LMF P 01 Flashcards
Quais as duas causas principais do aumento da contrações uterinas no momento do parto?
(1) mudanças hormonais progressivas que aumentam a excitabilidade da musculatura uterina;
(2) mudanças mecânicas progressivas
Qual a influência da proporção de estrogênio e progesterona no parto?
A progesterona inibe a contratilidade uterina durante a gravidez, ajudando, assim, a evitar a expulsão do feto. Por sua vez, os estrogênios têm tendência definida para aumentar o grau de contratilidade uterina, em parte porque elevam o número de junções comunicantes entre as células do músculo liso uterino adjacentes, mas também devido a outros efeitos pouco entendidos ainda. Tanto a progesterona quanto o estrogênio são secretados em quantidades progressivamente maiores durante grande parte da gravidez, mas, a partir do sétimo mês, a secreção de estrogênio continua a aumentar, enquanto a de progesterona permanece constante ou até mesmo diminui um pouco.
Por quais motivos (4) acredita-se no papel da ocitocina no momento do parto?
- A musculatura uterina aumenta seus receptores de ocitocina e, portanto, aumenta sua sensibilidade a uma determinada dose de ocitocina nos últimos meses de gravidez.
- A secreção de ocitocina pela neuro-hipófise é, consideravelmente, maior no momento do parto.
- Muito embora animais hipofisectomizados ainda consigam ter seus filhotes a termo, o trabalho de parto é prolongado.
- Experimentos em animais indicam que a irritação ou a dilatação do colo uterino, como ocorre durante o trabalho de parto, pode causar reflexo neurogênico, através dos núcleos paraventricular e supraóptico, que faz com que a hipófise posterior (a neuro-hipófise) aumente sua secreção de ocitocina
A ocitocina é produzida na ?
Neuro-hipófise
Quais os hormônios fetais auxiliam no parto?
A hipófise do feto secreta grande quantidade de ocitocina, o que teria algum papel na excitação uterina. Além disso, as glândulas adrenais do feto secretam grande quantidade de cortisol, outro possível estimulante uterino. E, mais, as membranas fetais liberam prostaglandinas em concentrações elevadas, no momento do trabalho de parto, que também podem aumentar a intensidade das contrações uterinas
Qual a função da distenção da musculatura uterina no parto?
A simples distensão de órgãos de musculatura lisa geralmente aumenta sua contratilidade. Ademais, a distensão intermitente, como ocorre repetidamente no útero, por causa dos movimentos fetais, pode também provocar a contração dos músculos lisos. Observe, particularmente, que os gêmeos nascem em média 19 dias antes de um só bebê, o que enfatiza a importância da distensão mecânica em provocar contrações uterinas
Como ocorre o desencademento das contrações fortes do trabalho de parto?
o. A teoria de feedback positivo sugere que a distensão do colo uterino pela cabeça do feto torna-se, finalmente, tão grande que provoca forte reflexo no aumento da contratilidade do corpo uterino. Isso empurra o bebê para frente, o que distende mais o colo e desencadeia mais feedback positivo ao corpo uterino.
Em segundo lugar, dois conhecidos tipos de feedback positivo aumentam as contrações uterinas durante o trabalho de parto: (1) a distensão do colo uterino faz com que todo o corpo do útero se contraia, e tal contração distende o colo ainda mais, devido à força da cabeça do bebê para baixo; e (2) a distensão cervical também faz com que a hipófise secrete ocitocina, que é outro meio de aumentar a contratilidade uterina
Como o hormônio liberador de corticotrofina materno auxilia no parto?
O CRH placentário circula no plasma materno, no qual se eleva exponencialmente à medida que a gestação avança, atingindo seu máximo no momento do parto. Em mulheres com parto prétermo, o aumento exponencial é rápido, enquanto naquelas cuja parturição ocorre após a data estimada, a elevação é lenta. Esses achados corroboram a teoria do “relógio” placentário. Os corticoides aceleram a expressão do gene CRH e, consequentemente, a produção do hormônio pela placenta. Por sua vez, o CRH estimula a hipófise a secretar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), ou corticotrofina, que age no córtex suprarrenal liberando o cortisol. Os níveis elevados de CRH e de ACTH agindo nas glândulas suprarrenais maternas promovem a produção não somente de cortisol como também de deidroepiandrosterona (DHEA), substrato para a síntese dos estrogênios placentários.
Como ocorre a contração da musculatura do útero?
