Obstrução intestinal Flashcards
Classificação anatômica da obstrução em alta ou baixa.
- Alta: até o jejuno
* Baixa: íleo e cólon
O que caracteriza uma obstrução como complicada?
Sofrimento isquêmico de alça intestinal.
Clínica da obstrução intestinal
- Parada da eliminação de gases e fezes
- Dor em cólica (peristalse de luta)
- Distensão abdominal (quanto mais baixa a obstrução, mais intestino para distender)
- Vômitos: precoces na alta e tardios e fecaloides na baixa
- Diarreia paradoxal se suboclusão
- Peristalse de luta: aumentada, timbre metálico
- Toque retal: gases, fezes, massa, fecaloma. Ampola retal vazia sugere obstrução total e cheia sugere obstrução funcional.
O que significa um paciente com clínica de obstrução que apresenta diarreia?
Diarreia paradoxal, que pode ocorrer na suboclusão.
Achados laboratoriais da obstrução intestinal.
- Alcalose metabólica hipoclorêmica (devido aos vômitos)
- Hipocalemia (devido ao SRAA)
- Acidose metabólica, se isquemia (metabolismo anaeróbico)
Exame diagnóstico de obstrução intestinal.
Rx: rotina de abdome agudo
- tórax AP
- abdome em ortostase AP
- abdome em decúbito dorsal AP
Define o sítio de obstrução (delgado ou cólon), não necessariamente a causa.
Se Rx inconclusivo, fazer TC.
Radiografia sugestiva de obstrução de delgado.
Distensão central (até 5 cm), com pregas coniventes (empilhamento de moedas).
Radiografia sugestiva de obstrução colônica.
Distensão periférica grosseira, haustrações.
Tratamento da obstrução intestinal mecânica.
- Parcial e não complicada: tratamento conservador por 24-48h
- Total ou complicada: cirurgia
Tratamento de suporte da obstrução intestinal.
Dieta zero, hidratação venosa, sonda nasogástrica, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base, analgesia…
Sítio mais comum de obstrução intestinal.
Delgado.
Causa mais comum de obstrução intestinal.
Brida (ou aderência).
Causas mais comuns de obstrução de delgado.
- Brida
- Neoplasias (especialmente carcinomatose peritoneal)
- Hérnias
- Íleo biliar
Obstrução intestinal com cirurgia abdominal prévia: diagnóstico e tratamento.
Brida.
Se não complicada, tratamento de suporte por 24h-48h + gastrografina (contraste oral hidrossolúvel hiperosmolar).
Se complicada ou refratária, cirurgia: lise das aderências, idealmente por vídeo, mas também pode ser por via laparotômica.
Causas mais comuns de obstrução colônica.
- Câncer colorretal
2. Volvo (de sigmoide, mas também de ceco, gástrico)
Causa mais comum de obstrução em alça fechada.
Obstrução colônica com VIC competente.
Sinal do grão de café ou do “U” invertido.
Volvo de sigmoide.
Enema baritado evidenciando sinal do bico de pássaro.
Volvo de sigmoide.
Tratamento do volvo de sigmoide.
- Não complicado: descompressão endoscópica + sigmoidectomia eletiva
- Complicado: cirurgia de urgência
Causas mais comuns de obstrução intestinal na infância.
1°. Intussuscepção.
Outras: bezoar, bolo de ascaris, hérnia.
Tríade de Rigler.
- Pneumobilia
- Cálculo ectópico
- Distensão de delgado
Local mais comum de impactação do cálculo no íleo biliar.
Íleo distal.
Tratamento do íleo biliar.
Medidas gerais.
Retirada do cálculo + colecistectomia no mesmo tempo cirúrgico, se o paciente tolerar. Se não, fazer depois.
Fisiopatologia do íleo biliar.
Colecistite leva à formação de fístula entre a vesícula biliar e o delgado (duodeno), por onde a pedra é levada pela peristalse até impactar numa região estreita, mais comumente o íleo distal.
Síndrome de Bouveret.
Obstrução intestinal por cálculo impactado no piloro ou bulbo duodenal, devido à formação de fístula entre o intestino e a vesícula inflamada.
Causas da intussuscepção intestinal.
Na criança, é idiopática. Nos adultos, existe uma causa de base, como pólipo, divertículo ou tumor.
Dor abdominal, massa em salsicha e fezes em geleia de framboesa.
Intussuscepção.
Clínica da intussuscepção.
Dor abdominal, massa em salsicha, fezes em geleia de framboesa (descamação sanguinolenta da mucosa).
Diagnóstico da intussuscepção.
Clínica + imagem (Rx, USG, enema - que é o padrão ouro).
Tratamento da intussuscepção.
Redução com o enema (bário, ar, hidrossolúvel): sucesso de 80%.
Em casos refratários ou na adulto (em que existe causa): cirurgia.
Causas de íleo paralítico.
Pós-operatório (fisiológico, principalmente em cirurgia abdominal), drogas (opioide), distúrbios hidroeletrolíticos, processos inflamatórios muito intensos.
Em quanto tempo volta a peristalse após cirurgias (íleo paralítico pós-op)?
- Delgado: volta em 24 horas
- Estômago: volta em 48 horas
- Cólon: volta em 72 horas
Clínica do íleo paralítico.
Parada da eliminação de flatos e fezes, dor, distensão abdominal e diminuição da peristalse.
Tratamento do íleo paralítico.
Excluir causas mecânicas e suporte.
Pseudo-obstrução colônica aguda (Síndrome de Ogilvie).
Obstrução intestinal com aumento da peristalse (delgado funcionante) em paciente grave.
Somente o cólon é afetado.
Tratamento da síndrome de Ogilvie.
- Excluir causas mecânicas + suporte
- NEOSTIGMINA 2,5 mg IV BOLUS (atenção para bradicardia)
- Descompressão colonoscópica se ceco > 11-13 cm, pelo risco de rotura
- Cirurgia se refratário (cecostomia até colectomia).