ME2 - Prova 3 obstetricia Flashcards
- Como o fluido intravascular materno, o plasma e os volumes de eritrócitos mudam durante a gravidez?
- O volume do fluido intravascular materno aumenta no início do 1º trimestre da gestação para 1000-1500 ml acima do estado de não gravidez. O volume plasmático aumenta aproximadamente 50% a termo, enquanto o volume de eritrócitos aumenta cerca de 25%.
- Como o estado da coagulação muda durante a gravidez?
Estado hipercoagulável secundário a elevações nos fatores I, VII, VIII, IX, X e XII e a diminuições nos fatores XI e XIII e antitrombina III.
Resulta em aproximadamente 20% de decréscimo no tempo de protrombina (TP) e no tempo de tromboplastina parcial (TTP).
A contagem plaquetária permanece normal ou diminui 10% a termo. (555)
- Qual é a perda sanguínea média da mãe durante o parto normal de um recém-nascido? Qual é a perda sanguínea maternal média durante a cesárea?
Parto normal entre de 300 ml a 500 ml.
Durante a cesárea é de 800 ml a 1000 ml, embora a perda sanguínea durante a cesárea varie muito.
- Qual é a alteração do débito cardíaco de uma gestante em comparação a uma mulher não gestante?
Ela se deve a quais fatores (2)?
- Aumenta cerca de 35% no final do 1º trimestre, e 50% a termo.
- Aumento se deve a elevações do volume sistólico (25% a 30%) e da frequência cardíaca (15% a 25%).
- Em uma gravidez sem complicações, que mudanças ocorrem na pressão arterial, na resistência vascular sistêmica e na pressão venosa central?
- Apesar do aumento do débito cardíaco e do volume plasmático, a pressão arterial sistólica diminui secundária a uma redução de 20% na resistência vascular a termo.
- As pressões arteriais sistólica, média e diastólica podem diminuir de 5% a 15% em 20 semanas de gestação e aumentar gradualmente para valores pré-gravidez à medida que a gestação avança a termo.
- A pressão venosa central não muda durante a gravidez, apesar do aumento do volume plasmático por causa dos aumentos da capacitância venosa. (555)
- O que é a síndrome da hipotensão supina? Quais são os sintomas que acompanham a síndrome?
- Diminuição da pressão sanguínea quando a paciente gestante fica na posição supina devido a compressão da veia cava inferior com menor retorno venoso e diminuição de pré carga, diminuição do débito cardíaco de aproximadamente 10-20%.
- Estase venosa e potencialmente para o edema no tornozelo, varizes e aumento do risco de trombose venosa.
- Compressão da aorta abdominal inferior levando a hipotensão arterial em mmii, diminuição do fluxo sanguineo da placenta e utero levando a um comprometimento fetal alem de diaforese, náusea, vômito e possíveis desmaios.
- Quais são os mecanismos compensatórios que previne a síndrome da hipotensão supina?
- Desviar o fluxo venoso da veia cava inferior para o plexo venoso paravertebral -> veia ázigo -> VCS -> coração;
- Aumento na atividade do sistema nervoso simpático.
- Como a hipotensão maternal pode ser minimizada pelo médico que cuida da paciente gestante?
- Deitando na posição lateral.
- Deslocamento uterino para a esquerda (veia cava inferior fica do lado direito e anterior da coluna).
- Quais são algumas alterações ecocardiográficas durante a gravidez?
Deslocamento anterior e para a esquerda do coração, o aumento do tamanho da câmara cardíaca direita (20%) e esquerda (10%) e a hipertrofia ventricular esquerda associada e o aumento na fração de ejeção. Cerca de 1 em cada 4 mulheres tem regurgitação mitral. Além disso, pequenas efusões pericárdicas podem estar presentes. (556)
- Quais são alguns aspectos das vias aéreas superiores que passam por mudanças fisiológicas na gravidez? Quais são algumas implicações clínicas dessas mudanças?
Ingurgitamento capilar da camada da mucosa e aumento da fragilidade do tecido, resulta no aumento do risco de obstrução por edema e sangramento com a instrumentação das vias aéreas.
