ME2 - Prova 3 Flashcards
- O que é hemostasia primária?
- Hemostasia primária se refere à deposição inicial de plaquetas, ou “tampão plaquetário”, no local da lesão vascular. Isso é resultante da adesão, ativação e agregação plaquetária. (377)
- O que ativa as plaquetas para formar o tampão plaquetário inicial na hemostasia primária?
- As plaquetas não aderem à superfície endotelial em condições normais, pois as substâncias trombogênicas são separadas das plaquetas pelo endotélio intacto. Quando a matriz subendotelial é exposta após lesão vascular, a adesão de plaquetas é resultante de integrinas ativadas presentes na superfície das plaquetas que se ligam a vários tipos de ligantes, incluindo o fator de von Willebrand (vWF), colágeno, fibrinogênio, fibronectina e vitronectina. Isso promove a aderência das plaquetas ao endotélio, tornando-as ativadas. (377)
- Qual é o papel das plaquetas ativadas na formação do tampão plaquetário?
- Uma vez ativadas, as plaquetas recrutam e ativam plaquetas adicionais no local da lesão vascular, onde ocorre a agregação plaquetária. Isto é conseguido pela degranulação de plaquetas ativadas que, por sua vez, induzem uma alteração na forma das plaquetas, tornando-as extremamente aderentes. (377-378)
- Qual é o papel do fibrinogênio na formação do tampão plaquetário?
- O fibrinogênio tem um papel primário na agregação plaquetária e na formação dos tampões. As plaquetas ativadas induzem uma mudança conformacional na glicoproteína IIb/IIIa em sua superfície, que possui alta afinidade pelo fibrinogênio. O fibrinogênio faz ligações cruzadas com a glicoproteína IIb/IIIa em plaquetas ativadas para formar pontes entre as plaquetas, agregando e ligando plaquetas para formar o tampão plaquetário. Este é o último passo da hemostasia primária. (378)
- O que é hemostasia secundária?
- Hemostasia secundária se refere à formação de fibrina reticulada insolúvel no no tampão plaquetário para estabilizá-lo e formar um coágulo. Isso ocorre por uma interação de mecanismos, incluindo a ativação e amplificação de fatores de coagulação e a propagação da formação de coágulos. Isso é comumente referido como cascata de coagulação. (378)
- Qual é o papel do fator tecidual na formação do coágulo?
- O fator tecidual é o principal iniciador da cascata de coagulação. O fator tecidual fica exposto quando o endotélio é rompido e se liga ao fator VII ativado (fator VIIa) circulante no local da lesão vascular. Este complexo prossegue, ativando os fatores X e IX e propagando ainda mais a cascata de coagulação. (378)
- Quais são os fatores envolvidos na produção de trombina?
- O fator X ativado forma um complexo com o fator V e o ativa, formando o complexo protrombinase, que converte uma pequena quantidade de protrombina em trombina. A trombina criada amplifica ainda mais a cascata, ativando os fatores V, VIII, XI e plaquetas. O fator IXa e VIIIa formam o complexo tenase que ativa mais fatores X, criando, assim, uma produção aumentada de protrombinase e trombina. (379)
- Qual é o papel da trombina na formação do coágulo?
- A trombina quebra a fibrina para formar o fibrinogênio, quando níveis suficientes de trombina estiverem disponíveis. A fibrina ativa o fator XIII para a ligação cruzada dos monômeros de fibrina em uma matriz de fibrina, formando um coágulo estável. (379)
- Quais são as três principais moléculas reguladoras que ajudam a encerrar a cascata de coagulação?
- A antitrombina, o inibidor da via do fator tecidual (TFPI) e a proteína C ativada (PCA) são as três principais moléculas reguladoras que ajudam a encerrar a cascata da coagulação. A antitrombina inibe a trombina e muitos dos outros fatores de coagulação ativados. O TFPI inibe diretamente o fator Xa e se liga ao fator Xa para inibir o complexo TF-VIIa. A PCA inativa os fatores Va e VIIIa, inativando, assim, os complexos protrombinase e tenase. (379)
- Qual é o papel da heparina endógena no controle da coagulação?
- A heparina endógena se liga à antitrombina e acelera sua ação em mais de 100 vezes. A heparina endógena é encontrada em células endoteliais normais e impede a formação espontânea de coágulos nas superfícies endoteliais normais. Isso ajuda a limitar o processo de coagulação ao endotélio danificado. (379)
- Qual é o papel da proteína S no controle da coagulação?
