Moduladores hormonais Flashcards
Hormona do crescimento (GH)
GH recombinante
Antagonistas da GH
Antagonistas do recetor da GH
GH recombinante
mecanismo
Estimula a absorção de aminoácidos e a síntese proteica. Estimula a lipólise. Diminui a utilização de glicose pelas células. No fígado favorece a gliconeogénese.
GH recombinante
uso
crescimento (por exemplo, em pacientes com síndrome de Turner), aumento do metabolismo, aumento da massa magra corporal, aumento da função gastrointestinal.
Antagonistas da GH
Somatostatina
Octreotido (análogo sintético da somatostatina)
Lanreotida (análogo sintético da somatostatina)
Somatostatina
Octreotido
Lanreotida
Bloqueio da síntese e libertação de GH pela hipófise anterior. O octreotido é 45x mais potente a inibir a GH, mas apenas 2x mais potente a inibir a secreção de insulina.
Uso: acromegalia, gigantismo resultante de adenomas secretores de GH.
Antagonistas do recetor da GH
Pegvisomant
Pegvisomant
Inibição da ligação da GH ao seu recetor
→ A GH não exerce os seus efeitos nos tecidos alvo.
Uso: Acromegalia resultante de adenomas secretores de GH.
Agonistas dopaminérgicos
Bromocriptina
Cabergolina
Bromocriptina
Cabergolina
Ligação dos fármacos aos recetores D2 dopaminérgicos
→ Inibição efetiva da libertação de prolactina pela hipófise. A libertação de GH também é inibida embora de forma menos efetiva.
Uso: hiperprolactinemia (1ª linha), acromegalia (2ª linha), “secar” o leite para prevenir ingurgitação.
Hipotiroidismo
Levotiroxina sódica
Levotiroxina sódica
A levotiroxina é um análogo sintético dos sais sódicos dos isómeros das hormonas naturais, no caso da T4.
O seu mecanismo de ação é semelhante ao da hormona natural, pelo que este fármaco também depende da atividade da 5‐deiodinase para ser convertido em T3.
Uso: reposição hormonal (hipotiroidismo), supressão da TSH (doentes com cancro da tiroide).
Hipertiroidismo
Fármacos anti-tiroide
Inibidores iónicos
Iodeto
Iodo radioativo
Fármacos anti-tiroide
Tioureilenos:
Carbimazol
Metimazol
Propiltiouracilo
Tioureilenos:
Carbimazol
Metimazol
Propiltiouracilo
Inibição da peroxidase da tiroide
→ Não ocorre oxidação de grupos iodeto
→ Não se formam resíduos de iodotirosil (MIT ou DIT).
Estes fármacos podem também inibir o acoplamento de resíduos de iodotirosil para formar iodotironinas.
Todos estes efeitos culminam na inibição direta da síntese de T3 e T4.
Uso: hipertiroidismo (em monoterapia ou em combinação com iodo radioativo).
Inibidores iónicos
Aniões semelhantes ao iodo:
Perclorato (ClO4-)
Tiocianato (SCN-)
Fluoroborato
Aniões semelhantes ao iodo:
Perclorato (ClO4-)
Tiocianato (SCN-)
Fluoroborato
Inibem competitivamente o transporte de iodo/iodeto para o interior das células foliculares .
Uso: doença de Graves, tireotoxicose induzida por amiodarona.
Iodeto
Efeito paradoxal:
Aumento gradual dos níveis de iodeto
→ Aumento da produção de T3 e T4.
Aumento muito elevado dos níveis de iodeto
→ Inibição do transportador de I‐ e das enzimas envolvidas na síntese das hormonas tiroideias (efeito de Wolff‐Chaikoff)
→ Diminuição da libertação de T3 e T4 pela tiroide.
Uso: tiroidectomia (preparação pré-operatório), crises de tireotoxicose (em combinação com fármacos anti-tiroide).
Iodo radioativo
131I
131I
O 131I (t1/2 = 8 dias) emite raios γ e partículas β
→ Acumulação da radiação ionizante nas células foliculares
→ Destruição das células foliculares.
Mais de 99% da radiação esgota-se em 56 dias.
Uso: hipertiroidismo, cancro da tiroide, doença metastática
Estrogénios
Análogos dos estrogénios (agonismo)
Moduladores seletivos dos recetores de estrogénio (SERM)
Fármacos anti-estrogénios
Análogos dos estrogénios (agonismo)
Estradiol
Etinilestradiol
Estradiol
Etinilestradiol
MECANISMO
Estes fármacos ligam-se aos recetores de estrogénio α e β no núcleo
→ Alteração conformacional que liberta o recetor de proteínas estabilizadoras
→ Formação de homo ou heterodímeros (ex.: ERα-ERβ)
→ Ligação dos dímeros a sequências génicas específicas: as EREs (estrogen response elements)
→ Ativação e regulação da transcrição.
O etinilestradiol tem um t1/2 vida muito superior ao do estradiol
→ 20 horas versus alguns minutos.
Estradiol
Etinilestradiol
USO
Uso: hipogonadismo primário, osteoporose pós-menopausa (terapia hormonal de substituição), contracetivos orais (em combinação com progestagénios/progestinas), oligomenorreia, hirsutismo, virilismo.
Moduladores seletivos dos recetores de estrogénio (SERM)
Tamoxifeno
Raloxifeno
Tamoxifeno
Raloxifeno
Estes fármacos ligam-se aos recetores de estrogénio e regulam a expressão génica. Logo, possuem ação estrogénica benéfica no fígado, osso e cérebro, MAS possuem uma ação anti‐estrogénio na mama e no endométrio, onde ações estrogénicas podem ser deletérias.
Uso: cancro da mama dependente de estrogénio (tamoxifeno), osteoporose pós-menopáusica (raloxifeno).
Fármacos anti-estrogénios
Clomifeno
Fulvestrant
Clomifeno
O clomifeno é um agonista parcial dos recetores de estrogénio com marcado efeito no eixo hipotálamo‐hipófise
→ Bloqueio do feedback negativo exercido pelo estrogénio
→ Aumento da libertação pulsátil de GnRH, FSH e LH
→ Estimulação da ovulação.
Uso: infertilidade feminina por anovulação.
Fulvestrant
O fulvestrant liga‐se de forma competitiva e reversível aos recetores de estrogénio
→ Bloqueio da sua atividade transcripcional e degradação proteolítica dos mesmos.
Uso: cancro da mama ER+ (ou seja, com recetores de estrogénio) em mulheres pós-menopáusicas.
Progestinas
Análogos das progestinas (agonismo)
Moduladores dos recetores de progesterona (e fármacos anti-progesterona)
Análogos das progestinas (agonismo)
Progesterona
Medroxiprogesterona
Norgestrel
Progesterona
Medroxiprogesterona
Norgestrel
MECANISMO
Estes fármacos ligam-se aos recetores de progesterona no núcleo e citoplasma
→ Formação de homo ou heterodímeros (ex.: PR-A/PR-B)
→ O complexo fármaco-recetor liga-se a sequências génicas específicas: as PREs (progesterone response elements)
→ Ativação e regulação da transcrição.
Progesterona
Medroxiprogesterona
Norgestrel
USO
Uso: contracetivos orais (em monoterapia ou em combinação com estrogénios), contracetivo de emergência / pílula do dia seguinte (1.5 mg até 72 horas após a relação), hiperplasia endometrial.
Moduladores dos recetores de progesterona (e fármacos anti-progesterona)
Mifepristona
Mifepristona
Antagonista competitivo sobre os dois tipos de recetores da progesterona
→ “Descolamento” do blastocisto e sua expulsão.
Uso: agente abortivo.