Cuidado adicional durante a aspiração e o manuseio das vias aéreas (evitar instrumentação nasal), a laringoscopia direta e a intubação.
Tubos endotraqueais menores com manguito (6,0 a 6,5 mm de diâmetro interno)
- Como a ventilação por minuto muda durante a gravidez em relação a níveis de mulheres não gestantes? O que acontece com o pH arterial?
Aumenta cerca de 50% acima do nível da pré-gravidez, no primeiro trimestre de gestação, provavelmente por causa do aumento da progesterona e da produção de CO2.
Se deve ao aumento do volume de ventilação pulmonar com uma pequena contribuição na frequência respiratória.
O pH arterial permanece levemente alcalótico (7,42 a 7,44) secundário ao aumento da excreção renal de íons de bicarbonato.
- Como as caracteristicas de ligação da hemoglobina mudam durante a gravidez?
- A hemoglobina da mãe é deslocada para a direita, com o aumento de P50 de 27 a 30 mm Hg. Desvio para a direita diminui a afinidade da hemoglobina com o oxigênio, deslocando oxigênio da hemoglobina e lançando-o para os tecidos.
- Como o consumo de oxigênio se altera durante a gravidez e no parto?
- O consumo de oxigênio tem aumento de 20%. Durante o trabalho de parto, o consumo de oxigênio aumenta em 40% durante o primeiro estágio e 75% durante o segundo estágio.
- Quais são as alterações nos volumes pulmonares que ocorrem na gravidez?
- Os volumes pulmonares da mãe começam a mudar no segundo trimestre resultado da compressão mecânica pelo útero gravídico.
- Diminuição da capacidade residual funcional (CRF), no volume da reserva expiratória (VRE) e no volume residual (VR) pulmonar por cerca de 20%.
- Resultando em um CRF menor do que a capacidade de fechamento e no aumento da atelectasia na posição supina.
- Não há alteração significativa na capacidade vital observada durante a gravidez.
- Por que a paciente gestante dessatura rapidamente com apneia (3 motivos)?
- CRF menor leva a uma diminuição subsequente de reserva de oxigênio.
- Consumo de oxigênio aumentado
- Compressão da aorta-cava e o retorno venoso menor levam à diminuição do débito cardíaco com um aumento na extração geral de oxigênio.
- Quais são as alterações gastrointestinais na gravidez que deixam a mulher vulnerável ao refluxo gástrico (6)?
- Deslocamento do estômago e o piloro no sentido cefálico (esofago toracico) e leva a uma incompetência relativa do esfíncter.
- Tônus do esfíncter gastroesofágico reduzido devido a progesterona e estrogênio.
- Aumento pressão gástrica devido ao útero gravídico.
- Gastrina secretada pela placenta estimula a secreção gástrica do íon de H+ (pH gástrico baixo).
- Durante o trabalho de parto, esvaziamento gástrico é adiado, e o volume do fluido intragástrico tende a aumentar.
- A ansiedade, a dor e a administração de opioides podem diminuir mais o esvaziamento gástrico.
- Como a paciente gestante pode ser manejada clinicamente em relação ao risco de refluxo gástrico?
- Tratar como se estivesse com o estômago cheio.
- Uso rotineiro de antiácidos não particulados, indução de sequência rápida, pressão na cricoide e intubação com balonete
- Antiácidos não particulados como o citrato de sódio de 30 ml funcionam rapidamente.
- Metoclopramida diminui significativamente o volume gástrico em até 15 minutos, na ausência de administração anterior de opioides,
- Bloqueador do receptor H2 pode aumentar o pH do fluido gástrico em aproximadamente 1 hora.
- Como a concentração alveolar mínima (CAM) da anestesia com anestésicos voláteis muda na gravidez?
- Diminui no primeiro semestre de gestação em 28% estudos com humanos.
- Estudos de monitoramento eletroencefalográfico não refletiram esses resultados, os efeitos do sevoflurano no cérebro são semelhantes em pacientes não gestantes.
- Como os espaços epidural e subaracnoide mudam na gravidez? Como é a diferença de sensibilidade a anestésicos locais em mulheres gestantes versusnão gestantes? Como os requisitos de dosagem para a anestesia neuroaxial são afetados por essas mudanças?