- A proteína S aumenta consideravelmente a atividade da proteína C ativada, que atua para encerrar a cascata de coagulação. (379)
- Qual é o papel do ativador do plasminogênio tecidual (tPA) no encerramento da coagulação?
- O ativador do plasminogênio tecidual (tPA), que é secretado pelo endotélio lesionado, ativa o plasminogênio em plasmina. A plasmina degrada a fibrina em produtos solúveis, tais como os dímeros D (fibrinólise). Este processo é altamente regulado e, normalmente, localizado na área do coágulo. (379)
- Como a fibrinólise é regulada? Qual é o efeito clínico potencial da fibrinólise sistêmica?
- A fibrinólise é altamente regulada para ocorrer apenas no local do trombo. O ativador do plasminogênio tecidual se liga à fibrina no coágulo; assim, a geração de plasmina é localizada na superfície do coágulo de fibrina. Em condições normais, a plasmina circulante que não está ligada ao coágulo de fibrina é inibida pela α2-antiplasmina. No entanto, se a ativação da plasmina não for controlada, ocorrerá fibrinólise sistêmica, podendo ocasionar hemorragia profunda. (379)
- Quais são alguns dos sinais e sintomas históricos que podem indicar que o paciente sofre de um distúrbio hemorrágico?
- Alguns sinais e sintomas históricos que podem indicar que um paciente possui distúrbio hemorrágico incluem hematomas fáceis, hemorragia da mucosa, epistaxe, sangramento prolongado após procedimentos dentários e metrorragia. (379)
- Que valor laboratorial da contagem de plaquetas indica a possibilidade de sangramento intraoperatório não controlado?
- As contagens de plaquetas de 50.000 células/μL ou menos podem estar associadas a sangramento intraoperatório não controlado. (379)
- Que porcentagem de fatores de coagulação deve estar presente para evitar o sangramento intraoperatório não controlado?
- Em geral, 20% a 30% dos fatores de coagulação devem estar presentes para evitar o sangramento intraoperatório não controlado. (379)
- Quais fatores são deficientes em cada uma das doenças hereditárias hemofilia A e hemofilia B?
- Tanto a hemofilia A quanto a hemofilia B são doenças recessivas ligadas ao cromossomo X. A hemofilia A é uma deficiência do fator VIII e ocorre em, aproximadamente, 1 em cada 5.000 meninos nascidos vivos. A hemofilia B é uma deficiência do fator IX e ocorre em 1 em cada 30.000 meninos nascidos vivos. (379)
- Que porcentagem de atividade dos fatores define a hemofilia A e B como doença grave?
- A doença grave na hemofilia A e hemofilia B é definida como a presença de menos de 1% de atividade dos fatores. Isso ocorre em, aproximadamente, dois terços dos pacientes com hemofilia A e metade dos pacientes com hemofilia B. (379)
- Que anormalidades na análise laboratorial são observadas em pacientes com hemofilia A e B?
- As anormalidades laboratoriais observadas em pacientes com hemofilia A e B incluem tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) prolongado que se corrige em provas de mistura, com contagem de plaquetas e tempo de protrombina (TP) normais. É importante salientar que muitos pacientes com
hemofilia A (até 25%) e alguns com hemofilia B (aproximadamente 3% a 5%) desenvolverão anticorpos inibitórios como resposta ao fator exógeno. Nestes casos, o TTPa não é corrido. (379)
- Qual exame laboratorial pode ser usado para distinguir a hemofilia A da doença de von Willebrand?
Antígeno do fator de von Willebrand (VWF:Ag) é normal na hemofilia A (deficiência do fator VIII)
- Quais pacientes são mais propensos a desenvolver deficiências de fator adquiridas?
- As deficiências de fator adquiridas são causadas por autoanticorpos. Pacientes que podem desenvolver deficiências de fator adquiridas incluem aqueles que receberam infusões de concentrados de fatores, pacientes grávidas, que têm doença sistêmica subjacente, tal como artrite reumatoide ou lúpus eritematoso, ou como uma reação a medicamentos. (380)
- Quais fatores são mais comumente afetados nas deficiências de fator adquiridas? Quais são as manifestações clínicas de cada uma?
