Obesidade Flashcards

1
Q

Conceito

A

“Doença multifatorial caracterizada por excesso de massa gorda em relação a massa magra (musculatura, ossos, órgãos), que implica em aumento do risco de morbidade e mortalidade”.

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2
Q

Epidemiologia

A

Brasil - POF 2010
50
• 5 a 9 anos
excesso de peso: 33,5%
30 -
20
10 -
113
1974-1975 1989 m2008-2009
Gráfico 2 - Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos de idade, por sexo - Brasil
periodos 1974-15, 1989 e 2008-2009
• 10 a 19 anos excesso de peso: 20,5%

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3
Q

Etiologia

A

Multifatorial
• Desequilíbrio entre ingestão calórica e gasto energético
• Resultado final de diversas variáveis!

Regulação do peso corporal:: Gasto energético vs Ingestão alimentar

Determinantes genéticos e biológicos+ Determinantes ambientais e compramentais= Obesidade

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4
Q

Fisiopatologia
Determinantes genéticos e biológicos

A

1) Doenças genéticas e hormonais
• Hipotireoidismo (J metabolismo)
• Deficiência do receptor de leptina (T do apetite)
• Síndrome de Prader-Willi (disfunção hipotalâmica)
• Familiares (genética):
• Nenhum pai obeso = 9% de risco
• Um genitor obeso = 50% de risco
• Ambos obesos = 80% de risco

2) Alterações biológicas nas regulações endócrinas
a) Leptina
Hormônio secretado pelos adipócitos
Informa ao SNC o grau de adiposidade do organismo
Ativação de vias catabólicas
Estimulação do gasto energético
Inibição da ingestão alimentar
Em obesos: † leptina (1 adiposidade),
- Porém: / 1 1 sensibilidade, resistência a leptina

b) Colecistoquinina (CCK)
Hormônio GI/ secreção: presença de PTN e LIP
1 ingestão alimentar
Efeito de saciedade (término da refeição)
Em obesos: efeito demorado, retardado
c) Neuropeptídeos (NP)
NP Y → orexigeno (estimulador da ingestão alimentar)
Levam à obesidade (f em obesos)
Leptina inibe sua secreção

d) Grelina
Peptídeo produzido no estômago
Regulação da ingestão alimentar † concentração antes das refeições
Estimula a expressão do NPY: † ingestão alimentar
Ação inversa à Leptina

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5
Q

Fisiopatologia
Determinantes ambientais e comportamentais

A

Desmame precoce

Padrão alimentar
个 quantidade
v qualidade

Inatividade física

Família
Escola
Comunidade

Padrão alimentar
• † consumo e poder aquisitivo
• 1 facilidade na aquisição de alimentos
• † densidade energética dos alimentos
• Industrialização (alimentos palatáveis e atrativos)
• Sedentarismo: importante aliado no ganho de peso!
• Desafio: alimentação na escola e fora de casa

Criança que come em casa ingere 130 calorias a menos por refeição do que quando come “fast food” em restaurantes

• Globalização → alteração de valores, costumes, relações com o trabalho, vida familiar, lazer
• Declínio do convívio → come-se cada vez mais sozinho

Exposição contínua a grandes porções: porção grande torna-se a porção padrão
Normalização do consumo de grandes porções
Consumo exagerado de alimentos
OBESIDADE

Fatores comportamentais:

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6
Q

Como diagnosticar a obesidade?