- Volume diminuído por causa do ingurgitamento das veias epidurais e da maior pressão intra- abdominal mas a pressão do liquor não aumenta com a gravidez.
- Redução do volume e da dose exigida do AL.
- Aumento de sensibilidade a AL
- Como o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular mudam na gravidez? Como isso afeta os limites superiores normais de creatinina e de nitrogênio da ureia sanguínea em pacientes gestantes?
- O fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular são mais altos (50-60% no 3º mês)
- Resulta em uma diminuição no limite superior normal do nitrogênio ureico no sangue e nas concentrações séricas de creatinina para cerca de 50% do anterior.
- Retornam para os níveis de pré-gravidez 3 meses pós-parto.
- O fluxo sanguíneo hepático muda durante a gravidez? Como as concentrações de proteína plasmática e a atividade da colinesterase plasmática são alteradas pela gravidez?
- Fluxo sanguíneo hepático não muda de maneira significativa.
- Concentrações de proteína plasmática são reduzidas na gravidez secundárias à diluição.
- Níveis menores de albumina geram niveis sanguineos elevados de drogas altamente ligadas a proteina;
- Colinesterase plasmática, ou a pseudocolinesterase, diminui atividade em 25-30% durante a gravidez da 10º sem de gestação a seis semanas pós-parto. Porem sem efeitos clinicos significantes.
- Como o sangue maternal e fetal são fornecidos para a placenta?
- Sangue da mãe é fornecido para a placenta pelas artérias uterinas.
- Sangue do feto é fornecido para a placenta por duas artérias umbilicais.
- Sangue rico em nutrientes é transferido da placenta para o feto via uma única veia umbilical.
- Os dois determinantes mais importantes da função placentária são: fluxo sanguíneo uterino e as concentrações relativas e características das substâncias a serem trocadas.
- Qual é a taxa de fluxo sanguíneo uterino a termo?
- O fluxo de sangue uterino aumenta durante a gestação de aproximadamente 100 ml/min antes da gravidez a 700 ml/min a termo. Deve-se manter um fluxo de sangue uterino adequado para assegurar que a circulação placentária é suficiente e, portanto, garantir o bem-estar fetal. Cerca de 80% do fluxo de sangue uterino é introduzido na placenta, e 20% apoiam o miométrio. O fluxo de sangue uterino a termo representa cerca de 10% do débito cardíaco. (558)
- Quais são os determinantes do fluxo sanguíneo?
- Durante a gravidez, o fluxo de sangue uterino tem a autorregulação limitada, e a vasculatura uterina é, em essência, maximamente dilatada sob as condições normais de gravidez. O fluxo de sangue uterino é proporcional à pressão de perfusão de sangue média sob o útero e inversamente proporcional à resistência da vasculatura uterina. A menor pressão de perfusão pode resultar da hipotensão sistêmica secundária à hipovolemia, à compressão aorto-cava, ou à resistência sistêmica menor decorrente da anestesia geral ou neuroaxial. Isso pode resultar da compressão da veia cava (posição supina), das contrações uterinas (em particular a taquissistolia, como pode ocorrer com a administração da ocitocina) ou da significativa contração muscular abdominal (manobra de Valsalva durante a expiração). Além disso, a hipocapnia extrema ( < 20 mm Hg) associada à hiperventilação secundária à dor no trabalho de parto pode reduzir o fluxo de sangue uterino ao ponto da hipoxemia fetal e da acidose. A anestesia epidural e espinhal não altera o fluxo de sangue uterino, desde que a hipotensão da mãe seja evitada. As catecolaminas endógenas induzidas pelo estresse ou pela dor e os vasopressores têm a capacidade de aumentar a resistência arterial uterina e diminuir o fluxo de sangue no útero. O uso de fenilefrina para corrigir a hipotensão da mãe não influencia o bem-estar fetal. Embora o uso de efedrina em quantidades moderadas também seja seguro para tratar a hipotensão da mãe, a administração de fenilefrina resulta em menor acidose fetal e no déficit de base, conforme mostrado nos ensaios clínicos. (558