- O fator VIII é a deficiência de fator adquirida mais comum e manifesta-se clinicamente como sangramento. Outros fatores associados à deficiência adquirida incluem os fatores XI (sangramento), XII (coagulação) e XIII (hemorragia tardia após hemostasia). (380)
- Qual é o distúrbio hemorrágico hereditário mais comum? Qual é a sua prevalência estimada na população geral?
- A doença de Von Willebrand é o distúrbio hemorrágico hereditário mais comum. A prevalência estimada é de 1% da população geral; no entanto, a verdadeira prevalência pode ser maior devido ao gene de von Willebrand altamente polimórfico e aos fenótipos variáveis do distúrbio. (380)
- Cite duas funções hemostáticas importantes do fator de von Willebrand.
- Na hemostasia normal, o fator de von Willebrand (FvW) se liga às plaquetas e à matriz extracelular no local da lesão endotelial, contribuindo, assim, para a hemostasia primária, facilitando a adesão plaquetária. O FvW também desempenha um papel na cascata de coagulação e na formação dos coágulos de fibrina, atuando como uma proteína carreadora do fator VIII, aumentando sua concentração e prolongando sua meia-vida. (380)
- Quantos tipos de doença de von Willebrand existem? Quais são elas e como são herdadas?
- Existem três fenótipos principais da doença de von Willebrand hereditária. Os tipos 1 e 2 são autossômicos dominantes. O tipo 3, a forma menos frequente e mais grave, é transmitido como um traço autossômico recessivo. No tipo 1, não há FvW suficiente; no tipo 2, há vários tipos de defeitos qualitativos no FvW; e no tipo 3, o FvW está ausente. Além
destes tipos herdados, a doença de von Willebrand pode ser adquirida por autoanticorpos contra o FvW, aumento da depuração e proteólise do FvW e diminuição da síntese do FvW. (380)
- Quais fatores de coagulação dependem da vitamina K para a sua carboxilação?
- A vitamina K é uma vitamina lipossolúvel essencial necessária para a carboxilação dos fatores II, VII, IX e X e das proteínas C e S. (380)
- Quais pacientes são suscetíveis à deficiência de vitamina K?
- A vitamina K está presente em alimentos como folhas verdes e é sintetizada por bactérias no trato gastrointestinal. Pacientes em jejum ou que têm ingestão alimentar precária são suscetíveis à deficiência de vitamina K. Outros pacientes propensos à deficiência de vitamina K incluem aqueles com deficiência de absorção intestinal (icterícia obstrutiva, íleo ou obstrução intestinal, nutrição parenteral total), recém-nascidos que ainda não desenvolveram a flora intestinal normal e pacientes submetidos a terapia oral com antibióticos que alteram a flora intestinal. (381)
- Quais são algumas das causas das diátases hemorrágicas em pacientes com doença hepática?
- Algumas causas da diátase hemorrágica em pacientes com doença hepática incluem comprometimento da hemostasia por trombocitopenia e disfunção plaquetária, deficiências na síntese de fatores de coagulação e aumento da fibrinólise. (381)
- Que fatores pró-coagulantes e anticoagulantes são sintetizados pelo fígado?
- O fígado é responsável pela síntese de todos os fatores pró-coagulantes, exceto o fator VIII. O fígado também sintetiza os fatores anticoagulantes: proteína C, proteína S e antitrombina. O resultado disso é um equilíbrio hemostático tênue entre hemostasia secundária prejudicada e deficiências em fatores anticoagulantes. (381)
- Qual o tratamento de escolha para pacientes com hemofilia A e hemofilia B? Qual é o objetivo do tratamento?
- Os concentrados de fatores são o tratamento de escolha para pacientes com hemofilia A (concentrado de fator VIII) e hemofilia B (concentrado de fator IX). O objetivo do tratamento é atingir pelo menos 50% dos níveis normais de atividade do fator para cirurgia de menor porte, e 80% a 100% dos níveis normais de atividade do fator para cirurgia de grande porte. (381)
- Qual é a utilidade do plasma fresco congelado (PFC) e do crioprecipitado no tratamento de pacientes com hemofilia A e hemofilia B?