A

Diagnóstico da obesidade infantil
• Classificação: curvas da OMS
• Peso/ Idade
• Peso/ Estatura
• IMC/ Idade

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7
Q

Importância da distribuição da gordura corporal

A

Importância do tecido adiposo
• Órgão endócrino
• Predomínio de adipócitos
• Células que armazenam lipídios no citoplasma
• Isolamento térmico do organismo
• Barreira mecânica contra choques e pancadas
• Proteção de órgãos vitais
• Depósito de energia (triglicérides)
• Produção de adipocitocinas e hormônios
• Leptina, adiponectina, angiotensina
Locais de depósito da gordura corporal
Gordura subcutânea x Gordura visceral

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8
Q

Gordura subcutânea

A

Acumula-se sob a pele de todo o corpo, principalmente no culote, nas nádegas e nas pernas
- Células menores, que têm mais facilidade de se multiplicar e são mais sensíveis à insulina
• Sua predominância caracteriza a obesidade ‘em formato de pêra, considerada menos prejudicial à saúde
- Prejudica menos o metabolismo
- É a gordura que avaliamos nas pregas cutâneas

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9
Q

Gordura visceral

A

Acumula-se nas camadas profundas do abdome, em volta dos órgãos
- Células maiores, que se multiplicam pouco e afetam o metabolismo
- Células mais resistentes à insulina
• Caracteriza a ‘barriga de cerveja’, mesmo que a pessoa não beba
- Sua predominância caracteriza a obesidade ‘em formato de maçã, fator de risco para a saúde
- Está associada com hiperglicemia, hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia e intolerância à glicose

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10
Q

• Tipos de depósito de gordura:

A

Forma ginóide (forma de pêra)
• Região glúteo femoral
• Reservas de energia para suportar a gestação e lactação
• Não há alterações no metabolismo da glicose
• Forma andróide (forma de maçã)
• Região abdominal
• Forma mais grave
• Acúmulo excessivo de tecido adiposo visceral
• Relacionada a resistência a insulina

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11
Q

Distribuição da gordura corporal

A

• Melhor método para verificar a adiposidade visceral:
• Circunferência abdominal!
• Método antropométrico simples (padrão ouro)
• Circunferência abdominal:
• Reflete gordura intra-abdominal (visceral)
• Associação com complicações cardiovasculares!
• Para a sua realização deve-se marcar, inicialmente, o ponto médio entre a última costela fixa (décima) e a borda superior da crista ilíaca, local onde a fita inextensível será colocada. Essa medida serve para a avaliação indireta da gordura visceral.

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12
Q

Consequências da obesidade

A

• Probabilidade da criança obesa permanecer obesa na vida adulta varia de 20 a 50%; para os adolescentes é de 50 a 80%
• Desenvolvimento de doenças crônicas futuras: HAS, resistência insulínica, doenças cardiovasculares, dislipidemia e síndrome metabólica.

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13
Q

Comorbidades
Associadas

A

1) Alterações dermatológicas
• Acantose nigricans, infecção fúngica, estrias, celulites, acne
• Verificar alterações na glicemia
• Melhora das condições de higiene
2) Hipertensão arterial sistêmica
• Aumento da pressão sistólica e/ou diastólica
• Orientações nutricionais gerais
3) Alterações glicídicas
Resistência insulínica
• DM tipo 2
• Orientações nutricionais gerais
4) Dislipidemias
• Alterações nos níveis de colesterol, LDL, HDL, Triglicerídeos
5) Apneia do sono/ Síndrome dos ovários policísticos
• Estreitamento da faringe, roncos/ relação LH/FSH aumentada
6) Alterações ortopédicas e ósseas
• Lordose, cifose, deformidade angular da perna
7) Doença hepática gordurosa não-alcoólica
• Náuseas e desconforto em região do hipocôndrio direito
• Esteatose, Hepatomegalia
• Função hepática, ultrassom
• Lesão hepática, Esteato hepatite

8) Síndrome Metabólica
• Conjunto de alterações fisiopatológicas simultâneas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares!