Androgénios
Análogos dos androgénios (agonismo)
Fármacos anti-androgénios
Análogos dos androgénios (agonismo)
Esteres de testosterona
Androgénios 17α alquilados
Esteres de testosterona
Androgénios 17α alquilados
Na ausência de ligandos, o recetor de androgénios encontra-se no citoplasma.
Porém, quando ligandos (ex.: fármacos) se ligam a ele ocorre dimerização e translocação para o núcleo
→ Ligação a sequências génicas específicas: as AREs (androgen response elements)
→ Ativação e regulação da transcrição.
A testosterona administrada por via oral é rapidamente absorvida, mas completamente metabolizada pelo fígado, pelo que são necessários esteres ou derivados alquilados.
Uso: hipogonadismo no homem, como anabolizantes no pós-trauma e em doentes acamados.
Análogos da GnRH
→ Diminuição da LH
→ Diminuição da testosterona. | Uso: cancro da próstata.
Inibidores da síntese de hormonas esteroides
cetoconazol
flutamida
nilutamida
espironolactona
Antagonistas do recetor de androgénios
Uso: cancro da próstata (em combinação com análogos da GnRH), hirsutismo na mulher (espironolactona).
finasterida
dutasterida
Inibidores da 5α-redutase
Uso: hiperplasia benigna da próstata.
Hipercalcemia
Calcitonina
Bifosfonatos
Calcitonina
Inibição da atividade dos osteoclastos
→ Aumento da deposição de cálcio no osso
→ Normalização dos níveis de Ca2+ séricos.
A calcitonina também diminui a absorção intestinal e reabsorção renal de Ca2+.
Uso: biomarcador para diagnóstico de carcinoma medular da tiroide, hipercalcemia (doentes tornam‐se refratários ao fim de alguns dias), osteoporose, síndrome de Paget.
Bifosfonatos
Alendronato
Risedronato
Zoledronato
Alendronato
Risedronato
Zoledronato
MECANISMOS
Análogos do pirofosfato que contêm dois grupos fosfonato ligados a um carbono central que substitui o oxigénio no pirofosfato. Formam uma estrutura tridimensional capaz de quelar catiões divalentes (ex.: Ca2+) tendo forte afinidade para o tecido ósseo, especialmente para as superfícies ósseas em remodelação.
Estes fármacos, nos osteoclastos, provocam:
- > inibição da sua diferenciação
- > indução da apoptose
- > redução da sua atividade (inibem enzimas lisossomais e enzimas da via biossintética do colesterol).
- > Induzem ainda a produção de fatores inibidores dos osteoclastos.
Alendronato
Risedronato
Zoledronato
USO e interações
Uso: osteoporose, osteoporose induzida por esteroides, doença de Paget, osteólise associada a tumor, cancro da mama, cancro da próstata, hipercalcemia.
Interações (interferir com absorção intestinal destes fármacos): suplementos de cálcio, antiácidos, alimentos ou medicamentos contendo catiões divalentes (ex.: ferro).
Hiperparatiroidismo
Calcimiméticos
Calcimiméticos
Cinacalcet
Cinacalcet
Mimetiza o efeito estimulador do cálcio no sensor de cálcio (CaSR / calcium-sensing receptor) da paratiroide
→ Inibição da secreção de PTH pela paratiroide
→ Redução da concentração de Ca2+ no sangue.
Uso: hiperparatiroidismo secundário, carcinoma da paratiroide.
Hipoparatiroidismo (hipocalemia)
Vitamina D
Análogos da vitamina D: calcitriol, colecalciferol, doxercalciferol, di-hidrotaquisterol
Vitamina D
Aumento da absorção intestinal de cálcio, aumento da deposição de cálcio no osso e aumento da reabsorção renal de cálcio e fosfato
→ Aumento dos níveis de Ca2+ séricos.
Uso: raquitismo nutricional (profilaxia e cura), osteomalacia (devido a insuficiência renal crónica), hipoparatiroidismo, osteoporose (prevenção e tratamento).