- Aumento do cálcio intracelular proveniente do exterior ou do reticulo sarcoplasmático
- Quatro íons de cálcio (Ca++) se ligam à CALMODULINA (CaM).O complexo Ca-CaM então desdobra e ativa a MLCK
- A fosforilação da MLC pela MLCK é etapa crítica para a contração do músculo liso: → Libera a cauda da miosina de sua ligação com a cabeça, que passa a assumir o formato de taco de golfe, possibilitando que a molécula de miosina se disponha em filamentos bipolares → Determina alteração estrutural na cabeça da miosina, expondo o sitio actina-combinante → Possibilita a formação de pontes cruzadas entre a cabeça da miosina e a actina (actiomiosina) Estimula a atividade ATPase
- É importante salientar que, precedendo a interação entre a actina e a miosina, há mudança conformacional da TROPOMIOSINA, pela ação da Cald-Ca-CaM, expondo os locais ativos da actina por ela bloqueados
- Formação das pontes cruzadas, na verdade extensões da cabeça das moléculas de miosina que se projetam em ângulo reto do filamento grosso e se ligam à actina
- O modelo de contração molecular de deslizamento ocorre quando a molécula de miosina (cabeça) se liga à actina e produz o movimento do filamento fino em relação ao grosso (power stroke)
- A força da contração por meio da associação de miofilamentos, filamentos intermediários e corpos densos age encurtando e torcendo a celula ao longo de seu eixo longitudinal
- A subsequente desfosforilação da MIOSINA DE CADEIA LEVE (MLC) pela MIOSINA DE CADEIA LEVE FOSFATASE (MLCP) transforma a miosina de modo a encobrir novamente o local de ligação à actina, causando o relaxamento do músculo
- A exportação do cálcio para fora da célula pela bomba de cálcio (Ca-ATPase de membrana) retorna o cálcio citosólico ao nível de repouso, desativando a MIOSINA DE CADEIA LEVE QUINASE (MLCK)
- Do mesmo modo, a via adenilatociclase pode ser iniciada pela ligação de hormônio ou agonista no seu receptor. O receptor ativado transforma o ATP em AMP cíclica (cAMP), o 2º mensageiro. A cAMP ativa a proteinoquinase A (PKA), que fosforiliza a MIOSINA DE CADEIA LEVE QUINASE (MLCK). A MLCK fosforilada tem pouca afinidade pelo complexo Ca-CaM e assim é fisiologicamente inativa. A fosforilação da MLC é bloqueada, ocorrendo o relaxamento.
Como as prostaglandinas agem na contração do miométrio?
liberação do ácido araquidônico (AA) dos fosfolipídios constituintes de todas as membranas celulares é a fase inicial na síntese das PG. Isso é assegurado pela ação direta da fosfolipase A2 (PLA2) ou indireta, da fosfolipase C (PLC).
As PG produzidas nas membranas fetais interagem com os receptores locais ou, por difusão, alcançam o miométrio. Nas membranas, as PG ativam e promovem a degeneração do colágeno, favorecendo a sua ruptura.
A PGF2α estimula a contração uterina pela produção de IP3 e a conseguinte liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático.
Como o hormônio liberador de corticotrofina fetal auxilia no parto?
CRH é secretado pela placenta predominantemente no sangue materno, mas alcança também a circulação fetal. O estímulo da hipófise fetal pelo CRH eleva a produção de ACTH e, consequentemente, a síntese de cortisol pela suprarrenal e o amadurecimento do pulmão. Concomitantemente, o aumento do cortisol promove a produção do CRH placentário, em mecanismo de feedback positivo. O amadurecimento do pulmão fetal como resultado de elevação da concentração de cortisol está associado à produção acrescida da proteína surfactante A e de fosfolipídios, ambos responsáveis por ações pró-inflamatórias que podem determinar a contração miometrial por meio do aumento na elaboração de prostaglandinas (PG) pelas membranas (âmnio) fetais (PGE2) e pelo próprio miométrio (PGF2α)
Assim, o CRH pode estimular a esteroidogênese, provendo o substrato (DHEA) para a produção de estrogênios pela placenta, que favorece a formação de junções comunicantes entre as células miometriais, possibilitando a melhor condução elétrica e, por conseguinte, contrações uterinas regulares (ver adiante a formação das junções comunicantes).
Como são classificadas as rupturas de períneos?
1° grau: somente e fúrcula (pele e tecido subcutâneo do períneo, epitélio vaginal)
2° grau: aproxima a região esfincteriana mas não lesa (fáscia e músculos do períneo)
3° grau: o esfincter anal é comprometido (ensfíncter anal)
4° grau: acomente a parede anterior do reto (mucosa retal)