- Em áreas com recursos limitados, o plasma fresco congelado (PFC) e o crioprecipitado podem ser necessariamente usados para tratar pacientes comhemofilia A e B, embora esse tratamento não seja ideal. O PFC pode ser considerado para ospacientes com hemofilia A e B, mas é difícil atingir níveis suficientes de fatores apenas com o PFC, devido aos níveis inadequados de fatores e à necessidade de administração em grande volume. O crioprecipitado contém altas quantidades de fator VIII, FvW, fibrinogênio e fator XIII, mas não contém o fator IX. Por isso, é útil para o tratamento de pacientes com hemofilia A, mas não deve ser utilizado para o tratamento de pacientes com hemofilia B. (381)
- Que outro tratamento pode ser considerado para controlar o sangramento em pacientes com hemofilia B se concentrados de fator IX não estiverem disponíveis?
- Os concentrados de complexo protrombínico (CCPs) contêm o fator IX e podem ser usados para o controle do sangramento em pacientes com hemofilia B quando os concentrados de fator IX não estiverem disponíveis. Os CCPs devem ser administrados com cautela, pois também induzem um risco trombótico. (381)
- Quais são alguns dos adjuvantes que podem ser usados para tratar pacientes com hemofilia A, além dos concentrados de fator VIII, PFC e crioprecipitado?
- Tratamentos adjuvantes para pacientes com hemofilia A incluem desmopressina (DDAVP) e antifibrinolíticos (ácido tranexâmico, ácido ɛ-aminocaproico). O DDAVP (0,3 μg/kg) aumenta os níveis plasmáticos de fator VIII e FvW e pode ser utilizado para o manejo dos sangramentos na hemofilia A. O tratamento antifibrinolítico com ácido tranexâmico e ácido ɛ- aminocaproico pode ajudar a diminuir o risco de sangramento. (381)
- Quais são os tratamentos para os diferentes tipos de doença de von Willebrand hereditária?
Desmopressina (DDAVP) (0,3 μg/kg) é o tratamento de escolha na doença de von Willebrand tipo 1, contraindicada na DvW tipo 2b, pois causa uma trombocitopenia transitória. DvW grave (tipo 3) não respondem à DDAVP, são tratados com uma combinação de concentrados de fator VIII e FvW. Crioprecipitados e os concentrados de fator VIII, também podem ser usados para tratar o sangramento cirúrgico assim como os antifibrinolíticos.
- Qual é o tratamento para pacientes que sofrem sangramentos por deficiência de vitamina K?
- A deficiência de vitamina K pode ser tratada com reposição de vitamina K por via oral, subcutânea, intramuscular ou intravenosa. Para pacientes isolados com deficiência de vitamina K que estejam sangrando, a administração intravenosa de vitamina K reverterá o tempo de protrombina em 3 a 4 horas. (381)
- Qual é o tratamento para pacientes que sofrem sangramentos por insuficiência hepática?
O tratamento deve ser orientado pelas anormalidades laboratoriais:
- Plaquetas são administradas para trombocitopenia,
- PFC para um tempo de protrombina prolongado
- Crioprecipitado para hipofibrinogenemia
- Qual é o tratamento para pacientes que sofrem sangramentos com inibidores de fatores adquiridos?
- Administração de “agentes de desvio” (de bypass) que tratam o sangramento produzindo trombina por vias independentes do fator VIII ou do fator IX. Agentes de desvio atualmente disponíveis incluem o fator VIIa recombinante e complexos de concentrado protrombínicos (CCPs). Outra estratégia de tratamento é a “indução de tolerância imunológica”, quando os pacientes são expostos a concentrações altas e prolongadas de um fator, em um esforço para eliminar um inibidor.
No entanto, a indução de tolerância imunológica só pode ser utilizada no contexto clínico não urgente. (381)
- Quais são algumas das causas da trombocitopenia resultante da diminuição da produção de plaquetas?
- As causas da trombocitopenia derivada da diminuição da produção de plaquetas incluem diminuição da produção da medula óssea, como ocorre em síndromes mielodisplásicas, infecções (especialmente no cenário de sepse), deficiências nutricionais, trombocitopenia imune (PTI) e supressão da medula óssea induzida por medicamentos. (382)
- Quais são algumas das causas da trombocitopenia resultante do aumento da destruição das plaquetas?
- Anticorpos antiplaquetários (medicamentos ou substâncias ingeridas) e o contexto de doenças autoimunes específicas.
- A heparina pode induzir a trombocitopenia.
