)
Ponto de emergência do nervo trigêmeo
Limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar