Medicina e Trauma Flashcards
Antigo Egipto: Por volta de que ano?
Em 3000 a.C.
Antigo Egipto: Quais os processos terapêuticos?
Doenças médicas eram tratadas com folclore e magia.
Lesões traumáticas tinham um tx mais orientado, pois compreendiam o mecanismo da lesão.
Antigo Egipto: Papiro de Edwin
Escrito por Imhotep, por volta de 3000 a 2500 a.C.
É o tratado cirúrgico de trauma mais antigo.
Descreve 48 lesões, sendo a última vertebral.
Antigo Egipto: Como classificavam as lesões?
Realizavam um exame objetivo e classificavam as lesões em:
- Bom prognóstico (as tratáveis)
- Mau prognóstico (as não tratáveis ou incertas)
Incas
Em 3000 a.C.
Nas suas técnicas de trepanação.
Realizavam-na com assépsia e analgesia (pasta de coca).
As suas trepanações apresentavam menor mortalidade do que na Guerra Civil Americana.
Hipócrates
Em 360 a.C.
Tinha influência egípcia.
Tratamento de doenças torácicas, feridas e trepanações.
Corpus hippocraticum.
Alexandre, o Grande
Em 330 a.C.
Foi educado por Aristóteles.
Criou a Biblioteca de Alexandria.
Em Alexandria realizavam autópsias, pelo que tinham grande conhecimento anatómico.
Ilíada de Homero: O que menciona?
Tratamento de feridas segundo o processo:
- Limpeza com água abundante.
- Aplicar ervas
- Ligar com compressas e ligaduras
Galeno
Em 200 d.C.
Amputação (entre zona sã e zona gangrenada).
As suas descobertas mantiveram-se até ao século XVI (final da Idade Média).
Idade Média
Século V até ao século XV.
Persistiam as ideias de Galeno.
Mestre de Avis
Descreveu a existência de hospitais de campanha, unguentos e cataplasmas, e antídotos para o veneno das setas dos castelhanos.
Ambroise Paré
Século XVI.
Inovação ao nível das amputações.
Antes eram realizadas com óleo ou ferro quente para fazer hemostase, resultando em gangrena, infeções e resangramento.
Paré inventou a laqueação dos vasos, resultando em menor infeções e mortalidade.
Jean Larry
Em 1766.
Inventou a ambulância voadora e a crioanalgesia.
Salientou a importância de realizar as amputações nas primeiras 24h após lesão.
Pertencia às tropas napoleónicas.
Analgesia
Pouco utilizada até ao século XVIII.
No Japão utilizava-se uma flor japonesa chamada “manhã gloriosa”.
Mandrágora: com alcalóides analgésicos.
Guerra Civil Americana
De 1861 a 1865.
Uso de clorofórmio para procedimentos cirúrgicos e tratamento de lesões traumáticas.
Tratamento de choque: soluções salinas per rectum ou SC; bebidas e botijas quentes; estricnina (veneno para os manter acordados).
Walt Whitman
Enfermeiro voluntário num hospital de campanha.
Denotou que não existia um sistema de triagem.
Von Esmarch
Cirurgião conhecido pelas suas capacidades de organização.
Evacuação de feridos nas batalhas.
Crioanalgesia com bolsas de gelo.
Faixas de Esmarch para estabilização de fraturas.
Guerra dos 30 dias
Em 1897.
Grécia e Turquia.
Utilização do raioX no campo de batalha pela primeira vez.
Em Itália tinham utilizado a posteriori, para fraturas e balas.
Guerra da Coreia/Vietname
1955-1975.
Primeira evacuação por helicóptero, permitindo diminuir o tempo de espera e, portanto, a mortalidade.
ATLS
Em 1978.
Advanced Trauma Life Support.
Guidelines para o tratamento de choque.
Organizações humanitárias
IGOs e NGOs
Missões humanitárias.
Propaganda, política, militares.
Tratamento do choque (1980-1990)
Soluções salinas em grande quantidade danificam o endotélio.
Alfred Blalock
De 1899 a 1964.
Descobriu que o choque corresponde a hipoperfusão tecidual.
Descobriu os quatro tipos de choque: cardiogénico, hipovolémico, neurogénico e vasogénico.
Walter Cannon
Doentes que perdem sangue recebem sangue completo.
Princípio da Hipotensão Permissiva: em hemorragias não controladas tem de se permitir um certo grau de hipotensão, para sangrar menos (fluidos deslocam os coágulos).
Cristalóides e colóides: Thomas Latta
Em 1832.
Utilizou soluções salinas em pacientes com cólera.
Cristalóides e colóides: Sydney Ringer
Em 1885.
Criou o Lactato de Ringer
Cristalóides e colóides: Ernest Starling
Em 1896.
Princípio de Starling: osmolaridade.
Criação de colóides.
Cristalóides e colóides: Bayliss
Em 1916.
Recuperação transitória de hemorragia com solução salina; efeito mantido se acrescentado solução a 5% de gelatina de goma de acácia, cujo teor de magnésio e cálcio irá intervir na cascata de coagulação.
Transfusões sanguíneas: Karl Landsteiner
Em 1901 a 1907.
Transfusões baseadas nos grupos sanguíneos.
Transfusão realizada com os pacientes lado a lado, para não coagular.
Transfusões sanguíneas: Anticoagulantes
Em 1915.
Descoberta do papel do citrato como anticoagulante.
Permite o aumento do tempo entre a recolha e a administração.
Transfusões sanguíneas: Congelamento
O congelamento de eritrócitos permitiu aumentar a sua durabilidade, permitindo criar bancos de sangue e enviar em grande quantidade para locais de guerra.
Guerra do Golfo/Afeganistão
De 1990 a 1991.
Os soldados passaram a transportar consigo equipamentos para a sua sobrevivência (garrotes, compressas hemostáticas, etc).
Os hospitais de campanha dispunham de TAC, bloco operatório, etc.
2ª Guerra Mundial
De 1939 a 1945.
Uso de antibioterapia: penicilina e sulfonamidas.
Uso de anestesia intravenosa, verificando-se um aumento da mortalidade (especialmente em doentes em choque).
Em Pearl Harbour associaram a mortalidade da anestesia IV à falta de sistemas de oxigenação eficazes, bem como ao excesso de morfina.
Tratavam fraturas com placas, permitindo um retorno ao campo mais rapidamente.
Primeiro Hospital de Trauma
Em Birmingham.
Durante a 2ª Guerra Mundial.
Para politraumatizados e reabilitação.
1ª Guerra Mundial
De 1914 a 1918.
- Transfusões;
- Soluções anti-sépticas;
- Desinfeção de feridas com iodo;
- Imobilização de fraturas com talas;
- Soro antitetânico;
- Morfina;
- Hemostase (garrote, laqueação)
- Tratamento do choque (bebidas e botijas quentes)
- Ambulância de transporte para o hospital de campanha (onde se realizavam pequenos procedimentos)
Descoberto que nas trincheiras predominavam infeções por anaeróbios.
1ª Guerra Mundial: Triagem
- Feridos muito ligeiros, capazes de regressar;
- Ferido ligeiro, evacuado;
- Gravemente ferido;
- Fraturas;
- Ferido grave, em choque;
- Intoxicação por gás;
- Psiconeuróticos;
- Outros (pneumonias e outras infeções)
Timing lesão vs mortalidade
Surge em 1918, na 1ª Guerra Mundial.
Quanto maior o tempo decorrido entre a lesão e o tratamento, maior a mortalidade.
1h = 10% de mortalidade
10h ou mais = 75% de mortalidade