- Quais são algumas das causas de trombocitopenia resultante do aumento do sequestro de plaquetas?
- As causas da trombocitopenia derivada do aumento do sequestro de plaquetas são doenças que podem resultar em sequestro esplênico de plaquetas, tais como cirrose hepática. (382)
- Quais doenças na gravidez podem resultar em trombocitopenia?
- Doenças na gravidez que podem resultar em trombocitopenia incluem trombocitopenia gestacional, pré- eclâmpsia e distúrbios hipertensivos associados à gravidez. A mais grave dessas doenças é a síndrome HELLP (hemólise, elevação de enzimas hepáticas, baixa contagem de plaquetas), que pode exigir um parto de emergência antes que ocorram complicações maternas potencialmente fatais. (382)
- Quais são algumas das causas de uma disfunção plaquetária qualitativa?
Ingestão de alguns fármacos;
Uremia;
Proteínas circulantes anormais (mieloma múltiplo, disproteinemia, soluções de dextrano transfundidas);
Doenças hereditárias raras (trombastenia de Glanzmann, distúrbios de plaquetas gigantes, síndrome de Wiskott-Aldrich).
- Quais são alguns medicamentos que podem prejudicar a função plaquetária?
- Alguns medicamentos que podem prejudicar a função plaquetária incluem aspirina, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), álcool, dipiridamol e clopidogrel. (382)
- Qual é o mecanismo pelo qual a uremia pode levar ao aumento do sangramento clínico?
Defeitos intrínsecos do metabolismo plaquetário, liberação prejudicada de grânulos plaquetários e distúrbios nas interações plaquetas-células endoteliais.
- Quais são alguns dos distúrbios hereditários da função plaquetária?
- Os distúrbios hereditários da função plaquetária são raros. A trombastenia de Glanzmann é uma doença autossômica recessiva caracterizada por receptores GPIIb/IIIa defeituosos nas plaquetas, levando a agregação plaquetária prejudicada. Os distúrbios de plaquetas gigantes incluem anormalidades nas
glicoproteínas das plaquetas, como na síndrome de Bernard- Soulier. A síndrome de Wiskott-Aldrich é um distúrbio recessivo ligado ao cromossomo X no qual os pacientes possuem imunodeficiência, plaquetas severamente disfuncionais e trombocitopenia. Esta síndrome é um exemplo de transtorno do pool de armazenamento, no qual as deficiências de grânulos levam a uma agregação plaquetária prejudicada. (382)
- Qual é o limiar para a transfusão de plaquetas em pacientes trombocitopênicos?
- Pacientes trombocitopênicos que não estejam sangrando ativamente, geralmente, têm a transfusão de plaquetas suspensa até que a contagem de plaquetas seja inferior a
- 000 células/μL. (382)
- Qual é o limiar para a transfusão de plaquetas em pacientes trombocitopênicos que estejam sangrando ativamente ou que necessitem de intervenção cirúrgica?
- Pacientes trombocitopênicos que estejam sangrando ativamente ou que necessitem de intervenção cirúrgica, geralmente, recebem transfusão de plaquetas para atingir
- 000 células/μL. Se a localização da cirurgia ou o sangramento ativo estiver em um local específico, como pontos intracranianos ou intraoculares, o paciente pode receber a transfusão de plaquetas para atingir 100.000 células/μL. (382)
- Qual é a preocupação em relação a múltiplas transfusões de plaquetas?
- Uma grande preocupação relativa à múltiplas transfusões de plaquetas é o potencial para a formação de antígenos leucocitários humanos (HLA) ou de antígenos plaquetários humanos. Se forem esperadas múltiplas transfusões de plaquetas, as plaquetas devem ser HLA-compatíveis sempre que possível. (382)
- O que é a tríade de Virchow quanto à patogênese do tromboembolismo venoso (TEV)?
- A tríade de Virchow quanto à patogênese do tromboembolismo venoso (TEV) descreve três fatores que predispõem o TEV: (1) estase do fluxo sanguíneo, (2) lesão endotelial e (3) estado hipercoagulável. (382)
- Quais são algumas das doenças hereditárias ou condições adquiridas que podem levar ao tromboembolismo venoso?