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14
Q

Tratamento

A

Multidisciplinar
• Objetivo: atingir o equilíbrio metabólico
• Tratamento medicamentoso e dietético
• Individualizado
• Perda de peso gradativa, aos poucos
Tratamento
1°) Tratamento clínico:
• Educação alimentar
• Atividade física
• Psicoterepia
2°) Tratamento clínico + medicamentoso
3°) Tratamento cirúrgico

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15
Q

Tratamento Médico

A

Tratamento medicamentoso
Quadro 1a alaro quanto da core sete ins, podem er usados
Sibutramina Indução de saciedade
Orlistate Bloquear em 30% a absorção de gordura no intestino
Fluoxetina Depressão
Sertralina Compulsão
Metformina Melhorar a sensibilidade à insulina

Tratamento cirúrgico
• Cirurgia Bariátrica!
• Há uma escassez de dados publicados sobre cirurgia bariátrica em crianças e adolescentes;
• Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, orienta-se quanto à cirurgia bariátrica em adolescentes:
:MC acima de 40 kem com comobidades associadas ou quando
modificações do estilo de vida ou farmacoterapia falharam.

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16
Q

Tratamento Nutricional

A

Avaliação clínica
• Problemas dermatológicos, ortopédicos, alterações do TGI
• Avaliação antropométrica
• Peso, estatura, IMC, pregas cutâneas e circunferência da cintura
• Avaliação bioquímica
• Glicemia, lipidograma, função hepática
• Avaliação dietética
• Registro alimentar de 3 dias, recordatório de 24h, questionário de frequência alimentar

17
Q

Consulta Nutricional

A

Princípios:
• Mudanças no estilo de vida
• Rotina alimentar (organização)
• Individualização e orientação familiar
• Esclarecimentos sobre ritmo da perda de peso
• Reduzir peso através de dieta equilibrada e saudável
• Introduzir bons hábitos alimentares
• Realizado de forma gradativa
• Evitar imposição/ dietas rígidas e restritivas
• Método de abordagem durante as consultas: abordagem gradativa
• Etapa 1: esclarecimentos
peso, mistica sie, ionace audivel, importância da perda de
• Etapa 2: comportamentos
• pular refeições, mastigação, TV, fixar horários
• Etapa 3: quantidade
• redução gradativa, balanço energético negativo, diet x light
• Etapa 4: qualidade
› fibras, vitaminas, água, sódio, gordura, açúcar
• Etapa 5: manutenção
• peso e alimentação equilibrada

18
Q

Dietoterapia

A

Características da dieta
• Normocalórica
• Normoglicídica (45-65%)
• Normoprotéica (10-35%)
•Normolipídica (20-35%)
•Vitaminas e minerais: DRIs
• Cálculo do gasto energético
1. Utilizar as equações convencionais de cálculo do GET
a) utilizar o peso ajustado
• (Peso Atual (kg) - Peso Ideal (kg)) × 0,25 + Peso Ideal (kg)
b) ou utilizar o peso da linha (escore-z ou percentil) imediatamente abaixo do ponto de classificação atual
2. Utilizar equações das DRIs para obesidade

19
Q

Orientações para modificação da dieta e tratamento da obesidade

A

Reduzir a densidade energética da dieta
• Promover o balanço energético negativo e perda de peso
• Prescrever uma dieta com as calorias necessárias para manter o peso de uma criança saudável
• Monitoramento individual
• Redução da energia = redução da quantidade ingerida (dieta hipercalórica vai se tornar normocalórica)
• Calcular o GET da criança (peso ajustado, peso ideal máx)
• Perda de 0,5 kg/semana em adolescentes que já completaram o estirão pubertário
• Para crianças em fase de crescimento - redução de 108 kcal na ingestão diária leva à perda de aproximadamente 15 g/dia ou
450g/mês
•Dietas muito restritivas (hipocalóricas) levam à: colelitíase (cristais na vesícula biliar), hipotensão ortostática, alterações comportamentais, halitose, declínio da síntese protéica e ainda compromete velocidade de crescimento

Atenção para os produtos Diet × Light
•Segundo a Anvisa, os alimentos diets são alimentos elaborados para indivíduos com alguma doença (diabetes)
• A Sociedade Brasileira de Pediatria não aconselha utilizar produtos diets no tratamento da obesidade
•Diet não significa que seja um alimento mais saudável ou menos
calórico
Diet
Chocolate diet x normal