- As doenças hereditárias que podem levar à TEV incluem deficiências de proteína C, proteína S e antitrombina; fator V de Leiden; e mutações no gene da protrombina. Várias outras condições, tais como malignidade, gravidez, imobilização, traumatismo, CID, síndrome antifosfolípide, infecção, fármacos (p. ex., contraceptivos orais) e cirurgia recente também predispõem os pacientes ao TEV. (383)
- Quais são as duas trombofilias hereditárias mais comuns?
51. Quais são as duas trombofilias hereditárias mais comuns?
- As duas trombofilias hereditárias mais comuns são a mutação do fator V de Leiden e a mutação do gene da protrombina. Juntas, essas duas doenças representam 50% a 60% das trombofilias hereditárias. Os pacientes que são homozigotos para essas características apresentam maior risco de formação de coágulos. (383)
- Qual é o mecanismo pelo qual uma mutação no fator V de Leiden pode levar a um estado trombótico?
- Os indivíduos com fator V de Leiden apresentam uma mutação anormal do fator V que é resistente à ação da proteína C ativada (PCA). A PCA regula o processo de coagulação ao impedir que o fator V forme fibrina excessiva em indivíduos normais. A falta de inibição, portanto, leva a um estado hipercoagulável ou trombótico. (383)
- Qual é o mecanismo pelo qual uma mutação no gene da protrombina pode levar a um estado trombótico?
- A mutação do gene da protrombina (protrombina 20210) leva à superprodução de protrombina (fator II), levando a um estado trombótico. (383)
- Quais são as funções da proteína C em condições fisiológicas normais?
- A PCA inativa os fatores Va e VIIIa (reforçada pela proteína S). Além disso, a PCA atua diretamente nas células para proteger a função da barreira endotelial e tem atividades anti- inflamatórias. (383)
- Como um paciente com deficiência de proteína C pode se apresentar clinicamente?
- As manifestações clínicas da deficiência de proteína C incluem tromboembolismo venoso, púrpura neonatal (em neonatos homozigotos), morte fetal e necrose cutânea induzida por varfarinina. A deficiência de proteína C afeta, aproximadamente, 1 em cada 500 indivíduos na população geral e é um traço autossômico dominante. (383)
- Quais são as funções da proteína S em condições fisiológicas normais?
- De 40% a 50% da proteína S circula como a forma livre, a única forma com atividade de cofator da PCA. Na presença de proteína S, a PCA inativa os fatores Va e VIIIa a uma taxa acelerada. A proteína S também serve como cofator para a melhora da fibrinólise pela proteína C e pode inibir diretamente a ativação da protrombina. (383)
- Quais são as doenças associadas às deficiências de proteína C e S adquiridas?
- A deficiência adquirida de proteína C pode ser observada em doenças hepáticas, infecções graves (especialmente meningococcemia), choque séptico e CID. A deficiência adquirida de proteína S foi associada à gravidez, uso de contraceptivos orais, CID, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), síndromes nefróticas e doença hepática. (383)
- O que é a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF)? Qual é sua manifestação clínica?
- A síndrome do anticorpo antifosfolipíde (SAF) é caracterizada por trombose venosa e arterial e complicações recorrentes na gravidez. Pacientes com esta síndrome têm anticorpos antifosfolipídeos (aFLs) circulantes persistentes, que incluem anticoagulante lúpico, anticorpo anticardiolipina e anticorpos anti-β2-glicoproteína I. É um dos poucos estados pró- trombóticos em que ocorrem tromboses arteriais e venosas. A trombose venosa profunda (TVP) é a trombose venosa mais comum, e o AVC é a trombose arterial mais comum. (383)
- Quais são alguns dos cenários clínicos nos quais o anticoagulante lúpico pode ser encontrado?
- O anticoagulante lúpico, embora frequentemente encontrado em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, também pode estar associado a medicamentos (fenotiazinas, fenitoína, hidralazina, quinina e antibióticos), doença inflamatória intestinal (doença de Crohn e colite ulcerativa), infecções e alguns tipos de tumores. (383)
- O que é a síndrome antifosfolípide catastrófica?
- A síndrome antifosfolípide catastrófica é uma forma acelerada e rara da síndrome antifosfolípide em que os pacientes apresentam coagulopatia, necrose isquêmica das extremidades e falência de múltiplos órgãos na presença de aFLs circulantes. Embora a síndrome seja rara, a taxa de mortalidade desses pacientes é alta, o que faz com que o reconhecimento e o tratamento precoces sejam cruciais. (383)