20
Q

Limitar o consumo total de gorduras

A

Readequar a qualidade dos lipídeos da dieta: 1 qtdes de monoinsaturada
• Substituir o consumo de gorduras saturadas por insaturadas (w3 e w6)
•Eliminar o consumo de gordura trans
• Colesterol: no máximo 300mg/ dia

21
Q

Restringir alimentos com alto índice glicêmico

A

Evitar carboidrato rapidamente digerido e absorvido
•Maior efeito na elevação da glicemia
• Co-fator da obesidade
•Ex: mel, batata cozida, batata frita, pão branco, milho, farinha de trigo, cereal matinal, etc

22
Q

Restringir consumo de bebidas açucaradas

A

Carboidrato simples
• Consumo associado ao ganho de peso
•Bebidas retardam o efeito da saciedade: maior ingestão

23
Q

Aumentar o consumo de fibras

A

Interferem na ingestão dos outros carboidratos
•Baixo valor energético
• Volume à alimentação: maior saciedade
• Fibras solúveis: auxiliam a reduzir a absorção de colesterol

24
Q

Promover ingestão de frutas e vegetais

A

•Baixa densidade energética
• Consumo à vontade: ameniza a sensação da fome
• Responsáveis por ajustar o balanço energético da dieta
• Não são fontes de lipídeos, mas sim de carboidratos

25
Q

Orientações para modificação do estilo de vida
• 1) Hábitos alimentares

A

• Tamanho das porções
• Refeições fora de casa x em casa (ambiente das refeições)
• Evitar longos períodos em jejum
• Reorganização da estruturação da rotina alimentar (regularidade)
• Mudanças nos alimentos, preparações e estratégias para melhorar a fome, apetite e saciedade

Mudanças paulatinas (flexíveis e negociáveis)
• Ampliar o repertório alimentar (aspectos sensoriais)
• Metas de peso estável (monitorar o peso)
• Porcionamento e percepção da ingestão
• Reorganização das situações facilitadoras da obesidade (ex: não realizar compras quando estiver com fome)

26
Q

Atividade fisica

A

• Controle do estresse e ansiedade
•Melhora nos níveis de colesterol e circulação sanguínea
• Melhora na resistência a insulina
• Queima de calorias e perda de peso
• 30min de atividade diária

27
Q

Monitoramento

A

As mudanças alimentares e comportamentais devem ser permanentes
• Plano dietético saudável: seguido por toda a vida (hábito de vida)
• Reconhecer as práticas alimentares excessivas e evitá-las
• Manter alimentação fracionada e equilibrada, aliada a atividade física

28
Q

Dietoterapia

A

Portanto:
• Aspectos a serem considerados na dietoterapia da obesidade:
• Restrição energética (balanço negativo)
• Redução dos CHO refinados (Índice Glicêmico)
• Redução da gordura saturada e trans
• Aumento da ingestão de gordura monoinsaturada e ômega-3
• Aumento da ingestão de fibras

Dietoterapia
Sempre se lembrar:
• Definir em que fase do tratamento o indivíduo se encontra (abordagens diferenciada), trabalhar com metas
• Sensibilização para a mudança
• Percepção das quantidades ingeridas e sentimentos associados (fome x
vontade comer)
• Reconhecimento das práticas facilitadoras da ingestão alimentar excessiva
• Sempre considerar contexto social e familiar
• Considerar limitações da avaliação das práticas alimentares (sub-relato x percepção)
• Expectativas individuais
Dietoterapia
Dicas para orientar os filhos:
• Fixe horários de refeições
• Comer de tudo um pouco
• Não fazer o filho raspar o prato
• Evitar brincadeiras na mesa
• Não substitua refeição por leite
• Comida não é recompensa ou moeda de troca
• Não ameace: “se não comer a salada não ganha presente”…
• Não sejam intolerantes demais
• Ir à lanchonete não é um programão
• Variar a oferta de alimentos
• Incentivar a atividade física